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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Sobre o seguinte pronunciamento do Daniel Mastral a respeito da homossexualidade

Um membro da igreja perguntou a minha opinião sobre o seguinte pronunciamento do Daniel Mastral a respeito da homossexualidade: https://youtu.be/brGEqrNEgmI



Segue abaixo a minha resposta que espero possa ser de alguma utilidade para outros cristãos:



Concordo com o Mastral sobre nosso dever de tratarmos com amor, compaixão e respeito a todos os homossexuais. No entanto, também devemos entender que a vontade de Deus é a nossa santificação (Hb 12.14). E a Bíblia claramente afirma que a prática homossexual é pecaminosa (Gn 19.4-8; Lv 18.22; Rm 1.21-27; 1Co 6.9-10; 1Tm 1.8-11 e Jd 7). Não apenas através destes textos que falam dela de forma negativa, mas também através dos textos bíblicos que falam da criação do homem e da mulher e da instituição divina do casamento (Gn 1 e 2). Deus criou uma parceira sexual adequada para o homem, a mulher, e não outro homem ou um animal. E como é bela a descrição da criação da mulher: “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.21–24). Enquanto o homem foi feito do pó da terra, a mulher foi feita da costela de Adão. De modo que Adão exclamou: “esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne”! Por isso é que se diz que marido e mulher formam “uma só carne”! Isto é mais que uma união, é uma espécie de reunião! Marido e mulher se unem sexualmente, consumando, assim, o seu amor, podendo também gerarem filhos, tudo isto segundo o maravilhoso plano de Deus! O Senhor Jesus Cristo reafirmou que Deus criou macho e fêmea e sacramentou o casamento heterossexual quando disse: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19.4–6). Sendo assim, nenhum papa, bispo, padre, rabino, pastor ou profeta tem autoridade para relativizar isto, para ensinar o contrário, nem mesmo sob o pretexto do amor e da tolerância.

É correto dizer que Deus é amor, mas o Mastral acabou indo longe de mais ao afirmar que: “Deus não é um deus que pune”. Creio que tal frase foi uma infelicidade da parte dele, pois, neste mesmo vídeo, ele chega a reconhecer que Deus não é só amor, mas também justiça, e que haverá Juízo Final onde muitos serão condenados.

Quanto ao comentário dele sobre Raabe, é bom deixar claro que ela está entre os heróis da fé porque agiu com fé e deixou de ser prostituta e não na condição de prostituta como ele pareceu sugerir. Sobre a necessidade de arrependimento e mudança de atitude, lembremos que Jesus, embora tenha sido misericordioso com a mulher pega em adultério, disse a ela: “vá e não peques mais” (Jo 8.11). A respeito de sua missão, Jesus declarou: “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.” (Lc 5.32).

Concordo quando ele ataca a hipocrisia daqueles que condenam a homossexualidade enquanto praticam toda sorte de pecados. Mas, o conselho de Jesus não é para que cada um fique na sua, mas para que cada um remova a trave do seu próprio olho para poder enxergar bem a fim de ajudar o próximo a remover o argueiro que estiver em seu olho. “Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.” (Lc 6.42). Devemos abandonar o pecado e não nos conformarmos com ele (Mc 9.43).

Repare que ele utiliza versos bíblicos sobre o perigo de julgarmos uns aos outros, para dizer que não se deve julgar os gays, mas, contraditoriamente, ele passa a julgar e a condenar ao inferno uma série de pecadores, tais como os hipócritas, os ladrões, os mentirosos, os hereges e adúlteros.

Ele conclui dizendo que não vê pecado na união de casais gays, desde que ambos tenham nascido na condição de gays, sejam monogâmicos e fiéis um ao outro. Ele termina condenando ao inferno outras espécies de pecadores e isentando os homossexuais que nasceram assim baseado na suposição de que houve mutações genéticas a partir da década de 50 por conta da alimentação, etc. e argumentando também a lista dos pecadores que irão para o inferno que encontramos em Apocalipse 22.15, não inclui os homossexuais, sendo, portanto, diferente da de Paulo em 1 Coríntios 6.9-11, que diz: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” Ele diz que devemos desconsiderar a lista de Paulo, aceitando apenas a de Apocalipse, porque Deus, na sua onisciência, excluiu os sodomitas da lista sabedor que na década de 1950 haveria o surgimento de uma substância química que promoveria o nascimento de pessoas naturalmente homossexuais. Então, segundo ele, a lista de Paulo esteve em vigor até 1950, sendo que, a partir daí, entrou em vigor apenas aquele que encontramos no Apocalipse. Por razões evidentes, tal argumento não é plausível. A diferença entre as duas listas não diz respeito somente aos homossexuais. A segunda lista deixa de fora também os injustos, os adúlteros, os ladrões, os avarentos e os maldizentes. Nem uma das duas listas pretende ser exaustiva e completa.

Tais pesquisas científicas sobre a existência ou não de um gene gay ainda são motivo de muita controvérsia. Não sendo, portanto, possível fazermos afirmações categóricas a este respeito, nem muito menos, teologia a partir daí. Além do mais, suponhamos que uma pesquisa científica venha, um dia, a concluir que mutações genéticas começaram a fazer com que pessoas nasçam com um gene pedófilo, neste caso, teríamos também que aceitar que elas se comportem de acordo com a sua natureza? 



Compartilho da compaixão dele por aquele garoto de 10 anos de idade que desde os cinco se sente uma menina presa em um corpo de menino. Embora, acredite que isto tem a ver com algo relacionado a sua educação familiar. Os primeiros cinco anos de vida são fundamentais para a definição da identidade sexual de todo e qualquer indivíduo. Sejamos sensíveis ao drama e as dificuldades de crianças, jovens e adultos que vivem estes conflitos tão tremendos. Que o nosso olhar e atitude sejam de muita compaixão, amor e respeito para com eles. E que nossas atitudes contribuam para que eles se aproximem de Deus e da Igreja e não o contrário como, infelizmente, vem acontecendo com frequência. Que eles possam sentir o amor de Deus a partir de nossas palavras e ações. Deus os ama e os convida a experimentarem uma nova vida em Cristo. Todos nós, heteros e homossexuais, pertencemos a uma humanidade caída em pecado (Rm 3.23). Mas a graça de Deus se manifestou salvadora a todas as pessoas do mundo (Tt 2.11; Jo 3.16), promovendo perdão (Jo 1.29; 1Jo 1.9) e restauração da imagem de Deus que ficou tão maculada pelo pecado (Cl 3.10 veja também Gn 1.27).

Todos nós, seres humanos, estamos rodeados de fraquezas e carecemos muito da misericórdia de Deus. Que bom saber que podemos contar com a compaixão e ajuda de Cristo em toda e qualquer situação: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hb 4.14–16).



Em amor,
Bispo José Ildo Swartele de Mello

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