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segunda-feira, 17 de março de 2025

As 10 Virtudes que Fizeram de José um Vencedor – Lições Poderosas para S...


10 virtudes que fizeram de José um vencedor

Por Bispo Ildo Mello


A história de José é fascinante e está repleta de lições para a vida de qualquer um de nós. Ele foi o filho predileto de Jacó (Gn 37:3), por ser o filho de sua amada Raquel (Gn 35:24). Certa vez, Deus deu a José um sonho (Gn 37:5), revelando-lhe que ele seria exaltado e ocuparia uma posição de grande autoridade. Porém, José cometeu a imprudência de compartilhar esse sonho com seus irmãos (Gn 37:5-8), que, tomados pela inveja, conspiraram contra ele, prenderam-no e o jogaram em um poço (Gn 37:19-24).

Ao invés de matá-lo, resolveram vendê-lo como escravo (Gn 37:26-28) e depois enganaram seu pai, Jacó, alegando que um animal selvagem havia tirado a vida de José (Gn 37:31-33). Assim começou a saga desse jovem, que acabaria indo parar na casa de Potifar, um oficial do Egito (Gn 39:1).

Mesmo como escravo, José conquistou a confiança de Potifar (Gn 39:2-6), pois era sábio, honesto e íntegro. Tudo parecia ir bem até que a esposa de Potifar passou a assediá-lo (Gn 39:7-12). José fugiu do pecado, mas, injustamente acusado, foi parar na prisão (Gn 39:20).

Na prisão, ele conheceu dois ex-funcionários do Faraó: o padeiro e o copeiro (Gn 40:1-4). Ambos tiveram sonhos, e José, com a ajuda de Deus, interpretou-os corretamente (Gn 40:5-22). O padeiro acabaria morto, mas o copeiro seria restituído ao seu cargo, e José pediu a ele que se lembrasse de sua situação diante do Faraó (Gn 40:14). Contudo, o copeiro se esqueceu de José (Gn 40:23), que continuou preso por vários anos.

Depois de treze anos de provações (Gn 37:2; 41:46), o Faraó teve um sonho intrigante (Gn 41:1-7) e ninguém conseguia interpretá-lo (Gn 41:8). Foi então que o copeiro se lembrou de José (Gn 41:9-13). Levaram José à presença do Faraó, e ele revelou que haveria sete anos de fartura e sete anos de escassez (Gn 41:14-32). Também aconselhou o Faraó a aproveitar os anos de abundância para se preparar para os anos de fome (Gn 41:33-36). Impressionado, o Faraó constituiu José como governador de todo o Egito (Gn 41:37-45).

Com a chegada da fome, os irmãos de José, que estavam em Canaã, souberam que havia mantimento no Egito (Gn 42:1-5). Eles foram até lá e se depararam com José (Gn 42:6-8), mas não o reconheceram, pois muito tempo havia se passado. Após alguns testes (Gn 42:9-25), José, em vez de se vingar, perdoou-os (Gn 45:1-15) e salvou toda a sua família (Gn 50:15-21). Era o mesmo jovem que, vendido como escravo, acabou se tornando o segundo homem mais poderoso do Egito, usado por Deus para salvar muitas vidas (Gn 45:5-7).

A seguir, vamos às 10 características (virtudes) que fizeram de José um vencedor extraordinário:


1. Visão

José recebeu de Deus um projeto para sua vida por meio de sonhos (Gn 37:5). Ele tinha consciência de que o Senhor o amava e de que havia planos maiores a cumprir. Essa visão encheu seu coração de esperança e o sustentou em momentos de adversidade.

2. Fé

Diante das promessas divinas, José teve fé inabalável. Ele confiou que as palavras de Deus não falhariam (Gn 37:6-7; 50:19-20). Mesmo quando as circunstâncias eram contrárias, José não desistiu, pois cria no cuidado e na provisão do Senhor.

3. Temor de Deus

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 9:10). José demonstrou isso ao fugir do pecado quando a esposa de Potifar tentou seduzi-lo (Gn 39:7-12). Ele sabia que Deus estava presente e respeitou a santidade do Senhor, mesmo sem ninguém por perto para testemunhar sua fidelidade.

4. Resiliência

Foram treze anos entre a escravidão e o cárcere (Gn 37:2; 41:46). Ainda adolescente, José enfrentou traição dos irmãos (Gn 37:28), falsas acusações (Gn 39:17-20) e esquecimento na prisão (Gn 40:23). Mesmo assim, permaneceu firme, crendo que Deus não o abandonaria.

5. Capacidade de Transformar Crise em Oportunidade

Em todas as situações difíceis, José buscou crescer. Na casa de Potifar, destacou-se até se tornar administrador (Gn 39:4). Na prisão, conquistou a confiança do carcereiro (Gn 39:21-23). Diante de Faraó, mostrou sabedoria e acabou sendo elevado à posição de governador (Gn 41:39-41).

6. Gratidão (Ausência de Murmuração)

Não há relato de José murmurando ou culpando Deus. Ele discerniu a mão divina em tudo e seguiu fazendo o bem (Gn 50:19-20). Essa atitude de ação de graças, mesmo na aflição, o manteve firme e confiante.

7. Não Buscar “Bodes Expiatórios”

José poderia ter passado a vida culpando seus irmãos, Potifar ou o copeiro. Porém, preferiu reconhecer a soberania de Deus sobre cada acontecimento (Gn 45:5-8). Ele não se fez de vítima; antes, seguiu adiante, confiante nos planos do Altíssimo.

8. Perdão e Misericórdia

Mesmo tendo motivos para se vingar, José abraçou seus irmãos e lhes perdoou as ofensas (Gn 45:4-15). Mais tarde, reiterou esse perdão e cuidou deles com generosidade (Gn 50:19-21). O rancor jamais encontrou espaço em seu coração.

9. Sabedoria

A sabedoria de José vinha de seu relacionamento com Deus (Gn 41:38-39). Ele administrou com excelência a casa de Potifar (Gn 39:4-6), a prisão (Gn 39:21-23) e, por fim, o Egito inteiro (Gn 41:40-44). Suas escolhas eram pautadas pelo temor do Senhor e resultavam em bênção.

10. Liderança Servidora

Quando se tornou governador, José não usou o poder para satisfazer interesses egoístas. Antes, colocou sua autoridade a serviço do bem comum, salvando o Egito da fome e cuidando da própria família (Gn 41:53-57; 45:5-7). Ele é um exemplo de líder que abençoa em vez de oprimir.


Perguntas para Reflexão e Aplicação

  1. Você tem buscado discernir o propósito de Deus para sua vida ou apenas quer que Ele abençoe os seus próprios planos?
  2. Como você reage quando as coisas não acontecem como espera?
  3. Você crê que o Senhor continua no controle, mesmo quando tudo parece conspirar contra você?
  4. Diante da tentação, você se lembra de que Deus está vendo? Seu caráter permanece íntegro mesmo quando ninguém está por perto?
  5. Você tem paciência para esperar o tempo de Deus ou tende a apressar as coisas do seu próprio jeito?
  6. Há alguém que você precise perdoar? O que o impede de liberar esse perdão agora?
  7. Como tem administrado os recursos (tempo, talentos, bens, dinheiro, posição de autoridade) que Deus lhe confiou?
  8. Você consegue enxergar como o Senhor pode transformar crises em oportunidades para cumprir Seu propósito na sua vida?
  9. Existe alguma área em que você tem se feito de vítima ou culpado outros pelos seus infortúnios?
  10. Está disposto a deixar Deus moldar seu coração para crescer em fé, esperança, caráter e sabedoria?

Que a inspiradora jornada de José nos motive a viver com visão, fé, temor de Deus, resiliência, gratidão, perdão e sabedoria. E que tudo isso resulte em um coração humilde que use a liderança — ou qualquer autoridade que receber — como serviço em prol do próximo, trazendo glória a Deus e bênção a muitos.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Biografia de Benjamin Titus Roberts – Fundador da Igreja Metodista Livre

Biografia de Benjamin Titus Roberts – Fundador da Igreja Metodista Livre

 


A Igreja Metodista Livre foi fundada em 1860, quando Benjamin Titus Roberts, um pastor da Igreja Metodista Episcopal, não pôde mais servir em conformidade com suas práticas. B.T. Roberts observou que nenhuma igreja deveria apoiar a escravidão, cobrar por assentos, impedir que as mulheres servissem plenamente e sufocar o movimento do Espírito Santo no culto público. Portanto, ele promoveu a liberdade para todas as pessoas, com a abolição da escravidão, assentos gratuitos em todas as casas de adoração, a plena participação das mulheres em todos os papéis na igreja, incluindo o ministério pastoral, e a liberdade para o Espírito Santo agir no culto público, segundo as diretrizes estabelecidas pelo Apóstolo Paulo em 1 Coríntios 14, para que tudo seja feito com ordem e decência, visando a glória de Deus e a edificação espiritual da igreja.

Benjamin Titus Roberts nasceu em 25 de julho de 1823, em Cattaraugus, Nova York, em uma família de cristãos devotos. Desde cedo, Roberts demonstrou uma capacidade notável para os estudos. Com apenas 16 anos, já era professor enquanto estudava Direito.

Um momento crucial em sua vida ocorreu quando sentiu o chamado de Cristo e decidiu render-se incondicionalmente. Esse compromisso trouxe paz e perdão à sua alma, inspirando-o a se preparar para o ministério. Roberts ingressou na Universidade Wesleyana em Middletown, Connecticut, onde experimentou um avivamento espiritual que solidificou ainda mais sua fé e vocação pastoral. Após se formar em 1848, ele conheceu Ellen Lots Stowe e os dois se casaram em maio de 1849, em uma cerimônia que contou com a presença de quatro bispos, refletindo a importância do evento.

Roberts começou seu ministério em Caryville, Nova York, onde, em seu primeiro ano, recebeu 40 novos membros na igreja. Seu primeiro sermão tinha como tema a pureza de coração, baseado em Mateus 5:8, e abordava a necessidade e possibilidade de se alcançar tal pureza. O sermão refletia sua convicção de que a pureza de coração era essencial para ver a Deus e motivava sua congregação a buscar essa pureza.

Ao longo de sua carreira, Roberts foi designado para várias igrejas. Em Pike, enfrentou uma congregação em declínio, mas perseverou e viu renovo ao final do ano. Durante um acampamento espiritual, ele teve uma visão clara de dois caminhos: um de popularidade e outro de pregação da verdade, mesmo com aflição e perseguição. Escolheu o último, reafirmando seu compromisso com a verdade. Em Rushford, um grande avivamento ocorreu sob sua liderança, revigorando a congregação.

Roberts foi ordenado presbítero e transferido para a Igreja Niagara Street em Buffalo, onde enfrentou desafios devido à apatia e carnalidade dos membros. Ele propôs eliminar as dívidas da igreja se os assentos fossem livres para todos, mas a congregação recusou, e o templo foi eventualmente vendido. Em Brockport, mais um avivamento ocorreu sob sua liderança.

Durante seu pastorado em Albion, Roberts publicou um artigo defendendo reformas na igreja, criticando um grupo de ministros do Concílio de Genesee por enfraquecer os padrões metodistas de conduta, espiritualidade e doutrina. Isso resultou em sua denúncia oficial e, eventualmente, sua expulsão do ministério em 1858, após um artigo republicado sem seu consentimento. Apesar do apoio de leigos e do bispo Janes, que via em Roberts um futuro brilhante, ele não foi reintegrado. Em resposta, Roberts fundou uma “igreja livre” em Buffalo.

Em 23 de agosto de 1860, Roberts e outros líderes decidiram organizar a Igreja Metodista Livre durante uma convenção em Pekin, Nova York. A nova denominação cresceu rapidamente, e Roberts, como superintendente geral, guiou a igreja com fervor e compromisso. Ele também era um escritor prolífico, editando a revista The Earnest Christian por 33 anos, utilizando-a para promover suas convicções e guiar seus seguidores.

Roberts se destacou por sua defesa da abolição da escravatura e igualdade racial, utilizando sua influência para promover justiça social. A Igreja Metodista Livre proibiu seus membros de comprar ou vender escravos, e Roberts publicamente protestou contra a falta de educação e oportunidades para os ex-escravos. Durante a Guerra Civil, ele usou sua revista para apoiar e confortar os soldados, sendo a igreja um espaço de avanço social, como visto na resolução do Concílio de Illinois de 1865, que defendia direitos civis iguais para todos.

Roberts também priorizou a educação, doando sua casa para fundar o Seminário Chili, que mais tarde se tornaria a Faculdade Roberts Wesleyan. Ele incentivou a formação intelectual dos pregadores, acreditando que era dever do cristão trabalhar e orar, destacando a importância de uma vida equilibrada entre fé e ação.

Ele foi um líder visionário, defendendo a ordenação de mulheres pastoras, tornando a Igreja Metodista Livre pioneira nesse aspecto. Na sua abordagem à doutrina da santidade e à vida cristã, seguiu a tradição de John Wesley, enfatizando que, embora imperfeito em conhecimento e realizações, o cristão pode ser perfeito no amor. A vida e o trabalho de Roberts refletiram essa crença profundamente.

Durante os 33 anos de liderança de Roberts, de 1860 a 1893, foram organizadas 29 concílios anuais metodistas livres, e sua influência perdurou por gerações. Em 1910, o Concílio de Genesee reconheceu a injustiça cometida contra Roberts, restaurando os pergaminhos de ordenação ao seu filho, Benson H. Roberts, 17 anos após a morte de seu pai.

Em 1893, aos 69 anos, Benjamin Titus Roberts sofreu um ataque cardíaco e faleceu, deixando um legado de fé, justiça social e compromisso com a verdade. Suas últimas palavras foram: “Louvado seja o Senhor! Amém!” Sua vida e obra continuam a inspirar a Igreja Metodista Livre e seus membros.

 

Referências

 

              •            Baker, Lethea H. Benjamin Titus Roberts: Founder of the Free Methodist Church. Indianapolis, IN: Light and Life Press, 1955.

              •            McNeal, L. Raymond. The Life and Works of Benjamin Titus Roberts. Winona Lake, IN: The Free Methodist Publishing House, 1955.

              •            Allen, Ray D. A Century of the Genesee Annual Conference of the Methodist Episcopal Church. Rochester, N.Y.: By the author, 1911.

              •            Marston, Leslie R. From Age to Age a Living Witness: A Historical Interpretation of Free Methodism’s First Century. Winona Lake, IN: The Free Methodist Publishing House, 1960.

              •            Roberts, Benjamin Titus. Why Another Sect. Chicago, IL: Free Methodist Publishing House, 1879.

              •            Wellman, Judith A. Grassroots Reform in the Burned-over District of Upstate New York: Religion, Abolitionism, and Democracy. New York: Garland Publishing, 2000.

              •            Roberts, Benjamin Titus. Fishers of Men. Rochester, NY: Earnest Christian Publishing House, 1878.

              •            Watson, Philip S. Let the Church be the Church: The Twenty-Five Year Story of Free Methodism in Latin America. Winona Lake, IN: The Free Methodist Publishing House, 1960.

 

 

sábado, 17 de abril de 2021

A casa caiu, mas não foi o fim!

A derrocada de uma importante família sacerdotal da história de Israel tem muito a nos ensinar a respeito da importância da santidade no ministério pastoral e na vida do povo de Deus. (1Sm 2 a 7). “Tenham cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração mau e descrente, que se afaste do Deus vivo.” (Hb 3.12, NAA). 


Eli havia sido especialmente escolhido por Deus para ser Sacerdote e juiz em Israel (1Sm 2.28). Mas, infelizmente, não foi fiel em sua missão. Ele já havia demonstrado falta de discernimento quando julgou que Ana estivesse embriagada quando ela, de fato, apenas orava em seu coração, mexendo os lábios. (1Sm 1.12-14). Sua falta de visão irá se agravar mais e mais devido ao seu distanciamento de Deus. As visões de Deus se tornaram cada vez menos frequentes (1Sm 3.1) e ele terminará sua carreira completamente cego (1Sm 3.2). Eli acabou também fazendo vistas grossas aos pecados dos filhos, Hofni e Fineias, que se tornaram sacerdotes sem as qualificações morais necessárias. Seus filhos “eram homens malignos e não se importavam com o Senhor” (1Sm 2.12). Não se contentando com o seu salário, tomavam para si aquilo que pertencia a Deus, desonrando assim seu ofício sacerdotal (1Sm 2.12-17). Além disto, sem pudor algum, eles tomavam partido de sua liderança para assediarem e praticarem sexo com diversas mulheres que serviam à porta do Santuário (1Sm 2.22). 


Eli até chegou a chamar à atenção deles, mas estes não lhe deram ouvidos, pois eram filhos rebeldes (1Sm 2.23-25). Acontece que Eli não foi suficientemente enérgico e acabou permitindo que seus filhos seguissem sem mudança de atitude no ministério sacerdotal. 


Então, a ira de Deus recaiu sobre Eli e filhos: “Por que tratam com desprezo os meus sacrifícios? … E, você, por que honra seus filhos mais do que a mim?”. (2.29). Em seguida, Deus pronuncia um castigo de morte e destruição sobre a casa de Eli (1Sm 2.30-34). “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hb 10.31, NAA).


Os sacerdotes incorrem na condenação de Deus quando perdem o temor do Senhor, quando se tornam mercenários, quando se entregam à luxúria e quando amam os filhos, ou cônjuges, ou o próprio status de líder mais do que a Deus. 


Os pecados destes sacerdotes levaram o povo a também afastar-se de Deus (1Sm 2.24). Deus retirou sua bênção e o povo foi derrotado em uma batalha contra os filisteus (4.2). “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá” (Gl 6.7, NAA).


O povo achava que a Arca da Aliança os salvaria, e pediram que fosse trazida antes da próxima batalha. Quando Hofni e Fineias chegaram ao acampamento carregando a Arca da Aliança, “os israelitas gritam tão alto que o chão tremeu” Fizeram um culto fervoroso de confissão positiva, confiados na possessão da Arca. Mas tal fervor impressionou até os filisteus (1Sm 4.6), mas não a Deus. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mt 15.8, NAA). Deus abomina cultos hipócritas: “Não posso suportar iniquidade associada à reunião solene.” (Is 1.13, NAA). De nada adianta a Arca da Aliança quando não estamos sendo fiéis a Aliança. Deus diz: "Obediência quero e não sacrifícios” (1Sm 15.22-23). 


“Fizeram muito barulho, mas Deus não os atendeu (1Sm 4.10). Trinta mil homens morreram na  batalha que se seguiu, entre eles, Hofni e Finéias (1Sm 4.10-11).  A Arca foi parar nas mãos dos filisteus (1Sm 4.11). Eli, abalado com a notícia, caiu da cadeira, quebrou o pescoço e morreu (1Sm 4.18). A mulher de Fineias, que estava grávida, prematuramente, deu à luz um menino, e, arrasada com todas estas notícias, deu a seu filho o nome de Icabô, que significa, foi-se embora a glória de Israel. (1Sm 4.21). Com Icabô encerra-se de forma dramática a era sacerdotal da casa de Eli. 


Enquanto, Eli e seus filhos trouxeram derrota e vergonha  ao povo de Deus, o Senhor agia para vindicar a glória de Seu nome que estava sendo blasfemado entre os filisteus, que, para tripudiar e humilhar, colocaram a Arca da Aliança diante da estátua de seu deus, Dagom (1Sm 5.2). No entanto, de forma assombrosa, a estátua de Dagom amanheceu caída com o rosto em terra, diante da Arca do Senhor (1Sm 5.3)! Associado a isto, uma praga acometeu a saúde do povo daquela cidade (1Sm 5.6), de modo que um temor se abateu sobre os filisteus, a ponto de decidirem devolver a Arca ao povo hebreu (1Sm 5.11 e 1Sm 6.1-21). O temor de Deus que faltou aos sacerdotes de Israel agora era visto entre os pagãos! 


É notável que, mesmo antes da morte de Eli, Deus já havia escolhido um sucessor: o menino Samuel, cujo nascimento já tinha se dado através de uma intervenção milagrosa de Deus (1Sm 1.1-2.11). Mesmo tendo sido criado em um contexto de tantos maus exemplos, Samuel, manteve-se íntegro, não deixando-se levar pela correnteza, antes, ele “crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens”(1Sm 2.26). 


É dito que a palavra de Deus e as visões se tornaram muito raras nos dias do sacerdócio da casa de Eli (1Sm 3.1). Mas "antes que a lâmpada de Deus se apagasse" (1Sm 3.3), a Palavra de Deus se manifestou a Samuel (1Sm 3.4), que acolheu a voz de Deus, dizendo: "Fala Senhor porque teu servo ouve" (1Sm 3.10). Enquanto os olhos de Eli se escureciam (1Sm 3.2), Deus dava visões a Samuel (1Sm 3.11-19). Devido a sua prontidão em obedecer ao Senhor, Deus fez de Samuel um verdadeiro profeta (1Sm 3.19 ), que, após a morte de Eli, Hofni e Fineias, tornou-se naturalmente o líder de Israel. 


7 Sinais da decadência da visão espiritual do Sacerdote Eli: 

1. Demonstrou falta de discernimento quando julgou que Ana estivesse embriagada quando ela, de fato, apenas orava em seu coração, mexendo os lábios. (1Sm 1.12-14). 

2. Fez vistas grossas aos pecados dos filhos. (1Sm 2). 

3. As visões de Deus se tornaram cada vez menos frequentes (1Sm 3.1) 

4. Terminou sua carreira completamente cego fisicamente, o que, dentro deste contexto, parece também indicar sua cegueira espiritual (1Sm 3.2). 

5. Observe a seguinte sequencia: Palavra e visões de Deus eram raras (v.1), a luz dos olhos de Eli se escurecendo (v2) e é dito também que a luz da lâmpada de Deus também estava se apagando no santuário (v. 3 e 4). "Antes que a lâmpada de Deus se apagasse, o SENHOR chamou o menino" (1Sm 3.3–4).

6. Deus não fala mais com Eli, mas apenas com Samuel. (1Sm 3)

7. Um exemplo de sua falta de visão foi ter permitido que a Arca da Aliança fosse levada como objeto de idolatria, sendo que ele deveria saber que o que faltava não era a Arca, mas o arrependimento dele, de seus filhos e de todo o povo, pois todos haviam se apartado de Deus. (1Sm 4). 


Ao contrário de Eli, Samuel foi sensível a voz de Deus e obediente a visão celestial. Ele promoveu um despertamento espiritual em Israel! Ele conclamou o povo ao arrependimento (1Sm 7.3). O povo confessou os seus pecados (1Sm 7.6), abandonou os seus ídolos (1Sm 7.4) e voltou-se para Deus com humildade, jejum e oração (1Sm 7.6). Diante de uma nova ameaça de guerra por parte dos filisteus, o povo solicitou a Samuel que intercedesse por eles diante de Deus (1Sm 7.8). O Senhor respondeu dos altos céus (1Sm 7.9), trovejando sobre os filisteus (1Sm 7.10), que acabou sendo derrotado nesta guerra (1Sm 7.10). 


Que contraste vemos aqui em relação à atitude triunfalista e arrogante do povo liderado por Hofni e Fineias que festejava com brados de vitória o fato de possuírem a Arca (1Sm 4.5). Suas palavras de confissão positiva não lhes garantiram a vitória (1Sm 4.10). Entretanto, as palavras de confissão de pecados produziram uma resposta retumbante dos altos céus! Não é o barulho na terra que produz barulho no céu, mas, sim, corações humildes e contritos diante do Criador! “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.24, NAA). Não adianta ter o carisma da Arca e do Sacerdócio, é preciso ter o caráter de servo que reconhece sua dependência de Deus, pois nada substitui a humilde obediência. 


A vida e ministério da casa de Eli terminam com o emblemático termo: “Icabô” (foi-se a glória de Israel), já o início do ministério de Samuel começa com um grande triunfo expresso pelo termo Ebenézer (1Sm 7.12), que significa: "Até aqui nos ajudou o Senhor!". A promessa se cumpriu em Samuel: ““Então suscitarei para mim um sacerdote fiel, que fará segundo o que tenho no coração e na mente. Eu lhe edificarei uma casa estável, e ele andará diante do meu ungido para sempre.” (1Sm 2.35, NAA). 


Como vimos, Deus não se deixa escarnecer nem por pagãos filisteus e nem, muito menos, por sacerdotes do seu próprio povo. porque juízo começa pela casa de Deus (1Pe 4.17). E àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido (Lc 12.48, NAA). Portanto, “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”. (2Tm 2.19, NVI). “Ora, além disso, o que se requer destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel.” (1Co 4.2, NAA). Sigamos, portanto, o exemplo de Samuel para que nossas vidas jamais terminem em Icabô, mas, sejam sempre caracterizadas por um bendito Ebenézer!


Bispo José Ildo Swartele de Mello


https://youtube.com/watch?v=h33RCxwn5FM&feature=share 

domingo, 14 de maio de 2017

Tenho o privilégio de ter duas mães. Explico…

Em 1962, aquela que seria minha irmã mais velha acabou falecendo durante o parto. Imagine o que não foi para minha mãe regressar para casa e ainda ter que contemplar o berço que com tanto carinho havia sido montado para acolher a sua tão esperada filha. Foi aí que sua vizinha, Vicência, que também era a sua melhor amiga, pegou sua filhinha, que tinha poucos meses de vida e que era carinhosamente chamada de Naninha, e a colocou no colo de minha mãe e disse: “Frieda, não fica assim tão triste, pois a Naninha, a partir de agora, é sua filha também”.

Minha mãe voltou a engravidar. Meses depois do meu nascimento, a Naninha ficou gravemente enferma e veio a falecer. E, para piorar ainda mais a situação, Vicência não podia mais engravidar. Então, foi a vez de minha mãe visitá-la e me colocar em seus braços, e dizer a ela: “Querida amiga, não fica assim tão triste, pois, a partir de agora, esse também será seu filho”

Assim foi que passei a ter duas preciosas e amadas mães, uma natural e outra do coração, uma branca e outra negra, uma protestante e outra católica. Como éramos vizinhos de cerca, convivi diariamente com as duas! Ambas mulheres de fibra e de caráter irrepreensível. Elas me ensinaram a ter fé em Cristo e a amar a Deus e ao próximo.

Vicência era a melhor catequista de Cidade Ademar, tanto que, certa vez, o próprio Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns foi visitá-la em reconhecimento de seu significativo trabalho. Devido à influência dela, cheguei a fazer o catecismo e a primeira comunhão, e, por outro lado, devido à poderosa influência da minha mãe Frieda, frequentei também a Escola Dominical e os cultos da Igreja Metodista Livre. Na juventude, acabei optando por me tornar metodista livre, por concluir que as doutrinas protestantes estavam mais de acordo com os ensinos bíblicos.

Hoje, quero prestar esta singela homenagem a estas duas queridas mães, agradecendo a Deus por suas vidas, pelo seu amor, por sua honestidade e por todo bem que sempre me fizeram e ainda me fazem. Que privilégio ter mães abençoadas e abençoadoras!

Feliz dia das mães!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Um tição tirado do fogo!

Em 09 de fevereiro de 1709, com cinco anos de idade, John Wesley escapou por pouco da morte em um terrível incêndio que destruiu completamente a sua casa em Epworth. Mais tarde, ele se referiu a si mesmo como "um tição tirado do fogo." (Amós 4:11 e Zacarias 3.2).

Segue um breve relato deste maravilhoso livramento:


O céu, à meia-noite, era iluminado pelo reflexo sombrio das chamas que devoravam vorazmente a casa do pastor Samuel Wesley. Na rua, ouviam-se os gritos: “Fogo! Fogo!” Contudo, a família do pastor continuava a dormir tranqüilamente, até que os escombros ardentes caíram sobre a cama de uma filha, Hetty. A menina acordou sobressaltada e correu para o quarto do pai. Sem poder salvar coisa alguma das chamas, a família foi obrigada a sair casa a fora, vestindo apenas as roupas de dormir, numa temperatura gélida.

A ama, ao ser despertada pelo alarme, arrebatou a criança menor, Carlos, do berço. Chamou os outros meninos, insistindo que a seguissem, e desceu a escada; João, porém, que então contava 5 anos e meio, ficou dormindo.

Três vezes a mãe, Susana Wesley, que se achava doente, tentou, debalde, subir a escada. Duas vezes o pai tentou, em vão, passara pelo meio das chamas, correndo. Sentindo o perigo, ajuntou a família no jardim, onde todos caíram de joelhos e suplicaram em favor da criança presa pelo fogo.
Enquanto a família orava, João acordou e, depois de tentar descer pela escada, subiu numa mala que estava em frente a uma janela, onde um vizinho o viu em pé. O vizinho chamou outras pessoas e, juntos, conceberam o plano de um deles subir nos ombros de um primeiro enquanto um terceiro subia nos ombros do segundo, até alcançarem a criança. Dessa maneira, João foi salvo da casa em chamas, apenas instantes antes de o teto cair com grande fragor.

O menino foi levado, pelos intrépidos homens que o salvaram, para os braços do pai. “Cheguem amigos!”, clamou Samuel Wesley ao receber o filhinho. “Ajoelhemo-nos e agradeçamos a Deus! Ele me restituiu todos os meus filhos. Deixem a casa arder; os meus recursos são suficientes”. Quinze minutos depois, casa, livros, documentos e mobiliário não existiam mais.

Anos mais tarde, em certa publicação, apareceu o retrato de João Wesley e embaixo a representação de uma casa ardendo, com as palavras: “Não é este um tição tirado do fogo?” (Zacarias 3:2).
John Wesley viria a ser o instrumento de Deus para o "Grande Avivamento Metodista" que o historiador Lecky diz ter sido a influência que salvou a Inglaterra de uma revolução igual à que, na mesma época, deixou a França em ruínas.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Além do horizonte

Era madrugada do dia 14 de junho de 87, quando acordei com meu pai batendo à porta de nossa casa para avisar que minha avó estava prestes a dar o último suspiro. Como morávamos bem perto, Cristina e eu nos levantamos e fomos imediatamente na direção da casa dela a fim de vê-la. Quando chegamos lá, ela já havia falecido. Ali encontramos minha mãe, os meus irmãos e os meus tios Bubi, Ana e Joel que estavam serenos, num silêncio contemplativo. Afinal de contas, minha avó Rosa havia servido ao Senhor Jesus por toda a sua vida com muito amor e inabalável confiança nas Sagradas Escrituras. Era um momento solene de despedida, recheado de doces lembranças, como também de íntima reflexão sobre o significado da vida, o drama da morte e a esperança de vida eterna em Cristo Jesus.

Passado um tempo, meus pais e meus irmãos se retiraram para cuidarem dos trâmites do enterro e minha mãe e meus tios Bubi e Ana saíram para o quintal. Cristina e eu também deixamos o quarto para prepararmos um café, de modo que, apenas o meu tio Joel ficou ali ao lado do corpo da minha avó. De repente, quando estávamos na cozinha, percebemos que meu tio ligara um rádio. Achamos aquilo impróprio para a ocasião, tanto que pensei em me dirigir ao quarto para, com jeito, solicitar a ele que desligasse o rádio. Mas, foi aí que eu fiquei ainda mais surpreso, ao notar que a canção que estava tocando era aquela do Roberto Carlos que diz: "Além do horizonte deve ter algum lugar bonito pra viver em paz, onde eu possa encontrar a natureza, alegria e felicidade com certeza...". Pois, mesmo ciente de se tratar de uma canção romântica, tais versos serviram para mim como uma voz profética apontando para o estado de beleza e felicidade que há no Paraíso Celestial em que minha avó agora se encontrava. Sabe, parece que o meu tio também entendeu assim, tanto que, após ouvir este trecho da canção, ele, de maneira espontânea e respeitosa, desligou o rádio! Entendemos aquilo como um sinal divino. Deus transformou algo irreverente e inadequado em algo condizente com a ocasião e com a memória de alguém que viveu para Deus. Uma confirmação também de que além do horizonte existe realmente um lugar para os que confiam em Jesus!

Bispo Ildo Mello

domingo, 30 de outubro de 2011

Chamada para o ministério!


Maravilhoso testemunho da Cel. Almira Mello a respeito do seu chamado missionário.
Dezenas de pessoas aceitaram o apelo para dedicação de suas vidas a Grande Comissão (Mt 28.18-20).

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