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Como respondi às seguintes objeções calvinistas:

1) Se a extensão da expiação é universal, logo o sangue de Cristo é derramado em vão por aqueles que não são salvos.


O sangue de Jesus foi derramado em favor da humanidade oferecendo salvação a todos por meio da fé. Seu sacrifício não foi em vão, não apenas por conta dos que se convertem, mas também dos demais, visto que através de tal sacrifício, Deus demonstrou seu amor por eles também. Isto contribui para o incremento da honra e da glória do seu bendito nome. Tributamos louvores ao seu amor e a sua graça que se manifestou salvadora a todos os seres humanos (Tt 2.11). Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11 e At 10.34). Deus amou o mundo! (Jo 3.16).



2) Se Cristo morreu por alguém e essa pessoa não for salva, logo, seu pecado será pago duas vezes, uma na cruz e outra no inferno.


Tal objeção faria sentido se nossa dívida fosse do tipo pecuniária, mas, não é este o caso. Trata-se de uma dívida judicial, cujo pagamento não resolve a questão automaticamente, pois depende da aceitação dos termos e condições. A não aceitação dos termos, faz com que o devedor permaneça na obrigação de pagar a sua dívida. A Parábola do Credor Incompassível demonstra o risco do perdão concedido por Deus poder vir a ser retirado em caso de subsequente falta de misericórdia por parte do que que recebeu o perdão (Mt 18.22–35).



3) No Arminianismo, a graça simplesmente possibilita o homem a se salvar. Aliás, Cristo veio para salvar ou para tornar a salvação possível?


Tal objeção seria válida se o propósito de Cristo fosse salvar a humanidade de modo incondicional, mas a Bíblia ensina que Deus deu seu Filho ao mundo para a salvação mediante a fé (Jo 1.12 e 3.16). “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, o e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.” (Jo 3.17–19). Que Jesus se manifestou como salvador não de modo incondicional, mas condicional também se vê na questão de Israel. Jesus veio como Salvador para os que eram seus, mas os seus não o receberam (Jo 1.11). Ele quis salvá-los como a galinha ampara seus pintinhos debaixo de suas asas, mas, infelizmente, eles não quiseram (Mt 23.37). O sacrifício do cordeiro pascal propicia salvação a todos desde que seu sangue seja devidamente aplicado aos umbrais das portas. Cristo é o Cordeiro de Deus cujo sacrifício é suficiente para tirar o pecado de toda a raça humana, mas eficiente apenas para aqueles que dele se apropriam pela fé.

Ildo Mello

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