"Ano novo, vida nova!" O que é que significa mesmo "vida nova" para a grande maioria das pessoas? Aquela famosa canção de fim de ano que diz: "adeus ano velho! feliz ano novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer; muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender" parece refletir os anseios mais profundos das pessoas, mesmo de muitas que se dizem cristãs. Não é errado desejar coisas materiais e temporais. O problema está na prioridade que estas coisas estão ocupando no coração de muitos. Quais são os nossos sonhos e planos? Quais são as nossas prioridades? Qual é a força motriz da nossa existência? Qual é o nome do nosso D(d)eus? Em que sentido nossos anseios e aspirações são mais elevados e sublimes do que os daqueles que são materialistas e existêncialistas? É notável que, mesmo entre os cristãos, os pedidos de oração e os testemunhos estejam, em sua grande maioria, centrados nos bens materiais e na saúde, como se Jesus tivesse dito: "Buscai em primeiro lugar os bens materiais e a saúde, que o Reino de Deus e as demais bênçãos espirituais vos serão acrescentadas". Que inversão de valores! Jesus deixa de ser o alvo da existência humana para tornar-se um mero meio para realizações materiais e temporais, assim como o "gênio da lâmpada de Aladim". Questões como o que significam para nós o Natal, a Páscoa, a Palavra de Jesus, o Evangelho, o Reino de Deus e o chamado para ser discípulo, para ser luz do mundo e sal da terra, estão no cerne deste tema. Como ensinou o Apóstolo Paulo: "Se esperarmos em Cristo apenas para esta vida somos os mais miseráveis entre todos os homens". A pergunta que Jesus dirigiu por três vezes a Pedro volta-se para nós: "Pedro, tu me amas?" Eis o maior de todos os mandamentos mais uma vez diante de nós: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento" (Mateus 22:37). "Do que vale ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma" (Mc 8.36). Então, que nossos anseios reflitam melhor o amor que devemos a Deus.
Apocalipse 4 nos revela a existência de uma porta aberta nos céus. Isto enche o coração humano de esperança! É uma porta que dá acesso a Deus. Uma porta de reconciliação. Uma porta de vida, justiça, alegria e paz. O Senhor quebrará os selos do livro apocalíptico que traz a justiça de Deus sobre a face da terra. "Não chores mais" (Ap 5.5), pois o mal não ficará impune. O bem triunfará sobre o mal. E a paz, a justiça e a felicidade prevalecerão eternamente.
Mas não basta sabermos que a porta dos céus está aberta, pois é necessário também abrirmos a porta do nosso próprio coração para dar lugar a Cristo em nossa vida. O Rei de todo o Universo está batendo a porta dos corações humanos. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo." (Ap 3.20). Jesus quer comunhão conosco. Ele quer reinar em nossos corações. Mas ele não força a entrada, pois espera reciprocidade. Ele se entregou por amor a nós e espera nos cativar com seu grande amor. "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos." (Zc 4.6).
Deus tem aberto uma porta para o céu e esta porta é Jesus! E você, já abriu a porta do seu coração para Cristo?
O capítulo 4 mostra primeiramente uma porta aberta e também um arco-iris procedentes do trono de Deus. Isto é sinal da graça divina. Mas, cuidado, pois deste trono também procem raios e trovões, o que é sinal do juízo de Deus. A porta está aberta, mas não será assim indefinidamente. Lembremos do episódio da Arca de Noé, quando veio o dilúvio a porta da Arca se fechou. A arca representa a graça, enquanto o dilúvio representa o juízo. Não incorramos no erro das 5 virgens que, imprudentemente, não se prepararam para o advento do noivo (Mt 25.1-13). "Eis aqui e agora o tempo sobremodo oportuno. Eis aqui e agora o dia da salvação!" (2Co 6.2).
O Natal tem assumido contornos cada vez mais materialistas e consumistas. A simplicidade da estrebaria e da manjedoura, cenário original do Natal de Jesus, tem sido substituída por luxo, ostentação e extravagância, onde Papai Noel e seus presentes têm usurpado o lugar de Jesus e sua salvação.
Por este motivo, o Natal tem se tornado um momento triste para muitos, pois um Natal materialista acentua ainda mais a dor e aflição dos pobres, dos desempregados, dos sem-teto, dos desamparados, dos doentes e dos desfavorecidos. Mas o verdadeiro Natal é boa notícia para todos, tanto para os ricos Reis Magos quanto para os pobres pastores que estavam fazendo hora extra no turno daquela bendita noite!
Quando o anjo se aproximou daqueles pastores para anunciar o nascimento de Jesus, a primeira coisa que ele disse a eles foi: “Não temas!”. Como é bom ouvir uma voz celestial dizendo “não temas” num mundo tão conturbado e ameaçador, principalmente quando nos encontramos numa condição desfavorável de fragilidade e opressão.
E o anjo continuou o anuncio, dizendo: “eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10-11)!
Que maravilha! O Natal do Filho de Deus é a melhor de todas as notícias, pois é mensagem de vida para os que estão à beira da morte, de luz para os que estão em trevas, de paz para os que estão em guerra, de esperança para os que estão desesperados, de justiça para os que estão oprimidos, de cura para os que estão enfermos, de fartura para os que estão famintos, de água viva para os que estão sedentos, de abrigo para os que estão sem teto, de família para os que estão desamparados e de amor para os que são desprezados. Sim, o Natal é a melhor de todas as manchetes!
E o anjo conclui o anúncio apontando para um espantoso sinal: “encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”. Era de se esperar que o futuro Rei nascesse em berço de ouro. Por isto mesmo foi que os Reis Magos começaram sua busca do Menino Rei no Palácio de Herodes. Uma manjedoura parece um berço muito inadequado para alguém tão especial. O que será que isto significa?
Uma primeira razão que podemos inferir é que se Jesus tivesse nascido num palácio, o acesso ficaria restrito aos nobres. Já a estrebaria era acessível tanto aos reis como também aos pastores. Outra razão é que o Natal se deu em um lugar tão humilde para demonstrar o apreço especial de Jesus pelos pobres (Mt 11.5). Assim, a noite mais feliz da história humana aconteceu num lugar bem pobre, num sinal também de que a felicidade não depende da abundância de bens materiais.
Os pobres encontram grande identificação com o verdadeiro Natal. José e Maria estavam literalmente sem teto. Numa hora tão delicada como a do parto, o pobre casal se vê abandonado e em apuros. Pois, uma a uma, todas as portas haviam se fechado diante deles. Mas, finalmente, uma porta se abriu! Bem, não foi a porta de um hotel cinco estrelas. No entanto, o que pode ser visto na ocasião foi o brilho de uma estrela verdadeira que apontava exatamente na direção daquele humilde estábulo, que se tornaria o palco do momento mais sublime e feliz da Terra! “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.1). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14).
Os hotéis estavam cheios e não tinham lugar para o Natal de Jesus, mas ele encontrou lugar para nascer em um estábulo e seu berço foi uma manjedoura. Jesus continua buscando corações humildes como uma manjedoura para repousar e manifestar a Sua glória!
Hoje, também corremos o risco de estarmos ocupados com tantas coisas a ponto de não darmos lugar a Cristo em nossas vidas. A alegria do Natal não está em receber presentes ou em se sentar ao redor de uma mesa farta, mas em acolhermos o Rei Jesus em nossos próprios corações.
Ah! Se as pessoas buscassem a Jesus como buscam as lojas e os supermercados nestes dias de Natal! Ah! Se as pessoas, ao invés de se empanturrarem de comida e bebida, dessem ouvidos àquele que disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Ah! Se todos tivessem um coração tão humilde como uma manjedoura, onde Jesus Cristo pudesse nascer! Aí, sim, experimentariam o verdadeiro sentido do Natal!
Que os seus corações se encham de alegria durante a celebração do nascimento do glorioso Rei!
Bispo José Ildo Swartele de Mello
www.metodistalivre.org.br
O Natal tem assumido contornos cada vez mais materialistas e consumistas. A simplicidade da estrebaria e da manjedoura, cenário original do Natal de Jesus, tem sido substituída por luxo, ostentação e extravagância, onde Papai Noel e seus presentes têm usurpado o lugar de Jesus e sua salvação.
Por este motivo, o Natal tem se tornado um momento triste para muitos, pois um Natal materialista acentua ainda mais a dor e aflição dos pobres, dos desempregados, dos sem-teto, dos desamparados, dos doentes e dos desfavorecidos. Mas o verdadeiro Natal é boa notícia para todos, tanto para os ricos Reis Magos quanto para os pobres pastores que estavam fazendo hora extra no turno daquela bendita noite!
Quando o anjo se aproximou daqueles pastores para anunciar o nascimento de Jesus, a primeira coisa que ele disse a eles foi: “Não temas!”. Como é bom ouvir uma voz celestial dizendo “não temas” num mundo tão conturbado e ameaçador, principalmente quando nos encontramos numa condição desfavorável de fragilidade e opressão.
E o anjo continuou o anuncio, dizendo: “eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10-11)!
Que maravilha! O Natal do Filho de Deus é a melhor de todas as notícias, pois é mensagem de vida para os que estão à beira da morte, de luz para os que estão em trevas, de paz para os que estão em guerra, de esperança para os que estão desesperados, de justiça para os que estão oprimidos, de cura para os que estão enfermos, de fartura para os que estão famintos, de água viva para os que estão sedentos, de abrigo para os que estão sem teto, de família para os que estão desamparados e de amor para os que são desprezados. Sim, o Natal é a melhor de todas as manchetes!
E o anjo conclui o anúncio apontando para um espantoso sinal: “encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”. Era de se esperar que o futuro Rei nascesse em berço de ouro. Por isto mesmo foi que os Reis Magos começaram sua busca do Menino Rei no Palácio de Herodes. Uma manjedoura parece um berço muito inadequado para alguém tão especial. O que será que isto significa?
Uma primeira razão que podemos inferir é que se Jesus tivesse nascido num palácio, o acesso ficaria restrito aos nobres. Já a estrebaria era acessível tanto aos reis como também aos pastores. Outra razão é que o Natal se deu em um lugar tão humilde para demonstrar o apreço especial de Jesus pelos pobres (Mt 11.5). Assim, a noite mais feliz da história humana aconteceu num lugar bem pobre, num sinal também de que a felicidade não depende da abundância de bens materiais.
Os pobres encontram grande identificação com o verdadeiro Natal. José e Maria estavam literalmente sem teto. Numa hora tão delicada como a do parto, o pobre casal se vê abandonado e em apuros. Pois, uma a uma, todas as portas haviam se fechado diante deles. Mas, finalmente, uma porta se abriu! Bem, não foi a porta de um hotel cinco estrelas. No entanto, o que pode ser visto na ocasião foi o brilho de uma estrela verdadeira que apontava exatamente na direção daquele humilde estábulo, que se tornaria o palco do momento mais sublime e feliz da Terra! “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.1). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14).
Os hotéis estavam cheios e não tinham lugar para o Natal de Jesus, mas ele encontrou lugar para nascer em um estábulo e seu berço foi uma manjedoura. Jesus continua buscando corações humildes como uma manjedoura para repousar e manifestar a Sua glória!
Hoje, também corremos o risco de estarmos ocupados com tantas coisas a ponto de não darmos lugar a Cristo em nossas vidas. A alegria do Natal não está em receber presentes ou em se sentar ao redor de uma mesa farta, mas em acolhermos o Rei Jesus em nossos próprios corações.
Ah! Se as pessoas buscassem a Jesus como buscam as lojas e os supermercados nestes dias de Natal! Ah! Se as pessoas, ao invés de se empanturrarem de comida e bebida, dessem ouvidos àquele que disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Ah! Se todos tivessem um coração tão humilde como uma manjedoura, onde Jesus Cristo pudesse nascer! Aí, sim, experimentariam o verdadeiro sentido do Natal!
Que os seus corações se encham de alegria durante a celebração do nascimento do glorioso Rei!
Não basta ter fé. O valor da fé não está na fé em si, mas no objeto dela...
Não confundir autoridade espiritual com espetáculos circenses.
Tem pastor fazendo estrepulias e até saindo no braço com o demônio. É triste ver como as pessoas oprimidas viram espetáculo nas mãos de certos pastores e acabam sendo machucadas e sofrendo humilhação pública.
Jesus jamais precisou gritar ou fazer exercício da força física para libertar um endeminiado.
No embate entre Elias e os profetas de Baal, quem se esgoelou de tanto gritar foram aqueles falsos profetas e tudo em vão. Elias, sereno, orou sigelamente e o fogo desceu!
A importância da consciência da riqueza de nossa condição em Cristo. O plano mestre de Deus é o de fazer com que todas as coisas venham a convergir para Cristo, pois todas as coisas foram criadas por ele e para ele. A igreja exerce um papel fundamental neste plano de Deus.
Mensagem que preguei no úlimo domingo na imel de Mirandópolis.
Mefibose nasceu num "berço de ouro" de um "palácio real", pois era neto do Rei Saul, filho do Príncipe Jônatas (2Sam 4.4). Entretanto, uma tragédia se abateu sobre sua vida quando ele tinha apenas 5 anos de idade. Israel foi derrotado em uma sangrenta batalha. A notícia da morte de Saul e de Jônatas chegaram até a casa real; então, a babá de Mefibosete, temendo que o menino também fosse morto, o toma em seus braços e foge correndo, mas, na pressa, acaba tropeçando e deixando o menino cair. Na queda, Mefibosete despedaça os pés e fica aleijado. Agora, ele está órfão de pai e mãe. Perdeu a majestade, perdeu a saúde e vive escondido em um humilde povoado na casa de um bom homem chamado Maquir, que foi quem o amparou, adotando-o como filho.
Tais tragédias são frutos da rebeldia do Rei Saul, que plantou ventos e acabou colhendo tempestades devastadoras para a sua casa e também para todo Reino de Israel. Mas, se por um lado, Mefibosete é afetado pelos erros do avô, ele será futuramente beneficiado pela justiça de seu pai. Tal constatação não serve de base para a afamigerada prática de quebra de maldições hereditárias praticada por muitos pastores e igrejas. Pois o que vemos aqui são as consequências naturais das decisões dos pais respingando sobre os filhos. Acabamos colhendo o que plantamos o que certo grau afetará nossos descendências. Os erros de um Rei não afetam apenas a sua família, mas também acabam afetando todo o seu reino.
Bem diferente de seu pai, o príncipe Jônatas revelou ser um homem justo. Vemos isto na atitude que ele tomou diante do conflito entre seu pai, o Rei Saul, e Davi. Ele não permitiu que os laços familiares e as ambições pessoais interferissem em seu juízo da situação. Ele examinou o conflito com imparcialidade. Jônatas não tomou partido do pai, mas rendeu-se as evidências e saiu em defesa de Davi. Ele também não se deixou dominar pelo ciúme, inveja e ambição pessoal, o que seria de se esperar visto que o aclamado herói nacional Davi era, na época, considerado por muitos como um forte concorrente ao trono de Israel, ao qual, ele, Príncipe Jônatas, era o herdeiro natural. (1 Sm 20.14-16). Tal ato de justiça seria um dia lembrado por Davi, o que beneficiaria seu filho Mefibosete.
Nesta história, existem lições preciosas a serem aprendidas com as atitudes de Davi, Mefibosete e Maquir (2Sm 9).
Lições que aprendemos com Davi:
Davi, por um bom tempo, havia se esquecido da promessa que havia feito a Jonatas (1Sm 20.14-16). Mas antes tarde do que nunca! Portanto, é bom, pelo menos, de vez em quando, a gente se perguntar se não temos nos esquecido de alguma promessa feita a alguém ou de algum compromisso previamente assumido. Davi nos ensina a importância de sermos fiéis à nossa palavra de honra e leais aos nossos acordos, alianças e compromissos. Deus é fiel para conosco e devemos ser leais uns para com os outros (Pv 18.24).
Ele buscou uma oportunidade para fazer o bem. Ele não se contenta apenas em fazer justiça a promessa feita, mas ele quer ir além, ele deseja agir com bondade (9.3). Os homens Bons deveriam buscar oportunidades de fazer o bem, como diz as Escrituras: “o nobre faz planos nobres, (Is 32.8). E se Deus nos coloca em posição de ajudar e socorrer, não devemos perder a oportunidade e, mais que isto, devemos buscar oportunidade de exercer atos de bondade. É na adversidade que se conhece quem são os amigos (Jó 6.13-15). A verdadeira amizade é generosa!
Davi não é vingativo, pois Saul havia sido o seu maior inimigo. Ele mostra bondade para com a casa de Saul. Os reis costumavam eliminar os descendentes de uma linhagem real que poderiam reivindicar o Reino (Jz 9.5 e 2 Cr 22.10). Davi ensina a pagar o mal com o bem (Rm 12.21; 1Pe 3.9). Davi tem o cuidado de dizer a Mefibosete: “Não tenha medo” (v.7). Grandes homens, como Davi, não tem prazer em ver alguém numa posição de inferioridade e medo. As palavras e ações de Davi produziram encorajamento, honra e igualdade a ponto de tratar Mefibosete como parte de sua própria família!
Lições que aprendemos com Mefibosete:
Ele é um Tipo do Pecador Resgatado. Pertencia originalmente a uma linhagem real (2Sm 4:4), que caiu em desgraça por causa dos pecados do seu antepassado. Saul tinha uma família muito numerosa (1Cr 8.33), mas os atos de desobediência e rebeldia de Saul produziram um resultado devastador, o que levou Davi a perguntar se ainda existia algum sobrevivente da família (2Sm 21.1).
Vivendo em exílio, pobre e deficiente, foi lembrado por causa de uma Aliança (2Sm 9:3,4; 1Sm 20:14,15). Chamado a estar na presença do Rei, foi exaltado por causa dos méritos de outro (2Sm 9:5,7) e recebe uma herança gloriosa (2Sm 9:9).
Mefibosete aceita a bondade com grande humildade. Ele não é daqueles que recebem cada favor como se estivessem recebendo o pagamento de uma dívida. Humildemente, se prostra diante do Rei e não faz nenhuma reivindicação na base de qualquer pretenso direito. Ele não estava clamando: "Restitui, eu quero de volta o que é meu!" Pelo contrário, Mefibosete fica admirado com a demonstração de bondade de Davi para alguém como ele, que se sentia tão insignificante. Ao se comparar com um cachorro morto, Mefibosete nos faz lembrar da atitude daquela mulher que, humildemente, disse para Jesus que os cachorrinhos comiam das migalhas que caíam da mesa dos filhos (Mc 7.28). Lembrar também que, no passado, o próprio Davi havia se prostrado diante de Jonatas (1Sm 20.41). Quando jovem, Davi não se considerava digno sequer de ser genro do rei (1Sm 18.18). “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado!” (Lc 14.11). “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes” (Pv 3:34 e Tg 4.6).
Tem gente que parece ter nascido com o rei na barriga, pois são pretensiosas, orgulhosas e arrogantes. Acreditam que o mundo lhes deve. São do tipo que dizem: "Eu não vou comer esta porcaria de comida!"; "Ninguém merece!"; "Eu não pedi pra nascer!" e tantas outras coisas da mesma natureza. Já, Mefibosete, mesmo tendo nascido em família real, agiu com muita humildade e nada reivindicou na base de um senso de direito. De maneira semelhante, a agraciada Maria, que literalmente carregava o Grande Rei em sua barriga, jamais agiu com presunção. Muita gente, no lugar dela, jamais teria aceitado dar a luz a seu bendito filho num lugar tão inóspito como um curral. Maria não ralhou com José, dizendo: "Como você tem coragem de me oferecer este lugar tão nojento assim para eu dar a luz? Você é um imprestável, mesmo! Onde eu estava com a cabeça quando me casei com você?" Não, mil vezes não! Maria jamais diria isto a José. Ela era humilde, paciente e compreensiva. Recebeu tudo como uma dádiva de Deus numa atitude de ações de graças!
Durante a ausência do Rei Davi, Mefibosete viveu uma vida de abnegação (2 Sm 19:24) e também sofreu perseguição e difamação (2Sm 16:3; 19:27). Ele era humilde e não ambicionava grandes coisas materiais (2Sm 19:30).
Lição que aprendemos com Maquir:
Maquir havia acolhido o pobre Mefibosete em sua própria casa por anos. Davi e o próprio Mefibosete o recompensará por isto. “Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos se não desfalecermos” (Gl 6.9 ver também Ec 11.2 e Pv 11.25)
Por que é necessária a exortação "não nos cansemos"? Por que as palavras perseverança e paciência aparecem repetidas diversas vezes no novo testamento? "Fazer o bem" nem sempre é fácil. As vezes fazemos o bem e recebemos o mal em troca. Algumas vezes, parece que não compensa fazer o bem. Somos tentados a desistir, pensando que isto é coisa de tolos. Por isto a exortação se faz necessária. "A seu tempo ceifaremos" e não necessariamente "no nosso tempo". São necessárias a paciência e a perseverança para evitar o desânimo, principalmente por vivermos num tempo marcado por muita ansiedade e imediatismo. Maquir foi perseverante em fazer o bem e, muito tempo depois, ele foi imensamente recompensado!
Meditando na carta de Jesus para a igreja de Laodiceia (Ap 3.14.21), a última dasSete Cartas do Apocalipse, observa-se que esta é a única igreja que apenas recebe reprimendas de Cristo. Jesus, cabeça da Igreja, conhece bem cada uma de suas igrejas. Ele exalta a virtude e recrimina o pecado. Mas, aqui, ele nada viu que fosse digno de apreço.
A igreja estava numa cidade muito próspera, que era conhecida por seus avanços no campo da medicina, a ponto de elaborar um famoso colírio e Laodiceia também era afamada pela fabricação de tecidos finos. Mas, em vez de influenciar a cidade, a igreja é que estava sendo influenciada por ela. O apego as coisas materiais e sua confiança nas riquezas, na medicina e na glória efêmera deste mundo haviam cegado os membros da igreja, provocando a perda da santidade e do fervor espiritual. “Não vos conformeis com este século” (Rm 12.2) e “não ameis o mundo e nem aquilo que há no mundo” (1 Jo 2.15).
Havia uma diferença gritante na maneira como os crentes daquela igreja enxergavam a si mesmos e como Jesus os via. Enquanto eles se consideravam abençoados a ponto de nem sequer dependerem mais de Deus (3.17), Jesus os via como carnais, pobres, cegos e nus. Mas, por sua misericórdia, Jesus ainda não desistiu deles, e, graciosamente (Is 55.1), lhes oferece ouro imperecível para sua verdadeira riqueza, colírio para abrir seus olhos espirituais e vestimentas verdadeiramente gloriosas para cobrir a vergonha da nudez deles (3.18).
Como um pai disciplina o filho que ama, Jesus está disciplinando a igreja no intuito de corrigi-la (3.19). Jesus também é claro a respeito do risco que os crentes estão correndo se persistirem naquela mesma condição espiritual. Sem fervor não dá! É melhor ser frio logo duma vez, pois o morno engana a si mesmo e também engana os outros. O morno acaba fazendo escola, ou seja, acaba influenciando negativamente os demais. Jesus mesmo exortou que o nosso falar deveria ser: "sim, sim ou não, não" (Mt 5.37)! Nada de mais ou menos! Nada de ficar em cima do muro! E, em outra ocasião, Jesus afirmou: "Quem comigo não ajunta, espalha" (Mt 12.30). Ou é ou não é! Ou somos ou não somos seus seguidores (Jo 12.42)!
Jesus deseja que sua igreja seja fervorosa. Mas fervor não deve ser confundido com fanatismo ou emocionalismo irracional que promove histeria coletiva. O culto precisa ser racional (Rm 12.1), os crentes maduros não devem raciocinar como crianças (1 Co 14.20), devem julgar cuidadosamente as profecias (1 Co 14.29), não devem crer em qualquer um que se diz cheio do Espírito Santo, mas, antes, devem provar os espíritos para saber se de fato procedem de Deus (1 Jo 4.1) e nem podem agir como loucos falando em línguas todos ao mesmo tempo (1 Co 14.23) pois Deus não é Deus de desordem (1 Co 14.33), portanto, tudo deve ser feito com ordem e decência" (1 Co 14.40). E cuidado com fogo estranho (Lv 10.1)!
Crentes mornos provocavam náuseas em Deus e estão prestes a serem vomitados (3.16). No entanto, mesmo nesta dura frase, vemos um sinal de esperança, porque só pode ser vomitado aquilo que está dentro. Portanto, notamos que aqueles crentes ainda estavam em Cristo, mas, como lemos mais adiante, Cristo não estava necessariamente dentro deles, pois é descrito como estando do lado de fora da igreja batendo à porta, procurando entrar, o que também é um forte sinal de sua compaixão.
Sendo assim, podemos estar em Cristo, mas pode ser que Cristo não esteja em nós. Algo parecido com o que Jesus diz em João 15: "Eu sou a videira verdadeira... todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, é cortado e lançado fora". Os ramos infrutíferos podem até estar na árvore, mas estão enfermos, porque, por alguma razão, a seiva da árvore não está chegando a eles, por isto não estão produzindo os devidos frutos, razão porque estão prestes a serem descartados. Assim também acontece com o sal quando se torna insípido (Mt 5.13).
Nossa vitalidade e entusiasmo espiritual vem de nosso relacionamento com Cristo. Como os ramos precisam da seiva para terem vida, nós também precisamos da seiva da Videira Verdadeira que é Jesus. Ele é o nosso Pão Vivo! Verdadeiro alimento para as nossas almas! Jesus não pode ficar do lado de fora e nem na periferia de nossa existência. Jesus deve estar dentro de nossos corações, no centro de nossas vidas, governando nossos passos, para que sempre possamos dizer como Paulo: "Não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20).
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (3.22)!
Mefibosete nasceu num "berço de ouro" de um "palácio real", pois era neto do Rei Saul, filho do Príncipe Jônatas (2Sam 4.4). Entretanto, uma tragédia se abateu sobre sua vida quando ele tinha apenas 5 anos de idade. Israel foi derrotado em uma sangrenta batalha. A notícia da morte de Saul e de Jônatas chegaram até a casa real; então, a babá de Mefibosete, temendo que o menino também fosse morto, o toma em seus braços e foge correndo, mas, na pressa, acaba tropeçando e deixando o menino cair. Na queda, Mefibosete despedaça os pés e fica aleijado.
Agora, ele está órfão de pai e mãe. Perdeu a majestade, perdeu a saúde e vive escondido em um humilde povoado na casa de um bom homem chamado Maquir, que foi quem o amparou, adotando-o como filho.
Tais tragédias são frutos da rebeldia do Rei Saul, que plantou ventos e acabou colhendo tempestades devastadoras para a sua casa e também para todo Reino de Israel. Mas, se por um lado, Mefibosete é afetado pelos erros do avô, ele será futuramente beneficiado pela justiça de seu pai. Tal constatação não serve de base para a afamigerada prática de quebra de maldições hereditárias praticada por muitos pastores e igrejas. Pois o que vemos aqui são as consequências naturais das decisões dos pais respingando sobre os filhos. Acabamos colhendo o que plantamos o que certo grau afetará nossos descendências. Os erros de um Rei não afetam apenas a sua família, mas também acabam afetando todo o seu reino.
Bem diferente de seu pai, o príncipe Jônatas revelou ser um homem justo. Vemos isto na atitude que ele tomou diante do conflito entre seu pai, o Rei Saul, e Davi. Ele não permitiu que os laços familiares e as ambições pessoais interferissem em seu juízo da situação. Ele examinou o conflito com imparcialidade. Jônatas não tomou partido do pai, mas rendeu-se as evidências e saiu em defesa de Davi. Ele também não se deixou dominar pelo ciúme, inveja e ambição pessoal, o que seria de se esperar visto que o aclamado herói nacional Davi era, na época, considerado por muitos como um forte concorrente ao trono de Israel, ao qual, ele, Príncipe Jônatas, era o herdeiro natural. (1 Sm 20.14-16). Tal ato de justiça seria um dia lembrado por Davi, o que beneficiaria seu filho Mefibosete.
Nesta história, existem lições preciosas a serem aprendidas com as atitudes de Davi, Mefibosete e Maquir (2Sm 9).
Lições que aprendemos com Davi:
Davi, por um bom tempo, havia se esquecido da promessa que havia feito a Jonatas (1Sm 20.14-16). Mas antes tarde do que nunca! Portanto, é bom, pelo menos, de vez em quando, a gente se perguntar se não temos nos esquecido de alguma promessa feita a alguém ou de algum compromisso previamente assumido.
Davi nos ensina a importância de sermos fiéis à nossa palavra de honra e leais aos nossos acordos, alianças e compromissos. Deus é fiel para conosco e devemos ser leais uns para com os outros (Pv 18.24). Ele buscou uma oportunidade para fazer o bem. Ele não se contenta apenas em fazer justiça a promessa feita, mas ele quer ir além, ele deseja agir com bondade (9.3). Os homens Bons deveriam buscar oportunidades de fazer o bem, como diz as Escrituras: “o nobre faz planos nobres, (Is 32.8). E se Deus nos coloca em posição de ajudar e socorrer, não devemos perder a oportunidade e, mais que isto, devemos buscar oportunidade de exercer atos de bondade. É na adversidade que se conhece quem são os amigos (Jó 6.13-15).
A verdadeira amizade é generosa! Davi não é vingativo, pois Saul havia sido o seu maior inimigo. Ele mostra bondade para com a casa de Saul. Os reis costumavam eliminar os descendentes de uma linhagem real que poderiam reivindicar o Reino (Jz 9.5 e 2 Cr 22.10). Davi ensina a pagar o mal com o bem (Rm 12.21; 1Pe 3.9).
Davi tem o cuidado de dizer a Mefibosete: “Não tenha medo” (v.7). Grandes homens, como Davi, não tem prazer em ver alguém numa posição de inferioridade e medo. As palavras e ações de Davi produziram encorajamento, honra e igualdade a ponto de tratar Mefibosete como parte de sua própria família!
Lições que aprendemos com Mefibosete:
Ele é um Tipo do Pecador Resgatado. Pertencia originalmente a uma linhagem real (2Sm 4:4), que caiu em desgraça por causa dos pecados do seu antepassado. Saul tinha uma família muito numerosa (1Cr 8.33), mas os atos de desobediência e rebeldia de Saul produziram um resultado devastador, o que levou Davi a perguntar se ainda existia algum sobrevivente da família (2Sm 21.1). Vivendo em exílio, pobre e deficiente, foi lembrado por causa de uma Aliança (2Sm 9:3,4; 1Sm 20:14,15). Chamado a estar na presença do Rei, foi exaltado por causa dos méritos de outro (2Sm 9:5,7) e recebe uma herança gloriosa (2Sm 9:9).
Mefibosete aceita a bondade com grande humildade. Ele não é daqueles que recebem cada favor como se estivessem recebendo o pagamento de uma dívida. Humildemente, se prostra diante do Rei e não faz nenhuma reivindicação na base de qualquer pretenso direito. Ele não estava clamando: "Restitui, eu quero de volta o que é meu!" Pelo contrário, Mefibosete fica admirado com a demonstração de bondade de Davi para alguém como ele, que se sentia tão insignificante. Ao se comparar com um cachorro morto, Mefibosete nos faz lembrar da atitude daquela mulher que, humildemente, disse para Jesus que os cachorrinhos comiam das migalhas que caíam da mesa dos filhos (Mc 7.28).
Lembrar também que, no passado, o próprio Davi havia se prostrado diante de Jonatas (1Sm 20.41). Quando jovem, Davi não se considerava digno sequer de ser genro do rei (1Sm 18.18). “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado!” (Lc 14.11). “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes” (Pv 3:34 e Tg 4.6).
Tem gente que parece ter nascido com o rei na barriga, pois são pretensiosas, orgulhosas e arrogantes. Acreditam que o mundo lhes deve. São do tipo que dizem: "Eu não vou comer esta porcaria de comida!"; "Ninguém merece!"; "Eu não pedi pra nascer!" e tantas outras coisas da mesma natureza. Já, Mefibosete, mesmo tendo nascido em família real, agiu com muita humildade e nada reivindicou na base de um senso de direito.
De maneira semelhante, a agraciada Maria, que literalmente carregava o Grande Rei em sua barriga, jamais agiu com presunção. Muita gente, no lugar dela, jamais teria aceitado dar a luz a seu bendito filho num lugar tão inóspito como um curral. Maria não ralhou com José, dizendo: "Como você tem coragem de me oferecer este lugar tão nojento assim para eu dar a luz? Você é um imprestável, mesmo! Onde eu estava com a cabeça quando me casei com você?" Não, mil vezes não! Maria jamais diria isto a José. Ela era humilde, paciente e compreensiva. Recebeu tudo como uma dádiva de Deus numa atitude de ações de graças!
Durante a ausência do Rei Davi, Mefibosete viveu uma vida de abnegação (2 Sm 19:24) e também sofreu perseguição e difamação (2Sm 16:3; 19:27). Ele era humilde e não ambicionava grandes coisas materiais (2Sm 19:30).
Lição que aprendemos com Maquir:
Maquir havia acolhido o pobre Mefibosete em sua própria casa por anos. Davi e o próprio Mefibosete o recompensará por isto. “Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos se não desfalecermos” (Gl 6.9 ver também Ec 11.2 e Pv 11.25) Por que é necessária a exortação "não nos cansemos"? Por que as palavras perseverança e paciência aparecem repetidas diversas vezes no novo testamento? "Fazer o bem" nem sempre é fácil. As vezes fazemos o bem e recebemos o mal em troca. Algumas vezes, parece que não compensa fazer o bem. Somos tentados a desistir, pensando que isto é coisa de tolos. Por isto a exortação se faz necessária. "A seu tempo ceifaremos" e não necessariamente "no nosso tempo". São necessárias a paciência e a perseverança para evitar o desânimo, principalmente por vivermos num tempo marcado por muita ansiedade e imediatismo. Maquir foi perseverante em fazer o bem e, muito tempo depois, ele foi imensamente recompensado!
Na antiguidade, a lepra, doença hoje denominada hanseníase, era considerada um símbolo da impureza do pecado, possivelmente devido ser uma doença degenerativa que produz feridas visíveis na pele, que podem chegar a ter uma aparência repulsiva. Além disto, a lepra é contagiosa. Hoje, sabemos que o seu potencial de contagio é baixo, mas, antigamente, as pessoas ignoravam este fato e temiam muito serem contagiadas, de modo que os leprosos eram discriminados e tinham de viver completamente isolados da sociedade.
Jesus teve muita compaixão dos leprosos, tanto que ele contrariou a tradição e se aproximou deles para tocá-los e também curá-los (Mt 8.1- 4; Lc 17.11-19). Jesus ainda contou uma parábola que tem como herói o humilde e desprezado Lázaro, que tinha lepra (Lc 16.19-31). Mostrando como aqueles que são considerados últimos aos olhos dos homens podem vir a ser os primeiros aos olhos de Deus (Lc 13.30). "Felizes os que choram porque serão consolados" (Mt 5.4). Que grande revolução!
Nos capítulos 13 e 14 de Levítico vemos como os sacerdotes lidavam com a questão da lepra. Há até um ritual de purificação da lepra que muito se assemelha ao ritual de purificação do pecado. Tanto o leproso como o pecador eram considerados imundos na antiguidade. De fato, existem similaridades entre a ação da doença e a ação do pecado, pois ambas produzem lesões e deformações, ambas chegam a ser repulsivas, ambas são destruidoras e contagiosas. Além disto, há também as consequências de ordem social, pois tanto a enfermidade física como a espiritual podem levar o indivíduo à uma espécie de isolamento social. Graças a Deus, hoje já existe cura para lepra e também para o pecado!
O autor de Hebreus afirma que os rituais levíticos servem como analogias da salvação e são uma parábola para a era cristã (Hb 8.5; 9.9). Por isto mesmo foi que o João Batista, ao ver a Jesus, exclamou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Examinando Levítico 13.44-46, podemos, por analogia, extrair as seguintes lições a respeito da ação e das graves consequências do pecado na vida humana:
É interessante notar que o sacerdote encontrou a ferida na cabeça (v. 44), e o pecado também está na cabeça. Aliás, ele sempre começa com um pensamento. A cobiça gera o pecado (Tg 1.14 e 15).
Assim como a ferida, o pecado também começa como algo pequeno e de aparência inofensiva. Um vício, por exemplo, pode parecer algo inofensivo à princípio, mas costuma converter-se em algo cruel e danoso mais adiante. É bem mais fácil parar no começo. O melhor seria nem ter começado, pois estas coisas escravizam e provocam muita destruição. Destruição da saúde, destruição de carreiras, destruição de relacionamentos, destruição da família, destruição da própria vida.
Com o pecado não se deve brincar (Gl 6.7). Com o Diabo não se deve negociar. Não siga o exemplo de Balaão. Não dê guarida a tentação e nem dê de comer a ela (Nm 22.8 e 19). Jamais devemos tratar o pecado com estima, pois não se deve ter uma sucuri como animal de estimação. Não é sábio alimentá-la para que ela cresça enrolada em você. Não pense que você tem controle sobre ela, pois, com o tempo, ela se tornará maior e mais forte que você. Abra os olhos antes que seja tarde demais!
Levítico foi escrito para a comunidade do povo de Deus. Vemos aqui, no capítulo 13, as consequências daquela enfermidade sobre os membros da família da fé que eram afetados por ela. Ela representava uma ameaça a sobrevivência de toda a comunidade.
Primeiramente, é dito que as vestes dos contaminados eram rasgadas e que seus cabelos eram despenteados (v. 45). Os vestidos eram rasgados para que as chagas fossem expostas. O que era uma ferida oculta, agora torna-se pública. Não há nada oculto que não venha a ser revelado (Mt 10.26). O teu pecado te encontrará (Nm 32.23 e Gl 6.7). O pecado realmente denigre a imagem do homem, comprometendo sua honra e sua reputação moral. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). O diabo, então, surgiu com a intenção de matar, roubar e destruir (Jo 10.10). "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Mas, a boa notícia é que Jesus veio para desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8). Jesus veio para nos dar vida abundante (Jo 10.10)! Jesus salva e restaura o homem (Tt 3.5). Jesus encontrou o endemoninhado gadareno, no fundo do poço, andando como um louco completamente nu, sem nenhum senso de dignidade própria, angustiado e arrasado. Tal homem era também desprezado por todos e vivia no deserto, isolado da sociedade. Mas, com uma só palavra, Jesus o libertou de uma legião de demônios! Jesus lhe restaurou o juízo, a honra e a paz! O homem, agora, era visto ao lado de Cristo, sentado, vestido e em perfeito juízo (Mc 5.20)!
O segundo resultado é que a boca é tapada (v. 45). O pecado tapa a boca do crente para que ele não evangelize. O pecado inibe o nosso testemunho cristão. O pecado nos intimida, abalando a nossa autoridade espiritual. Certa vez, um querido irmão, crente jovem e fervoroso, acabou descuidando da vigilância e foi seduzido por uma tentação. E, logo a seguir, em seu caminho para o trabalho, ele se depara com uma pessoa endemoninhada que se estrebuchava no chão do centro da cidade de São Paulo. E, no meio da multidão que a rodeava, um pessoa gritou, precisamos de alguém que saiba orar! E lá estava o meu irmão que sabia orar, mas que, agora, se via com a boca tapada pelo pecado. Triste e cabisbaixo, ele seguiu seu caminho para o trabalho deixando para trás aquela mulher em sua agonia espiritual. Ao chegar ao escritório, ele dobrou os joelhos e chorou arrependido aos pés do Senhor, clamando por misericórdia. Levantou-se, então, perdoado, refeito e cheio de confiança no Senhor, e correu ao encontro daquela mulher que estava possessa, mas, chegando ao local, notou que ela já não estava mais ali. Ele nunca soube o que aconteceu a ela. A duras penas, ele aprendeu a lição de que o pecado é capaz de tapar a boca do crente, impedindo que ele possa ser uma fiel testemunha de Cristo.
O terceiro resultado é que o contaminado começa a clamar: "imundo, imundo" (v.45). A primeira coisa que um desviado da fé costuma fazer é clamar: imundo. Mas, como assim? Bem, ainda que não de uma forma literal, não é difícil ver crentes desviados procurando maneiras de deixar claro para todos que eles não pertencem mais a Igreja. Eles querem também que todos saibam que, agora, eles estão desimpedidos para o pecado. Passam a falar palavrões, vestem-se com roupas vulgares e agem de maneira leviana. Passam a frequentar ambientes onde predominam os vícios, as extravagâncias e as paixões carnais. Adotam um estilo de vida contrário aos ensinos de Jesus. Tais apóstatas estão como que clamando: "imundo, imundo", anunciando para todo mundo o seu rompimento com a santidade de Deus. O seu estado passa a ser pior que o anterior à sua conversão (Lc 11.24-26).
O quarto resultado é que o individuo contaminado pela chaga acabava tendo que habitar só (v. 46). O pecado produz solidão. O egoísmo gera desconfiança, ciúmes, inveja, infidelidade, mentiras, fofocas, disputas, ódio, rancor, inimizades, violência, falta de amor e de perdão. O sujeito tanto apronta que acaba ficando só no final das contas.
O quinto resultado é que o contaminado passa a viver "fora do arraial” (v.47). Arraial, aqui, significa a comunidade do povo de Deus. O pecado afasta o indivíduo de Deus e do seu povo. Afasta o Filho Pródigo para longe da casa do Pai (Lc 15) e do aconchego da santa mesa da comunhão com o Senhor. Só o arrependimento o pode trazer de volta! O contaminado já não é mais capaz de cantar como o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos a casa do Senhor”. Para ele, deixaram de ser amáveis os tabernáculos do Senhor dos Exércitos, pois sua alma já não mais suspira e nem desfalece pelos átrios do Senhor e sua carne já não clama mais pelo Deus vivo. O contaminado prefere agora estar nas tendas da perversidade do que está na casa de Deus (Sl 84).
Assim diz o autor de Hebreus (10.25) - “Não deixemos de congregar-nos como é costume de alguns”. A igreja não é perfeita, pois há joio no meio do trigo (Mt 13.24-30) e há também muitos crentes imaturos (1 Co 3.1). Até entre os doze Apóstolos havia um traidor. Há muitos escândalos (Mt 18.7), muitas pedras de tropeço (Mt 18.6), muitos espantalhos da fé, muitos mercenários (2 Pe 2.15), muitos falsos profetas (1 Jo 4.1) e muitos falsos apóstolos (Ap 2.2). Mas, mesmo assim, não desista da Igreja, pois, a despeito dos "iscariotes", ainda se pode ver muitos "pedros", "tiagos" e "joãos"! A despeito do joio, há muito trigo! Jesus instituiu a Igreja e disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18). Jesus é o cabeça da Igreja (Ef 5.23). Ele se entrega em favor da purificação de sua Igreja (Ef 5.26 e 27). Jesus entregou uma grande missão a sua amada Igreja (Mt 28.18-20). Ele retornará para ser glorificado pela Igreja (2 Ts 1.10). Ame a Igreja de Cristo e trabalhe em favor de sua linda missão. Não desista da Igreja e nem deixe de congregar. Pois Jesus se manifesta de modo especial aos que se reúnem em seu nome (Mt 18.20). E é na congregação dos santos que o Senhor ordena a vida e a bênção para sempre (Sl 133). Ser batizado em Cristo e também ser batizado em seu Corpo que é a Igreja. Jesus disse: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu e quem comer deste pão viverá". A Ceia do Senhor é uma celebração dos membros do Corpo de Cristo, que um verdadeiro cristão não pode prescindir. Portanto, jamais deixe de congregar!
Mas há esperança para o enfermo. Pois, o mal não tem há última palavra. O ritual de purificação do leproso se dava através do sacrifício de duas aves e de um cordeiro (14.4,13), cujo sangue era derramado e aspergido sobre o indivíduo (14.7). O sangue do cordeiro era aplicado também “sobre a ponta da orelha, o polegar da mão direita e do pé direito” (14.14) “azeite sobre a cabeça” (14.18). Isto representa uma purificação completa de todo o corpo. Ouvidos estão sendo purificados para ouvir o que o Espírito diz à Igreja; as mãos estão sendo purificadas para a obra de Deus; os pés estão sendo purificados e preparados para o caminho da justiça e a cabeça está sendo ungida para que a mente seja renovada (Rm 12.1 e 2) e que todo pensamento seja levado cativo à obediência de Cristo (2 Co 10.5 e Fl 4.8).
Fazendo menção aos rituais de purificação do Levítico, o autor de Hebreus estabelece a seguinte analogia: "Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo? (Hb 9.13-14). Por isto mesmo é que João nos diz que "se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça" (1 Jo 1.9). Portanto, "tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa...não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." (Hb 10.22 e 25).
Tem muita gente que imagina que o Apocalipse é um livro repleto de mistérios enigmáticos que somente os especialistas seriam capazes de decifrar, mas isto não é verdade, pois o próprio termo Apocalipse significa revelação. Sendo assim, o que estava oculto, agora, está sendo revelado; Os sete selos que lacravam o livro foram rompidos pelo Cordeiro de Deus, revelando, assim, como ele próprio vencerá e julgará o mal para estabelecer a plenitude de seu reino de justiça e paz (5.1-14).
Além disto, é preciso ter em mente que o Apocalipse são cartas endereçadas ao povo simples e sofredor das sete igrejas da Ásia Menor que viveram no primeiro século da era cristã. Portanto, foi escrito de tal maneira que essas pessoas humildes pudessem compreender sua mensagem. O livro é uma revelação de como o glorioso Senhor Jesus Cristo, o soberano dos reis da terra (1.4), promoverá juízos contra os malfeitores trazendo pureza, justiça e paz ao mundo (6.12-17 e capítulos 18 a 22). O clima é de guerra contra o mal (18.14), onde inúmeros seguidores de Cristo estão sendo martirizados (6.9; 7.9-14 e 13.15; 20.4). Mas o que parece ser um sinal de fraqueza da Igreja se converterá em força, pois a morte não é o fim daqueles que seguem o caminho do Cordeiro de Deus que foi morto, mas ressuscitou e que vive e reina para sempre juntamente com todos os seus mártires (1.18; 18.14 e 20.4).
O livro traz conforto e ânimo aos que estão passando pela Grande Tribulação (7.13-17; 18.14). Eles não devem ter medo do sofrimento, pois tudo está sob o controle do Senhor Jesus (2.10). Ele triunfará sobre o mal e vingará o sangue dos inocentes (6.9-17; 18.14 e19.1-9), retribuindo a cada um segundo as suas obras (2.23; 22.12). O Rei das Nações (15.3) promoverá a cura das nações (22.2) e a maldição não terá mais lugar (22.3), pois felizes para sempre serão os que lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro (22.14; 7.14-17; 20.4).
Esta revelação é dada à sete igrejas da Ásia menor. Não haviam apenas sete igrejas naquela região, mas sete foram escolhidas para representar a Igreja de Cristo em sua totalidade, assim como João escolheu cuidadosamente sete milagres de Jesus para registrar em seu Evangelho com o intuito de representar a totalidade dos milagres como um demonstrativo da natureza divina de Cristo. O fato do Senhor comunicar em primeira mão à igreja o que ele está para prestes a executar demonstra o alto conceito que ele tem da Igreja.
A igreja pode ser desprezada e perseguida pelo mundo, mas é valorizada por Jesus. A igreja está no centro dos planos de Deus (Ef 1.22-23; 2.6-7; 2Co 5.18-20), ela é agente do Reino de Deus e serve como protótipo da nova criação, do novo céu e da nova terra que estão a caminho (1 Pe 2.9; Mt 5.13-15; Mt 6.10; At 1.8; 1 Pe 4.10; 2 Co 5.17; Rm 14.17).
Assim como Deus não fazia nada sem antes comunicar aos seus servos, os profetas (Am3.7), assim também, o Senhor comunica à Igreja o que está prestes a fazer, pois ela é o Corpo de Cristo nesta terra e foi incumbida de exercer um papel preponderante na execução dos planos de Deus (Mt 28.18-20; At 1.6-8; 1 Pe 2.9), além disto, o Senhor alerta a igreja para ela não ser pega de surpresa quanto as provações que há de enfrentar em sua luta contra o mal. O conteúdo desta revelação serve também de conforto e ânimo, motivando a Igreja a perseverar em seu testemunho diante das tribulações para que ela possa cumprir com fidelidade a sua importante missão no mundo.
A Igreja possui um papel ativo nos planos de Deus. Os eventos escatológicos estão intimamente ligados ao sucesso da missão da Igreja, pois o fim só virá depois da pregação do Evangelho a todas as nações (Mt 24.14). O Apocalipse revela que haverá no céu uma multidão incontável de mártires procedentes de todos os povos, tribos e nações (7.9), sinal de que a Igreja cumprirá com sucesso sua missão, possibilitando assim que os eventos de juízo contra o mal cheguem ao clímax na consumação dos séculos que trará o dia do Juízo Final. Tais juízos são consequências da ira de Deus que virá sobre a terra para vingar o sangue dos inocentes (6.10 e17; 14.7; 16.1-7 e 19.2) e para estabelecer um novo tempo em que a maldade não terá mais lugar (21.1-7).
Agora, todo privilégio traz consigo responsabilidades (Tg 3.1). O Senhor pede conta dos talentos entregues aos seus servos (Mt 25.19). “Para aquele que muito for dado, muito será requerido” (Lc 12.48). O Senhor está revelando à Igreja os seus juízos contra o mal que estão prestes a acontecer no mundo em favor da restauração da santidade, mas, “o julgamento começa pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” (1Pe 4.17 e 18). Sendo assim, vemos aqui nestas cartas do Apocalipse, que o Senhor Jesus que está prestes a julgar o mundo, começa seu julgamento a partir de sua própria Igreja, pois ela deve servir como luz do mundo e sal da terra. A Igreja é uma comunidade escatologia, composta por novas criaturas, que receberam um novo coração (Ez 11.19) e que foram regenerados e capacitadas pelo Espírito (Tt 3.5-6), recebendo todas as condições necessárias para viverem uma nova vida de acordo com os valores do Reino de Deus (2Pe 1.3; Ef 1.3), servindo como um sinal e também como uma semente do futuro que Deus tem planejado para toda a humanidade (Ef 1.10). Vejamos o que Jesus escreve as sete igrejas.
Lendo as sete cartas de Cristo, percebemos o seguinte padrão geral: 1. Jesus se apresenta; 2. Jesus conhece as virtudes da Igreja; 3. Jesus conhece os pecados da Igreja; 4. Jesus punirá os infiéis; 5. Jesus exorta ao arrependimento 6. Jesus recompensará os fiéis e 7. A exortação final de Jesus. Então, Vamos examinar as cartas por cada um destes sete tópicos.
1. JESUS SE APRESENTA ASSIM ÀS SETE IGREJAS:
À Éfeso como aquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os candelabros (2.1).
À Esmirna como o Primeiro e o Último, como aquele que morreu e tornou a viver (1.8).
À Pérgamo como aquele que tem a espada afiada de dois gumes (2.12),
À Tiatira como o Filho de Deus, cujos olhos são como chama de fogo e os pés como o bronze reluzente (1.18);
À Sardes como aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas (3.1);
À Filadélfia como aquele que é santo e verdadeiro e que tem a chave de Davi (3.7);
E à Laodicéia como o Amém, a testemunha fiel e verdadeira e como o soberano da criação de Deus (3.14).
Então, em suas apresentações, Jesus se revela como o Senhor da Igreja, que passeia no meio dela (1.20; 2.1; 3.1), marcando sua forte presença e presença no meio da Igreja com seus pés como de bronze reluzente e como aquele que tudo vê através de seus olhos que são como chama de fogo que examina as obras de cada um, queimando o pecado, destruindo a palha e purificando o metal precioso (1.18; 1Co 3.13); E, como aquele que morreu e ressuscitou, ele conforta e anima os atribulados, e com a chave de Davi, o santo e verdadeiro, tem poder para abrir e fechar portas que ninguém pode reverter. E, com sua espada afiada de dois gumes, ele está pronto para punir os malfeitores. Jesus não é apenas o Senhor da Igreja, mas é também o soberano da criação de Deus.
2. JESUS CONHECE AS VIRTUDES DA IGREJA
Portanto, Jesus conhece pessoalmente Igreja. Ele conhece as circunstâncias adversas (2.9, 13) e destaca as virtudes das igrejas, tais como: as boas obras (2.2, 19), o amor (2.19), o trabalho árduo (2.2, 19), a perseverança diante do sofrimento e pobreza (2.2, 3, 9, 19, 3.8, 10), a perseguição e martírio por fidelidade a Cristo (2.10, 13; 3.8) sua luta contra os hereges e seu apego a sã doutrina (2.3, 24, 3.10), sua santidade (3.4), sua fidelidade (2.13; 3.10) e obediência e a sua fé e serviço (2.19).
3. JESUS CONHECE OS PECADOS DA IGREJA
Mas Jesus também conhece muito bem os pecados da Igreja, tais como: aqueles que seguem os falsos apóstolos e profetas, aqueles que seguem as heresias dos nicolaítas, Jezabel e de Balaão, aqueles que vivem na prática de imoralidades e idolatrias, aqueles cujas obras não são perfeitas, aqueles que são mornos espiritualmente falando e aqueles que se acham espirituais, mas que de fato são miseráveis, pobres, cegos e que estão nus (3.17; 2Pe 1.8-9) , de modo a envergonhar o santo nome de Cristo.
4. JESUS ADVERTE MOSTRANDO AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA VIDA PECAMINOSA
Jesus não admite o pecado no mundo e muito menos na Igreja (2Tm 2.19). Ele, num ato de misericórdia, buscando despertar a Igreja, adverte apontando para as duras consequências de uma vida pecaminosa. Os crentes devem se arrepender, “se não”: terão o seu candelabro removido (2.5), ou seja, a sua luz será apagada, e não terão direito a comer do fruto da árvore da vida que está destinado somente aos vencedores (2.7), e não terão direito a coroa da vida que esta destinada apenas aos que forem fiéis até a morte (2.10) e estarão sujeitos à segunda morte que é a condenação eterna, pois somente ao vencedor é dito que de modo algum sofrerá a segunda morte (2.11). Se não houver arrependimento e mudança de atitude, o próprio Senhor Jesus virá contra os impenitentes com a sua espada afiada de dois gumes (2.16), pois Jesus retribuirá a cada um segundo as sua próprias obras (2.23). Se os crentes não estiverem vigiando, serão surpreendidos quando, Jesus, o noivo vier de surpresa e ficarão de fora das bodas (3.3; Mt 25.1-13), terão seus nomes riscados do livro da vida, pois somente os fiéis é que jamais terão os seus nomes apagados deste livro (3.5; Ex 32.33). Se não houver arrependimento, se não houver fervor espiritual, o crente morno deve saber que corre o risco de ser vomitado da boca do próprio Deus (3.16).
5. JESUS CONVIDA AO ARREPENDIMENTO
Jesus conclama a Igreja ao arrependimento (2.4, 16, 21-24, 3.3, 19).Jesus passeia no meio dos candelabros (2.1), ele anda no meio da Igreja esquadrinhando mentes e corações. Ele enaltece as virtudes, mas também recrimina o pecado, advertindo quanto aos perigos que a Igreja está correndo se persistir no erro, tudo visando à cura e à restauração da santidade da Igreja. Pois o Pai repreende ao filho porque o ama e lhe quer bem (3.19). Jesus concede tempo e oportunidade para o arrependimento até mesmo daquela falsa profetiza Jezabel (2.21)! E para a mais carnal e pecaminosa de todas as sete igrejas, Jesus ainda estende este carinhoso convite, dizendo: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (3.20). Jesus está à porta batendo. Ele não está com um pé de cabra querendo entrar à força. Ele não nos empurra o Evangelho goela à baixo. Jesus não arromba a porta de nosso coração, pois deseja que sejamos receptivos ao seu convite amoroso. Só não aceita quem não quer. Ele não quer filhos contrariados dentro de sua casa. Se o filho quer ir embora, pode ir, mas se volta arrependido, mesmo estando em frangalho, ferido e quebrado, é recebido com beijos, abraços e muita festa! (Lc 15.11-24)
6. JESUS MOTIVA MOSTRANDO AS RECOMPENSAS
Jesus estimula sua Igreja mostrando os galardões ou recompensas que os fiéis receberão no final de sua jornada cristã. O vencedor comerá da árvore da vida que está no Paraíso de Deus (2.7), aquele que for fiel até a morte receberá a coroa da vida (2.10), o vencedor receberá ainda o maná escondido e uma pedra branca com um novo nome nela escrito (2.17), o que vencer e for obediente até o fim receberá autoridade sobre as nações e receberá a estrela da manhã (2.26-28), os vencedores que não contaminaram as suas vestes, andarão com Jesus, vestidos de branco, pois são dignos, e, por isto mesmo, jamais terão o seus nomes apagados do livro da vida, mas serão reconhecidos diante do Pai celeste (3.4-5), o vencedor servirá perpetuamente em posição privilegiada como coluna no santuário de Deus, e receberá em si a inscrição do nome de Deus, do Senhor Jesus Cristo e de sua santa cidade celestial (3.12), e, por fim, o vencedor receberá o direito de sentar-se juntamente com Cristo no seu trono assim como Jesus venceu e recebeu o direito de sentar-se no trono do Pai (3.21). A coroa da vitória é promessa garantida aos que combateram o bom combate, completaram a carreira, e guardaram a fé (2 Tm 4.7). Somos, assim, estimulados à desenvolver nossa salvação como temor e tremor e também à nos empenharmos para confirmar nossa eleição sabendo que é desta forma que estaremos ricamente providos para entrar no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador (2Pe 1.10.11).
7. ÚLTIMA EXORTAÇÃO DE JESUS
No final de cada uma das sete cartas, Jesus dirige uma última exortação, dizendo: “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13 e 22). Como também alertou o autor de Hebreus: “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração... cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo” (Hb 3.7-12). O Espírito de Cristo está falando e batendo a porta. Ele nos ama e quer o nosso bem, desejando ter comunhão conosco. “Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos. Porque, se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.1-3a). Portanto, “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”!
O Concílio dos Bispos da Igreja Metodista Livre, reunido em Butuan, Filipinas, 8-10 de outubro de 2009, em resposta às indagações sobre o movimento G-12, apresenta a seguinte declaração:
O Concílio dos Bispos reconhece que muitos movimentos contemporâneos, incluindo o G-12, têm práticas que, aparentemente, contribuem para a evangelização do mundo. Sempre que tais práticas não são contrárias à doutrina Metodista Livre, as igrejas locais podem fazer uso delas para ajudá-las a alcançar o mundo para Cristo. Ao mesmo tempo, no entanto, reconhecemos que estes movimentos, muitas vezes, incluem elementos que são questionáveis e até mesmo incompatíveis com a nossa doutrina e sistema de governo.
Lembramos a igreja que as Escrituras nos chamam para:
-sermos discípulos zelosos de Cristo que fazem discípulos (Mateus 28:19, Lucas 9:23-25);
-Nos unirmos com outros para estimularmos uns aos outros ao amor e às boas obras (Hebreus 10:24);
-sermos cheios do Espírito Santo, produzindo os frutos do Espírito e servindo no poder do Espírito (Efésios 5:18, Gálatas 5:22-23);
-relacionarmos uns com os outros em humildade e mansidão, através da prática da mútua submissão(Efésios 4:2, Romanos 12:10), e;
-exercitarmos os dons do Espírito para o cumprimento da missão de Cristo, convidando as pessoas à fé e promovendo a edificação do corpo de Cristo (Efésios 4:11-13). Cientes de que os dons e as manifestações do Espírito não são garantia de bom caráter e nem de autoridade espiritual (Mt 7.15-23).
Não recomendamos a aceitação dos ensinamentos de qualquer movimento em sua totalidade. Pelo contrário, todas as práticas e iniciativas ministeriais devem ser avaliadas pelo ensino claro das Escrituras, que nos instruem a "Examinar tudo e reter apenas o que é bom" (I Tessalonicenses 5:21).
Bispo José Ildo Swartele de Mello
Presidente do Concílio de Bispos da Igreja Metodista Livre
The Council of Bishops of the FreeMethodistChurch, meeting in ButuanCity, the Philippines, October 8-10, 2009, in response to inquiries about the G-12 movement, issues the following statement:
The Council of Bishops recognizes that many contemporary movements, including G-12, have practices that apparently contribute to the evangelization of the world. Where such practices are not contrary to Free Methodist doctrine, local churches may implement them to help them reach the world for Christ. At the same time, however, we recognize that these movements often include elements which are questionable and even incompatible with our doctrine and polity.
We remind the church that the Scriptures call us to:
-be earnest disciples who make disciples (Matthew 28:19, Luke 9:23-25); -join with others to stimulate one another to love and good deeds (Hebrews 10:24); -be filled with the Holy Spirit, bearing the fruit of the Spirit and serving in the power of the Spirit (Ephesians 5:18, Galatians 5:22-23); -relate to one another in humility and gentleness, practicing mutual submission(Ephesians 4:2, Romans 12:10), and; -exercise the gifts of the Spirit to carry out the mission of Christ, inviting people to faith and building up the body of Christ (Ephesians 4:11-13). The gifts and manifestations of the Spirit do not guarantee one’s spiritual authority or character.
We counsel against the acceptance of any movement’s teachings in their totality. Rather, all practices and ministry initiatives should be evaluated by the clear teaching of Scripture, which instructs us to, “Test everything. Hold on to the good.“ (I Thessalonians 5:21).