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Controvérsias a respeito do Reino de Deus

Controvérsias a respeito do Reino de Deus
(autor: Bispo José Ildo Swartele de Mello)
Enquanto as discussões das questões tribulacionistas são bem recentes, em termos da história da Igreja, o debate em torno das questões milenistas remonta aos primórdios da Igreja. É antigo o debate entre premilenistas históricos, amilenistas e pós-milenistas. Mas, recentemente, em meados do século XIX, surge um tipo diferenciado de premilenismo, conhecido como premilenismo dispensacionalista, que é pré-tribulacionista e que faz uma rígida distinção entre Igreja e Israel, o que dará ao seu conceito de milênio um cunho bem judaico, de acordo com seu sistema literalista de interpretação. É bom que se diferencie entre premilenista histórico e dispensacionalista para não incorrer em injustiça. A crítica maior deste trabalho se dirige ao premilenismo dispensacionalista, pois reconhecemos as seguintes virtudes no premilenismo histórico: (1) Deus tem apenas um povo, e não dois povos separados, Israel e Igreja, com dois destinos distintos; (2) o Reino de Deus é tanto presente quanto futuro; (3) a Igreja passa pela Grande Tribulação; (4) a Segunda Vinda de Cristo é um evento único e visível a todos, ocasião em que se dá o arrebatamento da Igreja; (5) os sinais dos tempos têm se manifestado desde a primeira vinda de Cristo, mas irão se intensificar à medida que nos aproximamos do dia da sua Segunda Vinda.i Entretanto, existem pontos em comuns entre os premilenistas históricos e dispensacionalistas que estaremos questionando a seguir. Mas, antes, veja a tabela comparativa entre os distintos pontos de vista mais conhecidos sobre o Reino de Deus:
Tabela 3 Comparativa – Questões Milenistas

AmilenismoPós-Mile­nismoPremile­nismo Histó­rico
Premilenismo
Dispensacionalista
Povo de DeusUm UmUm
Dois. Distinção rígida entre Igreja e Israel, com dois planos e destinos distintos...
Gde. Trib.
Pós-tribulacionismo
Pós-tribulacionismo
Pós-tribulacionismo
Pré-tribulacionismo
Gde. Trib.
Período tempo inde­terminado
antes 2a vinda
Período in­determi­nado
antes 2a vinda
Período tempo inde­ter­minado
antes 2a vinda
7 anos de duração –
após ar­reba­tamento
2a Vindaúnica faseúnica faseúnica faseduas fases
2a Vindavisível em glória visível em gló­riavisível em glória
Arrebatamento se­creto (1a. fase)
2a Vinda
Fim da opor­tu­ni­dade de Salvação
Fim da opor­tu­ni­dade de sal­vação
Fim da oportu­ni­dade de sal­va­ção
Pessoas são sal­vas após o arre­bata­mento durante o período da Gde. Tribul.
2a Vinda
p/juízo final novos céus e terra
p/juízo fi­nal novos céus e terra
p/milênio; ju­ízo final e novos céus e terra
p/ livrar a Igreja da gde tribu­lação (1ª. Fase)
p/milênio; ju­ízo fi­nal e no­vos céus e terra (2ª. Fase)
Reino de Deus
  • Já e ainda não”.
  • Nenhum reino Milenar nem no presente nem no futuro
  • Realismo em relação à natureza do Reino no presente.
  • Reino futuro de dimensão celestial e eterna.
  • Já e ainda não” com ênfase no já.
  • Milênio na Terra na era presente.
  • Otimismo em relação ao Reino de Deus na era presente. Se bem que existem pós-milenistas realistas.
  • Reino futuro de dimensão celestial e eterna.
  • Já e ainda não” com ênfase no “ainda não”. Milênio na terra após 2ª. Vinda.
  • Pessimismo em relação ao Reino de Deus na era presente.
  • Reino milenar futuro na terra antes do juízo final e do reino eterno e celestial
  • Ainda não”. Reino adiado para o futuro.
  • Pessimismo total em relação ao Reino de Deus na era presente.
  • Reino milenar futuro com características predominantemente judaicas antes do juízo final e do reino eterno e celestial.
Ressurreição
Única E Ge­ral
P/Juízo Fi­nal

Única E Ge­ral P/Juízo Fi­nal
Duas: (1) dos salvos an­tes do Mi­lê­nio e (2) dos demais após Mi­lê­nio P/Juízo Final
Três: (1) dos salvos no Arrebata­mento, (2) dos crentes mortos na Gde. Trib. na 2ª. Vinda an­tes Do Mi­lê­nio e (3) dos infiéis após O Milênio P/Juízo Final
Juízo
Um único Julgamento Geral e final após a 2ª. Vinda.
Um único Julga­mento Ge­ral e final após a 2ª. Vinda.
Dois Julga­mentos: Dos crentes na Segunda Vinda e Juízo final após o milênio.
Três Julgamentos: Dos crentes no arrebatamento, dos demais crentes na 2ª. Etapa da 2ª. Vinda, e Juízo final após o milênio.

Começaremos levantando algumas objeções ao conceito premilenista, apresentando também uma interpretação de Apocalipse 20, único texto que menciona um Reino Milenar, à luz dos claros ensinos bíblicos a respeito do Reino de Deus. Veremos como a Natureza do Reino de Deus está intimamente associada à natureza e a Missão de Cristo e do Espírito Santo. Este capítulo servirá de base para o capítulo seguinte que tratará da missão da Igreja, que, como Corpo de Cristo que é, se apresentará como uma derivação natural da Missão de Cristo e do Espírito.

Para saber mais a respeito sugiro a leitura do estudo: O Milênio Apocalíptico


i Hoekema, Anthony. A Bíblia e o Futuro. Tradutor Karl H. Kepler. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2.ed. 2001, P. 217.

ii Hoekema, Anthony. A Bíblia e o Futuro. Tradutor Karl H. Kepler. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2.ed. 2001, P. 218 e 219.
iii Hoekema, Anthony. A Bíblia e o Futuro. Tradutor Karl H. Kepler. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2.ed. 2001, P. 219.

Comentários

  1. José Ildo, no estudo da imutabilidade de Deus, não menciona o trabalhar do E#spirito Santo sendo ele o proprio Deus. De4us é imultável, eo Espirito Santo mútavel, a terceira pessoa da trindade, que tem emoçoes, trabalha por nós, amém.Rosangela Cunha.

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  2. Caro Bispo josé, há cerca de um ano, desde que saí da Igreja Adventista estou estudando sobre o Milênio.Achei a explicação maravilhosa, super exclarecedora , principalmente o quadro sobre cada pensamento.

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  3. Pr. Bezerril,

    Tenho estudado Escatologia desejoso de definir uma posição. Essa tem se demonstrado uma árdua tarefa. Li Ryrie e Pentecost enfatizando o pré-tribulacionismo, Grudem, shadd e Ladd defendendo o pré-milenismo histórico, o que vinha parecendo o mais aceitável para mim. Também li Berkhof, Palmer Robertson e Hoekema, todos excelentes.

    Ao me deparar com uma acusação de incoerência do sistema ao qual havia me filiado (pré-milenismo histórico), quanto ao juízo descrito por Cristo (separação de ovelhas e bodes), vislumbrei a possibilidade de não conseguir adequar esse juízo (final) no pré-milenismo.

    Daí meu interesse pelo amilenismo cresceu. Percebi que o Novo Testamento parece ser claramente amilenista, a não ser pelo livro de Apocalipse. Neste livro, vejo dificuldades aparentemente insuperáveis. Levo então minha questão ao senhor no anseio de conseguir me esclarecer quanto a melhor interpretação de dois versículos.

    1) Apocalipse 19:15 - O termo "cetro de ferro" me faz pensar que esse governo ocorrerá antes da eternidade.

    2) Apocalipse 20:10 - O diabo será jogado no lago de fogo após a besta e o falso profeta, indicando que os eventos de Apocalipse 19 ocorrem antes do cap. 20. Como o senhor soluciona esse problema? Mesmo que a batalha que antecede a ida ao lago de fogo pareça ser a mesma do cap.19, como fica a narração de que o diabo é lançado no lago num segundo momento? O paralelismo progressivo me faz compreender a batalha de Ap 20 como correspondente a do cap 19, mas a indicação no versículo 10 de que o diabo foi lançado num lugar onde a besta e o falso profeta já haviam sido jogados me deixa em dificuldades.

    Fico grato com sua atenção e com a ajuda em me fazer aprender mais das escrituras.

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  4. Caro Edson Jr.

    Fico feliz em ver seu sincero e profundo interesse pelas Escrituras.
    Espero poder ajudá-lo em sua caminhada.
    Então, vamos lá!
    Respondendo as suas duas perguntas: "1) Apocalipse 19:15 - O termo "cetro de ferro" me faz pensar que esse governo ocorrerá antes da eternidade." Bem, embora, a primeira vista, tal expressão pareça concordar com o ponto de vista premilenista, um estudo mais cuidadoso mostrará exatamente o contrário, pois o capítulo 19 está descrevendo a grande batalha final do Armagedom, o dia da Ira do Todo Poderoso (v. 15), quando Jesus, com “cetro de ferro” triunfará sobre todos os seus inimigos, incluindo a Besta, o falso profeta, os reis e as pessoas das nações que receberam a marca da besta e adoraram a sua imagem (vs.18-21). Os inimigos de Cristo são cabalmente destruídos, mortos e lançados no inferno (vs. 20-21). Sendo assim, não resta nenhum opositor vivo e nenhum foco de resistência há para ser domado com “cetro de ferro”. O cetro de ferro, símbolo do poder de Jesus, é usado para subjugar os inimigos nesta batalha final contra todos os inimigos de Deus a fim de que o Reino se estabeleça em sua plenitude. A partir daí, o uso dele nem se fará mais necessário, visto que os adversários foram totalmente destruídos, não sobrando nenhum para opor-se ao Reino de Cristo.
    Veja que já estou começando a responder a sua segunda pergunta. Aproveito aqui para apontar a falácia da interpretação premilenista que diz que o capítulo 19 descreve a Sengunda Vinda e o capítulo 20 descreve o Reino milenar de Cristo na Terra. Pois isto seria impossível, visto que o capítulo 19 descreve a destruição de todos os inimigos de Deus, incluindo reis e nações, de modo que não restariam nações para serem governadas por Cristo. Todos os ímpios já teriam sido mortos. Portanto, não faz nenhum sentido interpretar que os eventos dos capítulos 19 e 20 estão em ordem cronológica. O correto é vê-los como descrevendo a mesma visão do futuro só que de ângulos diferentes para que possamos ter uma melhor idéia do quadro todo. Uma interpretação cronológica literal de Apocalipse levaria a uma conclusão absurda de que Jesus reinaria no capítulo 20 sobre nações já totalmente destruídas no capítulo 19, que no final do milênio, teriam ainda a coragem de se juntar para fazer guerra com armas materiais contra o Cristo ressurreto e seus discípulos já revestidos de corpos imortais que não podem sofrer dano algum (Ap 20.8). O melhor mesmo é entender que as batalhas descritas nos capítulos 19 e 20 são referências a mesma batalha final que relata o triunfo definitivo de Cristo sobre todos os seus inimigos, que se dará no dia da Sua Segunda Vinda, quando todo joelho se dobrará e toda lingua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, sucederá então o juízo final e o novo céu e a nova terra, Jerusalém Celestial!

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  5. ... Se todos nós somos iluminados pelo Espírito que nos revela a Sua Palavra que é a Verdade, pq estamos criando em n/ mentes limitadas, tantas controvérsias?

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  6. Caro Edson Nascimento,

    Iluminação não é o mesmo que inspiração, no sentido bíblico daquela “influência sobrenatural exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores sacros, em virtude da qual seus escritos conseguem veracidade divina, e constituem suficiente e infalível regra de fé e prática”. Por isto é que existem divergências teológicas.


    A boa hermenêutica busca chegar ao sentido claro do texto com a ajuda do Espírito Santo. O Espírito Santo inspirou a Bíblia, por isto mesmo, Ele honra a Bíblia, fala pela Bíblia e é reconhecido pela Sua harmonia com ela.

    O Espírito Santo nos orienta através dos recursos da hermenêutica. Devemos ser diligentes no estudo, nos valendo de todos os recursos hermenêuticos disponíveis, fazendo isto em espírito de oração, como dizia Lutero, oremos como se tudo dependesse de Deus e trabalhemos como se tudo dependesse de nós mesmos.

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    1. Sensacional resposta Bispo Hildo Mello: A SABEDORIA QUE ALTO VEM... como descrito em TG .

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  7. Bispo e leitores,
    Quando a Biblia diz: “Agora é o juizo deste mundo” (Jo 12:31), creio que a Palavra de Deus está dizendo que, atraves da pregaçao do Evangelho, o diabo, a partir do ministerio de Jesus Cristo, esta sendo, paulatinamente, amarrado na vida dos que creem e expulso das suas habitaçoes (os coraçoes dos homens).
    A partir de Cristo, aquele que acredita na mensagem do Evangelho tem os seus olhos abertos e se converte do poder de Satanás a Deus, tornando-se um templo do Espirito Santo (At 26:18). Aquele que nao acredita, por sua vez, recebe a condenaçao, pois amou mais as trevas do que a luz (Jo 3:18-19).
    Com isso, a expressao “E vi tronos e se assentaram a quem foi dado o poder de julgar” (Ap 20:4)parece estar falando, mais propriamente, do tempo presente, quando, em vida, os santos exercem o reinado e sacerdocio santo, com vara de ferro (Ap 5:9-10).
    Além de reinar, os crentes tambem participam, em vida, como corpo de Cristo e ministros do Evangelho, do juizo, citado em Jo 12:31.
    Creio ser essa a real interpretaçao de Ap 20:4, sendo improvavel a existencia de uma entidade fora do corpo que supostamente estaria reinando no ceu, ainda que para Deus todos vivam (Lc 20:38).
    (continua...)

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    1. Excelente comentário, também penso exatamente assim. É Maravilhoso ter a oportunidade de ver Cristo Reinando entre todos os povos línguas e nações DURANTE ESTE TEMPO ENTRE A PRIMEIRA VINDA ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS.

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  8. (Continuaçao...)

    Outrossim, sendo um livro simbolico, Apocalipse parece nos revelar que a expressao “E a cada uma (das almas) foi dada uma cumprida veste branca...” (Ap 6:11) nao passa de um simbolismo, pois parece contraditorio achar que espiritos desencarnados necessitassem de vestes, ou mesmo pudessem se assentar em tronos para julgar ou reinar no céu (Ap 20:4).
    Salvo erro, essas afirmaçoes parecem ser semelhnates às palavra ditas por Deus quando citou o sangue de Abel, clamando a Ele por justiça (Gn 4:10).
    A Bíblia diz que ninguém ainda subiu ao céu, nem mesmo o rei Davi (At 2:34), mostrando-nos que os textos bíblicos estão centrados na SEGUNDA RESSURREIÇÃO (a ressurreição física), a grande apoteose da história humana na terra e o momento em que o próprio apóstolo Paulo, por exemplo, esperava receber o tão esperado prêmio (2 Tm 4:8).
    Diversas passagens nos garantem que a morte é o pior dos castigos e o grande vilão a ser vencido naquele grande dia (1 Co 15:26), exatamente porque representa o fim de todas coisas para os que haviam sido criados para ser eternos.
    Se a morte fosse apenas uma passagem para pré-castigos e pré-coroações não haveria necessidade de julgamento e nem mesmo de ressurreição, dando-se, inclusive, sustentação para uma série de doutrinas heréticas, assim como para a teoria mentirosa do próprio diabo, que disse a Eva que ela não iria morrer se ela obedecesse a sua voz (Gn 3:4).
    Se entendermos que a morte é apenas uma passagem, tenho por mim que não houve, de fato, um real castigo pela desobediência de Adão, mas, sim, um prêmio, pois assentar-se em um trono, no céu, e reinar com Deus, parece ser bem melhor do que viver “preso” neste corpo de carne (doutrina grega).
    O próprio Deus classifica o homem como pó (Gn 3:19) e não como possuindo uma entidade presa pelo corpo, o que consiste, a meu ver, uma heresia grega que ganhou espaço entre os judeus e cristãos, levando-os ao paganismo e à diminuição do imensurável valor da morte e ressurreição de Cristo.

    (Continua...)

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    Respostas
    1. SENSACIONAL!!!
      Vc é um MORTALISTA AMILENISTA
      EU TAMBÉM

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  9. (Continuaçao...)

    A Bíblia mostra que o grande troféu dos crentes é exatamente a ressurreição, uma vez que a morte é a extinção da vida, pois está dito que, no sepulcro (na morte), não há mais condição de se louvor a Deus:
    1 - Comprovações bíblicas da total inconsciência apos a morte: Sl 115:17; Ec 9:5,6,10; Sl 94:17; Jò 14:12,21; 2 Re 22:20; Sl 6:5; Sl 146:4; Sl 88:10-12; Is 38:18,19.
    2 - Comprovações bíblicas do SONO DA MORTE (uma simbologia para a morte): Sl 13:3; Sl 76:5,6; At 7:60; Jr 51:57; 1 Ts 4:13; Jo 11:11-14; Jò 14:12,21; Jò 3:11,13.
    Por isso, creio que o melhor entendimento para Ap 20:4 é considerar que se trata simplesmente de uma visão consoladora que Deus deu a João, mostrando-nos que os crentes já reinam em vida, assentados nos lugares celestiais (juntamente com Cristo), e devem guardar no coração a promessa de que naquele grande Dia, ao ressuscitar, julgarão o mundo.
    Aliás, esse tipo de mensagem consoladora fez parte da vida do próprio Filho de Deus, o qual foi consolado, em vida, por anjos, num momento de grande angústia (Lc 22:43) e guardou, no coração, a promessa das Escrituras de que, pelo gozo que lhe estava proposto (Hb 12:2), traria a incorrupção aos que cressem n´Ele (Is 53:10-11), tendo sido ouvido, pelo Pai, naquilo que temia: o terrível inimigo que era a morte, o fim de todas as coisas (Hb 5:7).
    Quando Jesus disse ao ladrão da cruz que, naquele mesmo dia, ele estaria no paraíso, creio que Jesus estava nos revelando que o sono da morte, sob o ponto de vista divino, é um abrir e fechar de olhos. Ou seja, ao morrer, deixamos a dimensão de tempo e espaço e mergulhamos num eterno agora, o tempo de Deus, de tal sorte que, na ressurreição do último Dia, acordaremos todos juntos, no mesmo instante, para o juízo final (Hb 9:27).
    Por isso, creio se tratar de um erro formular doutrina em cima de um livro ou passagem alegórica, e, muito menos, em cima de parábolas que trazem apenas lições morais, sendo incongruente, por exemplo, achar que Deus louvaria um mordomo infiel (Lc 16:8-9) ou que Ele desejaria que alguém cortasse a mão por causa de um pecado (Mt 5:30).
    Deus vos abençoe e parabéns pelo texto, Bispo.

    Ass: Rodrigues

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  10. Nos dias de Cristo, muitos escribas e fariseus estudiosos nao entenderam o carater do Reino de Deus (que estava entre eles), pelo fato dele nao ter vindo com aparencia exterior. Da mesma forma, me parece que, nos tempos presentes, milhoes de crentes ainda nao conseguiram alcançar a sublimidade e a sutilidade desse REINO.
    Talvez por causa disso é quem tem surgido teologias estranhas às Escrituras Sagradas, tais como a Teologia da Missao Integral, a Teologia da Prosperidade e o Dispensacionalismo, os quais tratam de um reino deste mundo (com aparencia exterior).
    Tenho visto que, ainda que muitos leiam, na Biblia, a afirmaçao de que os crentes jà foram feitos REIS E SACERDOTES, e que, juntamente com Cristo, exercem juizo sobre as naçoes, com a vara de ferro de suas bocas (Sl 2:8-9, Ap 2:27 e Ap 12:5), ainda assim grande parte procura, de uma forma ou de outra, agarrar-se a uma possibilidade de evitar qualquer tipo de sofrimento e de nao passar pela morte, como se significassem derrota.
    Ou seja, apesar de uma tao grande nuvem de testemunhas, de pessoas que perderam suas vidas por amor à Palavra de Deus, os crentes, dando lugar à carne, relutam em agarrar em algo aparente, como que querendo uma certa gloria deste mundo.
    Finalizo minha fala, repetindo as Palavras do Mestre: “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt 16:23).
    Indico o seguinte texto: https://prrogeriobarros.wordpress.com/2009/08/24/o-carater-do-reino-de-deus/#comment-135

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  11. Segue uma palhinha sobre as bençoes do sofrimento na vida do crente, algo que aparentemente pode representar uma derrota na vida daquele que acredita em Deus:
    http://prdanielsampaio.blogspot.com.br/2012/09/o-sofrimento-como-uma-bencao-de-deus.html?showComment=1451850091036#c4122986813022126639
    Por isso que o Reino de Deus nao é deste mundo e nao pode ser entendido pela mente natural, mas somente por aquele que possui a mente de Cristo.

    Ass: Rodrigues

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  12. Queridos,
    Olhem sò o carater do Reino de Deus, que nao veio com aparencia exterior:
    1 - A Biblia diz que Jesus nos batizaria com Espirito Santo e com FOGO, ou seja, o fogo da prova (Mt 3:11);
    2 - Jesus disse que, no mundo, teriamos afliçoes (Jo 16:33) e que as teriamos que vencer, significando que a vida crista seria um combate entre a carne e o Espirito, e uma luta do coraçao e da mente contra as hostes espirituais da maldade;
    3 - Jesus disse que todos que piamente querem viver em Cristo padecerao perseguiçoes (2 Tm 3:12);
    4 - O Espirito Santo nos orienta a termos gozo quando cairmos em tentaçao, pois, depois de provados, receberemos a coroa da vida (Tg 1:12);
    5 - O Espirito Santo disse que importava e era necessario que os crentes estivessem contristados com varias tentaçoes, pois assim como o ouro é provado no fogo, assim deveria ocorrer com os tais (1 Pe 1:6-7 e Ml 3:3);
    6 - O Espirito Santo nos mostra a razao desse combate: pelo fogo é que se prova a obra de cada um (1 Co 1:13);
    7 - Deus nos determina que estejamos alegres e glorifiquemos a Deus por sermos participantes das afliçoes de Cristo, dizendo que somos bem-aventurados se formos vituperados por essa causa (1 Pe 4:13,14,16);
    Por isso, aqueles que esperam e buscam a gloria deste mundo, um reinado terreno, ainda nao entenderam a Obra de Deus, exatamente como ocorreu com Joao e Tiago, antes de suas conversoes, os quais achavam que Jesus falava de um reino terreno, por isso desejavam tronos materiais (Mc 10:35). Todavia, Jesus lhes ofereceu um assento em lugares celestiais (Ef 2:6), para que, por meio do Evangelho, seja feito o juizo deste mundo (Joao 12:31, Joao 3:18-19 e Mt 19:28).
    Assim como o diabo nao cogita das coisas de Deus, mas somente das que sao dos homens (Mateus 16:23), aquele que nao tem a mente de Cristo nao pode entender o sentido do Reino de Deus, o qual se aperfeiçoa na fraqueza humana e se manifesta em vasos de barro, em meio a um deserto, como peregrinos e forasteiros.

    Ass: Rodrigues

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  13. Correçao no meu texto acima: ao inves de "sutilidade", leia-se "sutileza".

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  14. Romanos 5:17 nos mostra que aqueles que receberam a abundancia da graça e o dom de serem declarados justos, pelo sangue do cordeiro, jà reinam EM VIDA por Jesus Cristo e estao assentados em tronos (como reis) nos lugares celestiais.
    Os tais receberam autoridade sobre os espiritos imundos, podendo pisar serpentes e escorpioes, e trazem o selo do Espirito Santo para manifestar as armas desse Reino (2 Co 10:3-4):
    1 - O amor (Jo 13:35);
    2 - A humildade (Lc 22:24-26);
    3 - A simplicidade e a pureza(Mt 18:3);
    4 - A santidade (Mt 5:48);
    5 - O perdao (Mt 18:22);
    6 - A misericordia (Lc 6:36 e Mt 5:7);
    7 - A bondade (Ef 5:9);
    8 - A mansidao e a longanimidade (Ef 4:2 e Gl 5:22)
    Gloria a Deus, pois nos assentamos em tronos e combatemos o bom combate contra os principados e as potestades, contra o principe das trevas deste seculo e contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais!!!

    Ass: Rodrigues

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  15. A Paz Bispo. Como responder ao argumento de que o pré-milenismo histórico deve ser o mais correto porque é o mais antigo?

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