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Reafirmando o Valor da Igreja neste Tempo Desafiador

Introdução:

Em tempos de crescente desencanto com as instituições, nossa responsabilidade como pastores e líderes é reafirmar a importância divina da igreja, resistindo aos ataques que vêm de todas as direções. Em meio a uma cultura que promove o distanciamento das igrejas, precisamos valorizar ainda mais a comunidade de fé que Cristo estabeleceu.

A Igreja em Meio aos Desafios:

Vivemos em uma época marcada pelo aumento do número de desigrejados. É essencial que nós, como pastores, valorizemos a igreja ainda mais, especialmente diante dos ataques que ela enfrenta. Esses ataques vêm de muitas direções: da sociedade secular, de escândalos internos, e até mesmo de ideias equivocadas que comprometem a imagem da igreja e do ministério pastoral.

Natureza Divina da Igreja:

Precisamos esclarecer que a igreja não é uma invenção humana ou uma instituição estabelecida por Constantino, como alguns erroneamente afirmam. Ela é uma instituição divina, estabelecida por Jesus Cristo (Mateus 16:18). A igreja é o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27), a família de Deus (Efésios 2:19), o povo de Deus (1 Pedro 2:9), o rebanho do Senhor (João 10:14-16), e o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16). Ela é essa comunidade que Deus deseja ver como uma cidade edificada sobre um monte, cujas boas obras glorificam a Deus (Mateus 5:14-16).

O Papel Contra-cultural da Igreja:

A igreja é uma entidade contra-cultural, mas não contra qualquer aspecto da cultura. Ela desafia os aspectos pecaminosos da cultura, defendendo os valores do Reino de Deus (Romanos 12:2). Como luz do mundo e sal da terra (Mateus 5:13-16), a igreja deve se apresentar de maneira íntegra e fiel à sua vocação. Ao examinar a igreja primitiva, vemos que o Espírito Santo foi derramado sobre ela (Atos 2:1-4), conferindo-lhe o privilégio e a responsabilidade de ser a agência do Reino de Deus na terra. Promovendo justiça, paz, reconciliação, libertação, vida e alegria.

Amor e Sacrifício por Cristo e pela Igreja:

O amor de Cristo pela igreja foi tão grande que Ele se sacrificou por ela (Efésios 5:25). Paulo nos exorta a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar a unidade do corpo de Cristo (Efésios 4:3-4). Esse amor e respeito pela igreja se estendem também à sua liderança. A liderança deve conduzir-se de maneira digna, honrando a responsabilidade que recebeu de Deus.

Unidade e Comunhão na Igreja:

A igreja primitiva perseverava unida e cheia do Espírito Santo (Atos 2:42-47). Aqueles que são cheios do Espírito desejam estar juntos, valorizando a comunhão. O Espírito Santo distribui dons de forma que todos na igreja precisem uns dos outros, formando uma engrenagem perfeita (1 Coríntios 12:4-7). É na unidade do povo de Deus que o Senhor ordena a vida e a bênção (Salmos 133:1-3), tornando a igreja o melhor lugar para se estar, apesar das dificuldades.

Santificação e Prioridade do Reino de Deus:

Nosso papel como pastores é trabalhar pela santificação da igreja, pela qual Cristo pagou o preço máximo (Efésios 5:25-27). Devemos amar a igreja e nos doar por ela, como Cristo o fez, priorizando o Reino de Deus acima de tudo (Mateus 6:33). Em nossa jornada de fé, outras coisas, como família e relacionamentos, devem ser colocadas no devido lugar, pois o Reino de Deus deve ser nossa prioridade. Quando priorizamos as coisas de Deus e amamos a igreja, Deus abençoa todas as outras áreas de nossa vida (Mateus 6:33).

Exemplo em Tudo:

Esse amor pela igreja deve refletir em nossa agenda, em nosso coração, em nosso ensino, em nossa pregação e em nosso exemplo. Devemos ser exemplos em tudo: na contribuição (2 Coríntios 9:7), na pontualidade (Eclesiastes 3:1), na frequência (Hebreus 10:25), na evangelização (Mateus 28:19), na oração (1 Tessalonicenses 5:17), no estudo (2 Timóteo 2:15), e na paixão pela obra de Deus (Romanos 12:11). Tudo isso deve ser feito com amor, pois quando amamos, nosso fardo se torna leve e suave (Mateus 11:28-30).

Comunicação do Valor da Igreja:

Precisamos comunicar essa paixão e esse amor pela igreja a todos ao nosso redor. Nosso amor pela igreja deve transparecer em nosso exemplo, pois somos mordomos da multiforme graça de Deus, e o que se requer desses mordomos é que sejam encontrados fiéis (1 Coríntios 4:2). Devemos cumprir nossa missão com alegria, como fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23), e isso será contagiante, inspirando outros.

Conclusão e Chamado à Ação:

Que nossas igrejas brilhem como luzes em meio às trevas, mostrando ao mundo como é bom ser cristão e o impacto transformador que o cristianismo pode ter nas famílias e na sociedade. Que nossa experiência com Cristo seja encantadora e que nossas igrejas sejam lugares de cura, de bênção e de luz para os de fora.

Quando a igreja brilha, o Senhor acrescenta diariamente aqueles que estão sendo salvos (Atos 2:47), e assim o crescimento se dá. Que possamos, como pastores e líderes, reacender nossa paixão pela igreja, reconhecendo-a como o veículo escolhido por Deus para transformar o mundo. Que cada um de nós seja uma chama viva, queimando de amor e zelo pela obra de Deus, inspirando nossas comunidades a refletirem a luz de Cristo. Em nossas pregações, em nosso ensino e em nosso exemplo, sejamos sempre exemplares, para que o Reino de Deus avance e sua glória seja manifesta.


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