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segunda-feira, 14 de julho de 2025

A Prioridade do Cônjuge na Constituição Familiar

A Prioridade do Cônjuge na Constituição Familiar

Por Bispo Ildo Mello


Por que o casamento deve ter primazia sobre todos os outros vínculos familiares, inclusive com pais e filhos


Introdução


Vivemos em uma cultura onde os papéis familiares estão confusos. Por isso, é fundamental reafirmarmos os princípios que Deus estabeleceu para o lar. De acordo com as Escrituras, o casamento é a base da família, e a relação conjugal deve ser a prioridade máxima entre todos os relacionamentos humanos — sim, inclusive em relação aos pais e filhos.


Essa afirmação pode gerar dúvidas: o que significa "deixar pai e mãe"? A Bíblia estaria ensinando que devemos abandonar nossos pais? Absolutamente não. O que as Escrituras propõem é uma reorganização de prioridades, não abandono ou negligência.


Vamos examinar essa verdade de forma clara e pastoral.


1. O que realmente significa "deixar pai e mãe"?


O texto fundamental está em Gênesis:


"Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne"* (Gn 2.24, NAA).


Esta passagem não ordena o abandono dos pais nem quebra o mandamento de honrá-los (Êx 20.12). O termo "deixar" se refere à *transferência da centralidade* do vínculo familiar. Ou seja:


  • Deixar não é abandonar, mas reorganizar prioridades
  • Não é desonrar os pais, mas honrá-los de forma madura a partir de um novo núcleo familiar
  • É sair da dependência para assumir responsabilidade


O casamento marca o início de um novo lar, com nova autoridade espiritual, afetiva e prática. A relação com os pais continua, mas deixa de ser o eixo principal da vida. O casal assume juntos um novo compromisso que exige exclusividade, aliança e prioridade.


2. Um vínculo único: "uma só carne"

Quando se casam, marido e esposa se tornam, segundo Jesus, "uma só carne" (Mt 19.6). Esta é a união mais profunda possível entre dois seres humanos. Nenhuma outra relação é descrita nesses termos — nem mesmo entre pais e filhos.


Por isso, o relacionamento conjugal deve ocupar o primeiro lugar entre todos os afetos humanos. Isso significa priorizar o cônjuge:

  • Acima dos pais — porque uma nova família está sendo formada
  • Acima dos filhos — porque os filhos são fruto do amor conjugal e precisam da unidade dos pais para se sentirem seguros


Quando negligenciamos essa ordem de prioridades, criamos confusão, tensão e enfraquecemos a estrutura do lar.


3. Priorizar o cônjuge também abençoa os pais

Muitas pessoas resistem à ideia de que o cônjuge deve vir antes dos pais porque associam isso à ingratidão. Mas quando um filho ou filha deixa o lar para construir um casamento saudável, isso na verdade traz alegria e tranquilidade aos próprios pais.


Pais verdadeiramente amorosos não querem manter os filhos emocionalmente dependentes. Eles desejam vê-los amadurecendo e formando lares estáveis, cheios de amor e temor a Deus. Um casamento sólido é motivo de orgulho para os pais e pode se tornar um ponto de apoio futuro em sua velhice, como ensina 1 Timóteo 5.4:


"Aprendam primeiro a exercer piedade para com a própria família e a recompensar seus pais, pois isto é agradável diante de Deus."


Portanto, "deixar pai e mãe" no casamento faz parte do processo natural de amadurecimento. Isso não exclui cuidar deles com carinho, gratidão e responsabilidade, especialmente quando mais precisarem.


4. O bem dos filhos depende da prioridade conjugal

Aqui está um erro comum: muitos casais, mesmo entendendo que os pais não devem ser prioridade, acabam colocando os filhos nesse lugar central. Quando os filhos se tornam o centro do lar e o relacionamento conjugal é negligenciado, todos saem perdendo:

  • O casal se distancia emocionalmente
  • A intimidade é abandonada
  • Os filhos crescem com uma visão distorcida de amor, limites e autoridade


A melhor forma de amar os filhos é oferecer-lhes pais que se amam.** A unidade conjugal proporciona às crianças:

  • Segurança emocional
  • Estabilidade espiritual  
  • Um modelo saudável de masculinidade e feminilidade


5. A ordem divina fortalece toda a família

Seguir o princípio bíblico da prioridade conjugal não destrói os outros laços familiares — pelo contrário, os fortalece. Quando marido e esposa vivem em aliança, diálogo e harmonia, toda a família prospera. Os pais são honrados com maturidade, os filhos crescem em ambiente seguro, e Deus é glorificado.


Ignorar essa ordem gera lares desestruturados, conflitos entre gerações e filhos inseguros. Obedecê-la, por outro lado, produz bênçãos duradouras.


Conclusão

O cônjuge deve ser a pessoa mais importante no contexto familiar — esta é a ordem estabelecida por Deus. Isso não significa abandonar os pais nem desprezar os filhos, mas colocar cada relacionamento em seu devido lugar. 


No casamento, um novo vínculo é formado — "uma só carne" — que exige prioridade exclusiva, cuidado mútuo e compromisso de vida. Quando o cônjuge é priorizado, os pais se alegram, os filhos se sentem seguros, e o lar se torna um reflexo da vontade de Deus.


Que cada cristão compreenda e viva essa verdade com sabedoria, honra e amor — para a glória de Deus e edificação de sua casa.

sábado, 11 de maio de 2024

Homenagem às Mães Inspirada na História de Ana

Queridas mães,

Neste dia especial, desejamos homenageá-las através da inspiradora história de Ana, uma mulher de fé inabalável e amor maternal que transcende as páginas da Bíblia. 

Ana, inicialmente estéril, carregava em seu coração o peso de um desejo não realizado, mas nunca deixou de confiar em Deus. Sua oração fervorosa e sua entrega sincera são testemunhos do poder da fé e do amor.

Ana nos ensina que ser mãe vai além de gerar uma vida; é nutrir, cuidar e, acima de tudo, preparar os filhos para o mundo, mesmo quando isso significa deixá-los seguir seus próprios caminhos. 

Ela orou por um filho e, ao ser agraciada com Samuel, não hesitou em cumprir sua promessa, consagrando-o ao Senhor. Ana entendeu que seu filho pertencia a um propósito maior do que qualquer desejo pessoal.

Hoje, olhamos para vocês, mães, como reflexos modernos de Ana. Vocês, que amam profundamente, também enfrentam o desafio de preparar seus filhos para suas trajetórias de vida. 

Com amor e sacrifício, vocês os guiam, ensinam e, quando necessário, deixam-nos ir, sabendo que cada filho tem uma missão única neste mundo.

Como Ana, que vocês sejam exemplo de fé, esperança e amor incondicional. Em cada lágrima, em cada sorriso, em cada oração, que vocês possam fazer sua parte para moldar o futuro, deixando um legado que transcende o tempo.

Neste Dia das Mães, celebramos não apenas o amor que vocês dão, mas também a coragem de permitir que seus filhos voem, confiando na direção divina para suas vidas. Que vocês sejam sempre abençoadas, fortalecidas e inspiradas pela história de Ana, uma mãe que soube amar, esperar e, acima de tudo, confiar em Deus, consagrando a Ele os seus filhos.


Com carinho e gratidão, 

Bispo Ildo Mello

domingo, 12 de agosto de 2018

Quem foi o maior pai da história humana?



Quem foi o maior pai de toda a história?

Foi Abraão!

Por que?
Porque Abraão é pai dos árabes, dos midianitas, dos judeus e também de todos os cristãos. Pai da fé!
O nome de Abraão era originalmente Abrão, que significa: “o pai é exaltado”. Seus pais lhe deram este nome em honra ao deus pagão da lua, pois cultuavam a luz com os demais idólatras da cidade de Ur. Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17:5) como sinal de rompimento com as raízes pagãs. Outro motivo para a mudança do nome tem a ver com o seu novo significado: “pai de multidões”, de acordo com a promessa de Deus de que Abraão teria uma descendência inumerável. 25 anos se passaram até o cumprimento até o nascimento de seu filho Isaque. Durante este longo período de provação de sua fé, cada vez que alguém chamava o seu nome, ele podia se recordar da promessa. (Gn 11:30; 17:1-4, 17).

Além disso, ele foi um pai exemplar pelo amor e consideração a esposa, por sua fé, por sua obediência e por sua amizade com Deus.


  1. Foi um bom marido. Não foi um marido perfeito, mas, devemos lembrar que ele jamais desprezou sua esposa que, a princípio, era estéril, em uma época em que as mulheres estéreis eram desprezadas. Sara só veio a dar a luz milagrosamente com 90 anos de idade. 
  2. Sua fé e confiança na promessa e fidelidade de Deus. Creu contra a esperança. Hebreus 11 e Romanos 4. Sua fé foi provada por 25 anos, desde a promessa ao cumprimento e, posteriormente, quando Deus pede o sacrifício de Isaque. 
  3. A fé de Abraão era uma fé viva que o levou a obedecer ao mandamento extremo de Deus, crendo até mesmo que Deus era poderoso para ressuscitar a Isaque.
  4. Abraão foi chamado de “amigo de Deus”. “Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e Foi chamado amigo de Deus.”  (Tg 2.23–24 cf. 2Cr 20.7). 






quinta-feira, 26 de julho de 2018

Sobre o seguinte pronunciamento do Daniel Mastral a respeito da homossexualidade

Um membro da igreja perguntou a minha opinião sobre o seguinte pronunciamento do Daniel Mastral a respeito da homossexualidade: https://youtu.be/brGEqrNEgmI



Segue abaixo a minha resposta que espero possa ser de alguma utilidade para outros cristãos:



Concordo com o Mastral sobre nosso dever de tratarmos com amor, compaixão e respeito a todos os homossexuais. No entanto, também devemos entender que a vontade de Deus é a nossa santificação (Hb 12.14). E a Bíblia claramente afirma que a prática homossexual é pecaminosa (Gn 19.4-8; Lv 18.22; Rm 1.21-27; 1Co 6.9-10; 1Tm 1.8-11 e Jd 7). Não apenas através destes textos que falam dela de forma negativa, mas também através dos textos bíblicos que falam da criação do homem e da mulher e da instituição divina do casamento (Gn 1 e 2). Deus criou uma parceira sexual adequada para o homem, a mulher, e não outro homem ou um animal. E como é bela a descrição da criação da mulher: “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.21–24). Enquanto o homem foi feito do pó da terra, a mulher foi feita da costela de Adão. De modo que Adão exclamou: “esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne”! Por isso é que se diz que marido e mulher formam “uma só carne”! Isto é mais que uma união, é uma espécie de reunião! Marido e mulher se unem sexualmente, consumando, assim, o seu amor, podendo também gerarem filhos, tudo isto segundo o maravilhoso plano de Deus! O Senhor Jesus Cristo reafirmou que Deus criou macho e fêmea e sacramentou o casamento heterossexual quando disse: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19.4–6). Sendo assim, nenhum papa, bispo, padre, rabino, pastor ou profeta tem autoridade para relativizar isto, para ensinar o contrário, nem mesmo sob o pretexto do amor e da tolerância.

É correto dizer que Deus é amor, mas o Mastral acabou indo longe de mais ao afirmar que: “Deus não é um deus que pune”. Creio que tal frase foi uma infelicidade da parte dele, pois, neste mesmo vídeo, ele chega a reconhecer que Deus não é só amor, mas também justiça, e que haverá Juízo Final onde muitos serão condenados.

Quanto ao comentário dele sobre Raabe, é bom deixar claro que ela está entre os heróis da fé porque agiu com fé e deixou de ser prostituta e não na condição de prostituta como ele pareceu sugerir. Sobre a necessidade de arrependimento e mudança de atitude, lembremos que Jesus, embora tenha sido misericordioso com a mulher pega em adultério, disse a ela: “vá e não peques mais” (Jo 8.11). A respeito de sua missão, Jesus declarou: “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.” (Lc 5.32).

Concordo quando ele ataca a hipocrisia daqueles que condenam a homossexualidade enquanto praticam toda sorte de pecados. Mas, o conselho de Jesus não é para que cada um fique na sua, mas para que cada um remova a trave do seu próprio olho para poder enxergar bem a fim de ajudar o próximo a remover o argueiro que estiver em seu olho. “Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.” (Lc 6.42). Devemos abandonar o pecado e não nos conformarmos com ele (Mc 9.43).

Repare que ele utiliza versos bíblicos sobre o perigo de julgarmos uns aos outros, para dizer que não se deve julgar os gays, mas, contraditoriamente, ele passa a julgar e a condenar ao inferno uma série de pecadores, tais como os hipócritas, os ladrões, os mentirosos, os hereges e adúlteros.

Ele conclui dizendo que não vê pecado na união de casais gays, desde que ambos tenham nascido na condição de gays, sejam monogâmicos e fiéis um ao outro. Ele termina condenando ao inferno outras espécies de pecadores e isentando os homossexuais que nasceram assim baseado na suposição de que houve mutações genéticas a partir da década de 50 por conta da alimentação, etc. e argumentando também a lista dos pecadores que irão para o inferno que encontramos em Apocalipse 22.15, não inclui os homossexuais, sendo, portanto, diferente da de Paulo em 1 Coríntios 6.9-11, que diz: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” Ele diz que devemos desconsiderar a lista de Paulo, aceitando apenas a de Apocalipse, porque Deus, na sua onisciência, excluiu os sodomitas da lista sabedor que na década de 1950 haveria o surgimento de uma substância química que promoveria o nascimento de pessoas naturalmente homossexuais. Então, segundo ele, a lista de Paulo esteve em vigor até 1950, sendo que, a partir daí, entrou em vigor apenas aquele que encontramos no Apocalipse. Por razões evidentes, tal argumento não é plausível. A diferença entre as duas listas não diz respeito somente aos homossexuais. A segunda lista deixa de fora também os injustos, os adúlteros, os ladrões, os avarentos e os maldizentes. Nem uma das duas listas pretende ser exaustiva e completa.

Tais pesquisas científicas sobre a existência ou não de um gene gay ainda são motivo de muita controvérsia. Não sendo, portanto, possível fazermos afirmações categóricas a este respeito, nem muito menos, teologia a partir daí. Além do mais, suponhamos que uma pesquisa científica venha, um dia, a concluir que mutações genéticas começaram a fazer com que pessoas nasçam com um gene pedófilo, neste caso, teríamos também que aceitar que elas se comportem de acordo com a sua natureza? 



Compartilho da compaixão dele por aquele garoto de 10 anos de idade que desde os cinco se sente uma menina presa em um corpo de menino. Embora, acredite que isto tem a ver com algo relacionado a sua educação familiar. Os primeiros cinco anos de vida são fundamentais para a definição da identidade sexual de todo e qualquer indivíduo. Sejamos sensíveis ao drama e as dificuldades de crianças, jovens e adultos que vivem estes conflitos tão tremendos. Que o nosso olhar e atitude sejam de muita compaixão, amor e respeito para com eles. E que nossas atitudes contribuam para que eles se aproximem de Deus e da Igreja e não o contrário como, infelizmente, vem acontecendo com frequência. Que eles possam sentir o amor de Deus a partir de nossas palavras e ações. Deus os ama e os convida a experimentarem uma nova vida em Cristo. Todos nós, heteros e homossexuais, pertencemos a uma humanidade caída em pecado (Rm 3.23). Mas a graça de Deus se manifestou salvadora a todas as pessoas do mundo (Tt 2.11; Jo 3.16), promovendo perdão (Jo 1.29; 1Jo 1.9) e restauração da imagem de Deus que ficou tão maculada pelo pecado (Cl 3.10 veja também Gn 1.27).

Todos nós, seres humanos, estamos rodeados de fraquezas e carecemos muito da misericórdia de Deus. Que bom saber que podemos contar com a compaixão e ajuda de Cristo em toda e qualquer situação: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hb 4.14–16).



Em amor,
Bispo José Ildo Swartele de Mello

domingo, 14 de maio de 2017

Tenho o privilégio de ter duas mães. Explico…

Em 1962, aquela que seria minha irmã mais velha acabou falecendo durante o parto. Imagine o que não foi para minha mãe regressar para casa e ainda ter que contemplar o berço que com tanto carinho havia sido montado para acolher a sua tão esperada filha. Foi aí que sua vizinha, Vicência, que também era a sua melhor amiga, pegou sua filhinha, que tinha poucos meses de vida e que era carinhosamente chamada de Naninha, e a colocou no colo de minha mãe e disse: “Frieda, não fica assim tão triste, pois a Naninha, a partir de agora, é sua filha também”.

Minha mãe voltou a engravidar. Meses depois do meu nascimento, a Naninha ficou gravemente enferma e veio a falecer. E, para piorar ainda mais a situação, Vicência não podia mais engravidar. Então, foi a vez de minha mãe visitá-la e me colocar em seus braços, e dizer a ela: “Querida amiga, não fica assim tão triste, pois, a partir de agora, esse também será seu filho”

Assim foi que passei a ter duas preciosas e amadas mães, uma natural e outra do coração, uma branca e outra negra, uma protestante e outra católica. Como éramos vizinhos de cerca, convivi diariamente com as duas! Ambas mulheres de fibra e de caráter irrepreensível. Elas me ensinaram a ter fé em Cristo e a amar a Deus e ao próximo.

Vicência era a melhor catequista de Cidade Ademar, tanto que, certa vez, o próprio Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns foi visitá-la em reconhecimento de seu significativo trabalho. Devido à influência dela, cheguei a fazer o catecismo e a primeira comunhão, e, por outro lado, devido à poderosa influência da minha mãe Frieda, frequentei também a Escola Dominical e os cultos da Igreja Metodista Livre. Na juventude, acabei optando por me tornar metodista livre, por concluir que as doutrinas protestantes estavam mais de acordo com os ensinos bíblicos.

Hoje, quero prestar esta singela homenagem a estas duas queridas mães, agradecendo a Deus por suas vidas, pelo seu amor, por sua honestidade e por todo bem que sempre me fizeram e ainda me fazem. Que privilégio ter mães abençoadas e abençoadoras!

Feliz dia das mães!

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Eunice, sobretudo, mãe!


Como diz o ditado, “por traz de um grande homem, existe sempre uma grande mulher”, Timóteo, um dos principais líderes cristãos da Igreja Primitiva, foi profunda e positivamente influenciado pela fé e ensino de sua mãe. Seu pai era pagão, um grego, cujo nome não é mencionado, e nada é dito sobre sua fé ou influência. Vemos que uma mãe santa é suficientemente capaz de santificar seus filhos, como disse o Apóstolo Paulo: “e, se uma mulher tem marido descrente, e ele se dispõe a viver com ela, não se divorcie dele. Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são santos.” (1Co 7.13-14).

O poder de influência de uma mãe consagrada ao Senhor também se vê na família de Suzana Wesley, seu esposo tinha problemas com a bebida e com o jogo, mas nenhum dos seus 19 filhos tornou-se bêbado ou jogador, pelo contrário, dentre seus filhos destacam-se João Wesley, pai do metodismo e Carlos Wesley, um dos maiores compositores cristãos de todos os tempos!

A Bíblia destaca duas virtudes de Eunice como mãe:

  1. Em primeiro lugar, sua fé não fingida (2Tm 1.5). Ela era uma mãe integra e exemplar. Sua fé não era da boca pra fora. Ela realmente vivia de acordo com a fé que professava. Isto teve um poderoso impacto sobre a fé de seu filho Timóteo que futuramente virá a ser um dos gigantes da fé!
  2. Eunice foi uma zelosa educadora cristã (2Tm 3.15). Ela assumiu a responsabilidade de ensinar as Sagradas Escrituras ao seu filho, desde a mais tenra idade dele. Ela fez tudo o que estava ao seu alcance para treinar Timóteo no temor de Deus. Seu nome Timóteo - escolhido evidentemente não pelo pai, mas por Eunice - significa "aquele que teme a Deus". A "sabedoria" dos hebreus consistia no temor do Senhor (Sl 111:10 e Pv 9.10).

Ressalta-se assim o fundamental papel das mães na formação de seus filhos para o bem estar de toda a sociedade, como falou Abraão Lincoln; “as mãos que embalam o berço, dirigem o mundo”!

Bispo Ildo Mello

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Como crianças obedientes

Como filhos obedientes

Por Dr. John Oswalt

“Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: ‘Sede santos, porque eu sou santo.’” (1Pe 1.14–16).

"O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (1Ts 5.23–24).

Há três pensamentos que captam minha atenção quando olho para os três versículos de 1 Pedro. Vamos olhar para eles em ordem inversa. Primeiro, "está escrito." Escrito onde? Bem, Pedro está citando o livro de Levíticos do Antigo Testamento, onde o mesmo mandamento aparece nessas palavras em quatro ocasiões distintas (11:44-45; 19:2; 20:7, 26). Javé está falando no contexto da Aliança; Se você estabelece uma aliança com um grande rei, você deve fazer o que ele diz. Mas isso aqui é mais do que simplesmente fazer o que ele diz; É ser o que é e fazer o que faz. Muito chocante.

A segunda coisa que observo aqui é a afirmação "seja santo em tudo o que fizerem". Alguns teólogos cristãos contemporâneos nos dizem que a santidade não é um tipo particular de comportamento, mas apenas uma condição: você pertence a Deus e é separado para seu uso, como um vaso no templo. Mas isso não é o que Pedro diz, não é mesmo? Ele diz que a santidade é uma maneira de agir. Isso corresponde perfeitamente a Levítico 19. O capítulo começa com o mandamento de sermos santos, e o resto do capítulo, começa com um mandamento para honrar nossos pais, é uma série de mandamentos para fazer ou deixar de fazer certas coisas. Curiosamente, os tópicos são todos misturados, sem qualquer organização clara, e eles cobrem toda a gama da existência humana. Seja santo em tudo o que faz.

Agora, vamos a terceira e mais importante observação. Por que Deus tem que nos mandar ser santos? Por que não é algo que fazemos normalmente? Por causa dos “maus desejos." Mas o que são eles? A questão fica clara quando olhamos para os mandamentos de Levítico 19. O que todos eles têm em comum? Todos eles são orientados as outras pessoas. Ser santo é estar focado no bem-estar dos outros, assim como nosso Deus está supremamente focado. Mas, nossos “maus desejos" e os desejos do mundo em que vivemos estão focados diretamente na direção oposta - sobre nós mesmos. Estamos focados para dentro, não para fora. Então Deus quer mudar nossa orientação. Que pensamento! Mas isso não é algo que podemos fazer por nós mesmos. Ela tem que acontecer por meio do poder do Espírito de Cristo que vive em nós. O que temos de fazer, e é aí que entra em cena o mandamento, é dar-lhe permissão para fazer isso (o que não é necessariamente uma decisão fácil a ser tomada), e temos que acreditar que Deus fará isso. Mas se fizermos nossa parte, então, como Paulo diz, Deus é absolutamente fiel para fazer sua parte.


Traduzido por José Ildo Mello, texto original em inglês: http://calledtobeholy.net/2016/10/as-obedient-children-2/

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Namoro cristão: 10 dicas para encontrar a pessoa certa!

  1. Busque o Reino de Deus em primeiro lugar (Mt 6.33; Pv 19.14). Pois temos a promessa de que as demais coisas nos serão acrescentadas! "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará" (Sl 37.5). Jesus definiu qual deve ser a prioridade de nossa busca. Feito isto, estamos equipados para as demais buscas da vida. Posso testemunhar que, quando decidi me consagrar ao Senhor, foi que eu conheci a Cristina! 
  2. Busque valorizar-se adequadamente (Mt 22.39; Ef 5.28). Jesus ensina que devemos amar o próximo assim como amamos a nós mesmos. Portanto, devemos amar devidamente a nós mesmos. Quando não conseguimos apreciar nosso valor acabamos dando lugar a uma série de coisas malignas que irão estorvar nossos relacionamentos sociais. Deus te ama e te dá valor!
  3. Busque uma pessoa que tema o Senhor, de bom caráter e que te aproxime mais de Deus (Pv 1.7; 14.27; 22.1; 2 Co 6.14; Gl 5.22-23). Cuidado, pois há muitos cristãos nominais, procure alguém que manifeste os frutos do Espírito.
  4. Busque em lugares certos. Há muitos riscos em buscar relacionamentos através da internet e baladas, por exemplo.
  5. Busque estabelecer amizade para conhecer a pessoa antes de mais de nada (Pv 8.12; 21.5; 1 Co 8.2).
  6. Busque uma pessoa que trate bem seus familiares (1Tm 5.8; 2Tm 3.1-5).
  7. Busque uma pessoa trabalhadora e responsável (Pv 13.4; 15.19; 19.15;  21.25; 31.15, 17 e 27).
  8. Busque uma pessoa que administre bem suas finanças (Gn 39.1-6; 41.33-39; Pv 12.27; 22.3; 31.18; Mt 24.45).
  9. Busque uma pessoa por quem você nutra admiração (Ct 2.2-3; 6.4; Pv 31.28-30).
  10. Busque uma pessoa que tenha afinidade com você. Pois, se por um lado, os opostos se atraem, por outro, eles também não se entendem. No passado, o relacionamento amoroso era visto como algo do tipo "tampa e panela", no entanto, hoje em dia, tem mais chance de felicidade o do tipo "almas gêmeas". A idéia de duas metades que complementam uma a outra deu lugar ao conceito de dois inteiros que interagem e se unem em amor. No passado, a mulher era mais submissa, enquanto que, atualmente, as decisões são mais igualmente partilhadas. Homens e mulheres também estão vivendo mais e tendo também mais tempo para passeios e férias.  Portanto, quanto mais gostos e interesses em comum, melhor para a harmonia do casal.
Bispo José Ildo Swartele de Mello

sábado, 10 de maio de 2014

Poesia para o dia das mães

Honra teus pais



Honra teus pais enquanto vivos,
honra-lhes o nome por onde fores;
se lhes negas filial afeto,
não vás ao túmulo levando flores.

Tu és semente que germinou
no ventre, sugando-lhe energias;
foste crescendo macerando os seios
que te saciavam ao passar dos dias.

Tu és deles a continuação da vida,
suas lembranças da áurea mocidade
alegrando-lhes o esvaecer da vida,
suavizando-lhes o peso da idade.

Mostra-lhes, pois, o mais sincero amor,
sem fingimento vil da hipocrisia.
Nada vale o calor de muitas lágrimas
sobre a lousa da mortalha fria.

Poesia de José Alves do Carmo
Extraída do Livro de Rimas e Rumos

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Além do horizonte

Era madrugada do dia 14 de junho de 87, quando acordei com meu pai batendo à porta de nossa casa para avisar que minha avó estava prestes a dar o último suspiro. Como morávamos bem perto, Cristina e eu nos levantamos e fomos imediatamente na direção da casa dela a fim de vê-la. Quando chegamos lá, ela já havia falecido. Ali encontramos minha mãe, os meus irmãos e os meus tios Bubi, Ana e Joel que estavam serenos, num silêncio contemplativo. Afinal de contas, minha avó Rosa havia servido ao Senhor Jesus por toda a sua vida com muito amor e inabalável confiança nas Sagradas Escrituras. Era um momento solene de despedida, recheado de doces lembranças, como também de íntima reflexão sobre o significado da vida, o drama da morte e a esperança de vida eterna em Cristo Jesus.

Passado um tempo, meus pais e meus irmãos se retiraram para cuidarem dos trâmites do enterro e minha mãe e meus tios Bubi e Ana saíram para o quintal. Cristina e eu também deixamos o quarto para prepararmos um café, de modo que, apenas o meu tio Joel ficou ali ao lado do corpo da minha avó. De repente, quando estávamos na cozinha, percebemos que meu tio ligara um rádio. Achamos aquilo impróprio para a ocasião, tanto que pensei em me dirigir ao quarto para, com jeito, solicitar a ele que desligasse o rádio. Mas, foi aí que eu fiquei ainda mais surpreso, ao notar que a canção que estava tocando era aquela do Roberto Carlos que diz: "Além do horizonte deve ter algum lugar bonito pra viver em paz, onde eu possa encontrar a natureza, alegria e felicidade com certeza...". Pois, mesmo ciente de se tratar de uma canção romântica, tais versos serviram para mim como uma voz profética apontando para o estado de beleza e felicidade que há no Paraíso Celestial em que minha avó agora se encontrava. Sabe, parece que o meu tio também entendeu assim, tanto que, após ouvir este trecho da canção, ele, de maneira espontânea e respeitosa, desligou o rádio! Entendemos aquilo como um sinal divino. Deus transformou algo irreverente e inadequado em algo condizente com a ocasião e com a memória de alguém que viveu para Deus. Uma confirmação também de que além do horizonte existe realmente um lugar para os que confiam em Jesus!

Bispo Ildo Mello

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma pessoa divorciada precisa amar mais seus filhos do que odeia seu ex-cônjuge.

O divórcio não traz solução, pois gera inúmeros outros problemas. Ele produz inúmeras feridas difíceis de cicatrizar na vida de todos os envolvidos, principalmente dos filhos, que são suas maiores vítimas.

Uma pessoa divorciada precisa amar mais seus filhos do que odeia seu ex-cônjuge. Não contamine seus filhos com os seus ressentimentos. Não jogue seus filhos contra o seu ex-cônjuge, pelo contrário, colabore para que eles amem e respeitem o seu ex-cônjuge como pai ou mãe. Deixe claro para seus filhos que eles não são a causa da separação. Dedique tempo para estar com seus filhos, demonstrando amor e cuidado. 

Não fique remoendo o passado, reconheça os seus erros, confesse-os a Deus, receba o perdão e a orientação de Cristo, aprenda a lição, erga a cabeça e olhe para frente, pois, em Deus, temos muita vida e esperança. Tais medidas não resolvem a questão, mas ajudam a minimizar os danos e permitem um novo começar.


Bispo José Ildo Swartele de Mello

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O poder de uma mãe


As mães representam o grupo humano mais influente sobre a terra, mais até do que o dos próprios governantes, pois estes mesmos passaram o mais importante período de formação de seu caráter debaixo da impactante influência materna que é potencializada pelo inestimável elo afetivo existente entre mães e filhos.

O Apóstolo Paulo ressalta o papel da mãe na formação de Timóteo, que tornou-se um destacado líder cristão. Que lições podemos aprender de Eunice, mãe de Timóteo? Quem era ela? Quais suas virtudes? Como foi que ela educou seu filho? O que ela ensinava a ele?

Educar é mais do que apontar o caminho correto, pois implica em dar o exemplo.
A transformação do mundo passa pelas mães.

Texto completo em: http://www.scribd.com/doc/93511538/O-poder-das-maes
O poder das mães

sábado, 5 de maio de 2012

Crescendo em Estatura, Sabedoria e Graça


Mensagem aos pais e crianças no décimo aniversário da Todo Mundo Feliz em 5 de Maio de 12 em Santo André expondo Lucas 2.52 que conta que o menino Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Um exemplo para todos nós!

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