Pular para o conteúdo principal

Cronologia Escatológica

Por José Ildo Swartele de Mello

Introdução

Segue aqui a ordem cronológica dos principais fatos relacionados aos finais dos tempos de acordo com as Escrituras Sagradas: 

1)    A Primeira Vinda de Cristo promovendo: O Aprisionamento de Satanás e a Primeira Ressurreição
2)    O Milênio (Reino de Deus na era presente)
3)    A Grande Tribulação (curto período de tempo em que Satanás será solto)
4)    A Segunda Vinda de Cristo (O Dia do Senhor, evento único, visível e portentoso)
5)    A Segunda Ressurreição ou Ressurreição Geral dos Corpos (evento único e geral, uns para a vida, outros para a morte)
6)    O Juízo Final (evento único e geral)
7)    Novo Céu e Nova Terra (Nova Jerusalém e a plenitude do Reino Eterno)

Pretendo demonstrar que esta ordem se encontra tanto nas Escrituras do Antigo como do Novo Testamentos, tanto nos ensinos de Cristo como também de seus apóstolos, tanto nos Evangelhos como também nas Epístolas e no Apocalipse. Havendo uma coerência muito grande entre todos eles.

Agora, é importante ressaltar que o livro de Apocalipse não está todo em uma ordem cronológica, não é uma narrativa linear de começo, meio e fim, mas apresenta-se divido em 7 seções paralelas e progressivas, onde cada seção abarca o período que vai da primeira vinda de Cristo até a consumação dos séculos, cada uma trazendo novos detalhes em relação a anterior, como retratos de uma mesma história tirados de diversos ângulos diferentes de maneira a enriquecer a visão como um todo.

O Apóstolo João, autor do Apocalipse, também escreveu o Evangelho de João e lá também fez uso do número sete para destacar certas verdades, no caso, para defender a divindade de Jesus, pois o Evangelho registra sete milagres de Cristo e também sete vezes a expressão "Eu Sou". Então, Apocalipse, segue esta mesma linha, possuindo sete seções. Sendo que cada seção compreende o período que vai da primeira à segunda vinda. Cada nova seção é mais clara em seu retrato do fim até chegarmos ao clímax! Primeira Seção (1-3) - Os sete candeeiros; Segunda Seção (4-7) - Os sete selos; Terceira Seção (8-11) - As sete trombetas; Quarta Seção (12-14) - A trindade maligna; Quinta Seção (15-16) -As sete taças; Sexta Seção (17-19) - A derrota dos agentes do Dragão; e a Sétima Seção (20-22), que mostra o Reinado de Cristo com as almas do santos no céu e não em um milênio na terra depois da segunda vinda.

Embora o capítulo 19 descreva a Segunda Vinda de Cristo, ele termina com uma descrição viva do juízo final. Os eventos descritos no Capítulo 20 não seguem os do capítulo 19 em ordem cronológica, assim como também a descrição do nascimento de Jesus que encontramos no capítulo 12, de maneira alguma segue cronologicamente os eventos do juízo registrados no capítulo 11.

Portanto, assim como o capítulo 11 termina com uma descrição do Juízo Final e o capítulo 12 recomeça contando a história a partir do nascimento de Cristo, assim também, acontece com os capítulos 19 e 20. Pois, o capítulo 20 começa descrevendo os eventos que marcaram a primeira vinda. Porque foi por ocasião da Primeira Vinda de Cristo que aconteceu o aprisionamento de Satanás (Mt12.28-29; Jo 1.5; Mt 16.18; Mt 28.18) e seu lançamento no abismo (Lc 10.18, 19; Is 14.12; Jd 1.6; 2Pe 2.4; Jo 12.31,32).

Vejamos agora uma descrição mais detalha dos eventos escatológicas na ordem sequencial em que se darão conforme a sétima e última seção do Livro de Apocalipse (20-22) e como tal sequência é também ensina por Jesus, seus apóstolos e pelos profetas.


1) A Primeira Vinda de Cristo promovendo o Aprisionamento de Satanás e a Primeira Ressurreição

O Aprisionamento de Satanás


Satanás é preso por ocasião da primeira Vinda de Cristo conforme registrado em Mateus 12:28-29, pois as mesma palavras traduzidas por “amarrar” ou "acorrentar" (deo) e “expulsar” ou "lançar" (ek-ballo) são empregados tanto em Mateus 12.28-29 como também em Apocalipse 20.2-3. Depois de amarrado (deo), Satanás é expulso (ekballo) da terra e lançado no abismo. Jesus disse que Satanás já estava sendo expulso naquele tempo em que Jesus esteve entre nós: "agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31). Jesus declarou também que já havia visto Satanás caindo como um raio (Lc 10.18).

Estas ações de  "amarrar", "prender" e "expulsar" não devem ser interpretadas literalmente, pois elas tem como propósito demonstrar que Jesus restringiu o poder do maligno "para assim impedi-lo de enganar as nações" (Ap 20.3). "Amarrado" e "expulso", Satanás não pode impedir que Jesus "atraia todos a si" através da cruz (Jo 12.31,32), de modo que Satanás não conseguirá também impedir que a Igreja seja bem sucedida no cumprimento de sua Grande Missão de fazer discípulos de todas as nações durante esta era do Evangelho do Reino, em que as "portas do inferno" não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18), pois a Igreja recebeu sua missão do Rei que já tem todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18-20), e recebeu deste Rei o poder do Seu Espírito para lhe ser testemunha (At 1.8), tendo recebido dele também as chaves do Reino (Mt 16.19), e o poder para pisar cobras, escorpiões e sobre todo o poder do mal (Lc 10.19; Mc 16.18). Tanto é verdade, que o Apocalipse mostra uma inumerável multidão de salvos de todas as nações (Ap 6.9-11 e 7.9-14), de modo que se cumprirá a profecia que diz que "a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar"(Is 11.9). 

Tal sucesso da Igreja somente foi possível porque Jesus, que veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3.8), amarrou Satanás (Mt 12.29 e Ap 20.2),  vencendo-o em todas as batalhas: na tentação do deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13 e Lc 4.1-13), na cruz (Cl 2.14,15; Cl 1.19,  Gl 6.14, Jo 19.30). Portanto, assim como um cachorro, Satanás foi acorrentado, tendo o seu raio de ação limitado de modo a não poder impedir o avançar missionário da Igreja, mas, cuidado: "Não deis lugar ao diabo",  ou seja, não entre no raio de ação dele. 

A primeira Ressurreição


A primeira ressurreição descrita em Apocalipse 20.6 é de natureza espiritual e diz respeito ao novo nascimento em Cristo que promove a ressurreição dos que estavam mortos em seus delitos e pecados (1Jo 3:14, Rm 6:8, Ef 2:4-6 e Cl 2:13). 

Os cristãos são descritos como já estando espiritualmente assentados com Cristo em seu trono celestial, reinando sobre todo principado e potestade (Ef 2:6, 1Co 3:21-22 e Cl 3:1-2). Todos os que estão em Cristo já passaram da morte para a vida, ainda estão sujeitos a morte física, que é a primeira morte, mas "a segunda morte não tem poder sobre eles" (Ap 20.6)! Já, os demais, continuam mortos nos seus delitos e pecados durante o milênio, não participam da primeira ressurreição e nem reinam com Cristo. Todos estes ressuscitarão apenas uma única vez  na ressurreição geral e física de todos os mortos que acontecerá após o milênio e serão condenados no juízo final e padecerão a segunda morte que é o castigo eterno  (Ap 20.5).

Mais uma prova de que a primeira ressurreição (Ap 20.6) é de caráter espiritual, sendo uma referência ao novo nascimento e a condição dos salvos, que já estão inscritos no Livro da Vida, pode ser aferida do texto paralelo que se encontra no v. 15. Pois quem nasceu de novo não sofre o dano da segunda morte ou condenação do inferno. O v. 14 diz que a Segunda Morte é o Lago de Fogo, ou seja, o inferno, e conhecemos bem a afirmação paulina de que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). O que concorda plenamente com a exclamação de Nosso Senhor: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24).

Portanto, quem tem o seu nome inscrito no Livro da Vida (Ap 20.15), ou seja, quem já participou da Primeira Ressurreição (v. 6), não sofrerá o dano da Segunda Morte (v. 6 e 15). Tanto a Primeira Ressurreição como a Segunda Morte são de caráter espiritual. Não seria coerente dizer que um Ressurreição física livra o homem de uma condenação espiritual.

O Novo Testamento usa com frequência o termo ressurreição, ressuscitados e ressurretos para descrever a condição do crente em Cristo: “tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2:12)... “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:1)... Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6:4)... “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 Jo 3:14). Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, de modo que os mártires cristãos estão vivos em Deus e reinam com Cristo.

Vemos, no capítulo 5 do Evangelho de João, o emprego do termo ressurreição tanto no sentido espiritual como no físico e isto num mesmo contexto (Jo 5.25-29). Portanto, não seria de se estranhar que o mesmo acontecesse neste outro escrito de João.

A primeira ressurreição mencionada em Apocalipse 20.6 é espiritual, apresentada aqui principalmente para indicar a vitória dos mártires que vivem e reinam com Cristo, pois o estado intermediário dos crentes, entre a morte e a ressurreição, é um período de vida (Lc 20.38) e consciência (Ap 6.9-11), que segundo Paulo é incomparavelmente melhor do que a dos crentes antes da morte (Fp 1.23), que o faz até preferir deixar o corpo para habitar com o Senhor (2 Co 5.8), pois eles desfrutam da presença do Senhor numa dimensão superior, por se acharem diante do trono de Deus, servindo a Deus de dia e de noite no seu santuário, já não tem mais fome, nem sede, e já não sofrem mais a intempéries da vida, pois são apascentados e consolados por Jesus (Ap 7.15-17), e, aqui, em Ap 20.6, vemos que eles também partilham de alguma maneira do privilégio de reinar juntamente com Cristo. Já, a segunda ressurreição é descrita nos versos de 11 a 13 como algo distinto da primeira, sendo uma clara referência a ressurreição do corpo que se dará por ocasião da Segunda Vinda de Cristo.

A Primeira Vinda de Cristo nos trouxe a primeira ressurreição, que é o novo nascimento e a Segunda Vinda nos trará a segunda ressurreição que será a do corpo. A segunda morte é uma referência ao castigo eterno, o que implica em que a primeira ressurreição, mencionada por João, não seja uma ressurreição física. Pois se os crentes já tivessem aqui (em Ap 20.6) ressuscitado fisicamente, em corpo glorificado, eles já estariam desfrutando do gozo pleno e total da vida vindoura e não seria necessário dizer que sobre eles a segunda morte não tem poder (v.6). Sendo assim, teríamos aqui o uso de um recurso estilístico comum naquela época, conhecido por chiasmo, que disporia os quatro elementos (primeira e segunda ressurreição e primeira e segunda morte) de modo a estabelecer um contraste diagonal em “X”, como ilustrado no diagrama abaixo, onde “a)” estaria se contrapondo a “b)”, espiritual com espiritual e físico com físico. Notar que este contraste, pelo menos em sua dimensão espiritual, entre a primeira ressurreição e a segunda morte, pode ser visto também no versículo 15, que diz: “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo”. A expressão “foi achado inscrito no Livro da Vida” indica a condição do salvo, daquele que nasceu de novo, que já foi ressuscitado espiritualmente com Cristo e que já passou da morte para a vida, enquanto que, no versículo 14, é dito que o lago de fogo é a segunda morte.

Assim, este texto estabelece o mesmo contraste encontrado no versículo 6, que diz “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos”. O que fortalece o argumento em defesa da interpretação da primeira ressurreição como de natureza espiritual, não apenas pelo contraste estabelecido, mas também pelo paralelo que se vê entre os versículos 6 e 15, onde a expressão do v. 6 “aquele que tem parte na primeira ressurreição” tem a sua expressão paralela no v. 15 em termos que não deixam dúvida quanto ao caráter espiritual da mesma: “foi achado inscrito no Livro da Vida”. Ou seja, “aquele que tem parte na primeira ressurreição” é o mesmo que dizer: aquele que “foi achado inscrito no Livro da Vida”. Veja o diagrama:

Tabela – Diagrama Demonstrativo Ap 20.6

a) Primeira ressurreição” - espiritual
= símbolo da vida eterna
= “foi achado inscrito no Livro da Vida”
a) “segunda ressurreição” (“reviveram” v.5)
= ressurreição geral e física (v. 13)
b) Primeira morte” (subentendida)
= morte física
b) Segunda morte” – espiritual – (v.6)
= símbolo da morte eterna
= “A Segunda Morte é o Lago de Fogo” (v.14)


Para os que fazem questão de que os dois usos do termo ezesan em Apocalipse 20 sejam referências a ressurreições físicas, existe ainda uma outra interpretação possível, plausível e em perfeita harmonia com os Evangelhos e as Epístolas, onde ezesan significaria a transição da morte física dos mártires para a vida com Cristo no Céu durante o período intermediário entre a morte e a ressurreição.

E também podemos afirmar com propriedade que a Primeira Ressurreição foi a de Jesus, o "Primogênito dentre os mortos" (Cl 1.18)! De modo que os que estão em Cristo, estão, de fato, identificados com sua morte e ressurreição, tendo já passados da morte para a vida (Jo 5.24), e, como bem frisou o Apóstolo Paulo, dizendo que os cristãos já foram: "Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos" (Cl 2:12). "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Cl 3:1). "Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm 6:13).

Mesmo no estágio intermediário, entre a morte e a ressurreição, as almas dos crentes estão bem vivas e ativas no céu (Ap 6.9-11 e 7.9-17), diferente do que acontece com os restantes dos mortos que não creem em Deus. Pois Deus não é Deus de mortos, mas sim, é Deus de vivos (Mc 12.27). O estado intermediário dos salvos já é infinitamente superior a nossa existência terrena, de modo a levar Paulo a exclamar: "desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor" (Fp 1:23); e ainda: "Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor" (2 Co 5:8). Tanto é verdade, que o autor de Hebreus, após elencar uma série de mártires e heróis da fé, inicia o capítulo 12 mencionando que nós os vivos na terra estamos cercados de uma nuvem tão grande de testemunhas vivas nos céus (Hb 12.1). "As almas dos decapitados" vivem e reinam dos altos céus (Ap 20.4). Obviamente, este texto de Apocalipse não pode ser interpretado literalmente, pois, se não, seríamos forçados a concluir que apenas as almas dos decapitados é que ressuscitariam para reinar, o que excluiria os crentes que foram mortos de outra forma; algo que nem mesmo o mais ferrenho literalista seria capaz de afirmar. É óbvio, portanto, que a referência aos decapitados é muito mais inclusiva e abrangente, envolvendo todos os que estão em Cristo.

Paulo ensinou que nossa posição em Cristo é muito elevada. Como ressurretos dentre os mortos, já estamos assentados com Cristo, em seu trono, muito acima de todos os principados e potestades e sobre todo o reino e domínio que existe sobre a terra (Ef 2.6). Os crentes em Cristo exercem autoridade sobre os demônios (Lc 10.16-21), o maligno não lhes toca (1 Jo 5.18).

O próprio Paulo também afirmou que "é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte" (1Co 15.25,26). Sendo assim, este período de reinado de Cristo mencionado por Paulo só pode ser na era presente, pois sabemos que é por ocasião da Segunda Vinda de Cristo que a morte será destruída, como Paulo complementa no versículo 54 deste mesmo capítulo: "Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória"! Portanto, para Paulo, o milênio vem antes da ressurreição e do arrebatamento, pois a morte será destruída por ocasião da Segunda Vinda de Cristo e do Juízo Final: "Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte" (Ap 20.14).


É possível que alguns possam estranhar o fato de Apocalipse 20 começar com a Primeira Vinda de Cristo, talvez por desconhecerem que os eventos relacionados à Primeira Vinda de Cristo são cumprimentos de profecias escatológicas do Antigo Testamento. Eis alguns exemplos:

  • Os "últimos dias" começaram com o advento de Cristo, o Rei (Dn 2.28,34-44; Lc 1.31). O Messias já veio (Is 9.6-7; Lc 1.31)! 
  • Satanás já foi amarrado (Ap 20.2,3Mt 12.29; 16.18; Mc 16.18; Lc 10.18,19Jo 12.31 e 1Jo 3.8). Jesus venceu Satanás em todas as batalhas: na tentação do deserto (Mt 4.1-11Mc 1.12,13 e Lc 4.1-13), na cruz (Cl 2.14,15Cl 1.19,  Gl 6.14Jo 19.30).
  • "Foi morto o ungido" conforme profetizaram Daniel, Isaías e Davi (Dn 9.26; Is 53, Sl 22 cf. Mc 15.37; At 3.15; 5.30 e 1Ts 2.15).
  • Jesus venceu a morte (Mt 28.6; Rm 8.34 e 1Co 15.55)
  • O Reino já foi inaugurado (Ap 20.1-6Mt 12.2828.18; Lc 17.20,21Rm 14.17Cl 1.13Mt 13; 1Co 15.25,26Ap 4.4Ef 2.6Hb 2.8 e 10.13). Jesus foi exaltado acima de todo principado e potestade (At 2.33; At 5.31 e Fp 2.9)
  • A profecia de Joel de que nos últimos dias seria derramado o Espírito Santo sobre toda a carne se cumpriu em Pentecostes (Jl 2.28-29 cf. At 2.16-21). 
  • A promessa de Ezequiel 36.36 "Darei a você um coração novo e porei um espírito novo em vocês" se cumpriu em Jesus Cristo que concede vida aos que estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.5), os quais, pela graça de Cristo, participam da Primeira Ressurreição (Ap 20.6), que é espiritual, ou seja, uma figura de linguagem para o Novo Nascimento ou regeneração, o que Paulo também descreve em termos de ressurreição a semelhança de Apocalipse 20.6: "Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos" (Cl 2.12). João, em seu Evangelho, revela que Jesus costumava referir-se a salvação da alma em termos de ressurreição: “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida. Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão. Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo" (Jo 5.24-26).
  • O templo foi profanado (Dn 9.27) e destruído novamente juntamente com a cidade de Jerusalém pelo abominável da desolação de que falou Daniel (Dn 9:26). E Jesus disse que isto se daria naquela mesma geração (Mt 23.35 - 24.2) e assim aconteceu no ano 70 através do Exército Romano liderado pelo General Tito, "príncipe", filho do Imperador Vespasiano.
Portanto, estamos vivendo os últimos dias! A Escatologia está em processo! A Igreja tem parte viva e atuante neste processo de expansão do Evangelho do Reino!



2) O Milênio (Reino de Deus)

Como demonstrado no capítulo anterior, a Bíblia ensina que Jesus amarrou a Satanás e inaugurou o seu reino em sua primeira vinda. 

Em Apocalipse 20, os 1.000 anos são usados como um símbolo de perfeição e plenitude do Reinado de Cristo na presente era que começou com a Primeira Vinda de Cristo e vai até o início da Grande Tribulação. O Uso figurado do número mil pode ser encontrado em diversas outras passagens bíblicas, tais como: "Que o Senhor, o Deus dos seus antepassados, os multiplique mil vezes mais" (Dt 1:11), "... Deus fiel, que mantém a aliança e a bondade por mil gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos" (Dt 7:9); "mil colinas" (Sl 50:10); "Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar" (Sl 84:10); e "mil anos" como um dia para Deus (Sl 90:4, 2Pe 3:8).


O Apóstolo Paulo ensinou que: "é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte" (1Co 15.25,26). Sendo assim, este período de reinado de Cristo mencionado por Paulo só pode ser na era presente, pois sabemos que é por ocasião da Segunda Vinda de Cristo que a morte será destruída, como Paulo complementa no versículo 54 deste mesmo capítulo: "Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória"! Portanto, para Paulo, o milênio vem antes da ressurreição e do arrebatamento.

A expressão "até que" de 1Co 15.25 indica um desenvolvimento paulatino do Reino em que os inimigos vão sendo gradativamente postos debaixo dos pés de Cristo e não abruptamente como ensinam os pre-milenistas. As Parábolas do Reino de Mateus 13 ensinam que o Reino de Deus se estabelece de maneira gradativa como o desenvolvimento da plantação de um grão de mostarda e também possui um caráter paradoxal e híbrido devido a presença do joio no meio do trigo, pelos pássaros que roubam a semente e que vem aninhar-se debaixo da árvore, e pelos peixes maus, coisas que seriam simplesmente inconcebíveis num milênio após a Segunda Vinda. 

Jesus falou de seu reino em termos espirituais e em ação já na presente era: "...não vem o reino de Deus com visível aparência... porque o reino de Deus está dentro em vós" (Lc.17:20,21).

A Igreja militante na terra e triunfante no céu reina com Cristo já está espiritualmente assentada, juntamente com Cristo, acima de todo o principado e potestade (Ap 4.4; Ef 2.6 cf. 20.4-6). É preciso que se reconheça a natureza deste Reino de Cristo, pois se de um lado sabemos que Jesus já é o Senhor e que o seu reinado já foi inaugurado, por outro, ainda não vemos todas as coisas debaixo dos pés de Cristo, conforme lemos em Hebreus 2:8: “todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (ver também Hb 10.13). É preciso observar que, na parábola do Joio e do Trigo (Mt 13.24-30), que é uma das parábolas do Reino de Deus, paralelamente ao crescimento do trigo, observasse também o crescimento do joio. Portanto, realismo bíblico ajuda a evitar os extremos perigosos do ufanismo de um lado e, de outro, a acomodação daqueles que postergam a inauguração do Reino para depois da Segunda Vinda de Cristo.

Este milênio completar-se-á quando chegar o tempo denominado de "a plenitude dos gentios" (Rm 11.25), quando, consequentemente, "todo o Israel será salvo" (Rm 11.26)! O Apóstolo Pedro explica que o motivo da aparente demora de Cristo em regressar a este mundo se deve a longanimidade de Deus que não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (2 Pe 3.9). Jesus aguarda até que sua Igreja cumpra cabalmente a sua missão! 



3) A Grande Tribulação

Após o milênio, Satanás será solto da sua prisão por pouco tempo (Ap 20.7), quando terá liberdade de enganar as nações, promovendo uma revolta mundial contra a Igreja de Cristo, descrita aqui como "o acampamento dos Santos" (Ap 20.7-9). Período este que é também conhecido como a Grande Tribulação (Mt 24.21), que será de curta duração por causa do amor de Deus pelos escolhidos (Mt 24.22). 

Daniel descreve os juízos de Deus que serão derramados sobre a terra no período da Grande Tribulação e afirma que é somente após isto que se dará a ressurreição geral dos mortos, "uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno", sendo assim, para Daniel, não há nenhuma ressurreição antes da Grande Tribulação, mas somente após: 
“Naquela ocasião Miguel, o grande príncipe que protege o seu povo, se levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquela ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto. Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno." (Dn 12.1,2)
A menção "as almas dos decapitados" em Apocalipse 20.4 é muito semelhante a visão dos mártires na glória registrada no capítulo 6. São textos paralelos, de modo que um ajuda a entender melhor o outro. Vejamos o que diz: "Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamavam em alta voz: 'Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?' Então cada um deles recebeu uma veste branca, e foi-lhes dito que esperassem um pouco mais, até que se completasse o número dos seus conservos e irmãos, que deveriam ser mortos como eles" (Ap 6.9-11). É impressionante a similaridade das duas descrições. Compare: “as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (Ap 6.9) com: “as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus” (Ap 20.4). 

Os mártires estão conscientes do que se passa aqui na terra no período ainda da Grande Tribulação. Eles clamam por justiça e recebem vestiduras brancas e lhes é dito que aguardem um pouco mais, pois a Segunda Vinda de Cristo e a consequente ressurreição e o juízo final ainda estão por vir! O que é visto em Apocalipse 6 é visto também em Apocalipse 20, pois as almas dos decapitados aguardam a ressurreição do corpo cuja descrição se dá no final do capítulo 20, mais precisamente, no versículo 13.

Portanto, a ressurreição do corpo e o julgamento final estão registrados no fim do capitulo 20, após a descrição do reinado de mil anos. 



4) A Segunda Vinda de Cristo

Em Apocalipse 20.9, temos uma descrição da Segunda Vinda de Cristo, como um fogo que desce do céu e que destruirá seus inimigos naquela batalha final que também é conhecida como a Batalha do Armagedom: "As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou". Paulo ensinou o mesmo, afirmando que Jesus Cristo retornaria em meio a chamas flamejantes para julgar a humanidade (2Ts 1.6-10; cf. Mt 16.27; 25.31,32) e o mesmo disse Isaías: "Vejam, O Senhor virá num fogo, e seus carros são como um turbilhão! Transformará em fúria a sua ira, e em labaredas de fogo, a sua repreensão. Pois com fogo e com a espada o Senhor executará julgamento sobre todos os homens" (Is 66.15-16). Jesus não é ajudado por labaredas de fogo, Ele retorna a terra em labaredas de fogo! É o próprio Senhor Jesus quem matará o perverso "com o sopro da sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda" (2Ts 2.8)! 

O profeta Joel igualmente descreve a Segunda Vinda de Cristo como um fogo devorador (Jl 2.1-3). 

Pedro também fala da Segunda Vinda de Cristo em termos semelhantes, dizendo assim: "O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada" (2Pe 3.10 cf. 1Ts 5.2-3). 

E, para o profeta Daniel, não há nenhuma ressurreição antes da Grande Tribulação, mas somente após (Dn 12.1,2). Sendo assim, como a ressurreição dos mortos é produto da Segunda Vinda de Cristo, chegamos a conclusão de que Daniel também é pós-tribulacionista assim como todos os autores do Novo Testamento!

Então, "imediatamente após a tribulação daqueles dias" (Mt 24.29), "aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céus com poder e grande glória" (Mt 24.30), o arrebatamento acontecerá neste grande e glorioso Dia do Senhor, pois que, na sequência, é dito: "E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (Mt 24.31). A Igreja será arrebatada para encontrar-se com o Senhor nos ares e acompanhá-lo em sua triunfal descida em direção a terra (1Ts 4.16,17). Não nos esqueçamos que Paulo ensinou que a Segunda Vinda de Cristo e a Nossa Reunião com ele não aconteceria sem que antes se desse a apostasia e fosse revelado o homem o filho da perdição (2Ts 2.1-3). De maneira que o arrebatamento da Igreja que acontece no Dia do Senhor só acontecerá após a Grande Tribulação.

Diante de todas estas afirmações bíblicas, fica patente que a Segunda Vinda de Cristo acontecerá após a manifestação do Homem da Iniquidade, que sabemos ocorrerá no período da Grande Tribulação. Paulo claramente ensinou que a Segunda Vinda de Jesus Cristo e o arrebatamento, que promoverá nossa reunião com Ele, somente acontecerá após a apostasia e a manifestação do Homem da Iniquidade (2Ts 2.1-3).


5) A Ressurreição dos Mortos ou A Segunda Ressurreição que é física

Após o milênio, a Grande Tribulação e a Segunda Vinda de Cristo, teremos a "segunda ressurreição" que é a ressurreição física geral de todos os mortos: 

"Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo" (Ap 20.11-15).

Uma série de outros textos bíblicos também ensinam que a Ressurreição será Geral e que depois dela vem o Juízo Final: (Dn 12.2; Mt 25.31-46Jo 5:28-29;  Jó 19:23-27; Is 26:19; At 24:15; Rm  8:11, 23Fp 3:20 e 1Ts 4:16).

Por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, todos mortos ressuscitarão (Dn 12.2)! "Todo olho o verá, até mesmo os que o traspassaram" (Ap 1.7,) o que só será possível se a ressurreição física e geral de todos os mortos acontecer no dia da Segunda Vinda de Cristo. 

Jesus também ensinou que haveria apenas uma única ressurreição geral e que esta aconteceria logo após a Sua Segunda Vinda: 
"Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda... E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25.31-33 e 46).

Portanto, a Primeira Vinda de Cristo trouxe a Primeira Ressurreição e a Segunda Vinda trará a Segunda Ressurreição.


6) O Juízo Final

Em Apocalipse 20, após a descrição da Ressurreição Física de todos os mortos, temos o Juízo Final: 

"O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito" (v.13). "Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo" (v.15).  

Paulo afirmou possuir a mesma esperança dos profetas do Antigo Testamento; de que haverá ressurreição geral tanto de justos como de injustos: "Confesso-te, porém, que adoro o Deus dos nossos antepassados como seguidor do Caminho, a que chamam seita. Creio em tudo o que concorda com a Lei e no que está escrito nos Profetas, e tenho em Deus a mesma esperança desses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos" (At 24.14,15).

Como vimos, Daniel e Jesus ensinaram que a ressurreição dos mortos é geral e acontece exatamente antes do Juízo final (Dn 12.2Mt 25.31-46Jo 5:28-29;  Jó 19:23-27Is 26:19At 24:15Rm  8:11, 23Fp 3:20 e 1Ts 4:16)

Há também um outro importante texto em que Jesus ensina claramente que a ressurreição será geral, para todos, crentes e não crentes, uns para vida e outros para a condenação: 
“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5.28,29).

Assim como a Ressurreição, o Juízo também será geral, abarcando os vivos e os mortos, o salvos e os perdidos. Pois, todos compareceremos perante o Tribunal de Deus (2 Co 5.10; Rm 14.10-12). Os que não tiverem os seus nomes escritos no livro da vida serão condenados (Ap 20.11-13).

Paulo afirmou possuir a mesma esperança dos profetas do Antigo Testamento; de que haverá ressurreição geral tanto de justos como de injustos:
"Confesso-te, porém, que adoro o Deus dos nossos antepassados como seguidor do Caminho, a que chamam seita. Creio em tudo o que concorda com a Lei e no que está escrito nos Profetas, e tenho em Deus a mesma esperança desses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos" (At 24.14,15).


Paulo também ensina que Jesus virá como um ladrão à noite e que juízo e destruição é o que as nações receberão e não um milênio:
"Pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: “Paz e segurança”, a destruição virá sobre eles de repente, como as dores de parto à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão" (1Ts 5.2,3).

O Profeta Joel também ensina que o Dia do Senhor é dia de Juízo Final e não de milênio terrestre. 

"Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto;
Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.
Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.
A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros assim correm.
Como o estrondo de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, posto em ordem para o combate.
Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos.
Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira.
Ninguém apertará a seu irmão; marchará cada um pelo seu caminho; sobre a mesma espada se arremessarão, e não serão feridos.
Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, entrarão pelas janelas como o ladrão.
Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
E o SENHOR levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?" (Joel 2:1-11)

Note também que as descrições deste Dia se assemelham as descrições da Segunda Vinda encontradas no Novo Testamento, tais como: "Tocai a trombeta" (Mt 24.31; 1Co 15.52; 1Ts 4.16), "diante dele um fogo consome" (2Ts 1.7), "a sua aparência é como a de cavalos" (Ap 19.11,21), "como um povo poderoso", "diante dele tremeram os povos" (Mt 24.30), "diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor" (Mt 24.29), "porque o dia do Senhor é grande e mui terrível" (1Ts 5.3 e 2 Pe 3.10). Confirmando assim que a Segunda Vinda desencadeará o Juízo Final. 

Pedro também ensina que a Segunda Vinda de Cristo trará o julgamento final:
"O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor" (2Pe 3.10-12).

O Novo Testamento sempre diz que o Juízo Final se seguirá a Segunda Vinda de Cristo (2 Ts 1.7-10; Mt 16.27; 25.31-32; Jd 14-15 e Ap 22.12). E o Credo Apostólico também estabelece esta mesma relação ao dizer: “de onde há de vir pra julgar os vivos e os mortos”. Note que não diz “de onde há de vir para inaugurar seu reino milenar”). Seguindo este raciocínio, o Milênio só poderá acontecer antes da Segunda Vinda de Cristo, pois o juízo final acontecerá após a sua Segunda Vinda.

Portanto, concluímos que o texto de Apocalipse 20 não está ensinando nada de novo, como duas ressurreições físicas separadas por um período de mil anos, mas, sim, estaria falando de modo simbólico, como é característico da literatura apocalíptica, do tema da ressurreição de modo a concordar com todos os vários outros textos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento, que são unânimes no ensino de uma única ressurreição geral, tanto de crentes como de incrédulos, seguida do Juízo Final. Veremos a seguir um estudo mais acurado sobre a natureza do Reino de Deus em sua íntima relação com a natureza e a missão de Jesus e do Espírito Santo.

Os eventos registrados nos capítulos 19 e 20 não estão em ordem cronológica como querem os pre-milenistas. Pois o capítulo 19 não termina com uma descrição da Segunda Vinda, mas, sim, com uma clara descrição do juízo final, culminando com a destruição de todos os inimigos de Deus. Se o capítulo 19 conclui com a morte de todos os habitantes da terra cujos nomes não estavam escritos no livro da vida, quem restou das nações para um reinado milenar na terra? 

Além disso, o milênio descrito em Apocalipse 20 não descreve Jesus reinando de Jerusalém, mas do céu. Não faz também sentido algum supor um motim generalizado contra Jesus no final dos mil anos. É absurda a ideia de exércitos marchando sobre a terra para atacar com armas a Jesus e os salvos com corpos glorificados e indestrutíveis.

Soa no mínimo estanho que Jesus careça de um fogo vindo do céu para destruir seus inimigos, quando bem sabemos que é Jesus mesmo quem desce do céu no meio de labaredas de fogo para destruir seus inimigos. Temos aqui uma alusão a Segunda-Vinda de Cristo em socorro a sua igreja que sofre perseguição no período da Grande Tribulação. Paulo ensinou que Jesus Cristo retornaria em meio a chamas flamejantes para julgar a humanidade (1Ts 1.6-10) e o mesmo disse Isaías: "Vejam, O Senhor virá num fogo, e seus carros são como um turbilhão! Transformará em fúria a sua ira, e em labaredas de fogo, a sua repreensão. Pois com fogo e com a espada o Senhor executará julgamento sobre todos os homens" (Is 66.15-16). Jesus não é ajudado por labaredas de fogo, Ele retorna a terra em labaredas de fogo!

Diante da Segunda Vinda de Cristo, os pecadores não tem esperança de um reino milenar, mas sim, uma terrível expectativa do juízo final. Jesus claramente ensinou que a Segunda Vinda precipitaria imediatamente o Juízo Final: "Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes... Então dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos'... E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25.31-46). A Parábola das Dez Virgens ensina que não há esperança de vida e nem de salvação para os perdidos após a Segunda Vinda de Jesus. Ficando, assim, descartada a ideia de uma segunda oportunidade de vida e salvação para os não salvos após o Arrebatamento da Igreja.

Todos estes textos ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é o Grande e terrível Dia do Senhor em que Jesus vem para julgar a terra. Os inimigos de Deus serão condenados e o mal terá fim. Já, os remidos do Senhor receberão a vida eterna em um lar celestial.



7) O Reino Eterno nos Céus - Nova Jerusalém

O Capítulo 21 de Apocalipse descreve o destino eterno do povo de Deus como uma cidade celestial "a noiva e a esposa do Cordeiro” (v.10). Este novo céu é chamado de "Nova Jerusalém" (v.11), uma prometida Canaã celestial! 

"Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4 Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou. Aquele que estava assentado no trono disse: “Estou fazendo novas todas as coisas!” E acrescentou: “Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança” (Ap 21.1-5).

A descrição deste novo céu também remonta a Israel: "Nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel" (v. 12). E é nesta mesma cidade santa  que encontramos "os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" inscritos nos fundamentos de seus muros. O que revela que o destino de Israel não é um paraíso na terra, mas, sim, no mesmo céu da Igreja! Pois de ambos os povos, Deus fez um: A Igreja, que está edificada sobre o fundamento dos profetas do Antigo Testamento e dos Apóstolos do Novo (Ef 2.20).

O Apóstolo Pedro diz que nossa esperança não é um milênio na terra, pois o que nós aguardamos como crentes são os novos céus e a nova terra:
"Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça" (2Pe 3.13).

Paulo também confirma que a esperança do crente é um habitação celestial:
"Sabemos que, se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas. 2 Enquanto isso, gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação celestial" (2Co 5.1).


Concluindo

Portanto, em Sua Primeira Vinda, Jesus já venceu e amarrou Satanás. A grande Batalha já foi travada na cruz, onde Jesus sagrou-se vencedor. O Corpo de Cristo também partilha desta vitória, de modo que seus membros já são "mais do que vencedores". A pequena semente de mostarda transformar-se-á em grande árvore, pois a Igreja foi estabelecida com a promessa de prevalecer sobre as portas do inferno, recebendo todo o poder para ser bem-sucedida em sua missão de fazer discípulos de todas as nações, o que certamente acontecerá segundo a visão futura descritiva da grande multidão de convertidos de Apocalipse 7. Quando a igreja cumprir a sua missão, Satanás será solto por pouco tempo e promoverá uma guerra universal contra a Igreja. 

Portanto, Apocalipse 20, não está ensinando nada novo e nem diferente do ensino de Jesus e de seus Apóstolos que deixaram claro que a Primeira Vinda de Cristo inaugurou o Reino de Deus e que Jesus foi entronizado, tendo recebido todo o poder e glória, de modo que Ele já reina do seu trono celestial colocando um a um de seus inimigos debaixo de seus pés, cujo último inimigo, a morte, será destruído por ocasião da sua Segunda Vinda, que é única, pessoal, visível, portentosa, em meio a labaredas de fogo, promovendo uma ressurreição geral de todos para o Juízo Final, quando o joio será separado do trigo e os bodes das ovelhas. Os mortos em Cristo ressuscitarão e receberão corpos espirituais e indestrutíveis capacitados para viver a eternidade na Jerusalém Celestial. Pois, não pertencemos a Jerusalém terrena, nossa cidadania é celeste! Aguardamos novos céus e nova terra, nossa morada celestial que Jesus foi preparar! 

Bispo José Ildo Swartele de Mello



Comentários

  1. Não da p/ aceitar de forma alguma essa ordem. Com todo o meu respeito... mas nào dá mesmo.
    E nao é que eu tenha alguma dúvida, de forma alguma, simplismente é inaceitável.
    Fique na paz!!!!

    ResponderExcluir
  2. Oi Janice, poderia explicar os motivos? O que foi que eu disse que está em desacordo com os ensinos bíblicos?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Mário,
      Graça e Paz!

      Esta não é a minha apresentação particular dos eventos escatológicos, mas trata-se do ensino de Cristo, seus apóstolos e dos profetas do Antigo Testamento conforme exposto. Você fala de "muitas" contradições, mas menciona apenas duas. Bem, então, vamos a elas:
      O Capítulo 4 de 1 Tessalonicenses não representa nenhuma dificuldade ou contradição, pois em nenhum lugar o texto ensina uma ressurreição de crentes separada da ressurreição dos não crentes. Paulo não está comparando duas ressurreições. Ele fala apenas de uma ressurreição. Quando Paulo diz "que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem", está ensinando que os mortos em Cristo terão o privilégio de ressuscitar instantes antes da transformação corpórea dos crentes que estiverem vivos por ocasião da portentosa Vinda de Nosso Senhor! Ambos os grupos de crentes, mortos ressuscitados e vivos transformados, se encontrarão com o Senhor nos ares! A diferença básica é que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, ou seja, um pouco antes dos vivos serem transformados.

      O motivo destas palavras de Paulo está claramente exposto nos versículos 13 e 14: "Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram". Paulo está confortando o coração dos tessaloniscenses que estavam entristecidos com a perda de entes queridos, discorrendo sobre a bendita esperança cristã da ressurreição, mostrando que os que já morreram em Cristo são até privilegiados em relação a nós que estamos vivos!

      Portanto, nada há neste texto que contradiga o ensino bíblico da ressurreição geral dos mortos conforme ensinado em Dn 12.2; Mt 25.31-46; Jo 5:28-29; Jó 19:23-27; Is 26:19; At 24:15; Rm 8:11, 23, Fp 3:20; 1Ts 4:16.

      Na sequencia, responderei sua segunda objeção...

      Excluir
    2. Caro Mário, agora, respondendo a sua afirmação de que o diabo está mais solto do que nunca e tem enganado as nações. Bem, eu poderia contra argumentar demonstrando que o mundo de hoje está melhor em muitos sentidos ao mundo pré-cristão. Mas, mesmo que não fosse este o caso, eu não teria dificuldades com a sua afirmação, pois eu não interpreto o ato de "amarrar" em sentido literal como você parece interpretar.

      Curioso também observar que você interpreta o "amarrar" e o "prender" de Apocalipse 20 em sentido literal e não faz o mesmo com o mesmo "amarrar" ou "prender" que aparece em Mateus 12:28-29.

      Foi Jesus quem afirmou que o "valente" (Satanás) já estava amarrado e foi ele mesmo quem disse que o Reino já havia chegado tudo em um mesmo contexto (Mt 12). Você ousaria levantar este seu mesmo argumento contra as Palavras do Cristo? Não seria melhor procurar compreender o que é que Jesus de fato está querendo nos comunicar sobre este amarrar de Satanás e o desabrochar do Reino de Deus neste lindo texto de Mt 12? Veja que depois da afirmação da chegada do Reino (Mt 12), Jesus fez questão de explicar a natureza deste Reino através de diversas parábolas do Reino no capítulo 13, mostrando que nesta etapa terrestre do reino haveria frustração ilustrada pelos 3/4 de sementes que não deram em nada; haveria também oposição representada pelo inimigo que plantou o joio, embora não tenha poder de impedir que a plantação de trigo venha a crescer! O Reino também é descrito com um começo humilde e aparentemente desprezivel, mas que tende a crescer e tornar-se grande, embora os pássaros ainda se aproximem para tirar partido de suas sombras. Eis aí um retrado deste reino de Deus na era presente.

      Jesus também disse que Satanás havia sido expulso já naquele tempo em que Jesus esteve entre nós, afirmando assim: "agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31). Como você interpreta este texto, de forma literal ou figurada? Será que você seria capaz de contradizer esta afirmação de Cristo, dizendo para ele: "O DIABO ESTA MAIS SOLTO DO QUE NUNCA E TEM ENGANADO AS NAÇÕES...ETC.."

      Portanto, você precisa entender que as ações de "amarrar", "prender" e "expulsar" tem o propósito de restringir a ação do maligno "para assim impedi-lo de enganar as nações" (Ap 20.3). "Amarrado", Satanás não pode impedir que Jesus "atraia todos a si" através da cruz (Jo 12.32), de modo que Satanás não conseguirá também impedir que a Igreja seja bem sucedida no cumprimento de sua Grande Missão de fazer discípulos de todas as nações durante esta era do Evangelho do Reino, em que as "portas do inferno" não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18), pois a Igreja recebeu sua missão do Rei que já tem todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18-10), e recebeu deste Rei o poder do Seu Espírito para lhe ser testemunha (At 1.8), tendo recebido dele também a chave do Reino (Mt 16.19), e o poder para pisar cobras, escorpiões e sobre todo o poder do mal (Lc 10.19; Mc 16.18). Tanto é verdade, que o Apocalipse mostra uma inumerável multidão de salvos de todas as nações (Ap 6 e 7), de modo que possa se cumprir a profecia que diz que "a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar"(Is 11.9).

      Tal sucesso da Igreja somente foi possível porque Jesus, que veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3.8), amarrou Satanás (Mt 12.29 e Ap 20.2), vencendo-o em todas as batalhas: na tentação do deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13 e Lc 4.1-13), na cruz (Cl 2.14,15; Cl 1.19, Gl 6.14, Jo 19.30). Portanto, assim como um cachorro, Satanás foi acorrentado, tendo o seu raio de ação limitado de modo a não poder impedir o avançar missionário da Igreja, mas, cuidado: "Não deis lugar ao diabo", ou seja, não entre no raio de ação dele.

      Um grande abraço,
      Ildo

      Excluir
  3. Muito Bom!!! Gostei!!!

    ResponderExcluir
  4. Prezado irmão Ildo
    Realmente, quando o tema é escatologia, o assunto fica interessante.
    Parabéns por responder as indagações de pronto.
    A minha pergunta para o irmão é para saber qual o seu posicionamento quanto ao arrebatamento da igreja, ou seja, se é antes, durante ou após a tribulação.
    Obrigado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Jaime, em resposta a sua pergunta, recomendo a leitura do estudo que escrevi a respeito do assunto intitulada. "a igreja passará pela grande tribulação?" que é um dos primeiros do índice de temas que você pode encontrar na coluna a direita deste blog. Qualquer duvida, é só chamar!

      Excluir
  5. Parabéns irmão Ildo (prefiro esse tratamento, muito mais precioso que qualquer título) pelo belo, preciso, didático e, principalmente, solidamente embasado na Bíblia. Congratulações por sua generosidade e compaixão cristãs demonstradas em suas respostas. Deus continue ricamente a abençoa-lo.
    Abraço fraterno,
    Philippe Leandro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Philippe, muito obrigado! Sua mensagem muito me anima a seguir estudando e escrevendo sobre este tão importante assunto. Deus continue abençoando sua vida e missão neste mundo.

      Excluir
  6. Caro Bispo Ildo, assisti sua participação no programa "Vejam Só" desta noite e confesso que fiquei entusiasmado com seu conhecimento e com a clareza da exposição. Sou da Igreja Metodista Livre de Mairiporã e já assisti algumas de suas pregações, sempre instigantes e avivadas. Depois de ver as discussões no programa e de ler este texto, me veio a questão: se os fieis participam da Primeira Ressurreição pelo batismo e, com isso, estão llivres da Segunda Morte, o inferno está destinado apenas aos que não experimentaram a Primeira Ressurreição? E estes que não a experimentaram, em suma, os que não nasceram de novo em Jesus, estão todos condenados ao inferno ou serão julgados pelas obras? Obrigado. A paz.

    ResponderExcluir
  7. Olá Alexandre, fico muito contente em saber de seu apreço por minhas mensagens e que gostou também da minha participação no programa. Você levanta uma importante e difícil questão. Baseados em Apocalipse 20.6, podemos concluir que somente os que "tem parte na primeira ressurreição, ou seja, os que estão em Cristo é que são bem-aventurados e santos e que não sofrerão o dano da segunda morte, pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus! (Rm 8.1). Portanto, o mesmo não pode ser dito a respeito daqueles que não experimentaram a primeira ressurreição, para aqueles que não nasceram de novo, que não estão em Cristo. Pois se não experimentaram a vida que está em Cristo Jesus, permanecem na morte, debaixo de seus delitos e pecados (Ef 2). Por isto é tão vital a pregação do Evangelho, pois todo o que invocar o nome do Senhor será salvo, mas como invocarão o desconhecido, como conhecerão se não há quem pregue, e como pregarão se não forem enviados (Rm 10). Isto é o que nos foi dado a saber. Agora, Deus é o Único Juiz e sabemos que haverá surpresas no dia do Juízo Final. Muitos crentes professos ouvirão: "apartai-vos de mim por que não os conheço". E Mateus 25 registra uma parábola do Juízo Final que também aponta para surpresas. Um grande abraço!

    ResponderExcluir
  8. Irmão, as sete trombetas são as sete taças vistas de um ângulo diferente?

    ResponderExcluir
  9. Caro Sr Ildo Mello,
    Parabéns pelo estudo apresentado, apenas discordo do Sr no que se refere ao reino já implantado no céu, pois o Senhor Jesus compara a morte com o SONO, dizendo, por parábola, que na morte há completa inconsciência, exatamente como diz a Palavra de Deus em Eclesiastes 9:5,6 e em outros pontos das Escrituras: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol".
    De sorte que creio que os versículos apocalípticos (Ap 6:9-11 e Ap 20:4) são simbólicos e representam mensagens de ânimo para João e para todos os crentes, de forma a encorajá-los a suportarem as provas e as lutas, pois nada está esquecido diante de Deus e a Sua justiça não tardará em vir.
    Crer em prêmios prévios é o mesmo que crer em castigos prévios, ou seja, uma contradição (ou heresia). Salvo erro, poderíamos até dizer que se trata da continuação do veneno da serpente que disse a Eva: "não morrereis".
    A morte, salvo erro, significa o fim da vida, como também ocorreu com o próprio Filho de Deus que expirou, entregando Seu Espírito a Deus.
    Pelo Seu maravilhoso poder, Deus ressuscitou a Jesus, pois as ânsias da morte não podiam reter o príncipe da vida, uma vez que, como Ele próprio disse, "tenho poder para dar a vida e tornar a tomá-la".
    É possível que os heróis da fé (Hebreus 11) já estejam com o Senhor, pois as Escrituras declaram que os santos do passado foram ressuscitados quando o Senhor Jesus tornou a viver, os quais, salvo erro, são comparados a "virgens" que seguem a Palavra de Deus onde quer que Ela vá (comprados para Deus). Todavia os demais aguardam a trombeta soar para despertar do SONO da morte.
    A Palavra fala que nossa vida está escondida com Cristo em Deus e, por isso, creio que Paulo falava que era melhor estar com Cristo do que viver a presente vida, pois estaria livre das tentações e paixões desta vida (e das bofetadas do mensageiro do diabo).
    Disse ele que já tinha combatido o bom combate, acabado a carreira e guardado a fé e que só lhe restava a coroa da vida eterna, a qual o justo juiz lhe daria naquele dia, e isso após passar pelo Tribunal. Por isso creio que essa era a esperança de Paulo e não que ele vislumbrasse uma participação em um suposto reino intermediário.
    Tenho por mim que se um ponto das Escrituras contradiz outro deve ser abandonado, pois não há duas verdades. De sorte que, para mim, a morte é o fim de todas as coisas, não para Deus, é claro, pois para Ele todos vivem e de vez em quando, pelo Seu poder, Ele dá visões e revelações aos homens, as quais contêm inclusive pessoas que já partiram e se apresentam gozando de certa regalia ou sofrendo castigos, mas que representam tão somente mensagens que Deus quer nos transmitir (conforme a parábola do rico e do Lázaro).
    Como o sangue de Abel clamava a Deus (e sangue não fala, a não ser simbolicamente), da mesma forma as almas dos mártires estavam clamando a Deus, como uma mensagem a nós de que Deus não se esquece de absolutamente nada.
    No mais, creio que todo o estudo está dentro das Escrituras Sagradas.
    Deus te abençoe.

    ResponderExcluir
  10. Descobri seus estudos há pouco tempo e virei leitor assíduo. Parabéns !

    ResponderExcluir
  11. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  12. A paz do Senhor Bispo Ildo Mello. O senhor pode explicar para mim o que diz em Isaías 11 e 65 e em Zacarias 14 pois estes textos parecem dizer que haverá um milênio literal na terra mas com base no seu estudo vejo que realmente e aparentemente não vai ter um milênio aqui na terra porém esses capítulos da Bíblia que eu citei são capítulos que inclusive os pré-milenistas usam para dizer que vai ter um milênio na terra, eu queria saber o que realmente quer dizer os textos de Isaías 11, 65 e Zacarias 14. Obrigado. Aguardo a resposta.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Alex Dutra, gosto do comentário de Motyer a respeito de Isaías 65, pois é bem razoável entender que a profecia de Isaías 65 trata-se de uma metáfora da Nova Jerusalém: “Toda esta passagem de Isaías usa os aspectos da vida presente para criar impressões da vida que ainda está para vir. Será uma vida de total provisão (v. 13), total felicidade (19cd), total segurança (v. 22-23) e totalmente de paz (v. 24-25). Coisas que nós não temos uma capacidade real para entender só podem ser expressas através de coisas que sabemos e experimentamos. Assim é que, na presente ordem das coisas a morte eliminou a vida antes que esta começasse, ou antes que estivesse totalmente amadurecida. Mas isso não será assim depois” (Motyer, The Prophecy os Isaiah, 530). Quanto a Zacarias 14, recomendo o artigo de Gentry: que se encontra publicado em http://monergismo.com/wp-content/uploads/zacarias14-objecao-biblica-pos_gentry.pdf

      Excluir
  13. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  14. Irmão Ildo através do seu estudo escatológico passei a basear minha fé no Amilenismo a cerca de 1 ano. Abandonei o Dispensacionalismo ensinado a mim de 1993 até então. Assim como hoje tenho buscado compreender se realmente temos esse estado transitório entre morte e a ressurreição do último dia.

    As palavras do Senhor Jesus Cristo:

    Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
    Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
    E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
    (João 14:1-3)

    Podemos perceber que a promessa da morada juntamente com ELE se cumprirá na sua segunda vinda e nada se refere a um estado transitório onde estaríamos com ele. Vale ressaltar que ir para um estado transitório imaginado por muitos cristão já estaria presumindo a salvação e não haveria necessidade que tais pessoas fossem submetidas ao Tribunal de Cristo e absolvidas da condenação eterna.

    No mais, concordo com o comentário postado pelo sr. Marcelo Victor um pouco mais acima.

    O irmão Ildo poderia elaborar um estudo buscando elucidar se nas escrituras há fundamento ou não para esse estado transitório dos cristãos mortos fisicamente.

    Fique na PAZ de nosso Senhor Jesus Cristo!

    ResponderExcluir
  15. Parabéns pelos seus estudos, tenho aprendido muito. Que DEUS continue te abençoando. Quero acrescentar uma palavrinha: Todos os textos apresentados pelos pré ou pós milenistas (ex: Dn 2, Is 65)apresentam sempre um reino eterno e não de apenas mil anos.

    ResponderExcluir
  16. bispo ildo mello sou assembleiano e concordo com os seus ensinamentos fiquei fascinado com a simplicidade e clareza e dentro da biblia sem fugir para interpretaçoes mirabolantes.posso continuar na minha igreja haveria alguma restriçao

    ResponderExcluir
  17. Obrigado pelo material riquíssimo encontrado aqui. Parabéns!

    ResponderExcluir
  18. Bispo seria bom que o Senhor colocasse esses estudos em formato pdf aí ficaria melhor pra gente baixar é estudar, Deus te abençoe

    ResponderExcluir
  19. Bispo seria bom que o Senhor colocasse esses estudos em formato pdf aí ficaria melhor pra gente baixar é estudar, Deus te abençoe

    ResponderExcluir
  20. Caros irmãos,
    Há um problema sério em admitir que as 70 semanas de Daniel já se cumpriram. Senão, vejamos:
    1. A admissão de que as 70 semanas são semanas de anos é consistente com a cronologia histórica.
    2. Não há porque assumir uma interpretação alegórica para as 70 Semanas. Aliás, a interpretação alegórica, fora das suas únicas duas autorizações de uso, a saber, quando é óbvia ("Jesus é o Leão da Tribo de Judá", por exemplo), ou quando a própria Bíblia assim indica (as "muitas águas" sobre as quais a Prostituta de Apocalipse 17 está assentada, por exemplo), constitui-se num erro hermenêutico que abre as portas para, finalmente, a negação de toda a Bíblia! (A conclusão final inevitável desta "porteira aberta" será de que Jesus é ... alegórico! Nunca existiu: é apenas uma "alegoria" para ensinar aos homens sobre bondade, abnegação, solidariedade, etc...!). Não há estancagem lógica para impedir esta conclusão inevitável de negação de toda a literalidade bíblica, se esta interpretação alegórica "ao gosto do freguês" for admitida.
    3. "Depois das 62 Semanas será morto o Ungido...". Ora, deveriam se seguir mais 7 anos para a conclusão da Profecia, e o Fim de Jerusalém sob o "Princípe que há de vir" deveria ser dentro destes 7 anos - o que NÃO ocorreu! Logo, aqui está uma prova de que esta interpretação está errada.
    4. Mais uma prova do erro desta interpretação: ao fim destas 70 Semanas Seis Condições deveriam estar plenamente cumpridas (Dn 9.24) e é óbvio que estas Seis Condições NÃO estão plenamente cumpridas. Logo, o cumprimento das 70 Semanas ainda está no futuro. O único sistema hermenêutico que açambarca sem contradições lógicas todos os textos bíblicos escataológicos é o Pré-Milenismo Pré-Trbulacionismo.

    ResponderExcluir
  21. Melhor estudo sobre escatologia que já li, muito bom, parabéns.

    ResponderExcluir
  22. Ótima exposição!
    Já fui pré-milenista dispensacionalista e depois histórico, mas depois de muita pesquisa, e de sua exposição genuinamente bíblica, estou convicto que a ordem exposta é a mais fiel as Escrituras! Deus abençoe o senhor, pastor Ildo Mello.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A Igreja passa pela Grande Tribulação?

Introdução Os pré-tribulacionistas afirmam que Deus não permitirá que a Igreja sofra no período da Grande Tribulação. Mas, não existe nenhum versículo bíblico que ensine que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e nada existe também na Bíblia sobre uma Segunda Vinda de Cristo em duas fases ou etapas, separadas por sete anos de Grande Tribulação, e também não há nada sobre um arrebatamento “secreto”, pois não há nada de secreto e silencioso nos relatos que descrevem o arrebatamento da Igreja ( 1Ts 4.16-17 ; Mt 24.31 ).  Outra incongruência deste ponto de vista é a ideia de um arrebatamento para tirar a Igreja e o Espírito Santo da Terra antes da manifestação do Anticristo. Se este fosse o caso, o Anticristo seria anti o quê?  Anticristos são falsos profetas que já atuavam no mundo nos tempos mais primitivos da Igreja.  Não devemos confundir Anticristo com a Besta ou Bestas Apocalípticas.  Todas as menções ao(s) Anticristo(s) aparecem nas epístolas joaninas e dizem respeito

Os cinco aspectos do chamado de Levi e as características de uma verdade...

1. O Chamado para os pecadores Este texto conta a historia de Jesus chamando o publicano Levi para se tornar seu discípulo. Publicanos tinham a fama de corruptos. Jesus chama os pecadores! (v.32) Ele veio buscar e salvar o perdido. Há salvação para os pecadores. A simpatia de Jesus pelos pecadores era admirável. Era visto constantemente na presença de pecadores. Era criticado por isto. Ilustração: Carmem, da IMel do aeroporto, ficou impactada ao ver um  bêbado entrando gritando no ônibus e causando confusão. O Cobrador falou em alta voz que ele precisava de Jesus. O bêbado respondeu dizendo: "Pra mim não tem mais jeito". O cobrador falou: : "Tem jeito sim, eu era igualzinho a você e Jesus me transformou. Cântico: Só o poder de Deus, pode mudar teu ser, a prova que eu lhe dou, Ele mudou o meu." A conversão de Levi pode ter impactado positivamente a vida do publicano Zaqueu, abrindo portas para sua conversão. 2. O chamado é para o arrependimento Arrependi

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis Por Bispo Ildo Mello Ainda que não seja de sua autoria, esta oração exprime bem o ideal de vida de Francisco de Assis, que inspirou-se no exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo que não veio para ser servido mas para servir. Não trata-se aqui do esforço humano para alcançar a Deus, mas do resultado de uma vida que foi alcançada pela graça de Deus através de Cristo Jesus! Oração de Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. (Is 52.7; Mt 5.9) Onde houver ódio, que eu leve o amor; (Mt 5.44; Rm 12.20-21) Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; (Lc 6.29; 23.34; Ef 4.32) Onde houver discórdia, que eu leve a união; (1Co 1.10; Fp 2.14) Onde houver dúvida, que eu leve a fé; (Ts 1.3; Tg 1.6-8) Onde houver erro, que eu leve a verdade; (Jo 8.32; 14.6; Tg 5.19-20) Onde houver desespero, que eu leve a esperança; (Gn 49.18; Sl 31.24; 33.20; Rm 15.13; 1Ts 1.3; Fp 1.20) Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; (At 1