sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Reafirmando o Valor da Igreja neste Tempo Desafiador

Introdução:

Em tempos de crescente desencanto com as instituições, nossa responsabilidade como pastores e líderes é reafirmar a importância divina da igreja, resistindo aos ataques que vêm de todas as direções. Em meio a uma cultura que promove o distanciamento das igrejas, precisamos valorizar ainda mais a comunidade de fé que Cristo estabeleceu.

A Igreja em Meio aos Desafios:

Vivemos em uma época marcada pelo aumento do número de desigrejados. É essencial que nós, como pastores, valorizemos a igreja ainda mais, especialmente diante dos ataques que ela enfrenta. Esses ataques vêm de muitas direções: da sociedade secular, de escândalos internos, e até mesmo de ideias equivocadas que comprometem a imagem da igreja e do ministério pastoral.

Natureza Divina da Igreja:

Precisamos esclarecer que a igreja não é uma invenção humana ou uma instituição estabelecida por Constantino, como alguns erroneamente afirmam. Ela é uma instituição divina, estabelecida por Jesus Cristo (Mateus 16:18). A igreja é o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27), a família de Deus (Efésios 2:19), o povo de Deus (1 Pedro 2:9), o rebanho do Senhor (João 10:14-16), e o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16). Ela é essa comunidade que Deus deseja ver como uma cidade edificada sobre um monte, cujas boas obras glorificam a Deus (Mateus 5:14-16).

O Papel Contra-cultural da Igreja:

A igreja é uma entidade contra-cultural, mas não contra qualquer aspecto da cultura. Ela desafia os aspectos pecaminosos da cultura, defendendo os valores do Reino de Deus (Romanos 12:2). Como luz do mundo e sal da terra (Mateus 5:13-16), a igreja deve se apresentar de maneira íntegra e fiel à sua vocação. Ao examinar a igreja primitiva, vemos que o Espírito Santo foi derramado sobre ela (Atos 2:1-4), conferindo-lhe o privilégio e a responsabilidade de ser a agência do Reino de Deus na terra. Promovendo justiça, paz, reconciliação, libertação, vida e alegria.

Amor e Sacrifício por Cristo e pela Igreja:

O amor de Cristo pela igreja foi tão grande que Ele se sacrificou por ela (Efésios 5:25). Paulo nos exorta a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar a unidade do corpo de Cristo (Efésios 4:3-4). Esse amor e respeito pela igreja se estendem também à sua liderança. A liderança deve conduzir-se de maneira digna, honrando a responsabilidade que recebeu de Deus.

Unidade e Comunhão na Igreja:

A igreja primitiva perseverava unida e cheia do Espírito Santo (Atos 2:42-47). Aqueles que são cheios do Espírito desejam estar juntos, valorizando a comunhão. O Espírito Santo distribui dons de forma que todos na igreja precisem uns dos outros, formando uma engrenagem perfeita (1 Coríntios 12:4-7). É na unidade do povo de Deus que o Senhor ordena a vida e a bênção (Salmos 133:1-3), tornando a igreja o melhor lugar para se estar, apesar das dificuldades.

Santificação e Prioridade do Reino de Deus:

Nosso papel como pastores é trabalhar pela santificação da igreja, pela qual Cristo pagou o preço máximo (Efésios 5:25-27). Devemos amar a igreja e nos doar por ela, como Cristo o fez, priorizando o Reino de Deus acima de tudo (Mateus 6:33). Em nossa jornada de fé, outras coisas, como família e relacionamentos, devem ser colocadas no devido lugar, pois o Reino de Deus deve ser nossa prioridade. Quando priorizamos as coisas de Deus e amamos a igreja, Deus abençoa todas as outras áreas de nossa vida (Mateus 6:33).

Exemplo em Tudo:

Esse amor pela igreja deve refletir em nossa agenda, em nosso coração, em nosso ensino, em nossa pregação e em nosso exemplo. Devemos ser exemplos em tudo: na contribuição (2 Coríntios 9:7), na pontualidade (Eclesiastes 3:1), na frequência (Hebreus 10:25), na evangelização (Mateus 28:19), na oração (1 Tessalonicenses 5:17), no estudo (2 Timóteo 2:15), e na paixão pela obra de Deus (Romanos 12:11). Tudo isso deve ser feito com amor, pois quando amamos, nosso fardo se torna leve e suave (Mateus 11:28-30).

Comunicação do Valor da Igreja:

Precisamos comunicar essa paixão e esse amor pela igreja a todos ao nosso redor. Nosso amor pela igreja deve transparecer em nosso exemplo, pois somos mordomos da multiforme graça de Deus, e o que se requer desses mordomos é que sejam encontrados fiéis (1 Coríntios 4:2). Devemos cumprir nossa missão com alegria, como fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23), e isso será contagiante, inspirando outros.

Conclusão e Chamado à Ação:

Que nossas igrejas brilhem como luzes em meio às trevas, mostrando ao mundo como é bom ser cristão e o impacto transformador que o cristianismo pode ter nas famílias e na sociedade. Que nossa experiência com Cristo seja encantadora e que nossas igrejas sejam lugares de cura, de bênção e de luz para os de fora.

Quando a igreja brilha, o Senhor acrescenta diariamente aqueles que estão sendo salvos (Atos 2:47), e assim o crescimento se dá. Que possamos, como pastores e líderes, reacender nossa paixão pela igreja, reconhecendo-a como o veículo escolhido por Deus para transformar o mundo. Que cada um de nós seja uma chama viva, queimando de amor e zelo pela obra de Deus, inspirando nossas comunidades a refletirem a luz de Cristo. Em nossas pregações, em nosso ensino e em nosso exemplo, sejamos sempre exemplares, para que o Reino de Deus avance e sua glória seja manifesta.


domingo, 25 de agosto de 2024

A Igreja e Seu Inestimável Valor

Liderança e Legado: Construindo um Impacto que Transcende o Tempo

Que Legado Iremos Deixar para a Próxima Geração?

Eu nunca desejei ser líder de nada, mas, curiosamente, acabei assumindo essa posição em minha vida. Sempre fui muito tímido, muito mais do que sou hoje. Apesar de nunca querer liderar, eu sempre quis me enturmar, participar e apoiar. Queria ver as coisas acontecerem, mas preferia estar nos bastidores, ajudando os outros.

Na adolescência, gostávamos muito de jogar futebol na Vila Império, no alto do morro de Cidade Adhemar. E um amigo, chamado Miguel, era o líder nato do grupo. Ele comprava bolas, organizava campeonatos e desafiava as outras vilas. Eu estava sempre ao lado dele, ajudando a chamar pessoas e colaborando como seu auxiliar.

Certa vez, Miguel teve que se mudar para a Bahia. Antes de partir, ele comprou uma bola de futsal novinha e, ao se despedir, me entregou dizendo: 'Agora é com você. Não deixe isso morrer.' Ele temia que as atividades que ele tanto incentivava se perdessem com sua partida. Assim, ele literalmente 'passou a bola' para mim, confiando que eu continuaria com o que podemos chamar de seu legado.

Legado e herança são conceitos frequentemente confundidos, mas possuem diferenças fundamentais. Enquanto a herança refere-se aos bens materiais passados de geração em geração, o legado transcende o material, sendo o último desejo de uma pessoa, algo que pode ser dado a qualquer indivíduo, mesmo que não seja da família. Legado é a transmissão de valores, princípios e ensinamentos que moldam a identidade e o caráter das futuras gerações.

No contexto da música popular brasileira, uma famosa canção de samba ilustra bem essa preocupação com o legado. O sambista, ao cantar sobre o futuro do samba, expressa um profundo senso de responsabilidade pela continuidade de sua arte, que ele considera essencial para a cultura do morro e para sua própria identidade. Eis os versos:

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem aguentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar

Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar

Essas palavras revelam a preocupação do sambista ao perceber que está perto do fim de sua carreira. Ele reconhece o valor do samba para sua vida e cultura, e deseja que seu estilo de vida e seus valores não desapareçam com ele, mas sim que se perpetuem. O sambista entende que o samba é essencial para o morro, para a comunidade, e, por isso, ele transfere a responsabilidade para a nova geração. O anel de bamba, símbolo de sua excelência e destaque, deve ser passado a quem possa continuar seu legado, mantendo viva a chama do samba.

Sem entrar em juízo de valores sobre o conteúdo da música, essa preocupação do sambista em transferir seus valores para as futuras gerações nos oferece um paralelo interessante com o legado deixado por Cristo aos seus discípulos. Ao final de seu ministério, Jesus, como o sambista, estava ciente de que seu tempo na Terra estava se encerrando. Suas últimas palavras, conhecidas como a Grande Comissão (Mateus 28:18-20), são um reflexo claro de sua preocupação em assegurar a continuidade de sua obra:

"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos."

Jesus cumpriu sua missão com fidelidade e paixão, e deixou aos seus discípulos a responsabilidade de dar continuidade à sua obra. Ele não apenas deixou um legado de ensinamentos, mas também de exemplo, de um estilo de vida baseado no amor, na justiça e na verdade. Ao delegar sua missão aos seus discípulos, Jesus lhes conferiu um papel crucial na preservação e propagação do Evangelho.

Assim como o sambista desejava que o samba continuasse vivo, Jesus deseja que sua mensagem de salvação, esperança e transformação continue a ser proclamada. A pergunta que devemos fazer é: qual valor temos dado à missão de Cristo? Estamos nós, como cristãos, cumprindo e transmitindo com fidelidade o legado que recebemos?

Aqui, compartilho um exemplo pessoal que ilustra como o valor que damos ao legado que recebemos pode moldar nossa jornada de liderança. Eu era uma pessoa tímida, que evitava posições de destaque e liderança. Em nossa igreja, tínhamos uma mocidade muito ativa, cuja liderança organizava encontros semanais, retiros e passeios que eram tanto divertidos quanto edificantes. Essas atividades tiveram um impacto muito significativo na minha vida.

No entanto, quando eu tinha 18 anos, uma crise abalou nossa mocidade. Os líderes se desentenderam, e, um a um, renunciaram aos seus cargos. As programações, que antes eram vibrantes e constantes, pararam de acontecer de uma hora para outra. Fiquei muito triste com a situação e, numa tentativa de animar a turma a retornar aos seus postos, liguei para cada um dos líderes e também para os demais jovens da igreja, pedindo que fossem à reunião do próximo sábado como de costume. Esse acabou sendo meu primeiro ato como líder na igreja, ainda que eu não tivesse a mínima intenção de liderar nada. Porém, ninguém apareceu na reunião.

Apesar desse fracasso inicial, não desisti. Liguei novamente para todos e marcamos uma nova reunião, desta vez na casa de um dos membros da mocidade, para garantir pelo menos a presença dos anfitriões. Contudo, a mãe desse jovem, sem entender que se tratava de uma reunião da diretoria da mocidade, pensou que seria um culto e convidou 10 vizinhos não crentes. Quando cheguei, ela, toda alegre, informou que os vizinhos já estavam sentados na sala. Concluí que precisávamos mudar os planos e aproveitar a oportunidade para realizar um culto com pregação do Evangelho.

Perguntei ao ex-presidente da mocidade se ele poderia pregar, mas ele disse que não estava preparado. O mesmo aconteceu com o ex-diretor espiritual. Me vi diante de um desafio enorme para mim, que sempre tive paúra de falar em público. Mas, seguro de que o Evangelho precisava ser pregado, fui tomado por uma coragem que não possuía naturalmente e preguei pela primeira vez em minha vida. Para minha surpresa, preguei com uma desenvoltura que até me espantou. Cinco das pessoas presentes se converteram.

Uma dessas pessoas, chorando, conversou comigo após o culto e perguntou se eu aceitaria pregar a mesma mensagem para seus familiares e amigos em uma reunião semelhante na casa dela na semana seguinte. Relutante, mas sentindo o peso da responsabilidade, concordei. Mais pessoas se converteram, e novas reuniões em casas foram marcadas. As reuniões de sábado da mocidade foram reativadas sob minha liderança, já que nenhum dos antigos líderes quis voltar aos seus cargos. Houve uma renovação espiritual, e, só naquele ano, realizamos três retiros de jovens.

Esse início na liderança teve muito a ver com o valor que eu dava às atividades da mocidade e e meu amor pela igreja. Eu havia recebido isto como um legado que não queria que morresse. Outra coisa, foi o valor que eu dava ao Evangelho e seu impacto na minha vida. Não podia simplesmente ficar calado diante das pessoas que necessitavam ouvir as boas novas de salvação em Cristo. Entendo que meu desejo de ver essas programações continuarem e minha convicção sobre a importância do Evangelho foram os fatores que me levaram a assumir a liderança, mesmo que de forma inesperada.

O maior legado que podemos deixar para a próxima geração não são os bens materiais, mas os valores eternos do Evangelho. Nosso legado deve ser a obra de Cristo, a razão principal de nossa existência. Que sejamos fiéis em transmitir esse legado, fazendo discípulos que sigam os passos de Jesus, garantindo que a missão de Cristo continue viva e ativa nas futuras gerações.

Que legado iremos deixar? O que estamos fazendo hoje que será lembrado e continuado amanhã? Assim como o sambista deseja ver o samba perdurar, devemos desejar ver o Evangelho avançar, transformando vidas e comunidades. Essa é a marca de uma liderança comprometida com os valores eternos.

Questões para reflexão:

  1. Qual é o propósito central de sua liderança? 
  2. Que legado você deseja deixar para a próxima geração? 
  3. Como suas ações atuais estão contribuindo para a construção desse legado? 
  4. Como você está preparando outros para dar continuidade ao trabalho que você começou? 
  5. Como você está buscando superar seus pontos fracos e transformar desafios em oportunidades de crescimento? 
  6. Como você entende a relação entre liderança e serviço? 
  7. De que forma sua liderança reflete a atitude de serviço que Jesus demonstrou? 
  8. Como você pode melhorar sua liderança para que ela seja mais centrada no serviço ao próximo?

domingo, 4 de agosto de 2024

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Mensagem para Pastores e Líderes sobre o Preparo para o Ministério

Queridos Pastores e Líderes,


Quando terminei a primeira série, lembro-me vividamente de ter dito à minha mãe: "Mãe, não preciso mais estudar, já sei ler e escrever!" Ah, a sabedoria da infância! Naquele momento, me sentia habilitado, maduro, completo e pronto para encarar os desafios da vida. Mal sabia eu que aquele entusiasmo precoce era apenas o começo de uma longa jornada de aprendizado.


Na nossa jornada ministerial, muitas vezes podemos ser tentados a pensar que já sabemos o suficiente. No entanto, o ministério exige muito mais do que apenas o conhecimento básico. O apóstolo Paulo nos alerta a não sermos neófitos, para que não nos ensoberbeçamos. Paulo orientou Timóteo a ser diligente no estudo das Escrituras, evitar controvérsias tolas e se dedicar ao ensino correto. Embora jovem, Timóteo não era inexperiente na fé. Desde a infância, ele conhecia as Escrituras e sabia manejá-las bem. Ele não manipulava a Palavra de Deus, mas estava preparado para diversas responsabilidades, conforme orientado por Paulo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15).


Paulo forneceu a Timóteo uma lista detalhada de qualidades e responsabilidades que ele deveria cultivar para ser um pastor eficaz. Estas responsabilidades incluem:


• Ensinar: "E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" (2 Timóteo 2:2).

• Pregar e redarguir: "Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2).

• Exortar: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Timóteo 3:16).

• Aconselhar: "O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" (2 Timóteo 2:2) - O ensino e a transmissão de sabedoria fazem parte do aconselhamento.

• Liderar: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina" (1 Timóteo 5:17).

• Pacificar, promover reconciliação e unidade: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, paciente" (2 Timóteo 2:24).

• Evangelizar: "Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Timóteo 4:5).

• Discipular: "E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" (2 Timóteo 2:2).

• Responder a todos: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, paciente" (2 Timóteo 2:24).

• Dar bom exemplo: "Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza" (1 Timóteo 4:12).

• Manifestar os frutos do Espírito: "Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor" (2 Timóteo 2:22).

• Não amar o dinheiro: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1 Timóteo 6:10).

• Ser uma pessoa caridosa: "Admoesta-os para que pratiquem o bem, a fim de serem ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir" (1 Timóteo 6:18).

• Ser uma pessoa hospitaleira: "Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar" (1 Timóteo 3:2).

• Ser uma pessoa modesta, respeitável e que cuide bem da família: "E que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia" (1 Timóteo 3:4).

• Ser uma pessoa leal e digna de confiança: "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido" (2 Timóteo 3:14).

• Possuir fé, confiança e coragem para aceitar desafios: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação" (2 Timóteo 1:7).

• Passar nas provações: "Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Timóteo 4:5).

• Santidade, fidelidade, constância, perseverança: "Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza" (1 Timóteo 4:12).

• Guardar a sã doutrina: "Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus" (2 Timóteo 1:13).

• Evitar discussões inúteis: "Mas evita as conversas vãs e profanas, porque produzirão maior impiedade" (2 Timóteo 2:16).

• Ser paciente e gentil: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, paciente" (2 Timóteo 2:24).

• Ser uma pessoa vigilante e sóbria: "Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Timóteo 4:5).

• Possuir uma consciência pura e fé não fingida: "Ora, o propósito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé não fingida" (1 Timóteo 1:5).


A Escritura nos ensina que, se alguém se purificar destes erros, será um utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra (2 Timóteo 2:21).


Além disso, 2 Timóteo 3:16-17 nos lembra: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra."


Que possamos nos dedicar ao nosso preparo contínuo, buscando sempre ser úteis ao Senhor em todas as boas obras, crescendo em santidade e fidelidade.


Em Cristo,

Bispo Ildo Mello

Confrontando Espiritismo com Ensinamentos Bíblicos


Definição

O Espiritismo é uma religião que acredita na sobrevivência da alma humana após a morte e na reencarnação dela em vários corpos ao logo do tempo até alcançar a perfeição. Praticam também a comunicação com os espíritos dos mortos através de médiuns.

Histórico:

O movimento começou a se organizar em 1848, após os fenômenos psíquicos observados pelas irmãs Fox nos Estados Unidos, interpretados como manifestações de espíritos de pessoas falecidas. Em 1857, Allan Kardec publicou "O Livro dos Espíritos", que sistematizou os princípios do espiritismo, incluindo a reencarnação, a evolução espiritual e a comunicação com os espíritos.

 

Doutrinas Centrais:

  1. Sobrevivência da Alma: Acredita-se na imortalidade da alma, mas não na ressurreição do corpo físico.
  2. Reencarnação: A alma reencarna em diversos corpos ao longo do tempo para evoluir espiritualmente. A salvação é vista como um processo de evolução espiritual, através de múltiplas reencarnações e da prática de boas ações, e não como dependente da fé em Cristo. Acredita-se que todas as almas, independentemente de suas ações ou crenças, eventualmente alcançarão a perfeição.
  3. Lei de Causa e Efeito: As ações dos indivíduos, boas ou más, têm consequências em suas vidas futuras.
  4. Comunicação com Espíritos: A comunicação com os espíritos dos mortos é possível e pode fornecer ensinamentos e orientações.
  5. A Terceira Revelação: Escritos espíritas são considerados uma "terceira revelação", seguindo o Antigo e o Novo Testamentos.
  6. Negação da Divindade, da Cruz e da Ressurreição de Cristo: Jesus é visto como um grande profeta ou médium com elevado desenvolvimento espiritual, mas não como o Filho de Deus no sentido único de membro da Trindade. Sua morte na cruz é considerada um exemplo moral, e não um sacrifício expiatório pelos pecados da humanidade. A ressurreição de Jesus não é aceita como um evento literal, mas interpretada simbolicamente.

Expansão e Influência:

Desde a sua fundação, o espiritismo se expandiu internacionalmente, contando atualmente com milhões de adeptos em todo o mundo. As práticas espíritas incluem sessões mediúnicas, estudos doutrinários, e atividades de caridade.

 

Ensinamentos Espíritas e Refutações Cristãs Baseadas na Bíblia

1.    Comunicação com Espíritos

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que, após a morte, o espírito humano continua a existir e pode se comunicar com os vivos através de médiuns. Eles consideram essa comunicação desejável e benéfica.

b.    Refutação Cristã: A Bíblia condena explicitamente a consulta aos mortos e a prática de mediunidade:

·      Deuteronômio 18:10-12: "Não permitam que se ache alguém entre vocês que... consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações da presença de vocês."

·      Levítico 19:31: "Não recorram aos médiuns nem busquem a quem consulta espíritos, pois vocês serão contaminados por eles. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês."

·      Levítico 20:6: "Voltarei o meu rosto contra quem consulta espíritos e contra quem procura médiuns para segui-los, prostituindo-se com eles. Eu o eliminarei do meio do seu povo."

·      Isaías 8:19-20: "Quando disserem: 'Consultem os médiuns e os que consultam espíritos, que murmuram encantamentos', acaso não consultará um povo o seu Deus? Por que consultar os mortos em favor dos vivos?"

·      2 Reis 21:6: "Ele sacrificou seu próprio filho no fogo, praticou feitiçaria e adivinhação, e consultou médiuns e espíritas. Fez o que o Senhor reprova, provocando-o à ira."

·      Deuteronômio 18:9-12: "Quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, dá a vocês, não procurem imitar as coisas repugnantes que as nações de lá praticam... O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas."

·      2 Reis 23:24-25: "Além disso, Josias eliminou os médiuns, os espíritas, os ídolos do lar, os outros ídolos e todas as coisas repugnantes que havia em Judá e em Jerusalém."

·      Atos 16:16-18: "Finalmente Paulo ficou tão indignado que se voltou e disse ao espírito: 'Em nome de Jesus Cristo eu lhe ordeno que saia dela!' No mesmo instante, o espírito a deixou."

·      1 Timóteo 4:1: "O Espírito diz claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios."

·      Exemplo de Saul: A história de Saul ilustra a gravidade de consultar médiuns:

·      1 Samuel 28:7-20: Saul consulta uma médium em En-Dor, desobedecendo a Deus e buscando orientação dos mortos.

·      1 Crônicas 10:13-14: "Saul morreu porque foi infiel ao Senhor, não foi obediente à palavra do Senhor e chegou a consultar uma médium em busca de orientação, em vez de consultar o Senhor. Por isso o Senhor o entregou à morte e deu o reino a Davi, filho de Jessé."

2.    Reencarnação

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que a alma reencarna em vários corpos ao longo de múltiplas existências na terra e em outros mundos com o objetivo de expiar seus pecados e evoluir espiritualmente. As ações passadas influenciam as circunstâncias das futuras encarnações. 

 

b.    Refutação Cristã: A Bíblia ensina que cada pessoa vive uma vez e depois enfrenta o juízo final (Hebreus 9:27).  Não há reencarnação; há uma única vida terrena, seguida pela ressurreição. Este evento único e final leva ao julgamento de Deus, onde os justos são recompensados com a vida eterna e os ímpios condenados. A ressurreição cristã, baseada na graça e na fé em Jesus Cristo, difere da visão espírita kardecista de um ciclo contínuo de renascimentos para o aperfeiçoamento da alma. Essas diferenças teológicas evidenciam a incompatibilidade entre as duas crenças.

3.    Salvação

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que cada pessoa reencarna para pagar todos os seus pecados e evoluir em busca da perfeição.

b.    Refutação Cristã: Tal ensino despreza o valor redentor da morte de Cristo. A Bíblia ensina que Cristo veio a este mundo e morreu para nos redimir do pecado e nos restituir a graça de Deus: "É pelo sangue de Jesus Cristo que temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da graça de Deus, que Ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento" (Efésios 1:7-8). E que é pela graça que somos salvos, mediante a fé, e não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9).

4.    A Natureza de Jesus 

a.    Ensino Espírita: Para os espíritas, Jesus foi um grande profeta ou médium, com um desenvolvimento espiritual superior, mas não o Filho de Deus em sentido único como membro da Trindade.

b.    Refutação Cristã: A Bíblia afirma que Jesus é o Filho de Deus e parte da Trindade. Vários versículos confirmam a natureza divina e única de Jesus:

o   João 1:1, 14: "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus... Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade."

o   Colossenses 1:15-17: "Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste."

o   Hebreus 1:3: "O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas."

o   João 10:30: "Eu e o Pai somos um."

o   Mateus 16:16: "Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.'"

5.    Progresso Espiritual Após a Morte

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que, após a morte, o espírito continua a evoluir espiritualmente em várias esferas até alcançar a perfeição.

b.    Refutação Cristã: A Bíblia ensina que após a morte segue-se o julgamento e um destino eterno. Em Mateus 25:46, Jesus diz: "E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna." Não há progresso contínuo após a morte, mas uma separação definitiva entre justos e ímpios.

6.    Negam a Ressurreição Física de Cristo

a.    Ensino Espírita: A ressurreição de Cristo é vista como um evento espiritual e não físico.

b.    Refutação Cristã: A ressurreição corporal de Cristo é central na fé cristã. 1 Coríntios 15:14-17 diz: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé... e ainda permaneceis nos vossos pecados." A ressurreição é física, como indicado em Lucas 24:39, onde Jesus diz: "Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem em mim e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho."

7.    A Terceira Revelação

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que seus escritos, inspirados por espíritos desencarnados, são uma "terceira revelação", seguindo o Antigo e o Novo Testamentos.

b.    Refutação Cristã: A Bíblia se apresenta como a revelação completa de Deus. Apocalipse 22:18-19 adverte contra adicionar ou tirar qualquer coisa das Escrituras: "Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar algo, Deus lhe acrescentará os flagelos descritos neste livro. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte da árvore da vida e da cidade santa, que estão descritas neste livro."

8.    Universalismo

a.    Ensino Espírita: Os espíritas acreditam que todas as almas, eventualmente, alcançarão a perfeição, independentemente de suas ações ou crenças.

b.    Refutação Cristã: A Bíblia rejeita o universalismo. Em Mateus 7:13-14, Jesus ensina que "estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e são poucos os que a encontram." A salvação não é inevitável para todos, mas depende da fé em Cristo.

 

Conclusão

Vimos, portanto, que as doutrinas espíritas são incompatíveis com o cristianismo, pois o Espiritismo defende a reencarnação e a salvação como um progresso espiritual contínuo, enquanto o cristianismo ensina uma única vida seguida do julgamento e a salvação pela graça mediante a fé em Jesus Cristo. Além disso, o Espiritismo valoriza a comunicação com espíritos, prática rejeitada pelo cristianismo, e considera Jesus um grande profeta, ao passo que o cristianismo o reconhece como o Filho de Deus e membro da Trindade. Por fim, o Espiritismo interpreta a morte e ressurreição de Jesus simbolicamente, enquanto o cristianismo crê na ressurreição corporal de Cristo como central para a fé. Essas diferenças ressaltam a incompatibilidade entre as duas crenças.

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