Introdução
A apostasia, entendida como o abandono deliberado da fé em Deus, é um tema recorrente nas Escrituras. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, encontramos advertências claras sobre esse perigo, mostrando que até mesmo membros autênticos do povo de Deus estão sujeitos a esse risco. Este estudo busca apresentar os versículos bíblicos relacionados, comentados e agrupados por testamento, para demonstrar que a apostasia é uma possibilidade real para cristãos genuínos. Focaremos especialmente nos casos de Saul e Salomão, apresentando referências bíblicas que evidenciam sua condição inicial como homens de Deus e sua posterior queda.
A Aliança Entre Deus e Israel
A aliança estabelecida entre Deus e Israel é central na narrativa bíblica, servindo como base para o relacionamento entre o Criador e o Seu povo. Essa aliança é condicional, com promessas de bênçãos para a obediência e maldições para a desobediência. Em Deuteronômio 11:26-28, Deus coloca diante do povo a escolha entre bênção e maldição, dependendo de sua obediência aos mandamentos divinos. Deuteronômio 28 detalha as bênçãos que viriam sobre o povo caso obedecessem fielmente a Deus, mas também as maldições que enfrentariam se desobedecessem.
O ritual de cortar animais ao meio e passar entre as partes era uma prática antiga para selar alianças, simbolizando a seriedade do compromisso e as consequências de sua violação. Em Gênesis 15:9-10 e 17-18, Deus instrui Abraão a realizar esse ritual, passando entre as metades dos animais, indicando que a quebra da aliança acarretaria consequências severas, semelhantes ao destino dos animais sacrificados.
A seriedade da violação da aliança é enfatizada em Jeremias 34:18-20, onde Deus declara que entregará aos inimigos aqueles que violaram a aliança, não cumprindo os termos estabelecidos. Seus corpos seriam alimento para as aves e os animais selvagens, reforçando a gravidade de quebrar o pacto com Deus.
Essa aliança condicional exigia obediência contínua. A desobediência resultaria em maldição e julgamento, como visto em Deuteronômio 29:12-15, onde o povo é convocado a entrar em aliança com Deus, compromisso que se estende às futuras gerações. Deuteronômio 8:19 adverte que, se o povo se esquecer do Senhor e seguir outros deuses, certamente será destruído.
Além disso, após o episódio do bezerro de ouro, em Êxodo 32:33, o Senhor disse a Moisés: "Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim." Isso sugere que é possível perder a posição diante de Deus por meio da desobediência. O Salmo 69:28 também reflete essa ideia, onde o salmista expressa: "Sejam eles riscados do Livro da Vida e não sejam incluídos no rol dos justos." Aqui, há uma indicação de que nomes podem ser apagados do Livro da Vida, implicando na possibilidade de perda da salvação.
Em Ezequiel 18:24, Deus afirma: "Mas, se o justo se desviar da sua justiça e praticar a iniquidade, fazendo as mesmas abominações que o ímpio faz, porventura viverá? De todos os atos de justiça que ele praticou, não se fará memória; na sua transgressão... ele morrerá." Isso enfatiza que até mesmo o justo, se se desviar e cometer iniquidade, sofrerá as consequências de seus pecados, mostrando que a apostasia é um risco real para aqueles que antes eram justos diante de Deus.
Exemplos de Apostasia no Antigo Testamento
O Povo de Israel no Deserto
- O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 10, usa a experiência do povo de Israel no deserto como um exemplo claro de apostasia. Mesmo após terem sido libertados de forma miraculosa do Egito, batizados na nuvem e no mar, e alimentados com o maná do céu, muitos pereceram por sua infidelidade. Paulo adverte os crentes de que essas histórias foram registradas como advertências para nós, a fim de que não caiamos nos mesmos erros. Ele afirma que os israelitas "foram todos batizados em Moisés, na nuvem e no mar" e "todos comeram do mesmo alimento espiritual" e beberam da "mesma bebida espiritual", prefigurando Cristo. No entanto, apesar de toda essa provisão e favor divino, "Deus não se agradou da maioria deles, por isso seus corpos ficaram espalhados no deserto" (1 Coríntios 10:1-5, NVI).
- Apesar de terem experimentado a graça de Deus, o povo se afastou por causa de idolatria, imoralidade e murmuração. Paulo relembra o episódio do bezerro de ouro, quando Israel adorou um ídolo logo após Deus tê-los libertado (Êxodo 32). Ele também menciona a imoralidade cometida em Números 25, quando 23 mil israelitas morreram por sua desobediência. Além disso, quando o povo testou a paciência de Deus em Números 21, reclamando de Sua provisão, foram punidos com serpentes venenosas. Esses eventos servem como advertências claras para os crentes, mostrando que aqueles que receberam as bênçãos de Deus ainda estão sujeitos ao risco de apostasia.
- Paulo conclui com um alerta sério: "Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!" (1 Coríntios 10:12, NVI). Isso deixa claro que o perigo da apostasia não é apenas teórico, mas real. Mesmo aqueles que estão em Cristo, que experimentaram o favor e a graça de Deus, precisam permanecer vigilantes e fiéis.
- A história de Israel no deserto ecoa ao longo das Escrituras como um lembrete constante da necessidade de perseverança. O Salmo 95 relembra o momento em que os israelitas testaram a paciência de Deus em Meribá e Massá, apesar de terem visto Seus feitos maravilhosos. Da mesma forma, em Hebreus 3, os crentes são advertidos a não endurecerem seus corações como o povo de Israel fez no deserto, para que não caiam na mesma incredulidade e desobediência.
- A lição central é que a graça de Deus requer uma resposta de fé e obediência contínua. Assim como o povo de Israel foi abençoado, mas muitos se desviaram, os crentes hoje também são advertidos a permanecer fiéis, pois a apostasia é um risco real para aqueles que não perseveram.
- Em Romanos 11, o apóstolo Paulo utiliza a metáfora da oliveira para explicar a situação de Israel e os gentios no plano de salvação de Deus. Ele fala sobre os "ramos naturais" — os judeus, o povo de Israel — que foram cortados por causa da sua incredulidade, e os gentios, como "ramos de oliveira brava," que foram enxertados no lugar deles. Essa passagem é fundamental para compreender como mesmo aqueles que faziam parte do povo escolhido de Deus podem ser rejeitados devido à sua falta de fé e obediência.
- Paulo deixa claro que, assim como os ramos naturais (os judeus incrédulos) foram cortados, os gentios que foram enxertados também precisam ter cuidado para não caírem na mesma desobediência e incredulidade. Ele adverte: "Não se orgulhe contra esses ramos. Se o fizer, considere isto: você não sustenta a raiz, mas a raiz a sustenta. Você dirá então: ‘Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertado’. Está certo. Eles, porém, foram cortados por causa da incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você" (Romanos 11:18-21, NVI).
- Paulo adverte que o mesmo destino dos ramos naturais pode acontecer aos gentios, caso não permaneçam na fé. A advertência é clara: assim como os judeus que caíram em desobediência e incredulidade foram cortados, os gentios que não se mantiverem firmes na fé também podem ser rejeitados. "Veja, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com os que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado" (Romanos 11:22, NVI).
- Deus lamenta a rebelião do povo de Israel e Judá: "Assim como um cinto se apega à cintura de um homem, da mesma forma fiz com que toda a comunidade de Israel e toda a comunidade de Judá se apegasse a mim, para que fosse o meu povo para o meu renome, louvor e honra. Mas eles não me ouviram” (Jeremias 13.11).
Saul, o Primeiro Rei de Israel
- Saul foi escolhido por Deus para ser o primeiro rei de Israel. Em 1 Samuel 10:24, Samuel apresenta Saul ao povo, destacando que o Senhor o escolheu, não havendo ninguém como ele entre todos. Samuel ungiu Saul com óleo, declarando: "O Senhor o ungiu como líder da herança dele" (1 Samuel 10:1). O Espírito do Senhor veio poderosamente sobre Saul, transformando-o em outro homem e levando-o a profetizar junto com outros profetas (1 Samuel 10:6,10). Isso evidenciava a presença e a unção de Deus na vida de Saul naquele momento.
- No entanto, a jornada de Saul foi marcada por desobediência. Em 1 Samuel 13:11-12, ele oferece sacrifícios que somente Samuel estava autorizado a fazer, justificando seu ato pela demora do profeta e pelo temor dos filisteus. Essa impaciência e desobediência demonstraram falta de confiança em Deus. Samuel então declara: "Você agiu como tolo... agora o seu reino não permanecerá" (1 Samuel 13:13-14).
- A desobediência de Saul continua quando, em missão contra os amalequitas, ele poupa o rei Agague e o melhor do gado, apesar da ordem de Deus para destruir completamente tudo (1 Samuel 15:2-3,9). Samuel confronta Saul, enfatizando: "A obediência é melhor do que o sacrifício... você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor o rejeitou como rei" (1 Samuel 15:22-23). A persistente desobediência de Saul resultou em sua rejeição divina.
- Em um momento de desespero, Saul busca uma médium em En-Dor para consultar espíritos, contrariando as leis divinas que proibiam tal prática (1 Samuel 28:7). Esse ato representa um grave desvio espiritual. Em 1 Crônicas 10:13-14, é relatado que Saul morreu por causa de sua infidelidade ao Senhor, não obedecendo à palavra divina e consultando uma médium, resultando na transferência do reino para Davi. A vida de Saul serve como um alerta sobre as consequências da desobediência e apostasia.
Salomão
- Salomão foi escolhido por Deus para suceder Davi. Em 1 Crônicas 28:5, Davi declara que Deus escolheu Salomão entre seus muitos filhos para ser o próximo rei de Israel. Quando Deus aparece a Salomão e oferece conceder-lhe o que desejasse, ele pede sabedoria e conhecimento para governar o povo (2 Crônicas 1:7,10). Deus concede a Salomão sabedoria, conhecimento, riqueza, bens e honra (2 Crônicas 1:11-12), abençoando-o abundantemente por seu pedido altruísta.
- Salomão construiu o templo do Senhor em Jerusalém, cumprindo o desejo de seu pai Davi e as instruções de Deus (2 Crônicas 3:1). Após concluir o templo, o Senhor aparece novamente a Salomão, indicando aprovação e confirmando Sua presença (2 Crônicas 7:11-12).
- Contudo, Salomão também se desviou. Ele amou muitas mulheres estrangeiras, apesar da proibição divina que alertava que elas poderiam desviar seu coração (1 Reis 11:1-2). Essa desobediência abriu caminho para influências negativas. À medida que envelhecia, as mulheres de Salomão desviaram seu coração para outros deuses, e ele não foi totalmente fiel ao Senhor, seguindo divindades estrangeiras e construindo altares para elas (1 Reis 11:4-6).
- Deus comunicou a Salomão que, devido a essa atitude e desobediência, o reino seria tirado dele, embora não em sua vida, por causa de Davi (1 Reis 11:11-12). Como parte do julgamento, Deus permitiu que adversários se levantassem contra Salomão (1 Reis 11:14,23). Apesar de seu início promissor, Salomão terminou seu reinado com infidelidade a Deus, deixando um legado de divisão e idolatria em Israel (1 Reis 11:41-43).
Advertências no Novo Testamento
A nova aliança em Cristo é estabelecida pelo Seu próprio sangue, e violá-la traz consequências ainda mais severas. Em Hebreus 10:26-31, somos alertados de que, se continuarmos a pecar deliberadamente após recebermos o conhecimento da verdade, não resta sacrifício pelos pecados, mas uma terrível expectativa de juízo. O texto enfatiza que quem despreza o Filho de Deus, profana o sangue da aliança pelo qual foi santificado e insulta o Espírito da graça enfrentará um castigo ainda mais severo. "Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo."
Hebreus 6:4-6 destaca que é impossível renovar para arrependimento aqueles que já foram iluminados, provaram o dom celestial, participaram do Espírito Santo e, mesmo assim, caíram. Eles crucificam novamente o Filho de Deus e o expõem à desonra pública. Essas passagens mostram que a apostasia é um perigo real, mesmo para aqueles que tiveram uma experiência genuína com Deus.
A conexão entre as alianças antiga e nova ressalta que, se a desobediência na antiga aliança resultava em morte, a violação da nova aliança traz consequências ainda mais severas. Os crentes da nova aliança têm maior responsabilidade devido ao conhecimento e à experiência com Cristo. Por isso, são exortados a perseverar na fé e a valorizar o sacrifício de Cristo.
Outras advertências incluem Hebreus 12:25, que nos adverte a não rejeitar Aquele que fala dos céus, e 2 Pedro 2:20-21, que afirma que, se depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo conhecimento de Jesus Cristo, as pessoas são novamente enredadas nelas e dominadas, estão em pior estado do que no princípio. Teria sido melhor não terem conhecido o caminho da justiça do que, depois de conhecê-lo, voltarem atrás.
A Necessidade de Vigilância e Perseverança
- As numerosas advertências nas Escrituras indicam que a possibilidade de apostasia é real e que os crentes devem ser vigilantes.
Exortações à Perseverança:
- "Pelo evangelho vocês são salvos, se se apegarem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão." (1 Coríntios 15:2, NVI)
- "Pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que de fato nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio." (Hebreus 3:14, NVI)
- "Venho em breve! Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa." (Apocalipse 3:11, NVI)
- "Se é que vocês permanecem na fé, alicerçados e firmes, sem se afastarem da esperança do evangelho que ouviram..." (Colossenses 1:23, NVI)
- "Conservando a fé e a boa consciência, que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé." (1 Timóteo 1:19, NVI)
- "É perseverando que vocês obterão a vida." (Lucas 21:19, NVI; cf. Mateus 24:13)
- "Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado..." (1 Timóteo 6:12, NVI)
- "Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida." (Apocalipse 2:10, NVI)
- "O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos." (Apocalipse 3:5, NVI)
- "Se o negarmos, ele também nos negará." (2 Timóteo 2:12, NVI)
Advertências Sobre o Perigo da Apostasia:
- "Desejamos, porém, que cada um de vocês continue mostrando até o fim a mesma diligência, para que tenham a plena certeza da esperança, de modo que não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que por meio da fé e da paciência recebem a herança prometida." (Hebreus 6:11-12, NVI)
- "Portanto, amados, sabendo disso, estejam em alerta para que não sejam levados pelo erro dos ímpios e caiam da sua posição segura." (2 Pedro 3:17, NVI)
- "Não apaguem o Espírito." (1 Tessalonicenses 5:19, NVI)
- "Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará." (Mateus 24:12, NVI)
Comentário: Só pode esfriar o amor que já foi quente. - "Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca." (Apocalipse 3:16, NVI)
Comentário: Só pode ser vomitado algo que esteve dentro. - "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele corta..." (João 15:1-2, NVI)
Comentário: Só pode ser cortado o ramo que fazia parte da videira. - "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo?" (Mateus 5:13, NVI)
Comentário: O sal insípido perde sua utilidade. - "Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora!" (Mateus 25:13, NVI)
Comentário: A parábola das Dez Virgens enfatiza a necessidade de vigilância. - "Cuidado! Vigiem e orem. Pois vocês não sabem quando chegará o tempo." (Marcos 13:33, NVI)
- "Venho em breve! Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa." (Apocalipse 3:11, NVI)
Comentário: A coroa pode ser tomada se não perseverarmos. - "Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados." (João 15:6, NVI)
Parábolas de Advertência:
- Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-30):
O servo que não utilizou o talento recebido foi lançado nas trevas. - Parábola dos Lavradores Maus (Mateus 21:33-44):
Os lavradores que não deram frutos foram destruídos. - Parábola do Servo Infiel (Mateus 24:45-51; Lucas 12:35-48):
O servo que não estava preparado foi punido severamente. - Parábola da Figueira Infrutífera (Lucas 13:6-9):
A figueira que não produzia frutos estava prestes a ser cortada. - Parábola do Credor Incompassivo (Mateus 18:23-35):
O servo que não perdoou teve sua dívida restabelecida.
Outras Advertências:
- "Se alguém competir como atleta, não receberá a coroa se não competir de acordo com as regras... Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna. Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseverarmos, com ele também reinaremos. Se o negarmos, ele também nos negará." (2 Timóteo 2:5,10-12, NVI)
- "Pois, se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão." (Romanos 8:13, NVI)
Conclusão
A Bíblia demonstra consistentemente que a apostasia é um risco real para membros genuínos do povo de Deus. A aliança entre Deus e Seu povo é um compromisso sério que requer fidelidade e obediência. As advertências em Hebreus conectam a seriedade da antiga aliança com a nova, enfatizando que desonrar o sacrifício de Cristo traz consequências severas.
"Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hebreus 10:31)
Crentes autênticos são exortados a permanecer em Cristo, confiando na graça de Deus, mas conscientes de sua responsabilidade de perseverar na fé e obedecer aos termos da nova aliança. A conexão entre as consequências na antiga e na nova aliança serve como um sério aviso para todos os crentes. Devemos levar a sério essas advertências, mantendo-nos firmes na fé e na obediência ao Senhor.
Respondendo às Objeções
Introdução
Aqueles que defendem a segurança eterna frequentemente citam certas passagens bíblicas para apoiar sua posição. Examinaremos esses textos comumente utilizados e forneceremos respostas bíblicas adequadas, demonstrando que as Escrituras ensinam a necessidade de vigilância e perseverança na fé até o fim para a salvação.
Textos Comumente Utilizados pelos Defensores da Segurança Eterna
- Objeção 1: João 10:27-29
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu a mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai." (João 10:27-29, NVI)
Argumento:
Defensores da segurança eterna afirmam que esta passagem garante que os crentes estão eternamente seguros nas mãos de Jesus e do Pai, impossibilitando que alguém os tire dessa posição de segurança.
Resposta Bíblica:
A promessa de segurança é destinada àqueles que continuam a ouvir e seguir Jesus. A condição é o relacionamento contínuo entre o Pastor e as ovelhas. Jesus enfatiza a necessidade de permanecer Nele:
"Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim." (João 15:4, NVI)
Além disso, as Escrituras indicam que o crente tem a responsabilidade de permanecer fiel:
"Digo-lhes a verdade: se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte." (João 8:51, NVI) - Objeção 2: Romanos 8:38-39
"Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 8:38-39, NVI)
Argumento:
Eles afirmam que nada pode separar o crente do amor de Deus, indicando segurança eterna.
Resposta Bíblica:
Paulo enfatiza que nada externo pode nos separar do amor de Deus. No entanto, isso não aborda a possibilidade de um crente escolher se afastar voluntariamente. As Escrituras advertem sobre o perigo de endurecer o coração e se afastar:
"Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração pecaminoso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo." (Hebreus 3:12, NVI)
Israel era amado por Deus, mas muitos se afastaram por desobediência. O amor de Deus é constante, mas requer uma resposta fiel. - Objeção 3: Filipenses 1:6
"Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus."(Filipenses 1:6, NVI)
Argumento:
Defensores veem nesta passagem uma garantia de que Deus concluirá a obra de salvação iniciada nos crentes, assegurando a segurança eterna.
Resposta Bíblica:
Paulo expressa confiança no crescimento espiritual dos filipenses, que estavam demonstrando fidelidade. O contexto indica uma cooperação entre Deus e os crentes:
"Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas na minha presença, porém muito mais agora, na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor." (Filipenses 2:12, NVI)
Isso sugere que os crentes têm um papel ativo em perseverar na obediência para o desenvolvimento de sua salvação. A obra de Deus é eficaz na vida daqueles que permanecem em Cristo, mas a promessa está relacionada à fidelidade contínua. - Objeção 4: Efésios 1:13-14
"Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que são propriedade de Deus, para o louvor da sua glória." (Efésios 1:13-14, NVI)
Argumento:
Defensores da segurança eterna argumentam que o selo do Espírito é uma garantia incondicional da salvação eterna.
Resposta Bíblica:
O selo do Espírito é uma garantia para aqueles que permanecem em Cristo. Paulo adverte:
"Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30, NVI)
Entristecer o Espírito pode levar ao afastamento da comunhão com Deus. Ter o selo e participar do Espírito Santo não impede a possibilidade de queda:
"É impossível que aqueles que uma vez foram iluminados, que provaram o dom celestial, que se tornaram participantes do Espírito Santo, que experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir, e caíram, sejam reconduzidos ao arrependimento. Pois, para si mesmos, estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública." (Hebreus 6:4-6, NVI) - Objeção 5: Judas 24
"Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria..." (Judas 1:24, NVI)
Argumento:
Defensores concluem que, se Deus é poderoso para guardar, isso implica que Ele o fará de modo incondicional.
Resposta Bíblica:
Judas escreve uma carta repleta de advertências contra a apostasia. Antes da doxologia, ele exorta os crentes sobre a responsabilidade de edificarem-se na fé e manterem-se firmes no amor de Deus:
"Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna." (Judas 1:20-21, NVI)
Embora Jesus seja poderoso para nos guardar, Ele nos ensinou a orar:
"E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal..." (Mateus 6:13a, NVI)
Isso indica que devemos participar ativamente na oração e buscar a ajuda de Deus para não cair. Deus também nos guarda através de múltiplas advertências sobre o risco de cair:
"Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração..." (Hebreus 3:15, NVI; cf. Salmo 95:7-8). “Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça. (Gálatas 5.4).
Deus concede todas as condições para que possamos triunfar e dar o devido fruto, mas isso não garante o resultado final, pois depende também da nossa resposta:
"Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados." (João 15:4,6, NVI)
Objeção 6: João 6:37
"Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e quem vier a mim, de modo nenhum o lançarei fora." (João 6:37, NVI)
Argumento:
Defensores da segurança eterna argumentam que este versículo garante que aqueles que verdadeiramente vêm a Cristo nunca poderão ser perdidos.
Resposta Bíblica:
No contexto, essa promessa não anula a responsabilidade do crente de permanecer fiel ou de não se afastar voluntariamente. Exemplos bíblicos demonstram que é possível alguém afastar-se por escolha própria:
- Judas Iscariotes: Ele foi dado a Cristo e chamado como um dos doze apóstolos, mas escolheu afastar-se ao trair o Senhor por amor ao dinheiro. Jesus disse: "Não vos escolhi a vós, os doze? Contudo, um de vós é o diabo." (João 6:70, NVI)
- Jovem Rico: Jesus amou o jovem, mas ele escolheu afastar-se por amor às riquezas: "Diante disso, o coração do jovem encheu-se de tristeza, e ele foi embora triste, porque tinha muitas riquezas." (Marcos 10:22, NVI)
- Demas: "Demas, tendo amado este mundo, me abandonou." (2 Timóteo 4:10, NVI)
- Rejeição de Israel: "Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos, como a galinha junta seus pintinhos debaixo das asas, mas vocês não quiseram." (Mateus 23:37, NVI). "Vocês não querem vir a mim para terem vida." (João 5:40, NVI). "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vocês sempre resistem ao Espírito Santo; assim como os seus antepassados, também vocês." (Atos 7:51, NVI)
- Esses exemplos ilustram que, embora Deus ofereça a salvação, a escolha de permanecer ou afastar-se de Cristo é do próprio indivíduo. A responsabilidade do crente em permanecer fiel é constante nas Escrituras, demonstrada por Judas, o jovem rico, Demas e o povo de Israel de uma maneira em geral. A graça de Deus está presente, mas requer nossa perseverança e fidelidade.
Objeção 7: 1 João 2:19
- "Eles saíram do nosso meio, mas na verdade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos." (1 João 2:19, NVI)
Argumento:
- Defensores da segurança eterna usam este versículo para argumentar que aqueles que se desviam nunca foram verdadeiros cristãos.
Resposta Bíblica:
- O contexto mostra que “nossos” refere-se à liderança apostólica, não a todos os crentes. João escreve em nome da coletividade apostólica, testemunhas oculares de Cristo (1 João 1:1-4), e combate falsos mestres que nunca fizeram parte desse grupo.
- "Eles saíram do nosso meio, mas na verdade não eram dos nossos," refere-se a falsos mestres, chamados de anticristos, que nunca foram verdadeiros apóstolos de Cristo, mas podem ter sido genuínos cristãos. O grave pecado da apostasia indica um afastamento de crentes autênticos, pois quem nunca creu não enfrentaria tal juízo severo (1 João 5:16).
- João exorta os crentes a permanecerem em Cristo, alertando sobre o perigo real de apostasia:
- "Filhinhos, permaneçam nele [...] para que não sejamos envergonhados [...]" (1 João 2:28, NVI)
- Isso demonstra que mesmo os nascidos de Deus precisam ser vigilantes e não se desviar:
- "Filhinhos, guardem-se dos ídolos." (1 João 5:21, NVI)
Objeção 8: "Os Eleitos Não Podem Cair"
Argumento:
- Alguns afirmam que os eleitos de Deus não podem perder a salvação, pois foram predestinados para a vida eterna.
Resposta Bíblica:
- Chamado à Perseverança:
"Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois, fazendo isso, jamais tropeçarão." (2 Pedro 1:10, NVI)
Comentário: Pedro exorta os eleitos a se esforçarem para confirmar sua eleição, indicando que a perseverança é necessária e que a eleição não é incondicional. - Advertências aos Eleitos:
"Portanto, amados, sabendo disso, estejam alertas para que não sejam levados pelo erro dos ímpios nem percam a sua firmeza." (2 Pedro 3:17, NVI)
Comentário: Mesmo sendo eleitos, os crentes são advertidos a permanecer firmes, evitando cair em erro. A eleição está condicionada à permanência no Corpo de Cristo, que é a Igreja. - Predestinação Baseada na Presciência de Deus:
"Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou..." (Romanos 8:29, NVI)
"Eleitos segundo a presciência de Deus Pai..." (1 Pedro 1:2, NVI)
Comentário: A predestinação individual baseia-se no pré-conhecimento de Deus sobre quem irá crer e perseverar. Portanto, a eleição não elimina a necessidade de perseverança na fé.
Objeção 9: "A Salvação Não Pode Ser Perdida Porque É um Dom de Deus"
Argumento:
- Como a salvação é um dom gratuito de Deus, não pode ser perdida pelas ações humanas.
Resposta Bíblica:
- A Salvação é Condicional à Fé:
"Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus." (Efésios 2:8, NVI)
Comentário: A salvação é recebida pela fé, que é um dom de Deus, mas requer uma resposta contínua de confiança. - Necessidade de Permanecer na Fé:
"Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação, desde que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se afastarem da esperança do evangelho que vocês ouviram..." (Colossenses 1:22-23, NVI)
Comentário: A permanência na fé é essencial para permanecer na salvação. - Advertências Sobre a Possibilidade de Afastamento:
"Portanto, considerem a bondade e a severidade de Deus: severidade para com os que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado." (Romanos 11:22, NVI). - “Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça. (Gálatas 5.4).
Comentário: A continuidade na bondade de Deus é condicional; há a possibilidade real de ser cortado se não permanecermos.
Objeção 10: João 17.12:
- "Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei pelo nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura."
Argumento:
- Jesus disse que guarda seus discípulos para que nenhum deles se perca.
Resposta Bíblica:
- Jesus está se referindo aos 12 apóstolos e não a comunidade geral de cristãos.
Dos doze, apenas um se perdeu. Deus na sua onisciência sabia quais perseverariam até o fim e qual deles seria o traidor, e, baseado nisto, os entregou a Cristo para comporem o colégio apostólico.
Objeção 11: "A Apostasia é Impossível Porque Deus Nos Preserva"
Argumento:
- Deus é fiel para preservar os crentes até o fim; portanto, a apostasia é impossível.
Resposta Bíblica:
- A Fidelidade de Deus Não Nega a Responsabilidade Humana:
"Se formos infiéis, ele permanecerá fiel, pois não pode negar-se a si mesmo." (2 Timóteo 2:13, NVI)
Comentário: A fidelidade de Deus é um incentivo para permanecermos fiéis, mas não uma garantia incondicional que anula nossa responsabilidade. - Advertências Claras Sobre a Apostasia:
"O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e obedecerão a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios." (1 Timóteo 4:1, NVI)
Comentário: Há uma previsão explícita de que alguns se desviarão da fé. - Exortação à Perseverança:
"Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu." (Hebreus 10:36, NVI)
Comentário: A perseverança é necessária para receber as promessas de Deus.
Objeção 11: "As Advertências São Hipotéticas"
Argumento:
- As advertências sobre a apostasia são meramente hipotéticas e não indicam que a queda real é possível.
Resposta Bíblica:
- Advertências Não São Hipotéticas:
As advertências são sérias e baseadas em exemplos reais de pessoas que se desviaram. - Exemplo de Demas:
"Pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica..." (2 Timóteo 4:10, NVI)
Comentário: Demas era um colaborador de Paulo que abandonou a fé por amor ao mundo. - Exemplo de Israel:
"Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem o fim dos tempos tem chegado." (1 Coríntios 10:11, NVI)
Comentário: As falhas de Israel servem como advertência real para nós. - Advertências São Ferramentas de Deus para Preservação:
"Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" (Hebreus 2:3a, NVI)
Comentário: As advertências servem para nos manter vigilantes e perseverantes. - Possibilidade Real de Queda:
"Vocês que procuram ser justificados pela lei separaram-se de Cristo; caíram da graça." (Gálatas 5:4, NVI)
Comentário: Há a possibilidade real de se afastar de Cristo e cair da graça.
Conclusão
As Escrituras apresentam um equilíbrio claro entre a segurança que temos em Cristo e a responsabilidade que nos é atribuída de perseverar na fé. Embora Deus seja poderoso para nos guardar e tenha prometido nunca nos deixar nem nos abandonar, Ele também nos chama à vigilância, à obediência contínua e à permanência Nele. A segurança que desfrutamos em Cristo está diretamente ligada à nossa disposição de seguir a Cristo e de manter uma relação viva com Ele.
As advertências bíblicas sobre o perigo da apostasia não são meramente hipotéticas, mas alertas reais dirigidos a crentes genuínos, para que permaneçam firmes na fé. Esses alertas nos mostram que o afastamento deliberado de Cristo é uma possibilidade trágica, mesmo para aqueles que já provaram das bênçãos de Deus. "Aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mateus 24:13, NVI). Portanto, devemos levar a sério essas advertências, confiando sempre na graça de Deus, mas cientes de nossa responsabilidade de permanecer fiéis até o fim, para que ninguém nos roube a coroa da vida eterna.
Contudo, é importante salientar que a salvação não é perdida a cada pecado ou erro, pois Deus é misericordioso e está pronto para perdoar aqueles que se arrependem sinceramente. O risco da perda da salvação surge em situações extremas, quando o crente, de forma deliberada, se aparta de Cristo, escolhendo o pecado em vez da obediência, como descrito em Hebreus 6:4-6 e 10:26-31. Da mesma forma, aqueles que se desviam ao abraçar heresias destrutivas, negando o próprio Senhor que os resgatou (2 Pedro 2:1), ou que negligenciam a tão grande salvação (Hebreus 2:3), correm o risco de esfriar o amor por Deus (Mateus 24:12) e, eventualmente, apagar o Espírito Santo em suas vidas (1 Tessalonicenses 5:19).
No entanto, Deus, em Sua bondade e sabedoria, nos oferece todas as condições para combatermos o bom combate, completarmos a carreira e guardarmos a fé (2 Timóteo 4:7-8). Ele não nos deixa desamparados, mas nos equipa com todos os recursos espirituais necessários para perseverarmos até o fim. "As armas com as quais lutamos não são humanas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas." (2 Coríntios 10:4, NVI). Por isso, a Bíblia nos exorta a nos revestirmos de toda a armadura de Deus para podermos resistir no dia mau e permanecermos firmes (Efésios 6:13). A armadura de Deus inclui o cinturão da verdade, a couraça da justiça, o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito e o evangelho da paz, todas essas armas nos capacitam para viver uma vida de vitória.
Além disso, não estamos sozinhos nessa caminhada. Contamos com a intercessão de Cristo, que "vive sempre para interceder por nós." (Hebreus 7:25, NVI), e com a intercessão do Espírito Santo, que intercede "com gemidos inexprimíveis." (Romanos 8:26, NVI). A presença de Deus está conosco em todos os momentos, e Jesus prometeu: "E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos." (Mateus 28:20, NVI). Esse auxílio divino nos dá grande confiança de que, com a ajuda de Deus, podemos vencer as tentações e desafios desta vida e alcançar a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, nos dará naquele Dia (2 Timóteo 4:8, NVI).
Além das forças espirituais que Deus nos concede, somos exortados a desenvolver nossa salvação por meio de uma perseverança ativa e uma resposta contínua à graça de Deus. Devemos confiar que Deus é poderoso para nos guardar, mas também ser diligentes em permanecer na fé, mantendo nossos olhos firmes em Cristo, o autor e consumador da nossa fé. É na dependência da graça divina e no compromisso de permanecer Nele que encontraremos segurança verdadeira e duradoura.
A caminhada com Cristo exige que nos mantenhamos vigilantes, usando as ferramentas espirituais que Deus nos proporcionou e contando com Seu auxílio constante. Assim, podemos garantir que nossa fé não apenas sobreviva, mas floresça, culminando na recompensa eterna prometida aos que perseveram até o fim.
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