quarta-feira, 31 de julho de 2024
sábado, 20 de julho de 2024
As 10 Atribuições Pastorais no Cuidado do Rebanho de Deus
O ministério pastoral é essencial no cuidado e proteção do rebanho de Deus. Suas responsabilidades incluem:
1. Guiar as ovelhas a fontes de águas potáveis e pastos verdejantes
- Objetivo: Garantir o crescimento espiritual e bem-estar das ovelhas.
- Base Bíblica: O Salmo 23 destaca: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura o meu vigor” (Salmo 23:1-3, NAA).
- Aplicação: Este cuidado visa à saúde, segurança e bem-estar do rebanho, permitindo seu desenvolvimento e multiplicação.
2. Proteger as ovelhas dos lobos e falsos ensinamentos
- Objetivo: Defender o rebanho de falsos profetas e doutrinas enganosas.
- Base Bíblica: Jesus advertiu: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15, NAA). Ele elogiou a igreja de Éfeso por desmascarar falsos apóstolos: “Puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos” (Apocalipse 2:2, NAA). João também instruiu: “Provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 João 4:1, NAA). Paulo advertiu os presbíteros de Éfeso sobre os “lobos cruéis” que não poupariam o rebanho (Atos 20:29).
- Aplicação: A vara e o cajado mencionados no Salmo 23:4 ("A tua vara e o teu cajado me consolam") simbolizam o cuidado e a proteção que o pastor oferece ao rebanho. O pastor deve, com zelo, seguir o exemplo de Jesus e de seus discípulos, combatendo os falsos profetas e rechaçando seus ensinos. Em um mundo com tantas doutrinas diferentes, é essencial estar atento e firme na verdade revelada nas Escrituras.
3. Orar, vigiar e interceder pelo rebanho
- Objetivo: Interceder pelas necessidades espirituais e físicas do rebanho.
- Base Bíblica: Jesus orava por seus discípulos (João 17). Em Hebreus 13:17, somos lembrados de que os pastores “velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas.” Pedro e os apóstolos se dedicaram à oração e ao ensino (Atos 6:4).
- Aplicação: A oração é uma parte crucial do ministério pastoral, vital para a proteção e crescimento espiritual das ovelhas.
4. Pregar o Evangelho, cumprir a Grande Comissão de fazer discípulos, batizando e ensinando, corrigir, encorajar e aplicar a Palavra de Deus
- - Objetivo: Ministrar com integridade, corrigindo e encorajando conforme necessário, obedecendo ao mandamento de Jesus de fazer discípulos de todas as nações.
- - Base Bíblica: Paulo disse: "Ai de mim, se não anunciar o evangelho!" (1 Coríntios 9:16). Ele também instrui: “Pregue a palavra; esteja preparado a tempo e fora de tempo; corrija, repreenda e encoraje com muita paciência e instrução” (2 Timóteo 4:2, NAA). 1 Coríntios 14:3 menciona as funções da profecia: “edificação, exortação e consolação” (NAA). Jesus ordenou: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mateus 28:19-20, NAA).
- - Aplicação: Pregar o Evangelho é central ao ministério pastoral, sendo necessário ensinar todo o conselho de Deus e aplicar a Palavra de maneira prática e edificante. O pastor deve liderar ativamente na evangelização, batismo e ensino dos novos convertidos, promovendo a multiplicação do rebanho e o crescimento do Reino de Deus.
5. Servir com dedicação e altruísmo
- Objetivo: Liderar com o desejo de servir, não por ganância.
- Base Bíblica: Pedro ensina: “Pastoreiem o rebanho de Deus… Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” (1 Pedro 5:2, NAA).
- Aplicação: O pastor deve servir ao rebanho com dedicação genuína, priorizando o bem-estar das ovelhas acima de interesses pessoais.
6. Buscar e restaurar as ovelhas desviadas
- Objetivo: Trazer de volta ao aprisco as ovelhas perdidas.
- Base Bíblica: A parábola da ovelha perdida: “Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se perder, não deixará as noventa e nove nos montes, indo procurar a que se perdeu?” (Mateus 18:12, NAA).
- Aplicação: O pastor deve estar atento às ovelhas desviadas, buscando restaurá-las à comunhão e cuidado do rebanho.
7. Aconselhar como pastor que guia e orienta
- Objetivo: Orientar as ovelhas em momentos importantes da vida.
- Base Bíblica: O Salmo 23 destaca a função de guiar: “Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome” (Salmo 23:3, NAA). "Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência" (Jeremias 3:15).
- Aplicação: O pastor deve estar disponível para aconselhar e orientar as ovelhas, oferecendo apoio e sabedoria nos momentos de necessidade.
8. Ser um modelo para o rebanho
- Objetivo: Ser um exemplo de vida cristã.
- Base Bíblica: Pedro instrui: “Nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (1 Pedro 5:3, NAA). Paulo exortou Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê um exemplo para os fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Timóteo 4:12, NAA).
- Aplicação: É fundamental que os pastores cuidem de sua saúde espiritual, emocional e física para servirem de referência e poderem cuidar adequadamente do rebanho de Deus (Atos 20:28).
9. Treinar, capacitar e formar líderes
- Objetivo: Equipar os santos para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo.
- Base Bíblica: Efésios 4:11-12 menciona a importância de equipar os santos. Paulo instrui Timóteo a treinar líderes fiéis que possam ensinar a outros (2 Timóteo 2:2).
- Aplicação: O pastor deve investir na formação de novos líderes, garantindo a continuidade e expansão do ministério.
10. Conhecer e amar as ovelhas pessoalmente
- Objetivo: Desenvolver um relacionamento próximo com as ovelhas.
- Base Bíblica: Jesus exemplificou isso em João 10:14: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem.”
- Aplicação: O pastor deve conhecer suas ovelhas pelo nome, cultivando um relacionamento de amor e cuidado.
Conclusão
O pastor deve guiar, alimentar, proteger, restaurar, aconselhar, consolar, exortar e ser um modelo para o rebanho, sempre atento aos perigos dos falsos ensinamentos e buscando o bem-estar espiritual das ovelhas. Todo este cuidado visa à saúde, segurança e bem-estar do rebanho, para que possa se desenvolver e se multiplicar, seguindo o exemplo do Bom Pastor, Jesus Cristo.sexta-feira, 19 de julho de 2024
Três Ideias Cruciais que Diferenciam o Arminianismo do Calvinismo
A Bondade de Deus:
Arminianismo: Deus é completamente bom e justo de uma maneira que podemos entender. Sua bondade não contradiz nosso entendimento básico do que é bom e justo. Se sabemos que amar ao próximo é bom, Deus age dessa mesma forma. Ele não faz nada que viole nossa compreensão de amor e justiça. Por exemplo:- 1 João 4:8: "Deus é amor."
- Mateus 7:11: "Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas dádivas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!"
- Tiago 1:17: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes."
- 1 Timóteo 2:4: "Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade."
Vontade de Deus e o Mal no Mundo:
Arminianismo: Deus permite que as pessoas façam escolhas livres, incluindo escolhas más. Ele sabia que os humanos poderiam escolher o mal (como aconteceu com a queda de Adão e Eva), mas Ele não força ninguém a pecar. Deus poderia ter criado seres programados para sempre fazer o bem, mas isso tornaria suas expressões de amor, louvor e serviço artificiais e sem significado real. Em Sua soberania, Deus decidiu criar seres angelicais e humanos com livre-arbítrio, mesmo sabendo das possíveis consequências: pecado, crimes, doenças, guerras, fome e tristeza. É um preço alto, mas permite que muitos possam escolher amar a Deus livremente. Liberdade verdadeira implica a possibilidade de escolher o mal. Deus permite que o mal aconteça, mas Ele não o causa. Isso significa que Deus não é responsável pelo mal, mesmo permitindo que ele ocorra. Deus criou tudo perfeito; o mal é uma perversão causada pelas escolhas de seres livres. Exemplos bíblicos incluem:- Tiago 1:13: "Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: 'Estou sendo tentado por Deus.' Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta."
- Deuteronômio 30:19: "Escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam."
Calvinismo: Deus planeja e controla tudo o que acontece, incluindo o mal. Isso significa que, de acordo com essa visão, Deus preordena todas as ações, incluindo os pecados das pessoas. Isso leva a implicações complicadas, pois faz de Deus o autor indireto do mal e da condenação, o que coloca em dúvida Sua bondade e justiça. Esta visão é difícil de conciliar com passagens como:
- 1 João 1:5: "Deus é luz; nele não há treva alguma."
Salvação e Livre-Arbítrio:
Arminianismo: Deus oferece a salvação a todas as pessoas e dá a todos a oportunidade de aceitá-la ou rejeitá-la. Ele proporciona os meios para a salvação (como a expiação de Jesus e a graça preveniente que nos capacita a crer), mas cada pessoa deve decidir se aceita ou não. A salvação é um presente de Deus, e a aceitação desse presente é uma escolha livre do indivíduo. Passagens que ilustram isso incluem:- 2 Pedro 3:9: "O Senhor... não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento."
- João 3:16: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."
- Ezequiel 18:23: "Acaso tenho eu prazer na morte do ímpio? — diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?"
- Jeremias 13:11: "Assim como um cinto se apega à cintura de um homem, da mesma forma fiz com que toda a comunidade de Israel e toda a comunidade de Judá se apegasse a mim, para que fosse o meu povo para o meu renome, louvor e honra. Mas eles não me ouviram."
- Mateus 23:37: "... Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram."
quinta-feira, 18 de julho de 2024
terça-feira, 16 de julho de 2024
Inteira Santificação: Um alvo alcançável nesta vida
Na prática, o que significa ser santificado?
A santificação, na prática, refere-se ao processo contínuo de transformação divina na vida do crente, capacitando-o a viver em conformidade com os ensinamentos de Cristo e a amar a Deus e ao próximo (1 Tessalonicenses 4:3). É um estado onde a fé, atua pelo amor (Gálatas 5.6), manifestando-se em todas as dimensões da vida cristã: no amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos, no puro amor que preenche o coração e guia todas as palavras e ações (Mateus 22:37-39).
Essa transformação vai além do âmbito pessoal, abraçando tanto a dimensão individual quanto a social (Mateus 5.13-16; 1 Pedro 2:9). Ela nos molda à imagem do Criador, renovando-nos para refletir Sua essência (Colossenses 3:10). É um caminho de ser conformado à imagem de Cristo, pois, como membros do Corpo de Cristo, fomos predestinados para isso (Romanos 8:29; Efésios 1:4). Conforme buscamos viver essa realidade, somos transformados de glória em glória segundo Sua imagem (2 Coríntios 3:18), pois fomos criados como novas criaturas para sermos semelhantes a Deus (Efésios 4:24).
O que não é
- A santificação não implica na total ausência dos efeitos ou da presença do pecado nesta vida terrena, algo que apenas alcançaremos na eternidade (John Wesley Works 11:395, 417).
- Imperfeições mesmo para os mais íntimos com Deus: Mesmo aqueles que desfrutam de um relacionamento íntimo com Deus ainda possuem muitas imperfeições decorrentes da Queda original. Diariamente, dependemos dos méritos do sangue de Cristo e devemos sinceramente buscar o perdão por nossos pecados. Nem mesmo o amor e a unção do Espírito nos tornam infalíveis (John Wesley Works 11:395, 415).
- Não há um nível de perfeição que não admita um contínuo crescimento. A busca pela perfeição cristã implica um processo de constante amadurecimento e desenvolvimento espiritual (Sermão de Wesley A Perfeição Cristã. 6:5-6).
Que grau de Santificação podemos alcançar?
Paulo diz que o alvo é “que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13). Portanto, o objetivo é a conformidade à imagem de Cristo, o que envolve amar a Deus e ao próximo, expressando esse amor em todas as áreas da vida.
O padrão máximo de santidade é Cristo, a perfeita expressão do Pai (Hebreus 1:3). Devemos imitar a Deus, seguir o exemplo de Cristo, andar como Ele andou (Efésios 5:1, João 13:14-15, 1 João 2:6, 1 Coríntios 11:1).
Alcançando a Santificação na Vida Presente
A santificação, um objetivo alcançável nesta vida, é explicitamente instruída na Bíblia, orientando os crentes a serem santos como Deus (1 Pedro 1:15-16). Nas passagens de Efésios 4, encontramos um chamado à dignidade na caminhada cristã, instando os fiéis a viverem de maneira digna de sua vocação (v.1). O texto exorta à diligência na busca pela unidade e crescimento dos santos (v.3, 12), visando atingir a plenitude de Cristo (v.13).
Filipenses 3.12-14 também reforça essa ideia, enfatizando a importância de não se deter no passado, mas avançar para o alvo diante de nós.
1 João 4:17 destaca a perfeição do amor como uma meta cristã, promovendo confiança diante do juízo. Lucas 1.69-75 ressalta o propósito da salvação: servir sem medo, em santidade e justiça, todos os dias. 1 Tessalonicenses 5:23 invoca a santificação integral do espírito, alma e corpo dos crentes para a vinda de Jesus Cristo.
A falta de fé é o principal obstáculo à santidade, mas a mensagem é de esperança: o que é impossível para os homens é possível para Deus! (Mateus 19.26).
Como se dá a Santificação?
A jornada de santificação começa na regeneração, quando o crente aceita Cristo, e continua ao longo de sua vida cristã, culminando na conformidade à imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18).
Papel do Espírito Santo na Santificação
O Espírito Santo é o agente primordial da santificação, capacitando os crentes a viverem em obediência e amor a Deus (1 Tessalonicenses 4:7-8). Sua obra é uma transformação instantânea, purificando-nos do pecado, e um processo contínuo de crescimento e amadurecimento espiritual, à medida que cooperamos com Ele (2 Coríntios 3:18). A participação humana, com consagração e entrega a Deus, é essencial nesse processo.
Participação Humana na Santificação
A obra de Deus em nós nos capacita a realizar nossa obra em Deus. Somos chamados e capacitados por Deus para uma vida de santidade (2 Pedro 1:3-4). Isso possibilita e demanda esforço e dedicação da nossa parte (2 Pedro 1:5, 10), evidenciando a santificação como uma obra de Deus que requer a apropriada participação humana (1 Tessalonicenses 5:22-24; Filipenses 2:12-13).
Consagração e Rendição a Deus
A consagração total a Deus pela fé é essencial para que Deus realize Sua obra em nós (Colossenses 3.5-17; Gálatas 2:20; Romanos 6:11). Implica em morrer para nós mesmos e entregar-nos completamente a Ele.
Renovação da Mente e Entrega Interior
Essa entrega resulta na renovação da nossa mente. Ao nos entregarmos a Deus, somos curados interiormente, redirecionando nossos corações a Ele e capacitando-nos a servir e agradá-Lo no dia a dia (Romanos 12:1-2).
Promessa de Deus Cumprida em Pentecostes
No Antigo Testamento, Deus prometeu dar um coração fiel, capacitando a amá-Lo completamente e viver segundo Suas leis, livrando do domínio do pecado (Deuteronômio 30:6 e Ezequiel 36:27, 29). Isto se cumpriu através do Novo Nascimento em Cristo. (2 Coríntios 5.17; Tito 3.5-6; Romanos 6.4; Efésios 4.23-24).
Resultados da Santificação
A santificação nos conduz ao amor a Deus e ao próximo, purifica-nos do pecado e nos liberta da autoidolatria (1 Coríntios 3:16-17, Marcos 12:30-31).
Propósito e Importância da Santificação para a Missão Cristã
A santificação desempenha um papel crucial na missão cristã, visando tornar os crentes cada vez mais semelhantes a Cristo (2 Coríntios 3:18). Esse processo não se limita a palavras, mas implica agir, amar e servir como Cristo fez (1 João 2:6).
Uma vida santificada é um testemunho poderoso, refletindo a luz de Cristo no mundo (Mateus 5:16). Ao viverem de maneira santa e amorosa, os crentes atraem outros para a fé, influenciando positivamente seu ambiente.
Jesus ilustrou isso ao chamar os crentes de "sal da terra" e "luz do mundo" (Mateus 5:13-14). A santificação permite que exerçam uma influência positiva, preservando os valores do Reino e irradiando a verdade e o amor de Cristo.
Além disso, uma vida santificada fortalece a credibilidade do testemunho cristão (Colossenses 4:5-6). Torna-o mais atraente e autêntico aos olhos daqueles fora da fé, impactando positivamente a missão evangelística.
Santificação e Impacto Social
• Transformação da Sociedade: A vida santificada não é apenas para benefício pessoal, mas também para o bem da sociedade. Ao viverem os princípios do Reino, os crentes influenciam positivamente o ambiente ao seu redor (Romanos 12:2; Mateus 5:13-16).
• Serviço e Amor ao Próximo: A santificação capacita os crentes a amar e servir de maneira altruísta, atendendo às necessidades dos outros e promovendo a justiça e a compaixão (Gálatas 5:13; Tiago 1:27; Lucas 10:25-37).
• Testemunho Coerente: Uma vida santificada não se restringe ao âmbito espiritual, mas permeia todas as áreas da existência, demonstrando coerência entre fé e prática, fortalecendo assim o testemunho cristão (1 Pedro 2:12; Colossenses 3:17; Efésios 5:8-10).
O Estímulo da Nuvem de Testemunhas
A inspiração proveniente da Grande Nuvem de Testemunhas, referida na galeria de heróis da fé em Hebreus 11, motiva-nos a buscar a santidade, conforme expresso em Hebreus 12:1: 'Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta.' Esses exemplos de fé evidenciam que é possível vencer o mal com o auxílio de Deus.
Refletindo sobre isso, recordo-me do tempo em que aprendi a andar de bicicleta. Houve quedas dolorosas, especialmente quando meu dedão do pé se prendia na corrente da antiga bicicleta, causando bastante sofrimento. Contudo, a presença de uma "nuvem grande" de amigos, crianças como eu, que já dominavam a arte de pedalar, foi um estímulo constante. Eles me encorajaram a não desistir, mostrando que era possível superar as dificuldades e persistir. Da mesma forma, a galeria de heróis da fé de Hebreus 11, e a vida de tantos outros heróis da fé ao longo da história da Igreja, nos motiva a nos libertarmos do pecado para vivermos à altura do nosso chamado cristão.
Conclusão
A santificação é um processo contínuo de transformação divina na vida do crente, capacitando-o a viver em conformidade com os ensinamentos de Cristo e a amar a Deus e ao próximo. Este processo vai além do âmbito pessoal, abraçando a dimensão individual e social. Embora não implique na ausência total do pecado nesta vida, a santificação busca a conformidade à imagem de Cristo.
O objetivo máximo é alcançar a unidade da fé e a plenitude de Cristo, refletindo Seu amor em todas as áreas da vida. A santificação é possível na vida presente, evidenciada nas instruções bíblicas e no chamado à dignidade na caminhada cristã.
O papel do Espírito Santo é crucial nesse processo, capacitando os crentes e transformando-os para viverem em obediência e amor a Deus. A participação humana é fundamental, exigindo esforço, consagração e rendição total a Deus. A renovação da mente e a promessa cumprida em Pentecostes revelam a profundidade e a amplitude da santificação na vida do crente.
A santificação não se limita à espiritualidade individual, mas influencia a sociedade, promovendo transformação e serviço altruísta. Além disso, uma vida santificada fortalece o testemunho cristão, tornando-o mais atraente e autêntico aos olhos dos que estão fora da fé, promovendo a glória de Deus e a salvação de muitos.
Questões:
- Qual é a definição mais precisa de santificação? a) Um estado de ausência total do pecado na vida do crente. b) Um processo contínuo de transformação divina capacitando o crente a viver em conformidade com os ensinamentos de Cristo. c) Uma experiência única de purificação instantânea. d) Uma condição reservada apenas para líderes religiosos.
- Qual é o propósito da santificação, de acordo com a lição? a) Atingir a perfeição absoluta. b) Moldar os crentes à imagem de Cristo e refletir Seu amor em todas as áreas da vida. c) Garantir que os crentes sejam imunes ao pecado. d) Manter um padrão de comportamento aceitável perante a sociedade.
- O que significa a expressão "fé que atua pelo amor"? a) A fé é uma emoção desvinculada das ações. b) A fé é expressa por obras e amor em ações concretas. c) A fé é um conceito teórico sem aplicação prática. d) A fé é exclusivamente uma experiência emocional.
- Como a santificação impacta a vida social, de acordo com a lição? a) Não tem influência na vida social dos crentes. b) A santificação fortalece o testemunho cristão, influenciando positivamente a sociedade. c) A santificação isola os crentes da sociedade. d) A santificação não tem relação com o testemunho cristão.
- Qual é o papel primordial do Espírito Santo na santificação? a) O Espírito Santo não está envolvido na santificação. b) Capacitar os crentes a viverem em desobediência a Deus. c) Capacitar os crentes a viverem em obediência e amor a Deus. d) Condenar os crentes por suas falhas.
- Por que a santificação é considerada um processo contínuo? a) Porque é um processo rápido e instantâneo. b) Porque os crentes não têm a capacidade de se santificar. c) Porque os crentes precisam crescer e amadurecer espiritualmente ao longo da vida. d) Porque a santificação é uma experiência exclusiva dos líderes religiosos.
- Qual é a principal influência da "Grande Nuvem de Testemunhas" mencionada em Hebreus 12:1? a) A influência de amigos próximos na vida diária dos crentes. b) A inspiração e estímulo dos exemplos de fé dos heróis mencionados em Hebreus 11. c) A influência dos líderes religiosos contemporâneos. d) A influência da cultura popular na vida dos crentes.
- Qual é o objetivo principal da santificação, de acordo com a lição? a) Alcançar a perfeição humana. b) Moldar os crentes à imagem de Cristo e refletir Seu amor em todas as áreas da vida. c) Isolar os crentes do mundo. d) Garantir que os crentes tenham uma posição elevada na sociedade.
- Como a santificação afeta o testemunho cristão? a) Não tem impacto no testemunho cristão. b) Fortalece a credibilidade do testemunho cristão, tornando-o mais atraente e autêntico. c) Reduz a credibilidade do testemunho cristão. d) Isola os crentes do restante da sociedade.
- Qual é o papel do crente na santificação? a) O crente não tem nenhum papel na santificação. b) O crente deve cooperar com o Espírito Santo, consagrando-se e rendendo-se a Deus. c) O crente deve confiar inteiramente em sua própria capacidade para se santificar. d) O crente deve depender apenas dos líderes religiosos para ser santificado.
O Caminho da Fé: Encontrando Salvação na Cruz de Cristo
Jesus é o Arcanjo Miguel?
Jesus é o Arcanjo Miguel? Ele é o Criador ou uma criatura? E quanto a adorá-lo – isso seria correto ou deve ser encarado como uma idolatria?
Primeiramente, é importante esclarecer que as Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus é o Arcanjo Miguel, ou seja, uma criatura angelical, que embora tenha muito poder e honra, não deve ser adorado como Deus. No entanto, essa interpretação não se alinha com o ensino do Novo Testamento.
A Bíblia nos revela claramente que Jesus é o Criador e não uma criatura. O Evangelho de João começa assim: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.” (João 1:1-3). E continua: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14).
Além disso, em Hebreus 1:5, lemos que Deus nunca disse a nenhum anjo: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei." Isso foi dito apenas a Jesus, que é a exata expressão do Pai.
Nas Escrituras, não encontramos nenhum anjo sendo adorado. De fato, os anjos rejeitam adoração. Em Apocalipse 22:8-9, quando João, impactado por uma grande revelação, começa a adorar um anjo, este o repreende imediatamente: "Não faça isso! Sou servo como você e seus irmãos, os profetas, e como os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!"
A adoração pertence unicamente a Deus, conforme está escrito: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” (Mateus 4:10). No entanto, Jesus é consistentemente adorado no Novo Testamento. Isso é um claro reconhecimento de que Ele é verdadeiramente Deus. A Bíblia ensina que há apenas um único Deus verdadeiro (Deuteronômio 6:4; Isaías 45:21-22), e a adoração a Jesus revela o mistério da Trindade: um único Deus em três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:14).
Portanto, Jesus não é uma criatura; Ele é o Criador. Ele possui todos os atributos divinos – eternidade, onipotência e onisciência. E, sendo assim, é digno de receber adoração como o único e verdadeiro Deus.
Segue alguns textos bíblicos que descrevem Jesus sendo adorado:
- Em Mateus 2.11, os magos do Oriente adoraram a Jesus. O texto diz:
- "Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra."
- Os discípulos adoram Jesus após Ele acalmar a tempestade, em Mateus 14.33, lemos:
- "Então os que estavam no barco o adoraram, dizendo: 'Verdadeiramente tu és o Filho de Deus!'"
- O homem cego adora Jesus após ser curado, João 9.38 diz:
- "Então o homem disse: 'Senhor, eu creio'. E o adorou."
- Em Mateus 28.9, lemos que, após a ressurreição de Jesus, as mulheres abraçaram-lhe os pés e o adoraram."
- Em Mateus 28.17, lemos também que outros discípulos adoram Jesus ao vê-Lo ressuscitado
- Os discípulos também adoraram a Jesus quando Ele subiu ao céu, conforme Lucas 24.52.
- Os anjos são instruídos a adorarem a Jesus, Hebreus 1.6 diz:
- "E ainda, quando Deus introduz o Primogênito no mundo, diz: 'Todos os anjos de Deus o adorem'."
- E no Livro de Apocalipse, temos diversos momentos de adoração a Jesus, começando por João que diz:
- "Quando o vi, caí a seus pés como morto. Então ele colocou a mão direita sobre mim e disse: 'Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último.'" (Apocalipse 1.17)
- Em Apocalipse 5.8-9, vemos os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes adorando o Cordeiro no céu:
- "Quando ele recebeu o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Cada um deles tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e cantavam um cântico novo: 'Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação.'" (Apocalipse 5.8-9)
- E, logo a seguir, a Toda criatura no céu, na terra, debaixo da terra e no mar também passa a adorar a Jesus:
- "Dizendo em alta voz: 'Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!' Então ouvi todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: 'Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre!' Os quatro seres viventes disseram: 'Amém', e os anciãos prostraram-se e o adoraram." (Apocalipse 5.12-14)
Portanto, a adoração a Jesus no Novo Testamento é um testemunho claro de Sua divindade. Os versículos mencionados demonstram que Jesus é adorado em diferentes contextos, confirmando Sua identidade como Deus Eterno e Criador. A Bíblia afirma que somente Deus deve ser adorado, e Jesus recebe essa adoração, o que revela o mistério da Trindade: um único Deus em três pessoas. Portanto, reconhecer Jesus como digno de adoração é afirmar a verdade bíblica de que Ele é verdadeiramente Deus, coigual ao Pai e ao Espírito Santo.
terça-feira, 9 de julho de 2024
João 3:14-16: O Centro do Evangelho e Paradigma de Missão
Amados irmãos e irmãs, convido-os a refletirmos juntos sobre a passagem do evangelho de João, capítulo 3, versículos 14 a 16. Este texto poderoso encapsula a essência do evangelho, mostrando-nos o amor inigualável de Deus e o chamado à missão.
“Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.14-16).
Estamos recebendo a visita de um grupo bonito de irmãos e irmãs, jovens e adultos, que estão partindo para uma missão de curto prazo em Cachoeiro do Itapemirim. Eles estão deixando suas casas para servir a Deus, seguindo o modelo missionário que encontramos em João 3:16. Este versículo é um evangelho em miniatura, revelando cinco pontos cruciais sobre a missão da igreja.
Primeiro, Deus como aquele que envia
Deus, como o grande Enviador, planejou e enviou Jesus para cumprir a missão mais importante da história. Ele deu o seu Filho unigênito, demonstrando seu amor inigualável e sacrifício incomparável. A responsabilidade da igreja é seguir esse exemplo divino, enviando e apoiando missionários para que a mensagem do evangelho alcance todos os cantos do mundo.
Um exemplo bíblico disso é o envio de Paulo e Barnabé, conforme registrado em Atos 13:2-3. A igreja em Antioquia, após um período de oração e jejum, separou e enviou esses dois grandes missionários. A igreja reconheceu a importância de enviar seus melhores para a obra missionária, seguindo o modelo dado por Deus.
Aplicando isso em nossa vida hoje, devemos encorajar a igreja a participar ativamente no envio e suporte de missionários. Isso inclui orar por eles, fornecer apoio financeiro e estar dispostos a enviar os melhores dentre nós. Como pais, muitas vezes desejamos carreiras de sucesso mundano para nossos filhos, mas devemos considerar o privilégio e a honra de vê-los servindo como missionários e sacerdotes de Deus, seguindo o exemplo do Pai que enviou o melhor que tinha, seu próprio Filho.
Vocês já ouviram a expressão “tiguera”? Alguém aqui sabe o que significa? Pouquíssimas pessoas conhecem essa palavra. Na roça, tiguera é o restolho, e quando se fala de animais, o termo é usado para descrever aquele animal fraquinho, miudinho, que come pouco e não se desenvolveu muito. Certa vez, um roceiro crente decidiu ofertar ao Senhor um dos seus porquinhos. Muitos porquinhos haviam nascido, e ele olhou para eles e disse: “Um destes será do Senhor.” E qual ele escolheu? O tiguera, o mais miudinho de todos, aquele que não prometia muito. “Esse vai ser do Senhor.” O que aconteceu? Esse tiguera impressionou, superou os outros, tornou-se um porco gordo, grande, forte e bonito. E então, ele se arrependeu de ter ofertado aquele porquinho e quis escolher um outro que não tinha se desenvolvido tanto. É triste, não é? Quando separamos para Deus o que não é o melhor, quando o que projetamos para Deus é o que sobra, são os tigueras da vida, da nossa existência, algo que nós mesmos desprezamos. Mas Deus não fez isso. Deus deu o que Ele tinha de melhor, o Seu único Filho, e o entregou por nós.
Segundo, O Filho como Aquele que é Enviado
Jesus, o Filho unigênito de Deus, aceitou a missão mais extraordinária que alguém poderia assumir. Ele deixou a glória do céu e encarnou-se como humano, tornando-se vulnerável e sujeito às mesmas limitações e dores que nós. Este ato de encarnação não foi apenas um gesto de condescendência divina, mas uma demonstração profunda de amor e compromisso com a salvação da humanidade.
Jesus não apenas desceu dos céus, mas também se enculturou, vivendo entre nós e adaptando-se à nossa cultura e realidade. Ele caminhou em nossas ruas, comeu de nossas mesas, compreendeu nossas dores e alegrias. Esta enculturação foi essencial para que Ele pudesse comunicar o amor de Deus de forma efetiva e relacional. Ele tornou-se um de nós para que pudéssemos compreender plenamente o plano de redenção.
A Bíblia nos oferece um exemplo poderoso desta encarnação em Filipenses 2:5-8: "Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz."
Nesta passagem, vemos como Jesus esvaziou-se de Sua glória divina e tornou-se servo, obediente até a morte na cruz. Ele assumiu a forma de um servo para que, por meio de Sua humildade e sacrifício, pudéssemos ser salvos.
Missionários cristãos devem seguir o exemplo de Jesus. A missão não é apenas sobre ensinar ou pregar, mas sobre viver entre aqueles que buscamos alcançar, compreendendo suas realidades e demonstrando o amor de Cristo através de nossas ações e presença. Assim como Jesus se enculturou para servir eficazmente, devemos aprender a nos adaptar, respeitar e integrar às culturas diferentes das nossas. Este processo pode ser desafiador, mas é essencial para que nossa mensagem seja autêntica e ressoe profundamente com aqueles a quem servimos.
Portanto, ao refletirmos sobre a missão de Jesus como o Enviado, que deixemos ser inspirados por Sua humildade, sacrifício e amor incondicional. Que sejamos missionários dedicados, dispostos a seguir os passos de nosso Salvador, adaptando-nos e servindo com todo o nosso coração, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
O terceiro ponto é a motivação que levou Deus a fazer o que fez.
Qual é a motivação da missão? Vocês estão acompanhando? Podem verificar, podem ler. Qual é a motivação? O amor. Mas não é qualquer amor. Observem a expressão: "de tal maneira." “De tal maneira” é muito forte, significando que Deus deu o que tinha de melhor em sacrifício.
Este é o nosso Deus, que nos ama de uma forma tão sacrificial, capaz de fazer um sacrifício tão absoluto, tão pleno, tão total. Que amor é esse? Nós só compreendemos esse amor de Deus olhando para a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, para aquele Filho que foi dado. É ali que conhecemos o amor de Deus. É um amor muito grande, "de tal maneira", de tal magnitude, extraordinário, surpreendente, chocante, que nos constrange. Às vezes, parece até bom demais para ser verdade. É assim que Deus nos ama.
Vamos agora para o quarto ponto. Recapitulando: primeiro, quem é que envia? Deus é o modelo para a igreja enviar e para cada um de nós consagrarmos a Deus o que há de melhor. Quem foi enviado? O que havia de melhor: o Filho. Ele é o modelo. O que motivou Deus a tomar essa atitude de grandeza e sacrifício? Seu amor. Amor por quem?
Agora, o quarto ponto: quem é o público-alvo desse amor e dessa missão?
Quem? O mundo. Quando lemos o capítulo 1 de João, entendemos melhor que mundo é esse. É o mundo que estava em trevas e que verá essa grande luz. Veja aqui, vamos para o capítulo 1, versículo 10, para entender melhor que mundo é esse: "O Verbo, que estava no princípio com Deus, o Verbo que era Deus, por meio de quem tudo foi feito. Ele, que era luz, veio e se tornou a luz do mundo. O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu."
O mundo aqui é o mundo rebelde, o mundo dos perdidos, o mundo dos pecadores. É um mundo completo, cheio de pessoas de todas as espécies, um mundo que volta as costas para Deus, que foi feito por Cristo, mas que não o reconheceu. É um mundo que está em trevas, que segue o príncipe deste mundo, um mundo de pessoas alheias a Deus, obscurecidas em entendimento. São essas pessoas. Não é um grupo seleto que Deus ama por isso ou aquilo. Não, é o mundo todo, composto por gente de todos os tipos, de todos os povos, tribos, línguas e nações, que é rebelde e que não o conheceu. É este mundo, é neste contexto de mundo que Deus ama. Esse é o alvo do amor de Deus. São esses que Deus amou de tal maneira a ponto de dar o seu Filho.
Uma boa notícia para mim e para você é que, se o mundo é entendido como todos os pecadores, todos os perdidos, todos os inimigos, todas as pessoas alheias a Deus, se o mundo é todo ser humano, então significa que esse amor de Deus de tal maneira é também por você. Você faz parte, você também é alvo desse grande amor de Deus, desse sacrifício de Cristo. Ele te ama, mas ele não te ama de qualquer maneira. Não é um amor qualquer. É um amor sacrificial, um amor capaz de dar a própria vida para te salvar. Esse é o grande amor de Deus. Ninguém ama mais do que este, que deu a sua própria vida por amor a você. Portanto, o público-alvo é o mundo inteiro, e isso inclui você.
Quinto, E qual é o meio da salvação?
Como é que se dá? Esse é o quinto ponto. Como é que se dá a salvação? Através da fé, não é? Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna. A vida eterna é a bênção que Deus tem mediante a fé. Repare bem, uma única coisa exigida, uma única ação. Deus requer dos seres humanos uma única coisa: a fé.
Até agora, discutimos apenas o versículo 16. Vamos agora examinar os versículos 14 e 15 para entender melhor o contexto. Nicodemos, um sacerdote que procurou Jesus, queria conhecer mais sobre Ele e o caminho da salvação, bem como sobre como fazer parte do reino de Deus. Jesus, ao conversar com Nicodemos, usa um paradigma da cruz que era bem conhecido por ele.
Nicodemos conhecia bem a história registrada em Números, capítulo 21, quando o povo de Israel pecou contra Deus repetidamente. Eles se rebelaram contra Deus e Moisés, murmurando: “Por que o Senhor nos tirou da terra do Egito? Lá tínhamos comida saborosa, e aqui estamos passando privações e sede. Ah, que saudade do Egito! O Senhor nos trouxe aqui para morrermos. Por que o Senhor fez isso?”
Deus ficou irado com essas murmurações e seu justo juízo se abateu sobre o povo. Como resultado da sua rebelião, inúmeras serpentes apareceram no deserto, brotando da areia e picando os israelitas. Eles começaram a morrer um a um, vítimas dessa praga de serpentes. Assustados com a tragédia e as consequências do pecado, vendo-se à mercê da morte, clamaram por misericórdia, se arrependeram e pediram perdão. Moisés orou a Deus e veio um livramento.
A salvação que Deus ofereceu foi algo muito inusitado. Deus instruiu Moisés a fazer uma serpente de bronze e pendurá-la sobre uma estaca, elevando-a bem alto para que todos pudessem ver. Quem olhasse para ela seria salvo. As pessoas, picadas e à beira da morte, olharam para aquela provisão de salvação de Deus e foram curadas da sua ferida mortal, que é a ferida do pecado.
Esse olhar é o olhar de um moribundo, de um perdido. É o olhar que deposita sua esperança no remédio que Deus propicia, na solução da graça divina. Vamos observar o paralelo aqui. Voltemos ao versículo 14: “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna, tenha a cura da maldição do pecado.” Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho. O Filho do Homem, no versículo anterior, é agora retratado como o único Filho de Deus. Esse único Filho de Deus foi dado porque Deus amou a humanidade de tal maneira que Ele deu seu Filho para que Ele fosse feito maldição em nosso lugar.
Estava registrado nas páginas do Antigo Testamento que maldito seriam todos os que fossem crucificados, e Ele foi crucificado. Jesus se fez maldição, assumiu nossa maldição, se fez pecado por nós. O justo, que nunca pecou, assumiu nossa condição, nossa maldição, nossos pecados. Ele carregou sobre si nossas feridas, nossas chagas, nossa maldição, nosso pecado. Tudo que era contra nós, Ele carregou sobre si. Ele foi crucificado, sacrificado e morto. Ele foi levantado para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.
Olhe para Ele. Este olhar é o ato que Deus espera de você. Não é um ato de uma pessoa grandiosa, não é um ato de uma pessoa poderosa, nem uma grande realização humana. A grande realização foi a de Cristo Jesus na cruz. Ele é o Salvador, Ele pagou o preço, carregou sobre si nossos pecados, morreu, derramou o Seu sangue. E pelas Suas chagas, pelas Suas feridas, nós, moribundos, perdidos, fracos e miseráveis, somos sarados. Porque, em nossa condição de perdidos, de pessoas condenadas e feridas, clamamos por misericórdia e olhamos para Ele.
Repare bem, olhe para a cruz, olhe para Jesus. Ele é o Salvador. E você, nesse ato de olhar, não está realizando uma obra; é a obra Dele que está em ação. Não é a sua grandeza, mas a grandeza Dele. É você, na sua pequenez, na sua miserabilidade, completamente maltrapilho, miserável, pobre, cego, nu e perdido, como o cego de Jericó, clamando: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim.” E então, a graça se manifesta, salvadora. Ela sara o ferido e, à medida que os caídos, os pecadores, os perdidos, os miseráveis, clamam, a maldição é removida.
Quando Deus mandou levantar a serpente, isso apontava para Cristo, e aqueles que olhavam eram sarados. Todo aquele que olhar para Cristo, este ato de olhar é um ato de humildade, um reconhecimento da própria pecaminosidade e miserabilidade. Olhar para Ele é também um ato de arrependimento, de contrição, e de ver a graça, o amor, a misericórdia e a providência divina.
Cristo é a providência divina para o perdão dos nossos pecados (1 João 2:2). Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), o único nome pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4:12). Olhe firmemente para Cristo e encontre Nele o perdão. Reconheça que foi pelos seus pecados que Ele precisou pagar esse preço, e Ele não economizou na demonstração de amor. Seu afeto não foi superficial; foi profundo e tremendo (Romanos 5:8).
O meio de salvação é esse olhar para a obra de Cristo na cruz (João 3:14-15). Amém? Deus, o Pai, enviou o que tinha de melhor, o próprio Filho, por amor (João 3:16). Ele o fez. Um amor sem igual, extravagante e sacrificial (1 João 4:9-10). Deus e o Filho por nós. E, mediante a fé, esse olhar nos concede vida eterna (João 3:36). Vida eterna aqui não é apenas vida infinita. Isso é pouco para definir vida eterna. Vida eterna você pode ter aqui e agora. Quem crê tem a vida eterna (João 5:24). Já passou da morte para a vida eterna, para essa vida com Deus. Deus habita em todos aqueles que creem Nele (Efésios 3:17). Você tem a vida eterna. Essa é a ideia da vida eterna. Você tem Deus, você tem comunhão, você foi reconectado com o Criador, você tem a vida de Deus. E não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2:20). E a vida que vivo, vivo pela fé no Filho de Deus, que a Si mesmo se entregou por mim. Isso é vida eterna, e você pode experimentá-la e deve experimentá-la aqui e agora. Basta olhar para Ele. E olhando para Ele, você nasce de novo (João 3:3). Você nasce da água, como alguém vai ser batizado agora, mas você nasce do Espírito (João 3:5-6). Você recebe o Espírito de Deus, você é uma nova criatura (2 Coríntios 5:17). Cristo vive em você. Você já está com Cristo, já passou da morte para a vida, e por isso nada pode separar você do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Romanos 8:38-39), nem mesmo a morte. Louvado seja Deus. Este é o plano redentor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É o plano do Pai, é o plano do Filho, é o plano do Espírito Santo (Mateus 28:19). E que toda essa passagem bendita e maravilhosa, todos esses princípios possam ter encontrado guarida no coração de cada um de vocês. Que vocês saibam que grande amor é esse, que grande salvação Ele providenciou para nós. E a melhor coisa que podemos fazer é dizer: “Senhor, eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8). Eu quero ser como Jesus. E, se eu sou um pai, uma mãe, eu quero para os meus filhos aquilo que o Senhor quis para o Seu Filho. E todos nós podemos ser missionários, a começar pela nossa Jerusalém, pela nossa casa (Atos 1:8).
Lembro do endemoniado gadareno. Quando ele recebeu tamanha libertação de Jesus (Marcos 5:1-20), desejou seguir a Jesus. No entanto, Jesus lhe disse: "Olha, você vai me seguir de outro jeito. Volte para a sua casa e seja um testemunho lá para seus parentes e para todo o povo, para toda a sua vizinhança."
Assim como o gadareno, você está tendo um encontro com Deus aqui, entendendo o evangelho, olhando para Jesus e encontrando a salvação em Cristo. Após abençoar Abraão, Deus o incumbiu de ser uma bênção (Gênesis 12:2). Da mesma forma, Deus abençoa você e o envia. Jesus disse: “Assim como o Pai me enviou, eu envio vocês” (João 20:21). Vá para a sua casa, para os seus vizinhos e amigos, e seja uma bênção para todos ao seu redor (Mateus 5:14-16).
Comecemos por nossa Jerusalém, estendendo-se para a Judeia, depois para a Samaria e até os confins da Terra (Atos 1:8). Sejam uma bênção, sejam boca de Deus, sejam pessoas cheias do Espírito Santo (Efésios 5:18). Que a graça de Deus esteja sobre vocês, inunde seus corações, e que vocês sejam uma tremenda bênção aqui e agora. Amém.
Bispo Ildo Mello
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