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Resgatando a Cruz na espiritualidade evangélica

(Conteúdo das palestras que o Bispo José Ildo dará na Primeira Igreja Presbiteriana Independente de Marília, 10 e 11 de Junho de 2004, sobre o tema:
"Resgatando a Cruz na Espiritualidade Cristã – Cruz e liderança Cristã")

Gálatas 2:19 "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;"
Gálatas 6:14 "Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo."

Introdução:

Debate: Cruz X crucifixo

Não é de hoje que a cruz é considerada o maior símbolo do cristianismo entre católicos e protestantes em geral, excetuando-se uma minoria extremista que vê na cruz um objeto de idolatria. Mas existe um debate entre católicos e protestantes em torno do crucifixo, ou seja, cruz com Cristo Crucificado comum entre os católicos e a cruz vazia defendida pelos evangélicos. Não quero aqui sair em defesa do uso do crucifixo, mas apenas mostrar a fraqueza dos argumentos de muitos evangélicos, que criticam os católicos argumentando em favor da cruz vazia, como se a cruz com Cristo significasse algo ultrapassado pela ressurreição. Conheci alguns evangélicos que chegavam a crer que os católicos não criam na ressurreição. Tem uma música chamada "Espelhos Mágicos" do Oficina G3 (gosto da banda e até desta música não fosse este detalhe) que, num determinado trecho, diz: "Só vêem um cristo vencido em dor. Não conhecem a cruz vazia, pois ressuscitou..." Este trecho da canção parece refletir este debate entre “cruz vazia X crucifixo” e o pensamento de que existem alguns ou muitos cristãos, provavelmente católicos, que “não conhecem a cruz vazia”, traduz-se: “não sabem que Cristo ressuscitou”. Sim, de fato, alguns crentes chegam a sugerir que os católicos estariam ignorando a ressurreição de Cristo. Bobeira oriunda da tentativa de desenvolver uma identidade evangélica latino-americana (no nosso caso) muito fixada em estabelecer contraste e fazer oposição à igreja católica. Picuinhas desta natureza são perigosas por acabarem levando a outros extremos, não necessariamente nesta ordem, pois pode ser que os outros extremos tenham vindo primeiro, mas pelo menos parece existir alguma relação entre eles, vejamos: Observo que, na comemoração da páscoa, a maioria evangélica chega a se esquecer da sexta-feira. Fogem do tema da cruz, pulam a cruz e vão direto para a ressurreição. E, a cruz, quando lembrada, é a cruz de Cristo e não também a do discípulo. Pode ser também que isto de evitar o tema da cruz possa ter contribuído em alguma medida para o sucesso do conceito pretribulacionista, tão proeminente entre os evangélicos brasileiros, com seu ensino escapista, que diz que Deus não permitirá que a igreja passe pela Grande Tribulação. Segundo este conceito teológico a igreja será arrebatada e o Espírito Santo será removido da Terra antes da manifestação do Anticristo. Mas parece bastante incoerente que o anticristo surja no cenário mundial apenas após o arrebatamento da igreja e a remoção do Espírito Santo. Mas como é que este inimigo poderá ser nomeado anticristo, visto que, segundo o pretribulacionismo, seriam removidos o Espírito Santo e a Igreja que é o Corpo de Cristo? Se este fosse o caso, este inimigo seria ANTI O QUÊ? Tem ainda a teologia da prosperidade que ensina que Cristo morreu e sofreu na cruz para que nós pudéssemos viver uma vida livre das doenças, necessidades, privações e sofrimentos, que cai como uma luva para aqueles que estão contaminados pelo espírito que atua neste mundo por traz desta sociedade de consumo e que também pensam na cruz apenas em termos do que Cristo sofreu por nós a fim de que pudéssemos desfrutar hoje de uma vida semi-paradisíaca na terra, propondo uma escatologia quase que realizada, pois que já poderíamos usufruir sem restrições de tudo o que Cristo conquistou na cruz como um direito nosso aqui e agora a ser apropriado pela fé, ignorando, portanto, que estamos vivendo no intervalo entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, e que neste período presente, experimentamos apenas os primeiros frutos da colheita do Reino do Céu (Rm 8) e que vivemos em esperança, suportando angústias até agora aguardando a plenitude dos tempos que se dará com a manifestação do Filho de Deus por ocasião de sua segunda vinda. Vivemos no “já e ainda não”. Portanto, no mundo ainda temos aflições (Jo 16.33). Sabemos que Jesus Reina hoje (Ef 1.22) e que está pondo paulatinamente um a um os seus inimigos debaixo de seus pés (1 Co 15.25), mas ainda não vemos todos os seus adversários subjugados aos seus pés (Hb 2.8). A batalha decisiva já foi travada, Cristo já triunfou na cruz, mas a luta continua até a batalha derradeira do Armagedom. E a nós, como seus seguidores, nos cabe nos identificarmos com ele na sua luta e no seu sofrimento, carregando as nossas próprias cruzes, cumprindo assim o que resta dos sofrimentos de Cristo (Colossenses 1.24). Mas, voltando ao tema do debate entre católicos e protestantes, Paulo, por exemplo, não pregava apenas a cruz vazia e sua ênfase não recaiu sobre o a mensagem do Cristo ressuscitado, ainda que isto seja de vital importância. Na verdade, sua mensagem enfatizava Cristo crucificado! “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios (1 Coríntios 1:23); 1 “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (Coríntios 2:2). Nos textos de Gálatas mencionados acima, Paulo deixa claro que não somente Jesus havia sido crucificado, mas que ele também havia sido crucificado juntamente com Cristo de modo que o mundo estava crucificado para ele e ele para o mundo. O servo não é maior do que o seu Senhor, devendo o discípulo sempre ter a consciência de que, seguir o Servo Sofredor, que na cruz morreu, é se identificar com ele em todos os sentidos, não somente na glória da sua ressurreição, mas também na dor de seu sofrimento na cruz. Assim, quem quiser seguir o mestre e herdar o reino, deve estar disposto a tomar a sua própria cruz. Veremos também as implicações da cruz para a ética e a santificação cristãs e também para a pregação do Evangelho e o exercício da liderança cristã e do ministério pastoral.

Os primeiros discípulos de Jesus, a princício, também procuraram se esquivar do tema da cruz. Pois não a entendiam, não faziam muita questão de entender o seu propósito. Só enxergavam o que queriam ver, como alguém apaixonado que só olha o lado bom e agradável. Por exemplo, enquanto Jesus falava da cruz (Lc 9.44) e eles ignoravam o tema e logo mudavam de assunto inquirindo e disputando sobre algo que lhes parecia bem mais interessante, a saber: “qual de nós será o maior no Teu Reino?” (Lc 9.45-46). Os discípulos tinham uma concepção do messias apenas em termos do Rei vencedor que restauraria o Reino a Israel. Criam que ele se manisfetaria ao mundo com grande poder e glória ainda naqueles dias e não podiam pressupor um caminho de cruz, sofrimento, humilhação e rejeição nem sequer como estágio para o estabelecimento do seu Reino. Sentiam-se prontos para reinar com Cristo, mas tinham que aprender a ser menores como uma criança, pois o menor é que é, de fato, o maior, e também deveriam aprender a servir como servos de todos (Lc 9.47-48).
Em 1 Coríntios 1, vemos algo semelhante acontecendo só que no sentido inverso, ou seja, havia disputa entre os coríntios sobre quem seria o maior dos apóstolos, quem seria o melhor dos cristãos e qual grupo era o mais cristão de todos. Paulo responde a esta disputa que inclusive incluía o seu nome, dizendo que ele nunca quis um lugar de destaque e que ele só quis saber de Cristo e este crucificado. Paulo critica a sabedoria deste mundo que é míope para ver o poder e a sabedoria de Deus que se revelam na “fraqueza” da cruz. Leia o capítulo dois, que também aborda este tema. É por essas e outras que se diz que "levou 1 dia para tirar o povo do Egito e 40 anos para tirar o Egito do Povo!".
Veja, no próprio capítulo 9 de Lucas, que os discípulos, por vezes, manifestaram o espírito deste mundo: “pediram para descer fogo do céu” (v.54). Jesus repreende perguntando “não sabeis de que espírito sois?” (v. 55). Os discípulos estavam agindo como agem os do mundo procurando destruir e eliminar os que fazem oposição), queriam impedir que alguém continuasse a pregar e a expulsar demônios somente por que não faziam parte do mesmo “time” (v. 49). Disputaram por posições (v. 46) e Pedro recomendou que Jesus desse um jeitinho de evitar a cruz como veremos a seguir com mais detalhes:
Pedro e o jeitinho brasileiro: Marcos 8.31-38. Ditados populares: “em tudo, dá-se um jeito” – “o negócio é levar vantagem em tudo, certo?”
Pedro também quis dar uma de esperto, quis dar um “jeitinho”, quase que “batendo 3 vezes na madeira” ou gritando algo como “tá amarrado!”, “esconjuro!” ou “vira essa boca pra lá!”; quando Jesus lhe falou sobre a inevitabilidade do caminho da cruz. Jesus sente a ação maligna por tais das palavras de Pedro e retruca imediatamente dizendo: “arreda Satanás pois cogitas das coisas dos homens e não das coisas de Deus.” (Mc 8.33). Mas uma vez vemos Jesus se levantando contra o espírito que opera nos filhos da desobediência, que os faz amarem e se escravizarem as coisas passageiras desta existência em detrimento das coisas celestiais que são eternas e que se encontram no caminho da obediência, no caminho da cruz. O discípulo deve estar disposto a carregar a cruz, não procurar fugir dela, como Pedro sugere. Nos versículos 34 e 35 Jesus convida a todos, dizendo: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me!”. “quem quiser, pois salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, salvá-la-á.”
O caminho do discipulado é o caminho da cruz. Devemos assumi-la como nossa a exemplo de Jesus Cristo, nosso mestre e Senhor, pois o discípulo não é maior que o seu mestre. A cruz fala da oposição e rejeição que Jesus recebeu neste mundo. As forças anticristãs responsáveis pela cruz de Cristo continuam a operar hoje contra os seus seguidores leais. Pois “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. (2 Timóteo 3:12)
Outro exemplo: Tiago e João (Mt 20) queriam os primeiros lugares no Reino. Jesus pergunta, então, se eles estão dispostos a beber o cálice que Ele bebe. Sem refletir, prontamente respondem que sim. Jesus profetiza que eles certamente beberam deste cálice. Sabemos que Tiago (At 12.2) foi o primeiro dos doze apóstolos a ser morto como mártir e João o último. Jesus pediu para que o cálice fosse afastado dele, mas não teve jeito, aceitou tomá-lo livremente dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.” (Lucas 22:42). “Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (João 18:11). Pedro também tentou se esquivar do cálice, mas resignou-se ao seu destino. Tiago e João só estavam pensando na graça e glória de estarem ao lado de Cristo como primeiro ministros, mas nada sabiam ainda sobre a graça de padecer por Cristo. Todos os apóstolos parecem ter sido martirizados por amor a Cristo. Bem, Jesus mesmo já os havia prevenido: “Quem quiser vir após mim, negue a si mesmo e tome a sua cruz e siga-me” e também: “bebereis do meu cálice e sereis batizados com o batismo com que sou batizado”. Mateus 20:22: Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.
Mateus 20:23: Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.

Identificados com a cruz do Senhor pelo batismo e pela participação na Ceia do Senhor:
Ignorais, porventura, que todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na Sua morte?... Pelo Batismo sepultamo-nos com Ele para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, mediante a glória do Pai, assim caminhemos, nós também, numa vida nova. Uma vez que nos tornamos com Ele num mesmo ser, por uma morte semelhante à Sua, também o seremos por uma Ressurreição semelhante. Sabemos todos que o homem velho foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado fosse destruído a fim de já não sermos escravos do pecado" (Rom 6,4-6).

Jesus disse que deveríamos fazer memória de seu sacrifício na cruz. Esquecer Morte de Jesus é privar o cristão daquilo que dá sentido à sua vida e também daquilo que deve marcar o seu estilo de vida. Não se deve entender a morte como algo superado pela ressurreição. Páscoa é descobrir a Vida que está no interior da morte. Descobrir na morte a Páscoa, como plenitude de Vida, como Vida definitivamente instalada na existência. Algo assim como na Primavera: abrem-se os botões e entregam a vida, gestada na aparente morte do Inverno. A Vida é o que de melhor alguém pode dar a seu semelhante. Quando alguém é capaz de dar a vida por seus semelhantes, é sinal de que vive em plenitude. Assim que, saber ler tudo isso na morte de Jesus, é descobrir a vida pascal. Na prática, fazer memória é identificar-se com Cristo e com Cristo Crucificado. Fazer memória da Paixão de Jesus significa manifestar no nosso agir diário, que acreditamos no mistério do Amor, da entrega do Filho de Deus pela salvação do homem, e porque acreditamos na sua obra salvífica e sabemos que permanece vivo na Sua Igreja, recordando-O, fazendo d'Ele memória, procuramos ser hoje como Ele foi outrora. Neste sentido, obedecer ao mandamento de “fazei memória de mim” não se dá somente através da celebração do ritual da Ceia do Senhor, mas também em tomar a própria cruz, seguindo e assumindo o modelo e o estilo de vida de Jesus aqui neste mundo como suas testemunhas que somos e devemos ser. Portanto, ser Espiritual é ter a mente de Cristo; Comer da carne, e beber do sangue significam estar em verdadeira união com Cristo. É não fazer vã a morte dele na cruz.

Lc 9 e 10 – Discípulo e a cruz

v. 3 “não levem nada pelo caminho”
v. 5 – rejeição “faz parte”
v. 13 – “temos apenas 5 pães e dois peixinhos”
v. 18ss – Pedro confessa pelo Espírito que JESUS É O FILHO DE DEUS, mas depois, tenta convencê-lo a dar um jeitinho de escapar da cruz.
v.23 – não apenas Jesus, mas todos nós devemos carregar nossa cruz diariamente.
v.44 – Jesus adverte que o Filho do Homem será traído e entregue nas mãos dos homens, mas eles não entendiam o que isto significava (v. 45)
v.46 – disputavam por poder, posições e prestígio (espírito do mundo)
v. 48 – para ser o maior tem que ser o menor – servo de todos. (0 avesso do espírito deste mundo)v.54 – Não queriam levar desaforo para casa. Espírito de vingança. Queriam subjugar os inimigos pela força. Boanerges.
v. 55 – você não sabem de que espírito sois?
v. 58 – Não tem onde reclinar a cabeça
10.3 – Enviados como cordeiros entre lobos.


Diz o Pe. Monier Vinard : " Quem não sacrifica nada não ama. Quem sacrifica pouco ama pouco. Quem sacrifica tudo ama totalmente." Tudo evoluciona, mas a cruz de Cristo permanece para novas conquistas, novos sacrifícios e novos triunfos sobre o mal. Não crê quem não crê até a morte, não ama quem não ama até ao sacrifício supremo. Aquele, de quem os cristãos tomaram o nome e é o seu Comandante, banhou a Cruz com Seu Sangue, abraçou-a como objeto há muito desejado, morreu sobre ele para vencer a morte e nos libertar da destruição eterna. O triunfo da Cruz será o triunfo total da justiça e da verdade. Todos assistirão a ele, todos participarão dele, mas nem todos da mesma forma. Só aqueles que combaterem pela Cruz de servo não se envergonharem dela, triunfarão com ela nesse dia, coroados de glória por toda eternidade.

“Já e Ainda Não” que caracterizam o Reino de Deus aqui neste mundo no tempo presente. A cruz deve caracterizar a vida dos cristãos neste mundo no intervalo entre a primeira e a segunda vindas de Crristo. Karl Barth disse o crente caminha à sombra da cruz e à luz da ressurreição. Jesus comparou o Reino de Deus a um grão de mostarda que é a menor das sementes, que, uma vez, plantado, cresce paulatinamente até se tornar a maior das hortaliças. Ensinando assim o caráter paulatino e gradativo do estabelecimento do Reino de Deus. O Seu Reino não se estabelece de maneira abrupta, de uma hora para outra, de maneira incontestável, mas, pelo contrário, começa pequeno no coração dos homens e vai se expandindo aos poucos até atingir sua maturidade. É por esta razão que, os apóstolos ensinavam o caráter paradoxal do Reino afirmando ao mesmo tempo o Senhorio de Cristo sobre todas as coisas e também que ainda não estavam vendo todas as coisas debaixo do seu domínio:
“Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas;” (Hebreus 2:8). A batalha decisiva já foi vencida na cruz, mas a guerra continua, outras batalhas ainda estão sendo travadas até a batalha final. Neste sentido é que ainda é necessário que Ele reine até por todos os inimigos debaixo de seus pés (1 Co 15), tais inimigos resistem um pouco mais ainda que tenham sido mortalmente feridos na cruz. Por esta razão, ainda há muita tensão e vivemos numa guerra espiritual (Ef 6). Como cristãos sabemos que no mundo teremos aflições, ainda que Cristo tenha vencido o mundo (Jo 16.33). E, portanto, não devemos estranhar as perseguições e os sofrimentos. “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E nós também gememos.” (Romanos 8:22)
A espiritualidade cristã não pode ser confundida com prosperidade financeira, nem com sucesso e nem com saúde. Pois, fosse este o caso, não poderíamos considerar nem a Jesus e nem os apóstolos como homens espirituais, visto que eram pobres, ficavam doentes, passaram muitas necessidades, sofreram perseguições, foram presos, desprezados pelo mundo e foram martirizados. A própria Maria, entre todas as mulheres a mais agraciada, não teve um lugar descente para dar a luz ao seu Filho bendito. Todas as portas se fecharam e apenas a porta do curral foi a que se abriu para ela e para José seu esposo. Ela não ficou murmurando e nem ficou rejeitando aquele lugar fétido e incipiente. Ela não ficou ali inconformada reivindicando um lugar condizente a sua condição de bendita entre todas as mulheres. Ela, pelo contrário, aceitou a sua própria cruz, acolheu a bendita graça de padecer por Cristo e não de somente crer nEle (Fl 1.13). Foi naquele curral e naquela manjedoura improvisada de berço que se fez Natal. A noite mais feliz da história humana! Eis aí mais um exemplo do privilégio de participar dos sofrimentos de Cristo e completar o que falta de suas aflições (Colossenses 1:24). Perguntaram a William Booth, fundador do Exército de Salvação, qual era o segredo do seu sucesso, ele respondeu: "Deus teve de mim tudo o que Ele quis". Infelizmente os evangélicos seduzidos pelo consumismo têm feito o contrário: exigem de Deus tudo o que eles querem.

Cruz gera felicidade e paz, pois a cruz traz libertação das ansiedades e temores – resignação e confiança – entrega. Considerar-se morto. O morto não é afetado por estresse e ansiedade. O morto descansa em Deus, sabe que sua vida e futuro estão nas boas mãos de Deus. Sabe também que nada pode separá-lo do amor de Deus que está em Cristo (Rm 8). Colossenses 3:3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Em Filipenses 4 e 5, Paulo fala da prisão sobre a alegria, felicidade e paz que ele aprendeu a desfrutar em toda e qualquer circunstância. Em 2 Co 12, ele chega a dizer que tem ainda mais alegria nas doenças e privações da vida, pois descobriu que o poder de Deus se aperfeiçoa nas fraquezas humanas e que é exatamente quando ele está mais fraco do ponto de vista humano que de fato ele está mais forte do ponto de vista de Deus. Um homem assim torna-se indestrutível, pois está certo de que o viver é Cristo e de que morrer é lucro. Este é o segredo daquela paz de Deus que excede a compreensão humana e que guarda o seu coração e a sua mente. Vemos, portanto, quanta vida pode ser encontrada na cruz!

Cruz e santidade e as implicações para a missão de evangelizar o mundo – não devemos somente apresentar a Jesus como salvador, mas também como Senhor, não somente falar da necessidade de fé, mas também da exigência do arrependimento. Não somente frisar a questão de aceitar, mas devemos deixar claro o preço do discipulado e a necessidade que o homem tem de arrepender-se e se sujeitar ao mando de Cristo. Colossenses 3:5. Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; Torne-se quem você já é em Cristo (Barth). O credo mais antigo da igreja é “Jesus é o Kyrios” (At 2.36, Rm 12)12, At 1.4). A salvação não pode ser reduzida a justificação. Não somente perdão de pecados, mas também transformação de vidas. O crente é transladado ao Reino do Filho de Deus que já se manifestou (Cl 1.13). A hora da cruz foi a hora do juízo deste mundo e de seu “príncipe” (Jô 12.31; 16.11; Cl 2.15), Jesus foi exaltado como Senhor de todo o Universo (Ef 1.20-22; Fp 2.9-11; 1 Pe 3.22) e é como tal que ele pode salvar todos os que invocam seu nome (Rm 10.12-13). Padilha diz que Evangelizar é proclamar Jesus Cristo como senhor e Salvador, por cuja obra o homem é liberto tanto da culpa como do poder do pecado, integrando-se ao propósito de Deus de colocar todas as coisas sob o mando de Cristo. Um dia, todo o joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, mas, hoje, a Igreja, em antecipação ao reconhecimento universal de Jesus Cristo como Senhor de toda a criação (Fp 2.9-11). Evangelizar é proclamar Jesus Cristo como aquele que reina hoje e continuará reinando “até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés” (1 Co 15.25). Muitos cristãos se curvam ao secularismo desenvolvendo uma religião antropocêntrica que diz ao homem unicamente o que ele quer ouvir, ou seja, que o homem é dono de si mesmo, que o futuro da história está em suas mãos, que Deus somente pode ser tolerado como algo impessoal que ele, homem, pode manipular. É uma negação da mensagem bíblica, que tem como um dos seus pressupostos básicos o de que deus transcende o universo e atua livremente nele. O evangelho se converte assim numa mercadoria cuja aquisição garante ao consumidor a posse dos valores mais altos: o êxito na vida e a felicidade pessoal agora e para sempre. O ato de “aceitar a Cristo” é o meio para alcançar o ideal da “boa vida” sem custo algum. A cruz perde seu escândalo, uma vez que aponta para o sacrifício de Jesus Cristo por nós, mas não é um chamado para o discipulado: é a cruz de cristo, não do discípulo. O Deus deste cristianismo é o Deus da “graça barata”, o Deus que sempre dá, mas nunca exige nada, o Deus feito para o homem que se rege pela lei do menor esforço, o Deus que se concentra naqueles que não tem possibilidade de negarem-se a eles próprios para dedicarem-se a Deus, porque O necessitam como analgésico. Sem o chamado ao arrependimento não há evangelho. E o arrependimento não é um mero remorso de consciência (2 Co 7.10), mas uma mudança de atitude, uma reestruturação de todos os valores, uma reorientação de toda a personalidade. Não é o mero reconhecimento de uma necessidade psicológica, mas a aceitação da cruz de Cristo como uma morte ao mundo a fim de viver para Deus. A mudança que se impõe envolve um novo estilo de vida (Lc 3.8). Se Jesus Cristo é o Senhor, os homens devem ser confrontados com sua autoridade sobre a totalidade da vida. A fé sem arrependimento não é fé salvadora, mas uma crendice presunçosa. Padilha conclui dizendo que a conversão não é uma mudança de religião, na qual a gente se torna adepto de um culto, mas uma reorientação do homem total em relação a Deus, aos homens e à criação.
Ainda sobre a cruz, a evangelização e o Reino de Deus, Padilha lembra que Jesus, em meio a várias alternativas políticas (o farisaísmo, o saduceísmo, o zelotismo e o essenismo), encarna e proclama uma nova alternativa: O Reino de Deus. Dizer que Jesus é o Cristo é descobri-lo em termos políticos, é afirmar que ele é rei. Seu reino não é deste mundo, não porque não tenha nada a ver com o mundo, mas porque não se amolda à política dos homens. É um reino com sua própria política, uma política marcada pelo sacrifício. Jesus é um rei que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10.45). O serviço até o sacrifício pertence à própria essência de sua missão. E esta tem que ser a marca distintiva da comunidade que o confessa como rei. É assim que Jesus denuncia a ambição de mando, proclamando uma alternativa que se baseia no amor, no serviço, na auto-entrega aos demais. (Mc 10.43-44). A cruz é a exigência de um novo estilo de vida caracterizado pelo amor, totalmente oposto a uma vida individualista, centralizada em ambições pessoais, indiferente frente às necessidades do próximo. Assim como a Palavra se fez homem, também o amor precisa tornar-se boa obra para ser inteligível aos homens (1 Jo 3.10). A evidência da vida eterna não é só a confissão de Jesus como Senhor, mas é “a fé que atua pelo amor” (Gl 5.6). Não há lugar para a evangelização que, ao passar junto ao homem que foi assaltado pelos ladrões enquanto descia pelo caminho de Jerusalém a Jericó, vê nele uma alma que deve salvar-se, mas passa por cima do homem (ver também Tg 2.14-17). Portanto, a primeira condição de uma evangelização genuína é a crucificação do evangelista. Sem ela o evangelho se converte em verborragia. Fomos enviados por Cristo ao mundo como Cristo mesmo foi enviado pelo Pai (Jo 17.11-18) “para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15).

Espiritualidade confundida com a posse e o exercício dos dons extraordinários do Espírito Santo – mas os coríntios tinham dons e foram chamados de carnais. Eles precisavam compreender que Cristo crucificado é sabedoria de Deus.
1 Coríntios 1:23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;
1 Coríntios 2:2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

A CRUZ DO ESCRAVO E A CRUZ DO SERVO.

O pior aspecto da escravidão não é o físico, mas, sim, o ideológico, pois não é o trabalho que incomoda mas o trabalho sem objetivo, sem alvos pessoais, sem a liberdade de escolha. Ser livre é negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir um alvo, Jesus (Mat. 16:24). O inimigo escraviza, subjugando pelo poder e força. Mas a cruz que DEUS nos conclama a carregar não é a cruz de escravos mas a cruz de servos. O servo é livre ideologicamente. "Se alguém Me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém me servir o meu Pai o honrará."(Luc. 16:13) Ele trabalha, certo de que será recompensado pelo seu Senhor e sobre tudo pode escolher a quem servir (livre arbítrio) em outras palavras ele pode escolher carregar ou não a sua cruz, é livre.



Segunda Parte – As implicações da cruz para o estilo de liderança cristã
O que é que Is 6, o Natal, as Bodas de Caná, a Tempestade no Mar da Galiléia e a crucificação de Cristo têm em comum? O silêncio de Deus por um tempo e o seu aparente abandono que se vê no caos que se abatia sobre Israel no período de Isaías, onde parecia que o Diabo havia se assenhoreado da situação, portas que se fecharam para José e Maria no momento crítico do parto, o vinho que acaba durante a festa e a tempestade que abate o barco em que estão os discípulos com Jesus e a própria condição de abandono experimentada por Cristo na sua cruz. Mas sabemos como a boa mão do Senhor se manifestou em cada um daqueles episódios. Deus é o Senhor da história. Não somos joguetes nas mãos dos homens e dos demônios. O Senhor tem um plano e um caminho no meio da tormenta (Naum 1.3). A cruz faz parte do plano, mas ela não é o capítulo final! Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Os líderes cristãos precisam aprender a carregar a sua própria cruz com perseverança, confiança e total dependência de Deus.

O desafio do cristianismo frente a esta sociedade de Consumo

Hoje, vivemos numa sociedade de consumo, antes dela o que tínhamos era uma sociedade de produção, onde se exigia muita abnegação e renúncia em prol da produção e também da construção da própria felicidade, realização e prazer que eram adiados para um tempo futuro ou de aposentadoria. Foi a aquela sociedade que Freud se reportou. Mas na tentativa de combater um extremo de repressão, acabamos mergulhando num extremo oposto, num mundo do "não se reprima!", "experimenta!", "No limit!"... Portanto, na sociedade atual de consumo, o que predomina é o individualismo e o hedonismo. Não existe disposição para se adiar nada. Os próprios pais procuram satisfazer todos os desejos dos filhos, que acabam não aprendendo a lidar com frustrações e "nãos". As propagandas, que são o pulmão deste sistema, criam novas "necessidades" e nos falam de uma vida plena de satisfação imediata, tipo êxtase proporcionado pelas drogas. Só que isto é utópico para a maioria das pessoas que estão excluídas dos bens de consumo. Tal frustração, incrementada pelo grande contraste entre a realidade e o sonho, só faz é escancarar ainda mais a porta para o alcoolismo e para o mundo das drogas. As drogas parecem, em algum sentido, ainda que por pouco tempo, proporcionar a sensação de prazer tão valorizada por esta sociedade de consumo. O incremento da violência também é uma outra decorrência! Esta visão tão colorida da vida, que pouco tem a ver com a realidade da grande maioria das pessoas, acaba fomentando ainda mais inveja, cobiça e frustração, não apenas pela ausência do básico, mas, agora, também pela ausência do supérfluo que nos é apresentado como sendo indispensável para a sensação de bem-estar. Temos também que, em nome da felicidade individual e também fascinado pela "grama do vizinho que parece mais verde que a nossa", impaciente e frustrado com as naturais crises do casamento, o indivíduo, está cada dia menos disposto a pagar um preço de renúncia em prol da sobrevivência da relação, e, não tendo disposição de suportar frustração a curto prazo para conquistar realização a médio e longo prazo, acaba optando pelo caminho aparentemente mais fácil e de recompensa mais imediata ainda que isto possa lhe custar sua felicidade futura.
A teologia da prosperidade é produto desta sociedade de consumo, prometendo conceder através da fé tudo aquilo que as propagandas dizem que uma pessoa precisa ter para ser feliz. Fazendo da fé uma varinha de condão e, do nome de Jesus, uma espécie de abracadabra ou lâmpada de Aladin para a realização de todos os sonhos despertados pela sociedade de consumo. Alguns pastores sucumbem aos encantos do sucesso e, buscando se tornarem celebridades, acabam entrando no espírito deste mundo consumista. Passam a pregar uma mensagem triunfalista e adocicada que esconde o preço do discipulado, nada falando sobre a necessidade da negação de si mesmo e de se carregar cada um a sua própria cruz, nada dizendo também sobre a graça de padecermos por Cristo. Com a promessa de prosperidade e saúde sempre em nome da fé, entram numa competição desenfreada em busca de adeptos ou “consumidores”, chegando a apelar para novidades e “promoções” a fim de atrair o “freguês”. Por falar no “freguês”, é ele a grande vítima de todo este complexo sistema de nossa sociedade consumista, que acabou até seduzindo parte da igreja evangélica. Diante da grande mentira de que o prazer, o sucesso e o bem-estar físico, econômico e social são o grande alvo da vida e que tudo isto está acessível a todos. Iludido, o freguês busca no consumo a realização imediata deste ideal, mas tem que lidar com a realidade de uma vida de privações, injustiça, lutas e muitos sofrimentos. Frustrado, desamparado e só está o freguês, sente-se fracassado e oprimido pela ditadura do ter. Agora, nem na igreja encontra respostas para a sua dor, mas apenas ainda mais culpa por não ter tido fé suficiente para ter sido bem sucedido na vida profissional ou para ter sido curado de algum mal.

Tenho pensado também nas Palavras de Paulo e de Jesus sobre a alegria e a paz que encontramos em Cristo. Tal alegria e paz não é deste mundo. O mundo desconhece e não compreende tais coisas, pois só concebe alegria e paz advindas das condições favoráveis. Paulo testemunhou ter aprendido a estar contente em toda e qualquer circunstância, tanto na fartura como na pobreza. Dava graças a Deus por tudo. Sabemos que Paulo estava preso quando escreveu a carta aos Filipenses. Ele era odiado por muitos, havia sido açoitado muitas vezes, e passou por muita dor e sofrimento na vida, e que também foi abandonado por alguns de seus amigos mais chegados. Além disto tudo, sabemos que ele era um homem doente e que vivia uma vida de solteiro. Digo isto a propósito, pois existe muita gente vivendo infeliz por não ter encontrado a pessoa amada, portanto, esta poderia ser mais uma razão para Paulo se lamentar, mas, pelo contrário, diante de tantos dissabores, ele fala de alegria, paz e contentamento. Isto era possível, pois ele bem sabia que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que mesmo tendo que passar por tantos infortúnios, nós, como cristãos, somos mais do que vencedores em todas estas adversidades. A alegria de Paulo vinha direto do Senhor e de Seu amor e cuidado. Ele conseguia discernir a boa mão de Deus em todos os episódios de sua existência. Ele podia desfrutar sempre da boa companhia do Senhor. Este é o segredo que lhe permitiu cantar de alegria louvores a Deus, mesmo estando amarrado a um tronco, após ter sido açoitado. Um homem assim é mesmo indestrutível, pois ele não é escravo do sistema deste mundo, ele não ama ao mundo, pois para ele o viver é Cristo e o morrer é lucro. Ele dizia, se vivemos para o Senhor vivemos, se morremos para o Senhor morremos, quer pois vivamos ou morramos, somos do Senhor. Ele aprendeu com Cristo que nos ensinou a aprender com a natureza, com os pássaros e com os vegetais. Parece que os índios, neste aspecto, tiraram lições preciosas da natureza para viverem vidas mais alegres, confiantes, despreocupadas e tranqüilas que os "civilizados".

Veja que interessante registro de um diálogo entre um português e um velho e sábio índio brasileiro:
"Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar os seus arabutan. Uma vez um velho perguntou-me: Porque vindes vós outros, maírs e pêros (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e sua plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? - sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. - Ah! Retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? - Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? - Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. - Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para os vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados" (O Povo Brasileiro, segunda edição, página 46, Darcy Ribeiro).
Se os índios podem, assim como as aves do céu e os lírios dos campos, viverem despreocupadamente na confiança que tem na "terra que os nutre", nós bem podemos, como cristãos, vivermos em paz e alegria descansados nos cuidados do Pai celestial que nos ama e nos conduz.

Pedro foge da cruz, mas é restaurado
3 p(s) do chamado pastoral – lembrar de falar sobre minha experiência de peneira (primeira mensagem em Jd. Rey).
Jesus passou pelo deserto antes do início de seu ministério. Elias e Moisés também. Paulo foi para o deserto. Temos muito a aprender sobre deserto na vida dos servos de Deus. Cruz e deserto estão em sintonia, são sinônimos. O estilo de liderança de Jesus marcado pela cruz, pelo burrinho, pelo balde e a toalha. Sendo Senhor, foi humilde e assumiu a condição de servo. Não é dominador, procura cativar pelo exemplo. Não constrange os seguidores que sempre são livres para escolher e até mesmo desistir. Não se impõe pela força, escolheu o caminho da graça e do amor. O caminho da cruz, quando foi levantado atraiu muitos a si. Quem quiser ser o primeiro que seja o servo de todos. Seu estilo de liderança, seu reino nada tem a ver com o estilo de governar deste mundo. É um estilo as avessas do padrão comum de autoridade que se coloca pela força.
Um seminarista animado ao me ouvir falar sobre líder servo, me disse que, neste sentido, havia exortado ao seu pastor a agir como servo. Retruquei imediatamente, dizendo que ele, como ovelha, não era a pessoa mais indicada para dizer isto ao pastor, por estar legislando em causa própria. Assim como não é indicado a um marido o papel de lembrar a sua esposa que ela deve ser submissa e nem a esposa ficar lembrando ao marido que ele deve amar como Jesus amou a igreja e se entregou por ela. Não são os filhos que devem dizer aos pais que eles não devem provocar a ira aos filhos e assim por diante. O marido deve se concentrar em fazer a sua parte para o bem da esposa e vice-versa. O pastor deve se preocupar com as ovelhas e as ovelhas deveriam se preocupar com o pastor. A cruz nos faz deixar de lado, sacrificando assim os nossos direitos na busca do bem alheio ou do bem comum. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. (Filipenses 2:4)

Os 3 P(s) do chamado pastoral - Pedro - Peneira – Pastor – (Inspirado em um artigo do pastor Ricardo Barbosa)
Lc 22.31-32 e Jo 21
Introdução:
O espírito desta sociedade de consumo influenciando a igreja e o ministério pastoral. Rubem Amorese adverte que a igreja hoje está passando por um processo de transformação semelhante aos das quitandas que deixaram de existir com o advento dos supermercados. Quem se lembra de como eram as quitandas de antigamente?! A quitanda era aquele mercadinho da esquina onde o freguês era conhecido pelo nome e era atendido pelo dono ou por alguém de sua família. Havia um caráter paroquial. Era uma comunidade de amigos, um lugar para servir. Não havia grandes novidades e os produtos eram sempre os mesmos, pois as pessoas não iam ali em busca de novidades, mas, sim, em busca do essencial, queriam apenas o básico. Havia confiança mútua e podia se comprar fiado. A palavra empenhada tinha valor. Havia solidariedade. Bem, você conhece o Supermercado. Não se estabelece mais na vizinhança. A freguesia é estranha, ninguém conhece mais ninguém. Mas o mercado não se preocupa com isto, pois as pessoas que vão ali não são pessoas com passado, família e nomes. São apenas consumidores. O dono e o gerente nunca estão por perto. Não parecem fazer questão de conhecer você. Estão preocupados com a concorrência, investem em propaganda e estão sempre apresentando alguma novidade com promoções tentadoras para atrair mais consumidores. Usam a propaganda para criar e induzir novas necessidades com apelos voltados para a emoção. A quitanda deu lugar aos supermercados e algo parecido está acontecendo com as igrejas, e os pastores estão deixando de ser pastores de almas para assumirem a função de gerentes e empreendedores de projetos arrojados, que entram num mundo de competição feroz pelo “mercado”, acabam abrindo mão da simplicidade do Evangelho para não ficarem para traz em termos de ofertas de “novidades”, parecem mais grandes celebridades e animadores de auditório com técnicas mirabolantes, parecem tão bons que nem precisam mais de Deus, operam com as mesmas ferramentas do mercado “religião de Mamom”. Deixaram a simplicidade de lado e fazem tudo para sofisticar e impressionar com luzes e holofotes, ou seja, com coisas artificiais, satisfazendo assim o seu narcisismo. A pessoa humana está sendo substituída pelas massas. Esta é a mente do mundo e tem a ver com o espírito do anticristo que pretende mesmo é destruir a sociedade, promovendo o individualismo, a impessoalidade, a ganância e a conseqüente desestruturação da família, do caráter humano e da sociedade.
Pedro, antes de Jesus tratar com ele, era um líder segundo o mundo, mais identificado com o estilo de liderança de Herodes, Anaz e Caifaz do que com o de Jesus. Veremos a seguir como Jesus transformou Pedro em um Pastor segundo o espírito do Reino de Deus.


Temos alguns 3 neste história: 1. Pedro nega a Jesus 3 vezes; 2. Pedro Confessa seu amor a Jesus por 3 vezes e 3. Podemos dizer que existem também 3 P(s): Pedro, Peneira e Pastor (Pedro precisa passar pela peneira para ser confirmado como pastor (“apascenta as minhas ovelhas”)

1) Primeiro P – Pedro presunçoso antes de ser peneirado
• Orgulhoso e prepotente
• “Se achava” mais forte e corajoso que os demais (Decidido a ir até a morte)
• Narcisista, gostava de demonstrar suas virtudes e superioridade; se autopromovia;
• Autoconfiante – nem precisa orar – não sabia o que é depender de Deus – estava no controle
• Não admite suas fraquezas
• Maquia suas debilidades – aparenta ser melhor do que é
• Mente até para si mesmo a ponto de não conhecer a si mesmo
• Sentia-se autovocacionado (eleito pelos méritos) e imprescindível para Cristo e Seu Reino.
• Via a Jesus como aquele que traria libertação política a Israel

2) Segundo P – Peneira
• Lc 22.31-32 – Pedro será provado e terá que passar pela peneira. Jesus diz que ele o negará por 3 vezes. Nisto, Pedro pode ter pensado: “depois de 3 anos e meio, ele ainda não me conhece. Como é que ele pode dizer isto de mim?”
• Pedro nega a Cristo. Ficou confuso com o fato da prisão de Cristo e suas expectativas messiânicas entraram em cheque, pois ele não compreendia nada ainda sobre o “o Messias como o Servo Sofredor”. “Valeria a pena morrer por um projeto fracassado e lutar por um condenado e por uma causa perdida?”. Com medo foge e passa a seguir a Jesus de longe, negando-o em seguida por 3 vezes.
• O Olhar de Jesus desmascara, desnuda e leva a Pedro ao reconhecimento do seu verdadeiro eu. (Jesus morre na cruz e Pedro sequer é preso).
• Pedro volta às redes. Um retrocesso, um retorno à velha profissão, à antiga rotina. Como quem perdeu a esperança em si mesmo (Jo 21). Eu tive um sentimento assim após um período de pregações eloqüentes quando ainda tinha 19 anos de idade, que me levaram a pregar com muita autoconfiança num culto de domingo à noite (petulante, sentia-me mais espiritual do que meus irmãos). Foi um fiasco! Fui peneirado! Sobrou só o pó e as cinzas. Sentia-me envergonhado e morto para o ministério da pregação. Dizia para mim mesmo que nunca mais pregaria em toda minha vida. Levou mais de um ano, com a ajuda de Jesus, para eu começar a pregar novamente, com muito temor e tremor. Estava aprendendo a não confiar na minha técnica e a depender da graça de Deus.

3) Terceiro P – Pastor – Jesus confirma sua vocação pastoral (Jo 21)
• Jesus pergunta: “Tu me amas?” – Agostinho falou: “se queremos conhecer um homem, não devemos perguntar o que ele faz, mas o que mais ama.”
• Pedro não podia mais enganar e nem impressionar com palavras. Jesus sabe de tudo!
• Passou pela peneira e deixou para traz as preensões do velho homem. Desnudo, humilde e fraco, Pedro confessa seu amor.
• Agora, Jesus reafirma seu chamado pastoral. É somente do outro lado da peneira que ele é ordenado Pastor!
• Aprendeu o significado de “a minha graça te basta, meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
• Jesus lhe faz agora uma profecia diferente da anterior: agora, sim, Pedro irá segui-lo com fidelidade até a morte! Não mais irá negá-lo! Pedro aprendeu que seguir o Messias é também seguir ao Servo Sofredor. Sabia agora que o servo não é maior que o seu Senhor e que, portanto, deveria carregar a própria cruz.

Aplicações:
A cultura contemporânea despreza o frágil e o dependente e gosta dos que se mostram fortes, competentes e auto-suficientes. Os espertos que dominam com poder, escondem suas fraquezas, e manipulam para exercerem o controle recebem maior reconhecimento. Mas não é assim no Reino de Deus: “os primeiros serão os últimos e os últimos, primeiros”, Jesus escolheu os pequeninos que não são para reduzir a nada os que pensam que são. Os primeiros no Reino são os que servem e lavam os pés dos demais. Moisés, Isaías e Jeremias também se sentiram inaptos e reconheceram suas fraquezas quando de seus respectivos chamados. E não podemos nos esquecer que Davi era o último da casa de seu pai quando foi ungido para ser rei de Israel. João Batista rejeitou a autopromoção, a histeria e o exibicionismo (não gritava nas praças e disse que convinha que ele diminuísse para que Cristo crescesse). Renúncia e sofrimento fazem parte do chamado dos discípulos que devem carregar a cruz à semelhança do mestre. É triste ver que muitos pastores abandonam o ministério e optam por um trabalho burocrático diante das crises, pressões, decepções e das rejeições tão peculiares aos seguidores do Servo Sofredor.
O pastor não deve se comportar como dominador do rebanho, mas deve guiar, inspirar e influenciar pelo exemplo. (1 Pedro 5:2-3). Deve lembrar que o próprio REI JESUS entrou em Jerusalém de maneira humilde e mansa, montado em um jumentinho. “Nem por força e nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. Fomos chamados para servir e não para ser servidos. O amor e a entrega humilde de nossas vidas ao serviço do próximo deve caracterizar a vida dos vocacionados para o ministério pastoral.
Não devemos estranhar as provações. Pelo menos, neste sentido, Nietsche está certo quando disse que “aquilo que não nos mata, nos torna melhores”. Precisamos nos deparar conosco mesmos, precisamos nos conhecer melhor, precisamos reconhecer nossas fraquezas. É necessário deixar de lado toda maquiagem espiritual e todo engano que nos separa do arrependimento e da graça de Deus.



Estudo preparado pelo Bispo Ildo, baseado no livro “Nova Liderança, paradigmas de liderança em tempo de Crise” – Encontro Publicações - No Encontro de Pastores Metodistas Livres realizado na Igreja de Vila Moraes em 16 de Maio de 2004.


A Cruz e o Líder cristão – algumas idéias:
O líder cristão é humilde, coração de servo, sem ambição de liderar
“Um líder verdadeiro e seguro, provavelmente não tem o desejo de liderar, mas é pressionado a aceitar uma posição de liderança pelo chamado interno do Espírito Santo e pela pressão das circunstâncias externas. Foi o caso de Davi, Moisés e dos Profetas do Velho Testamento (...) o homem que tem ambição de liderar está desqualificado para ser líder. O verdadeiro líder, não tem o mínimo desejo de mandar na herança de Deus, mas será humilde, gentil, terá espírito sacrificial, pronto para liderar como para ser liderado, quando o Espírito torna-lhe claro que apareceu alguém mais sábio e mais bem dotado de dons do que ele”. (W.Tozer)
“Os campeões não se tornam campeões nos ringues – ali são meramente reconhecidos”.
Quando o verdadeiro líder fala, as pessoas ouvem
“Se você tem que dizer as pessoas quem você é, então você não é.” Margaret Thatcher.
Delegação de Poder
“Só líderes seguros delegam poderes aos outros”
O bom líder deve encontrar líderes e desenvolvê-los, dando-lhes recursos, autoridade e responsabilidade, e depois garantir-lhes liberdade para agir.
A capacidade de realizar está ligada a capacidade de delegar poder.
Razões porque líderes violam a lei de delegação: 1ª Medo de perder o cargo para outro; 2ª Resistência a mudança e 3ª falta de auto-estima.
“Grandes coisas podem acontecer quando você não se importa com quem vai levar a fama”. Mark Twain.
Creio que as maiores coisas só acontecem quando você dá fama aos outros.
O Perfil do líder cristão
Demonstra alto grau de recuperação diante das crises.
Ser servo
Humildade. O líder deve ser o primeiro a reconhecer seus limites, sua incapacidade, sua dependência do Espírito Santo. O líder cristão é um homem que sabe lidar com as pessoas não no nível "eu sou superior a você, pois sou seu líder", mas no nível "sou seu servo, conte comigo".
Acessibilidade. O líder deve ser uma pessoa acessível aos outros, pois ele segue o exemplo de Jesus, e todos nós sabemos que as pessoas sempre queriam estar junto de Jesus.
Forte, perseverante, que agüente o tranco. Quem não estiver preparado para ouvir críticas, para ser perseguido, para tomar posição, não pode ser líder cristão. Aprender a viver na dependência do Senhor. Não pode ter hiper sensibilidade e melindres. Confiar em Deus, Ter domínio próprio.
Preparados para a frustração e para a oposição no Reino.
Na parábola do Semeador aprendemos que: Precisamos estar preparados para as frustrações do ministério. Nem sempre seremos bem sucedidos. Devemos esperar rejeição e desapontamento. Apenas um quarto do esforço do semeador deu resultados positivos.
Na parábola correlata do joio e do trigo aprendemos também que: precisamos estar preparados para oposição e para lidar com os falsos irmãos.
Perigo do Autoritarismo
O que teriam em comum governantes com idéias e ideais tão diferentes quanto Fidel Castro e Adolf Hitler? Um estilo de gestão à moda antiga, que está com os dias contados. O autoritarismo, um dos principais pilares da gestão durante décadas, perdeu o fôlego no final dos 90 e não cruzou a linha de chegada ao século 21. O mundo mudou, esse é um fato, comprovado por acontecimentos recentes e trágicos noticiados na mídia, mas muitos líderes e empresas não sabem, ou sabem, mas resistem aos vagalhões da nova ordem, agarrando-se a ultrapassados modelos como náufragos a bóias salva-vidas
Perigo do Profissionalismo
Profissionalismo, que nos torna desumanos, preocupados com o sucesso e nos faz perder a visão de nossa vocação e a nossa paixão.
Só pensar em resultados - concretismo
Apego ao poder
Orgulho
A Igreja moderna está se transformando num negócio, numa empresa, e o pastor num executivo que luta para manter-se no mercado. Esta é, talvez, uma das mudanças mais significativas e sérias que estamos atravessando.
Ser ocupado, tornou-se um símbolo de "status" e sucesso tanto no mundo secular como no religioso. Ter uma agenda repleta de compromissos é sinal de competência.
Nesta busca por sucesso e "status" não temos mais tempo para construirmos amizades verdadeiras e profundas, nem tempo para caminharmos com nossos amigos no caminho do discipulado. Não temos tempo para ouvir as histórias dos velhos, os dramas dos mais novos e as crises da alma humana.
John Stott afirma algo muito importante quando trata desse assunto: “A falta mais comum da igreja é que ela está estruturada para a “santidade”, e não para a “mundanidade”, para a “adoração” e não para a “missão”.
Pense um pouco no que aconteceria se alguém dissesse ao pastor ou ao líder para ele investir seu tempo fora da igreja, contatando gente que não pertence a igreja. Isso pareceria um absurdo para alguns.
Liderança Amorosa de José
(Gn 45:3-5; 14,15 ) A docilidade deste líder expõe francamente lideranças insensíveis e indiferentes, embriagadas pelo poder. “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1Pe 5:2,3).
Líderes dominadores são isentos de amor. Em geral, a aspereza utilizada, decorre de figuras fracas que se sentem ameaçadas, procurando impor-se pela força. Estas pessoas costumam apresentar indisposição em ouvir os outros, não são ensináveis, e agem sozinhas, como se fossem detentoras da verdade. Que a figura de José seja inspiração para conduzir ao arrependimento tais homens enfermos pelo poder.
José no Egito: Não murmurava e nem desanimava diante das circunstâncias adversas. Andava por fé. Atentava para a realidade do propósito de Deus para a sua vida. Tal era sua fé e confiança em Deus, que ele encarava as adversidades como oportunidades e desafios. Saia-se sempre bem seja como escravo ou como prisioneiro. Em tudo dava graças. Sabia que a boa mão de Deus estava sobre ele.
Já Esaú, se deixando levar pelas circunstâncias, andando por vista e não por fé, trocou direito de primogenitura por um prato de lentilhas.
Eliseu ora para que Geazi possa ter seus olhos abertos para a realidade espiritual (2 Rs 6.16-17). Ver também Mt 6.22 sobre a importância de termos bons olhos.

10 Razões para uma vida abundante e frutífera - José
1. Confiava no amor e no cuidado de Deus - Sabia que Deus o amava. Sentir-se amado por Deus faz muita diferença na vida! Muitos blasfemam de Deus por muito menos do que José enfrentou.
2. Andava por fé e não se deixava abater pelas circunstâncias
3. Tinha sonhos, uma visão do plano de Deus para sua vida. Gênesis 37:5 Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos.
4. Era otimista - conseqüência natural de sua fé no amor de Deus e na sua Palavra, no plano de Deus para a sua vida.
5. Esperava em Deus sempre - era paciente - foram treze anos de grande provação
6. Via cada crise e dificuldade como uma oportunidade de crescimento - não se deixava abater - se sentia desafiado pelas tribulações. Adaptava-se facilmente a cada uma das situações adversas e logo conquistava a simpatia e a confiança de seus superiores. Gênesis 39:2 O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Gênesis 39:4 logrou José mercê perante ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo o que tinha. Gênesis 39:5 E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção do SENHOR estava sobre tudo o que tinha, tanto em casa como no campo. Gênesis 39:6 Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. Gênesis 39:21 O SENHOR, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro; Gênesis 39:22 o qual confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se devia fazer ali. Gênesis 39:23 E nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que estavam nas mãos de José, porquanto o SENHOR era com ele, e tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava. Gênesis 41:39 Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Gênesis 41:41 Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito.
7. Não murmurava, em tudo dava graças ao Senhor - sabia que Deus tem o seu caminho na tormenta (Naum 1.3)
8. Não culpava os outros por seus infortúnios - confiava na soberania de Deus - Gn 45.5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.
9. Possuía a sabedoria de Deus, que tem como princípio o temor do Senhor. Por esta razão não caiu em tentação com a mulher de Potifar. Era um homem honesto de caráter e princípios. Reto diante dos olhos de Deus. Não agia corretamente só porque outros estão observando, mas porque teme a Deus que tudo vê. Gênesis 39:10 Falando ela a José todos os dias, e não lhe dando ele ouvidos, para se deitar com ela e estar com ela,
10. Era perdoador e misericordioso - não era vingativo - não guardava rancor - enxergava tudo do ponto de vista elevado de Deus. Gênesis 45:15 José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre eles; depois, seus irmãos falaram com ele.
Adversidades de José: Odiado pelos irmãos que o invejavam; foi colocado no fundo do poço, pensaram em mata-lo, mas acabaram vendendo-o como escravo. Foi acusado injustamente e condenado a prisão. Foram 13 anos de sofrimento longe de sua terra e família.

Contraste entre Davi e Saul
“Ao contrário de qualquer outro na história do arremesso de lanças, Davi não sabia o que fazer quando uma era atirada contra ele. Não arremessava as lanças de Saul de volta contra o rei. Havia algo diferente em Davi. Só fazia desviar-se”. (1Sm 18:5-16)
Saul, ciumento, vaidoso, prepotente, iracundo, arrogante, ambicioso e insubmisso.
Davi, é um homem sem pretensões, amável, pacífico, temente a Deus e submisso, capaz de suportar afrontas, sem revidar. Não fazia justiça com as próprias mãos. Sua visão a respeito de um Deus soberano deve transpor todas as provocações ou ameaças. Davi enxergava acima das circunstâncias. Ele conhecia a Deus de fato. Ele aprendera os caminhos que regem os princípios da autoridade espiritual. Sabia reconhecer autoridade, e jamais se rebelou contra Saul pois o via como tal. Davi já havia sido ungido por Samuel para ser rei em Israel, segundo a vontade de Deus, mas nunca, apesar de ter tido oportunidades, usou de força natural para depor a Saul. Ele esperou a ação soberana de Deus sobre sua vida.
“O que é do homem, o bicho não come!”
Jesus líder humilde
Não reivindicou a prerrogativa de ser Deus.
Jesus foi tentado a demonstrar o poder de Sua divindade. Entretanto, Ele estava determinado a se esvaziar da Sua glória, reduzindo-se a nada, unicamente voltado para a glória do Pai.
Narcisismo: Henri J.M. Nouwen chama a atenção para a grande tentação que acomete os líderes cristãos: o desejo de ser espetacular e causar impacto. Ser relevante, notado, referido, popular, destacado, bombástico, “o melhor”.
“No meio de vós, Eu sou como quem serve” (Lc 22:27);
Jesus jamais perseguiu a fama, pelo contrário, vivia fugindo dela.
Dar testemunho de si mesmo é um pecado grosseiro, pois revela a necessidade carnal de ser o centro das atenções. (Jo 7:18a).
Russell P. Shedd afirma: “Um líder, que é servo, não busca poder para auto-enriquecimento, mas para a glória do seu Mestre. Um servo que serve bem não se preocupa com sua fama ou bem-estar, conquanto, possa realizar os desejos de seu Senhor”.
Fp 2:3-8: “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando os outros superiores a si mesmo... Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
Pobre de Espírito
Quanto mais nós crescemos no Espírito de Jesus Cristo, mais cônscios de nossa pobreza nos tornamos e mais nós percebemos que tudo nada vida é uma dádiva imerecida. O tom de nossa vida passa a ser a humildade e alegre atitude de gratidão.
O pobre de espírito é a pessoa que menos julga ao seu próximo, diferente do altivo fariseu que orava no templo.
Jesus e as Crianças
A criança é pobre de espírito porque não tem pretensões na base de seu méritos. O Reino pertence as pessoas que não ficam tentando parecer boas para impressionar quem quer que seja. Perigo da hipocrisia e do narcisismo espiritual.
A criança não tem que lutar para se colocar numa boa posição diante de Deus. Tudo o que ela tem de fazer e aceitar rapidamente os biscoitos e doces provenientes do reino gracioso de Deus.
As crianças tinham pouco valor na época do Novo Testamento. Sem importância, sem status, não eram contadas. São símbolo dos que são marginalizados pela sociedade, como os pobres, mendigos, prostitutas, coletores de impostos, inferiorizados e envergonhados pela sociedade, mas que foram chamados por Jesus de “pequeninos”. Nunca desprezem um destes meus pequeninos (Mt 18.10). Eles não têm o que temer, o reino pertence a eles (Lc 12.32)
Jesus e os marginalizados
Jesus gastou um tempo desproporcional com pessoas descritas como: pobres, cegos, mendigos, leprosos, pecadores, prostitutas, cobradores de impostos, perseguidos, marginalizados, possuídos por espíritos imundos, não religiosos, pequeninos, a ralé da sociedade, os últimos e ovelhas perdidas da casa de Israel.
Extrema atenção que Ele deu aos perdedores, pecadores e para aqueles que eram tidos como ninguém
Preferência de Jesus pelos fracos, perdidos e doentes. Possuía uma incompreensível atração pelos não atraentes, um estranho interesse pelos não desejáveis e desinteressantes e um estranho amor pelos não amados.
Não têm medo de serem superados pelos colaboradores.
Líder ultrapassado:
Nunca assumem os erros. Sempre acham alguém em quem jogar a culpa, principalmente se este “alguém” não tiver como se defender.
Estão sempre prontos para se apropriar das idéias de seus colaboradores.
Simão X Pedro - Jesus encontrou Simão e lhe deu o nome de Pedro, que quer dizer Rocha (Jo 1.42). Jesus disse que agora ele era Pedro, esta era a sua nova identidade, sua realidade em Cristo. Mas, a despeito disto, observamos que muitas vezes Pedro agiu como Simão.
É interessante notar o processo de transformação de Simão em Pedro. Ex. 1. Pedro como Pedro pede para andar sobre as águas com Jesus, até começa bem, mas como Simão, fixa os olhos nas ondas do mar e sente o vento forte e, se deixando levar pelas circunstâncias, começa a submergir. 2. Em Lc 22.31-34, lemos sobre Pedro afirmando como Pedro que se manteria firme diante das pressões e não negaria Jesus. Mas é curioso que Jesus, neste episódio, tenha chamado a Pedro de Simão. E sabemos que Pedro acaba agindo como Simão ao negar a Jesus. E é neste sentido que Simão precisa se converter em Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos".
Não basta estarmos convictos de nossa realidade em Cristo, precisamos nos converter a ela. Convicção X Conversão. Conversão significa devoção, doar-se, entregar-se, dedicar-se. Precisamos nos converter a família, a profissão, à igreja, a Deus.
Hoje se fala muito em fazer aquilo que se gosta. Mais importante que isto é gostar do que faz. Isto também significa conversão.
Nunca se acha uma "vítima". Ele não fica parado, reclamando das coisas e dos acontecimentos. Ele age para modificar a realidade!

Textos bíblicos:
1co 1.23 pregamos a cristo crucificado
gl 6.14 mas longe de mim gloriar-me senão na cruz de cristo
Mc15.23 Deram-lhe a beber vinho com mirra; ele, porém, não tomou.
24 Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um.
25 Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 E, por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação: O REI DOS JUDEUS.
27 Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.
28 E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado .
29 Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! Tu que destróis o santuário e, em três dias, o reedificas!
30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
31 De igual modo, os principais sacerdotes com os escribas, escarnecendo, entre si diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se;
32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.
33 Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Vede, chama por Elias!
36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo!
37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.
38 E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.
39 O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.
Mt 16.13 Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.
20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
21 Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia.
22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.
23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.
24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.
26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?
Lucas 4:3 Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão.


CRUZ
Mateus 10:38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
Mateus 16:24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Mateus 27:32 Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a arregar-lhe a cruz. Mateus 27:40 Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!
Mateus 27:42 Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele.
Marcos 8:34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Marcos 15:21 E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.
Marcos 15:30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
Marcos 15:32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.
Marcos 15:46 Este, baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.
Lucas 9:23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
Lucas 14:27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
Lucas 23:26 E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.
João 19:17 Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, João 19:19 Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. João 19:25 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.
João 19:31 Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.
1 Coríntios 1:17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.
1 Coríntios 1:18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
Gálatas 5:11 Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz.
Gálatas 6:12 Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.
Gálatas 6:14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
Efésios 2:16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.
Filipenses 2:8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Filipenses 3:18 Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.
Colossenses 1:20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.
Colossenses 2:14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;
Colossenses 2:15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.

Aflições
João 16:33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
Atos 7:10 e livrou-o de todas as suas aflições, concedendo-lhe também graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador daquela nação e de toda a casa real.
2 Coríntios 6:4 Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias,Colossenses 1:24 Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;2 Timóteo 4:5 Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.
Sofrimento
Romanos 8:18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
Hebreus 12:2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Tiago 5:10 Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. 1 Coríntios 12:26 De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.1 Coríntios 13:7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Hebreus 2:18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.Hebreus 5:8 embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreuHebreus 13:12 Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.1 Pedro 2:21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos xemplo para seguirdes os seus passos,1 Pedro 4:1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado,
Suporta2 Timóteo 4:5 Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.Tiago 1:12 Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
CáliceMarcos 10:38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?Marcos 10:39 Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; Mateus 26:39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. Mateus 20:22 Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.Mateus 20:23 Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.
Se fez carne – posição de fraqueza – burrinho pobrezaJoão 1:14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Filipenses 2:8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 2 Coríntios 12:10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. 1 Coríntios 2:3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 2 Coríntios 11:30 Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.2 Coríntios 12:9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.2 Coríntios 13:4 Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus. 2 Coríntios 3:5 não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus,
NegueLucas 9:23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. TribulaçõesAtos 14:22 fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.Atos 20:23 senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações.Romanos 5:3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;Efésios 3:13 Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória.1 Ts 3:3 a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto;2 Ts 1:4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais,Hebreus 10:33 ora expostos como em espetáculo, tanto de opróbrio quanto de tribulações, ora tornando-vos co-participantes com aqueles que desse modo foram tratados.Tiago 1:27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.Romanos 5:3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;Romanos 8:35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?Romanos 12:12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes;2 Coríntios 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.2 Coríntios 1:8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida.2 Coríntios 4:17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,2 Coríntios 7:4 Mui grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio por vossa causa; sinto-me grandemente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa tribulação.2 Coríntios 8:2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.Filipenses 1:17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.Filipenses 4:14 Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.1 Ts 1:6 Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo,1 Ts 3:7 sim, irmãos, por isso, fomos consolados acerca de vós, pela vossa fé, apesar de todas as nossas privações e tribulação,2 Ts 1:6 se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam Apocalipse 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.Apocalipse 2:9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.Apocalipse 2:10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.Apocalipse 2:22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.Apocalipse 7:14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,2 Timóteo 3:11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, —que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor.
Padecer Filipenses 1:29 Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, Servo não é maior do que seu Senhor João 15:20 Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Torturados Hebreus 11:35 Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição;
Não tem onde reclinar a cabeça Lucas 9:58 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
Angústia Marcos 4:17 Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. Marcos 14:33 E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia. Romanos 8:35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 2 Coríntios 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.
Gememos Romanos 8:23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. 2 Coríntios 5:2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; 2 Coríntios 5:4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
Humilde Mateus 11:29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.Mateus 21:5 Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.Romanos 12:16 Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.2 Coríntios 10:1 E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousado para convosco
Perseverança Romanos 12:12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; Lucas 21:19 É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.Romanos 5:3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;Romanos 5:4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.Efésios 6:18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santosColossenses 1:11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,2 Timóteo 3:10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,Hebreus 10:36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.Hebreus 12:1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,Tiago 1:3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.Tiago 1:4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.Tiago 1:12 Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.2 Pedro 1:6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;Apocalipse 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.Apocalipse 2:2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;Apocalipse 2:3 e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
Outros textos Colossenses 2:20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: Colossenses 3:3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Romanos 6:2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?Romanos 6:8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,Romanos 14:8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.2 Timóteo 2:11 Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele;2 Coríntios 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.Filipenses 1:21 Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

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