A mulher e o Dragão de Apocalipse 12
Por Bispo Ildo Mello
Quem é a Mulher?
A mulher de Apocalipse 12 representa tanto Maria como também o povo de Deus, a comunidade composta pelo remanescente fiel de Israel, tanto do Antigo como do Novo Testamento.
É uma figura de Maria, cuja dores de parto foram agravadas pela exaustiva viagem e pela dificuldade em encontrar um lugar para dar à luz, restando se conformar que fosse em um lugar tão inóspito quanto um estábulo. Sabemos também que é o filho de Maria, Jesus Cristo, o Messias destinado a reger toda a terra, e que, ao nascer, foi ele perseguido pelo sanguinário rei Herodes (Mt 2:1-15), representante oficial do Dragão que é uma figura de linguagem para o poderio maligno de Roma, conhecida como cidade das sete colinas, cujo Império abrangia dez províncias (Acaia, Gália, África, Germânia, Ásia, Itália, Bretanha, Espanha, Egito e Síria), tudo sob o domínio do Príncipe deste mundo que é Satanás, o Dragão, a antiga serpente.
E esta mulher representa também a “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9 e Ex 19.5,6) do qual descende o Cristo. A descrição de Apocalipse 12 nos remete a Israel que escapa do dragão (Faraó) para o deserto nas asas de uma águia (Êx 19: 4, ver Sl 74:12-15); e nos faz lembrar também do sol, da lua e das estrelas do sonho de José (Gn 37:9). Sião é a "mãe" do povo de Deus da onde procede o Messias (Isa 66:7-9, 2 Es 13:32-38). Paulo explicou que ela, Jerusalém, é a mãe de todos nós cristãos (Gl 4:26). "Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque" (Gl 4.28). Israel teve 12 tribos e a igreja, 12 Apóstolos. Sem uma comunidade messiânica remanescente e fiel não poderia ter havido nem Maria e nem Messias. Cumprindo assim a mais antiga promessa de Deus a respeito de um descendente de mulher que nasceria para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3.15).
A mulher foge para o deserto (12:6). Jesus advertiu seus discípulos sobre o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel que promoveria a destruição de Jerusalém, dizendo que eles deveriam fugir daquela cidade assim que vissem a aproximação do exército romano: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes” (Lc 21.20–21). Foi deste modo que a Igreja fugiu de Jerusalém para Pella antes do cerco que levou a destruição total da cidade em 70 dC.
A mulher fica "no deserto" 1.260 dias (3 anos e meio, ou 42 meses, cf. Dan. 7:25; 8:14; 9:27; 12: 7, 11, 12), símbolo de nossa peregrinação até adentrar na Terra Prometida. Números 33 fala de foram 42 os acampamentos de Israel no deserto. Interessante observar que a guerra contra os judeus em Jerusalém durou exatamente quarenta e dois meses. Vespasiano foi comissionado por Nero em fevereiro do ano 67 D.C., e a cidade caiu em agosto do ano 70 D.C. Além disso, a perseguição de Nero aos cristãos também durou exatos 42 meses! (de meados de novembro do ano 64 ao início de junho do ano 68, quando ele cometeu suicídio).
Quem é o Dragão?
Nunca devemos nos esquecer que o livro de Apocalipse foi escrito para os cristãos das sete igrejas da Ásia Menor que estavam realmente sofrendo terrível perseguição por parte do Império Romano. Coloque-se no lugar deles e comece a interpretar as descrições apocalípticas do Dragão e da Besta. Essa perseguição estava sendo executada sob o poderio do Imperador, cujo nome, Nero César, equivalia a 666. João pede aos cristãos daquela mesma época que calculem para chegarem ao significado do 666, o que é mais uma prova de que se tratava de um monarca contemporâneo a eles. Uma outra forte indicação de que Nero era a Besta se encontra na seguinte passagem do Apocalipse: “As sete cabeças... são sete reis; dos quais caíram cinco, um existe e o outro ainda não chegou; e quando chegar, tem de durar pouco” (Ap 17:9-10). Este “um existe” é uma clara referência a Nero, que foi o sexto imperador Romano e que estava no poder na época em que João escreveu. O sétimo, que viria depois de Nero e que duraria pouco é obviamente o imperador Galba, que reinou por apenas sete meses. Os sete primeiro imperadores romanos foram estes, pela ordem: Julio Cesar, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero e Galba.
O relato do dragão sendo expulso do céu não é a "explicação" para a origem de Satanás, mas o resultado da vitória de Cristo na Terra (Ap 12:10-11). “Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.” (Lc 10.18–19). Em outra passagem, Jesus reafirma que a expulsão de Satanás era algo que estava acontecendo no tempo de Cristo aqui na terra.: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.”
(Jo 12.31–32).
Embora Satanás já tenha sido derrotado na batalha decisiva da cruz, tendo sido expulso de sua posição elevada, enfurecido e desesperado desce a terra para perseguir a Igreja sabendo que pouco tempo lhe resta. Cristo foi subiu aos céus, mas a Mulher e o restante de seus descendentes são perseguidos pelo Dragão. (Ap 12.13-16). Os cristãos primitivos facilmente se enxergaram dentro deste quadro como a Mulher e os filhos perseguidos.
Amém!, havia ouvido esta mensagem pelo pastor paulo junior ae não entendi quê a mulher é a igreja mas ao mesmo tempo mãe dê Jesus, então me lembrei do Bispo Ildo e glória a Deus quê foi confirmado a minha dúvida. Obrigado Bispo Ildo.
ResponderExcluirFique a vontade para me responder. brancadulce facebook
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