terça-feira, 29 de março de 2011

Família rasga dinheiro e documentos, segue pastores para encontrar com Jesus em pessoa em São Paulo e desaparece

Família rasga dinheiro e documentos, segue pastores para encontrar com Jesus em pessoa em São Paulo e desaparece

No dia 13, domingo, doze pessoas (número dos apóstolos) se reuniram na casa de Pedro, em Diadema, na Grande São Paulo, para “última ceia”, conforme afirmaram. Eles leram a Bíblia, escreveram recados para parentes, rasgaram dinheiro e documentos (CPF seria o número da besta) e quebraram instrumentos do demônio, como computador e televisor, preparando-se para o dia seguinte.
O pregador Roberto Carlos da Silva, com base em um calendário hebraico, calculou que Jesus voltaria à Terra por volta das 14h do dia seguinte e os levaria para o Pai, provavelmente em algum lugar da rodovia Fernão Dias. Seria o dia do arrebatamento, previsto na Bíblia.
Desde então o vendedor Pedro, sua mulher Antônia, seu irmão José Carlos e os filhos Henrique, 22, e Thais, 18, estavam desaparecidos. Eles haviam saído só com a roupa do corpo com a convicção de que um anjo os abordaria anunciando a chegada de Jesus.
Valcilene Dias, mulher de José Carlos, e os filhos do casal (a adolescente Carla e os meninos Rubens e Moisés) também saíram para o encontro com Jesus, mas voltaram quando sentiram sede e fome. Rubens, que participou da “ceia”, disse que o seu primo Henrique estava esquisito, porque dizia que “amanhã a gente vai para a glória”. “Eles estavam levando aquilo muito a sério”, disse Valcilene.
Antônia deixou um emprego em uma empresa onde estava havia 14 anos. Seu filho Henrique terminou a faculdade no ano passado, tinha emprego e era noivo. Thais também abandonou o emprego.
Patrícia Gomes Carvalho, filha de Antônia e enteada de Pedro, foi a primeira a notar o desaparecimento do casal e filhos. Ela mora com marido e dois filhos pequenos em uma casa vizinha à da família de religiosos.
Patrícia e outros vizinhos contaram que Pedro tinha mudado abruptamente de comportamento, influenciando toda a família. “Eles só falavam sobre o fim dos tempos e da volta de Jesus”, disse Patrícia.
Os vizinhos apontaram três pregadores que se revezavam na Praça da Sé, em São Paulo, como os responsáveis pelo fanatismo religioso da família. O líder deles, Roberto Carlos da Silva, é dono de uma pequena gráfica, ele deixou mulher, três filhos e dívidas.

Família encontrada 400 km depois

A família foi localizada em Ourinhos (SP), a cerca de 400 km da cidade onde moram, Diadema, na Grande São Paulo. O casal Pedro e Antônio e os filhos Henrique e Thais foram reconhecidos por funcionários de um albergue. Eles passaram o fim de semana ali. Não há informação sobre os três pregadores.
Patrícia Gomes Carvalho, filha de Antônia e enteada de Pedro, ao manifestar alívio com a localização da família, lamentou os transtornos causados por “falsos profetas”. Ela agradeceu o apoio das pessoas que distribuíram em Diadema cartazes de “procura-se” e de comunidades criadas no Orkut.
A assistência social Márcia Moraes disse que a família está bem. De acordo com ela, Pedro afirmou que eles estavam cumprindo os desígnios da Bíblia.



Comentário


É muito triste ler o que aconteceu com estas pessoas. No decorrer da história da igreja, muitos foram os falsos profetas que marcaram data para a Segunda-vinda de Cristo, provocando muito tumulto e desilusão; Entre eles, Guilherme Miller, fundador da Igreja Adventista do Sétimo Dia e Russell fundador das Testemunhas de Jeová.

Jesus falou sobre uma série de sinais que precederiam sua Segunda Vinda (Mt 24), mas, no final do seu sermão, ele deixou bem claro que tais sinais dariam a eles apenas uma noção de proximidade e jamais serviriam para a marcação exata de data. "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai"... "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor" (Mt 24.36-42). Todos os que marcam datas e que acreditam nelas estão ignorando esta clara advertência de Cristo. "Errais por não conhecerdes as Escrituras" (Mc 12.24).

A Segunda Vinda de Cristo é iminente? Pode acontecer a qualquer momento sem prévios sinais? A resposta é não. Pois não seria lógico concluir que determinados textos estão ensinando a idéia da iminência hoje, quando se evidencia que estes mesmos textos não poderiam ter sido interpretados neste sentido por seus primitivos destinatários. Por exemplo, os textos, como Mc 9.1; Mc 13.29-30; Mt 10.23; Rm 13.11-12; Tg 5.8; 1 Pe 4.7; Ap 22.20; Hb 10.25, 37; 1 Jo 2.18, usados pelos dispensacionalistas para defender uma Segunda Vinda de Cristo iminente, nunca poderiam ter sido compreendidos pelos discípulos com esta intenção, pois quando foram escritos, certos eventos tinham, necessariamente, que ocorrer antes da Segunda Vinda de Cristo, por exemplo: A promessa do consolador (Jo 16.7, 13, 26); Evangelho deveria ser pregado a todo mundo (Mt 26.13; At 1.8; 9.15; 22.15; 26.2); Pedro seria morto conforme profetizado por Cristo (Jo 21.18); guerras viriam antes do fim (Lc 21.9); primeiro ocorreria a apostasia e o aparecimento do Anticristo (2 Ts 2.2,3). Paulo recebeu de Deus diversas orientações sobre o que lhe ocorreria no decurso de sua vida e ministério, inclusive sobre sua morte (At 9.15; 22.15; 26.2; 23.11; 27.24; 28.30; 2 Tm 4.5ss.

Fica evidente, então, que a Igreja neo-testamentária não poderia ter esperado uma vinda de Cristo a qualquer momento. Se os textos usados pelos dispensacionalistas nunca poderiam ter significado de iminência para os leitores originais, também não têm este significado para nós, hoje.

Cristo no Sermão das últimas coisas nos ensinou que sinais deveriam preceder sua Segunda Vinda. Sinais depõem contra a idéia de “iminência”. Os sinais não têm a intenção de nos conceder condições para precisar o dia da Segunda Vinda, Jesus denuncia a fascinação por cálculos (Mt 24.33-36); os sinais mencionados por Cristo são inespecíficos para este fim, antes, o propósito é preparar o povo de Deus com a compreensão das pressões que terá de suportar. O propósito de Jesus é encorajar, não a especulação, mas a vigilância - fortalecer a fé e advertir os discípulos do que será a sua sorte como seguidores dela. Se os cristãos atentarem para as palavras de Cristo, como disse Travis, “conhecerão que a situação não está fora do controle de Deus, e que eles podem ‘perseverar até o fim e serem salvos’ (Mc 13.13) e que além dessas tribulações está o retorno triunfante do Filho do Homem (Mc 13.24-27)”.1 Por não sabermos quando se dará Sua Segunda Vinda, é necessária a vigilância (Mt 24.42-25.13). Alguns textos sugerem um tempo relativamente longo entre a ascensão e a Segunda Vinda de Cristo (Rm 9; 11; Mt 24.45-51; 2 Pe 3). O livro de Atos é um livro de história da Igreja e ninguém escreve história convencido de que o mundo está para acabar.

Os textos que falam sobre uma “vinda súbita” e o dos “sinais”, e mesmo aqueles que apontam para uma “demora”, não são contraditórios, mas complementares. Em 1 Tessalonicenses 5, temos uma referência à “vinda súbita”, já em 2 Tessalonicenses 2, temos a menção de “sinais” que devem preceder a Segunda Vinda de Cristo. Jesus não disse que poderia vir a qualquer momento, antes profetizou uma série de eventos que se dariam antes daquele glorioso dia. Tais sinais não são suficientemente precisos para calcularmos o tempo da Sua vinda, que para nós permanece como incerta, requerendo que estejamos sempre alertas. Este “em breve” pode até nos parecer demorado, como bem explicou Pedro, dizendo que há um propósito para o que encaramos como “demora”, a longanimidade de Deus e seu desejo que nenhum pereça (2 Pe 3.9); Pedro ensina que podemos fazer algo para “apressar” a Segunda Vinda de Cristo (2 Pe 3.12), que depende, em algum sentido, das conversões (At 3.19-21). Jesus disse: “Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações” (Mc 13.10; cf. Mt 24.14). Conforme o ensino do apóstolo Pedro, a Segunda Vinda de Cristo não é iminente, pelo contrário ela depende da realização dos propósitos de Deus, que, por sua vez, estão vinculados à missão da Igreja. É desta forma que podemos entender o que o apóstolo quer dizer com esta incumbência dada aos cristãos de “apressar” a vinda do Senhor (2 Pe 3.12).

Não há base bíblica para qualquer idéia de que quando Jesus vier haja dúvidas sobre quem ele é ou sobre se ele realmente veio. A Segunda Vinda de Cristo e o conseqüente arrebatamento da Igreja nunca são descritos como sendo secretos ou silenciosos, mas sempre se apresentam como um evento: retumbante, com “grande clangor de trombeta” (Mt 24.31; 1 Ts 4.16,17); “assim como o relâmpago” (Mt 24.27); visível: “assim virá do modo como o vistes subir” (At 1.11); “aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem” (Mt 24.30); “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele.” (Ap 1.7; ver também 19.11-21; Mt 26.64; Mc 14.62 e Dn 7.13) ; “pela manifestação de sua vinda” (2Ts 2.8); “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas... bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror... pois os poderes dos céus serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima.” (Lc 22.25-28; ver também Mc 8.38); “aparecerá segunda vez” (Hb 9.28); “Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados” (2 Pe 3.10; ver também v.12); Paulo diz que nós os cristãos estamos aguardando “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.12; ver também Cl 3.4 e 1 Pe 5.4; 1 Jo 3.2; Mt 16.27; 25.31; 1 Co 4.5; 1 Tm 4.1; Jd 14,15; 1 Co 1.7; 2Ts 1.7,8).

Devemos estudar as profecias de Cristo para não cairmos nas heresias dos falsos profetas. Sigamos firmes na Palavra de nosso Senhor Jesus Cristo!

"Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor" (Mt 24.36)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Atribuições dos Ecônomos

Por Bispo José Ildo Swartele de Mello

ATRIBUIÇÕES DOS ECÔNOMOS


Ministério de Visitação

Visitar enfermos, encarcerados e necessitados.


Visitando enfermos:


RECOMENDAÇÕES:

  1. Preparar-se antes de fazer a visita: Orar, separar literatura e a Bíblia, assear-se (sem perfumes fortes) e vestir-se discreta e respeitosamente. 
  2. Obtenha a devida autorização para fazer a visita, não tente enganar ninguém. 
  3. Seja breve: Lembre-se que você está visitando um paciente em recuperação e não fazendo uma festa. Não recomendo que a visita dure mais que 30 minutos. Lembre-se que o paciente precisa de descanso para sua boa recuperação. 
  4. Fale ao paciente sobre o amor e o cuidado de Deus. 
  5. Ore de maneira serena e comedida e se comprometa com o paciente que continuará orando por ele. 
  6. Incentive o paciente a cumprir as recomendações médicas. 
  7. Ajude na preparação dele espiritual e emocionalmente antes de cirurgias. 
  8. No caso de doente terminal, ajude-o e aos seu familiares a enfrentar esta situação levando a eles a esperança e o conforto da vida eterna. 

EVITAR:

  1. Fazer visitas quando você mesmo estiver doente. 
  2. Visitar no horário de refeições, de curativos ou de asseio pessoal. 
  3. Falar alto ou em tom não amigável. 
  4. Falar sobre suas próprias doenças ou de outros. 
  5. Não tente dizer o que o paciente deveria ou não deveria fazer ou tomar. Não interessa se você teve experiência semelhante ou não, pois cada caso é um caso, e só o médico pode saber o que fazer. Afinal, ele estudou anos para isso. 
  6. o choro. 
  7. Prometer que Deus irá curar o paciente se você não foi autorizado por Ele. (Às vezes Deus permite que a doença continue e até mesmo leve à morte). 
  8. Sentar-se, apoiar, mover a posição ou sacudir a cama (para isto chame o enfermeiro). 
  9. Cochichar com os familiares ou profissionais na frente do paciente. 
  10. Ficar perguntando ou falando ao paciente sobre detalhes de sua doença. 
  11. Criticar outras pessoas (parentes, profissionais do hospital ou o próprio hospital). 
  12. Levar alimentos e objetos não permitidos ao paciente. 
  13. Ajudar o paciente a enganar nos procedimentos e uso correto da medicação recomendada. 
  14. Conversar com o paciente, parentes ou outros pacientes sobre o diagnóstico que por ventura tenha sabido. 
  15. Monopolizar a atenção só dos parentes ou só do paciente em horário de visitas. 

Assistência Social
  1. Socorrer os necessitados: 
  2. estabelecer critérios objetivos de seleção e triagem para socorrer os que realmente precisam e aqueles que estão em maior necessidade; 
  3. eleger as prioridades; elaborar metas e planos; mobilizar a igreja no sentido de levantar os recursos necessários. 
  4. Coordenar todas as doações, cuidando tanto do recebimento, quanto da distribuição, mantendo cuidadoso registro de tudo. 
  5. Estudar os princípios bíblicos que dizem respeito à assistência social, visando aprimorar o discernimento, a fim de, em tudo, ser amoroso, justo e discreto na prática da caridade. 
  6. Ajudar na promoção de atividades e movimentos sociais que visem melhorar o bem estar da pessoa e da coletividade. 

Recepcionistas

Glorificar a Deus atendendo amorosa, atenciosa, respeitosa e eficientemente aos visitantes da Igreja Metodista Livre.

A recepção é a “fachada da igreja”, e dependendo como um amigo ou visitante é recebido, ele formará sua primeira opinião sobre a congregação; portanto é um ministério que tem uma grande responsabilidade e que tem sido exercido com amor e desprendimento por todos os voluntários.


ATRIBUIÇÕES DOS RECEPCIONISTAS
  1. Certificar-se com a pessoa responsável pela escala ou no boletim dominical, os dias que estará de serviço. Caso não possa estar presente avisar com antecedência, evitando transtornos de última hora; 
  2. Chegar pelo menos 30 minutos antes do início dos cultos, Escola Dominical e demais programações e verificar o ambiente e material a ser utilizado no trabalho (ficha de comunicação, tomando nota do nome, telefone e email, para encaminhar ao pastor, boletins, literaturas, etc); distribuir boletins, literatura e CDs de mensagens aos visitantes gratuitamente e também os hinários, lembrando que estes são apenas por empréstimo durante o período do culto; 
  3. Expressar o caráter de Cristo no contato com os visitantes. 
  4. Servir aos visitantes de nossos cultos, de modo eficiente e eficaz, com qualidade máxima. 
  5. Colher informações dos visitantes para o banco de dados da Imel. Uma lista contendo o nome dos visitantes pode ser encaminhada ao pastor durante o culto para que este possa dar-lhes uma saudação especial e possa também orar por eles. 
  6. Recepcionar com cordialidade e solicitude, proporcionando um clima agradável e acolhedor a todos os visitantes e membros da igreja. Ajudando a manter a reverência dentro e fora do santuário, orientando para que não haja movimento nem permanência de pessoas no hall de entrada durante os cultos. 
  7. Sorriso e simpatia são fundamentais. 
  8. Orientar as mães que chegam com bebês que possuímos um excelente berçário e conduzí-las até lá. 
  9. Estar atento (a) ao culto. Algumas solicitações podem ser feitas aos recepcionistas; 
  10. Somente comunicar-se com o Pastor ou com o dirigente do culto em casos de emergência. 
  11. Atuar sempre com discrição, principalmente em casos imprevistos: problemas de saúde, presença de pessoas suspeitas, etc; 
  12. É expressamente proibido entrar no santuário comendo, com latas de refrigerantes, etc; 
  13. Deficientes físicos, grávidas, idosos, crianças e visitantes, terão prioridade máxima na recepção; 
  14. Saber manejar o elevador. Cuidar para que os portões de acesso ao elevador estejam sempre abertos, identificar pessoas com dificuldades para subir a escada e oferecer o serviço do elevador conduzindo-as com cuidado em todo processo. 
  15. A igreja deve ter grandes guarda-chuvas para acudir os desprevenidos auxiliando as pessoas tanto na chegada quanto na saída. 
  16. Evitar a aglomeração de pessoas na entrada; 
  17. É interessante que o grupo de recepcionistas inclua adultos e jovens, mulheres e homens. 
  18. Os recepcionistas deverão se vestir de modo discreto e respeitável. 
  19. Observar membros faltantes por mais de um domingo e comunicar ao pastor. 
Ordem na igreja e cultos, Ceia do Senhor e demais atribuições dos Ecônomos
  1. Cuidar para que haja ordem nos cultos e na Escola Dominical; Promovendo reverência e devida atenção a liturgia. Cuidar para que haja um ambiente de alegria, mas também de respeito, buscando prevenir e corrigir com amor, respeito e firmeza as atitudes inadequadas que venham a perturbar a atenção da congregação, tais como conversas paralelas, barulhos diversos, movimentação desnecessária, e eventuais distúrbios provocados por bêbados, drogados ou pessoas perturbadas ou possuídas por espíritos malignos, nestes casos, que elas sejam cuidadosa e respeitosamente encaminhadas para uma sala à parte onde poderão receber oração, ministração da Palavra e a atenção devida para o seu caso em particular, enquanto que as demais pessoas da igreja seguirão no culto ao Senhor. Pastores que não estiverem ministrando poderão ser chamados para acudir nestes casos. 
  2. Orientar as pessoas a sentarem-se de tal maneira que facilite o complemento das cadeiras e evite que a entrada dos retardatários cause distrações. 
  3. Chegar 30 minutos antes da Escola Dominical e do Culto, para abrir a igreja, verificar se tudo está em ordem, como por exemplo, limpeza do templo, das salas de aula, dos banheiros, e demais dependências; ver se não falta água, copos, papel higiênico, toalhas, etc. Abrir as portas das salas onde teremos aulas. E, após a programação, verificar se ficou tudo em ordem, se todas as lâmpadas foram apagadas, etc. Fechar as salas, ativar o alarme e fechar a porta e o portão de entrada da igreja. 
  4. Manter o material da Ceia do Senhor; elaborar escala dos que se responsabilizarão por preparar e ajudar a servir a Ceia. Instruí-los sobre como se trajar e se comportar durante a cerimônia da Ceia. 
  5. Cuidar das roupas de batismo para que estejam sempre em bom estado para as cerimônias, verificando se serão suficientes para o número de batizandos. Cuidando também para que sejam lavadas e passadas após o uso. 
  6. Cuidar para que o batistério esteja adequadamente preparado para as cerimônias de batismo com água limpa e aquecida na temperatura ideal. 
  7. Cuidar dos ornamentos do templo para os cultos, dias especiais, etc. 
  8. Manter o armário de limpeza e higiene, e remédios para casos de emergência, bem como vela, lampião, fósforo, etc. 
  9. Controlar o quadro de avisos, fazendo triagem de tudo que for exposto no quadro, em caso de dúvida, consultar ao pastor. Este serviço pode ser delegado a secretária da igreja. 
  10. Responsabilizar-se pela ordem das reuniões e cultos, elaborando escala de recepcionistas, visando que as pessoas recebam uma calorosa acolhida, ao mesmo tempo, que as encaminha para o lugar onde poderão estar bem acomodadas. 
  11. Cuidar do estacionamento dos carros. Elaborar uma escala daqueles que estarão se revezando neste sentido, facilitando a vida de quem busca uma vaga para estacionar seu carro, como também vigiar os carros durante as programações visando dar mais segurança aos membros e visitantes da igreja. 

Mensagem de Santidade na História da Igreja Holiness


Estudo do Pr. Eduardo Goya para a Fraternidade Wesleyana de Santidade em 24 de Março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Terremotos e sinais do fim

Contemplamos estarrecidos as calamidades derivadas do mais forte terremoto registrado na história do Japão. Jesus falou de terremotos como sinal da proximidade do final dos tempos, classificado-os na categoria de princípio das dores (Mateus 24.1-8).

Embora estejam classificados na categoria de princípio das dores, o que chama a atenção é a intensidade e a frequência de calamidades como terremotos, tsunamis, enchentes.. Pois, o livro de Apocalipse fala de uma série de juízos de Deus em termos de catastrofes que afetarão a humanidade no período que precede à Segunda Vinda e o Juízo final. Fica claro que antes do juízo final, haverá juízos preliminares, sinal da misericórdia divina, até mesmo com o intuito de despertar a humanidade para que se arrependam antes que seja tarde demais. Como exemplo, leia Apocalipse 11.13.

A questão da radiação atômica faz acender o debate sobre o uso de tecnologia arriscada. Isto pode também ser interpretado à luz do evento da Torre de Babel, quando um juízo divino recaiu sobre um povo que se afastava de Deus por estarem arrogantemente confiados em sua tecnologia científica.

Isto serve de recado para toda a humanidade, especialmente para aqueles que confiam na ciência e se apartam do Senhor (Jr 17.5). Sejamos humildes para reconhecer nossas limitações. Nossa suficiência procede de Deus (2 Co 3.5)! Precisamos ser cautelosos para evitar os abusos da ciência, "pois de Deus não se zomba, tudo aquilo que o homem plantar, isto mesmo irá colher" (Gl 6.9).

Em todo caso, são sinais dos tempos, juízos preliminares, resultado do pecado que faz até a terra gemer de dor (Rm 8.22). A terra geme e treme e nós também (Rm 8.23). Mas ainda não é o fim (Mt 24.6-8), há ainda oportunidade para arrependimento e fé. Tempo de evangelização (Mt 24.14). Oportunidade para o exercício de compaixão (Mt 9.36). Arrependei-vos antes que venha o grande e terrível dia do Senhor (Ml 4.5 e Mc 1.15).

Bispo Ildo Mello

terça-feira, 15 de março de 2011

Jesus, modelo e fonte da santidade (texto ampliado)


Jesus, modelo e fonte da santidade

Por Bispo Ildo Mello

Chamados à Santidade

Jesus iniciou o seu ministério conclamando os homens ao arrependimento (Mt 3.8). Em seu primeiro, maior e mais famoso discurso, Jesus ensina os elevados padrões de santidade que devem nortear a conduta cristã (Mt 5-7). Temos ali, muitas exortações, entre elas: "Não vos assemelheis a eles" (Mt 6.8)... mas, "Sede, pois, perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celeste" (Mt 5.48). 

Esta chamada à santidade é algo muito claro, forte e recorrente na Escrituras Sagradas: "Sede santos porque eu sou santo" (1Pe 1:16); E esta nossa vocação é reiterada pelo Apóstolo Paulo: "Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1Ts 4,3); "Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação" (1Ts 4.7). Paulo afirma que Jesus deu a sua vida para promover não apenas a nossa salvação, mas também a nossa santificação (Ef 5.25-26).

Então, o crente não deve se conformar com o mundo (Rm 12.1-2), não deve manchar as suas roupas com a imundícia do pecado (Ap 3.4), mas deve ser santo em todo o seu procedimento (1 Pe 1.13-16), deve ser obediente e fiel até a morte (Ap 2.10; 26; Gl 6.9). Pois sem santidade não há salvação (Hb 12.14). Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no céu (1 Ts 4.7-8). Sem santidade na terra não há glória no céu (Ap 3.2-5).

Não basta estar, é preciso permanecer e também frutificar. O ramo que não produz o devido fruto está prestes a ser cortado e lançado fora (Jo 15.2), e o crente morno corre o risco de ser vomitado (Ap 3.16), pois de Deus não se zomba, aquilo que o homem plantar, isto mesmo ele irá colher (Gl 6.7). Cuidado para que "ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus" (Hb 12.15). Os apóstolos expressamente advertem que os que cultivam um estilo de vida pecaminoso não herdarão o Reino dos céus (Gl 5.21). O nascido de Deus não pode viver na prática do pecado (1Jo 5.18). "Se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados" (Hb 10.26). Ao povo escolhido, Deus adverte: "Riscarei do meu livro aquele que pecar contra mim" (Ex 32.33). Portanto, somos exortados a mortificarmos os desejos pecaminosos pois eles nos colocam sob a condenação de Deus (Cl 3.5-6). Sendo assim, "purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co 7.1), "Agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22).

Por esta mesma razão é que o Apóstolo Paulo exorta: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados" (2Co 13.5). E João escreveu seu livro para levar certeza para os salvos, afirmando existirem frutos como evidência da salvação: "Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos aos irmãos. Quem não ama permanece na morte" (1Jo 3.14); A fé salvadora é aquela que opera por meio do amor (Gl 5.6), pois a "fé sem obras é morta" (Tg 2.26); crentes sem frutos não encontram base para segurança da sua salvação (Jo 15.2). Temos que entender que a natureza da salvação não se resume a justificação, mas também inclui regeneração, santificação e, por fim, glorificação.

Jesus Modelo de Santidade!

O chamado para partilhar da comunhão e da amizade com Deus é o fundamento para uma vida de santidade. Pois somos naturalmente influenciados por aqueles com quem passamos a conviver. O texto de Marcos 3:14 nos ensina que, em primeiro lugar, os discípulos foram chamados para estarem com Jesus e não para fazerem qualquer outra coisa.

Os discípulos admiravam a Jesus e naturalmente queriam ser parecidos com ele. Não devemos subestimar o poder de tal estímulo e identificação. Se o convívio com pessoas admiráveis realmente causa um grande impacto na vida do admirador, o que dizer, então, do poder de atração do carisma do Deus encarnado?
É natural do ser humano a busca de ídolos com quem possa se identificar. Isto começa na infância e costuma seguir por toda a vida. Enquanto, heróis humanos acabam desapontando com o passar do tempo, Jesus, ao contrário, jamais decepciona. Jesus é o protótipo do verdadeiro homem. Nele, podemos e devemos nos inspirar. 

Jesus, fonte de santidade!

Ser como Cristo é uma tarefa humanamente impossível. Mas, "o que é impossível para os homem é possível para Deus" (Mc 10.27)! Jesus não apenas é modelo de santidade, como também é a própria fonte dela (Ez 36.26-27). Ele é ao mesmo tempo o alvo e o caminho (Jo 14.6)! Santidade não é uma obra da carne, mas do Espírito (Gl 5.16)!

Jesus não apenas nos chama à uma vida de santidade, mas também nos capacita (Ez 36.26-27). "Porque Deus é quem opera em nós tanto o querer como o realizar" (Fp 2.13). Jesus não apenas realizou uma obra a favor de nós, mas também opera uma obra dentro de nós (Tt 3.5)! Jesus não apenas perdoa pecados, mas também transforma vidas (Rm 5.8). Jesus transformou pescadores comuns em pescadores de homens (Mt 4.18-20). Transformou Simão em Pedro, Saulo em Paulo. Pois Jesus não apenas justifica, mas também regenera (2Co 5.17). Não apenas nos declara santos, mas também nos torna santos (Jo 15.3). Não apenas nos livra da condenação do pecado, mas também nos livra do domínio do pecado (Rm 6.14). Não apenas é Salvador, mas também é Senhor (Rm 10.9; Fl 2.10-11; 1Tm 6.15; Tg 4.7). Não apenas nos convida a crer, mas também nos conclama ao arrependimento (Mt 3.8; 4.17; Mc 1.15; Lc 13.3). Pois, não basta apenas crer, é necessário obedecer (Ef 5.6; 6.6; 1Jo 3.6, 24). Não basta ser crente, é necessário ser discípulo (Mc 8.34; Lc 9.23; Mt 28.19). Não basta receber o amor, é necessário amar (1Jo 3.16, 23). Porque os que conhecem verdadeiramente a Deus são os que o amam (1Jo 4.8), e os que o amam, verdadeiramente lhe obedecem (Jo 14.21). De modo que não basta apenas receber o perdão, é necessário perdoar (Mt 6.14-15),  pois os que são objetos do seu perdão devem também se tornar perdoadores, sob o risco de terem o perdão de seus pecados cancelados pelo Supremo Credor (Mt 18.23-34). 

Contamos também com a graça do seu Espírito regenerador que nos torna participantes da natureza divina e nos capacita para um viver condizente com o sublime nome que carregamos (1 Pe 1.23). “Deus nos concedeu todas as condições necessárias para a vida e a piedade” (2Pe 1.3); para vivermos como filhos de Deus, e para “escaparmos da corrupção deste mundo” (2 Pe 1.4). Jesus não apenas nos exorta a sermos santos (Mt 5.48), mas também nos capacita. Recebemos um novo coração (Ez 36.26), a mente de Cristo (1Co 2.16) e toda a armadura de Deus (Ef 6.10-13) para vencermos o mal (2Co 10.4) e vivermos de modo digno do Evangelho (Fl 1.27). Portanto, assim como faz cair a chuva, propiciando por sua graça as condições necessárias para que a terra produza os seus frutos (Hb 6.7), Deus já nos deu tudo de que precisamos para um novo viver.

Sendo assim, o trabalho de Deus a nosso favor e em nós deve ser a base e o incentivo para o nosso próprio esforço para o crescimento espiritual. Deus nos deu graça e todas as condições para a vida e a piedade (2 Pe 1.3), "por isso" devemos nos esforçar para cumprir a nossa parte (2Pe 1.5). Paulo ensinou o mesmo a Igreja de Corinto, quando lhes disse: "Caríssimos, já que temos tais promessas, vamos purificar-nos de toda mancha do corpo e do espírito. E levemos a cabo a nossa santificação no temor de Deus" (2 Co 7.1). 

Assim, compreendemos melhor o que Jesus quis dizer com a frase: “...o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12) e também o que está registrado em Lucas 13:23-30 “E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Jesus advertiu a seus discípulos dizendo: "Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5.20). “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fl 2.12), pois “...de Deus somos cooperadores” (1Co 3:9). "Empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis" (2Pe 3.14). "Não sabeis que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? correi de tal maneira que o alcanceis" (1Co 9.24,25).

Portanto, a santificação é um processo contínuo (Fp 3.12) que começa na regeneração (Tt3.5) e é incrementada através de outras experiências marcantes com o Espírito de Deus como também por experiências cotidianas de renovada consagração e plenitude do Espírito (Ef 5.18), até que todos cheguemos à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13). 

Somente revestidos de toda a armadura de Deus é que somos capazes de vencer as tentações do maligno (Ef 6.11-13). "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo" (2 Co 10.4-5). Portanto, é possível andarmos no Espírito de modo a jamais satisfazermos as concupiscências da carne (Gl 5.16). Ciente desta verdade é que o Apóstolo João afirma: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca" (1 Jo 5.18). E o Apóstolo Paulo afirma o mesmo quando diz: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscência" (Rm 6.12).

Portanto, as exortações de Cristo e de seus apóstolos são para que vivamos uma vida de vitória sobre o pecado. O pecado não deve ser a norma do cristão, embora possa vir a acontecer excepcionalmente: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 Jo 2.1). A graça de Jesus continua operando tanto para o perdão dos pecados como também para a purificação dos corações dos filhos de Deus! (1 Jo 1.9). 

Cuidado com o legalismo

Mas, precisamos tomar cuidado para não cair no legalismo que leva ao orgulho espiritual e produz apenas santidade exterior, cristãos de fachada, sepulcros caiados. A santidade é produto da graça, é fruto do Espírito, de modo que não temos do que nos gabar. A santidade é humilde e misericordiosa, é mansa e pacífica, é compassiva e sofredora como bem ensinou Jesus no início do Sermão do Monte (Mt 5.1-12). A santidade não nos coloca acima dos fracos, mas a serviço deles. Não nos faz sentir superiores, mas servos. A santidade não é elitista, pois é solidária. Ela não nos afasta das pessoas, mas nos aproxima delas. Não é cheia de condenação, antes, é repleta de compaixão. A santidade é amor!

O caminho da santidade não está no estabelecimento dos limites e regras, pois a tendência humana é a de caminhar na direção para onde os seus olhos estão apontados. Por exemplo, o motorista experiente não fica de olho na margem externa de uma curva acentuada tentando se manter distante dela, mas, sim, fixa os olhos na margem interna procurando manter-se próximo a ela. 

Assim também acontece na vida cristã, pois, se fixarmos os olhos naquelas coisas que devemos evitar, vamos acabar sendo atraídos por elas. Mas, se, ao invés disto, nós passarmos a nos preocupar mais em estar mais perto de Cristo, naturalmente estaremos nos afastando do pecado, pois quanto mais perto de Jesus, mais distante nos encontraremos do mal. Eis aí o caminho para uma vida santa! Tendo sempre a Jesus como o alvo, o caminho, a verdade e a vida!

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Sermão do Monte



Como Jesus interpretou a lei mosaica?
Estaria Jesus ensinando salvação através das obras?

Temos aqui o primeiro, mais longo e mais importante discurso de Jesus, e também o menos obedecido.
Do alto de um monte, Jesus apresenta uma nova legislação para um Novo Testamento. Jesus discorre sobre a Lei Mosaica. Ele veio para cumpri-la e também para interpretá-la corretamente. Jesus critica o legalismo farisaico e o mau uso da lei divina que produz orgulho espiritual, santidade apenas aparente, crentes de fachada, sepulcros caiados.
Não adianta uma espiritualidade apenas exterior para inglês ver, pois os bem-aventurados são os puros de coração. Deus sonda os corações.
O caminho para a salvação não é o orgulho das obras, pois os bem-aventurados são os pobres de espírito que estão desprovidos de qualquer noção de direito de entrar no Reino de Deus por seus próprios méritos. Eles clamam por misericórdia e a encontram em Cristo. Encontram não apenas o perdão, mas também o poder regenerador do Espírito Santo que os capacita a viverem de acordo com o elevado padrão moral estabelecido por Jesus no Sermão do Monte. Salvos pela graça para as boas obras!
Espero que esta mensagem contribua para uma melhor compreensão deste importantíssimo sermão de nosso Senhor Jesus Cristo.

sábado, 12 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Grande Celebração do Coração Aquecido

CELEBRAÇÃO DO “CORAÇÃO AQUECIDO”   Logo_e_Tema_Coracao_Aquecido.jpg
Convocação

Convocamos pastores, pastoras, evangelistas,obreiros e membros das igrejas de origem wesleyana para participarem ativamente de uma grande e histórica celebração do Coração Aquecido, experiência que transformou a vida de João Wesley e o mundo ao seu redor. O evento especial acontecerá no dia 21 de maio – Sábado – no Ginásio do Ibirapuera.

O objetivo central da celebração será  fortalecer os laços históricos da família wesleyana; proporcionar um momento de fortalecimento da nossa prática da unidade cristã; revitalizar a importância da experiência do “Coração Aquecido”; testemunhar publicamente o nosso compromisso com a santidade de vida. Espera-se uma celebração vibrante e participativa, proporcionando a oportunidade para dar expressão a nossa unidade na diversidade de Dons e Ministérios no ambiente da grande família wesleyana.

Programação:

  • 09h00 às 11h00 - Acolhimento
  • 11h00 às 13h00 - “Chamados para testemunhar a graça de Deus”: Evangelismo e ato ecológico no Parque o Ibirapuera
  • 13h00 às 14h00 - Intervalo para refeição
  • 14h00 às 15h00 - “Chamados para transformar a sociedade”: Passeata até a Assembléia Legislativa  
        • Oração em favor de nossos governantes clamando por santidade e ética na política de nosso Estado e Nação
        • No salão da Assembléia, pronunciamento oficial da família wesleyana e oração
  • 15h00 às 16h00 - Apresentações Musicais no Ginásio do Ibirapuera como prelúdio para o culto de celebração
  • 16h00 às 19h00 - “Mil vozes para celebrar”:  Culto de ação de graça com Santa Ceia

     "Santificai-vos , porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós"( Josué 3.5)

    Ore incessantemente, divulgue animadamente e participe ativamente!


    No amor do Senhor,
    Bispo Ildo Mello

    segunda-feira, 7 de março de 2011

    Os Termos da Salvação


    OS TERMOS DA SALVAÇÃO

    Bispo José Ildo Swartele de Melo.
    ÍNDICE ANALÍTICO
    INTRODUÇÃO
    1. FÉ EM JESUS, INDEPENDENTE DE ARREPENDIMENTO, SALVA?
    1.1. OS ARGUMENTOS DE HODGES
    1.2. REFUTANDO OS ARGUMENTOS DE HODGES
    1.2.1. REDENÇÃO
    1.2.2.JUSTIFICAÇÃO
    1.2.3.REGENERAÇÃO
    1.2.4. BATISMO
    2. PODE ALGUÉM SER CRISTÃO SEM SER DISCÍPULO?
    3. SUBMISSÃO AO SENHORIO DE CRISTO É INDISPENSÁVEL PARA A SALVAÇÃO?
    CONCLUSÃO
    OS TERMOS DA SALVAÇÂO
    .
    INTRODUÇÃO

    Quais são as condições que um homem deve preencher para receber a salvação? Existe uma controvérsia entre aqueles que afirmam ser a salvação um dom gratuito de Deus. A disputa está em que, enquanto, alguns sustentam que a fé seja a única condição para que o homem seja salvo, outros afirmam a necessidade do arrependimento. Os primeiros fazem diferença entre crente e discípulo e não acreditam ser necessário uma submissão ao senhorio de Jesus Cristo para que alguém seja salvo, bastando apenas recebê-lo como Salvador e acusam o outro grupo de estarem pervertendo a graça pura do Evangelho. Já os que enfatizam a necessidade da submissão ao senhorio de Cristo não conseguem enxergar nenhuma distinção entre crente e discípulo e acusam os defensores da "graça livre" de estarem barateando o Evangelho.

    Poderia alguém ser salvo sem ter se arrependido, ter fé sem ter obras, ser crente sem ser discípulo, receber Jesus como Salvador, mas não tê-lo como Senhor?
    Este trabalho tem como objetivo tratar destas questões, indo um pouco além de MacArthur e Millard, na confrontação dos argumentos de Hodges, pois apresento alguns novos textos que ainda não haviam sido discutidos, bem como o tema do batismo e seu significado, que não poderia ser ignorado.

    1. FÉ EM JESUS, INDEPENDENTE DE ARREPENDIMENTO, SALVA?
    1.1. OS ARGUMENTOS DE HODGES

    Hodges, um dos principais defensores da "Graça Livre", afirma que o caminho da salvação é muito simples, conforme as palavras de Jesus em Jo 6.47: "Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna." Tão simples que qualquer criança pode entender. E, que, através de versos tão simples como estes, milhões de pessoas tem encontrado a Cristo, através dos séculos. Hodges afirma que os defensores da necessidade de submissão ao senhorio de Cristo para a salvação tem transformado as palavras simples de Jesus num complexo e intrincado plano de salvação, onde as palavras de Jesus, em Jo 7.47, seriam entendidas da seguinte forma: "Em verdade, em verdade vos digo, quem se arrepender, crer, e se submeter totalmente a minha vontade, tem a vida eterna." E que todas estas adições estariam implícitas no termo "crer". Em sua opinião, isto seria um absurdo que estaria contrariando o contexto de todo o Evangelho de João, que tendo como propósito principal evangelizar (Jo 20.30,31), não menciona uma vez sequer a necessidade de arrependimento e submissão ao senhorio de Cristo visando a obtenção da salvação, mas unicamente fé.(1)

    Hodges evoca os reformadores Lutero e Calvino e lembra o grande lema da reforma: "sola fide" - "fé somente" e não arependimento e fé como a única condição para a justificação e vida eterna. E é enfático ao afirmar: "fazer do arrependimento uma condição para a salvação eterna é nada menos que regressar ao dogma católico-romano".(2) Cita também, como base bíblica, Rm 4.3 e At. 16.31.

    Para ele o arrependimento não tem a ver com salvação, mas sim com comunhão e um relacionamento harmonioso com a vontade de Deus. Citando a parábola do "Filho Pródigo", Hodges destaca que a restauração do filho perdido foi muito mais fácil do que ele imaginava, e que a estória não é uma simples estória sobre salvação, mas sobre como se deu o reencontro e a restauração da comunhão entre um pai e seu filho rebelde, culminando num banquete festivo. E usa o mesmo argumento para entender o texto de Lc 5.31,32, afirmando que o texto diz respeito a um convite a pecadores para se "sentarem a mesa", tendo comunhão com Deus, e que não se trata, necessariamente, de salvação. Neste sentido, arrependimento é também exigido dos cristãos (Ap 3.19-20).

    Hodges conclui sua argumentação dizendo que Deus pode usar o arrependimento como um estímulo à fé, como também pode usar a gratidão, o medo, a insatisfação e uma série de outros incentivos. Mas quando se trata de um convite à salvação, suas palavras são claras: "... Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida" (Ap 22.17b). "Deus tem apenas um meio de dar esta água." Afirma Hodges, "Ele a dá livremente. Mas Deus tem muitos meios de fazer as pessoas desejarem a água que Ele dá."(3)

    1.2. REFUTANDO OS ARGUMENTOS DE HODGES

    Ao meu ver, Hodges falha ao reduzir a salvação ao aspécto da justificação. Faz questão de não usar o termo regeneração, quando diz: "Fé somente (não arrependimento e fé) é a única condição para obter-se a justificação e a vida eterna"(4. O mesmo ocorre em outros trechos como, por exemplo: "Harmonia - companheirismo - entre uma humanidade pecadora e um deus misericordioso sempre deve ser baseada em arrependimento, assim como a justificação deve sempre basear-se unicamente na fé."(5) Mas não podemos entender a salvação como se ela implicasse apenas em justificação. Para responder a Hodges, seria necessário fazer uma breve explanação da doutrina da salvação, onde trataríamos também do sacramento do batismo. Salvação significa sermos redimidos do poder das trevas e do pecado, justificados da culpa do pecado, regenerados para um novo viver, pois que adotados como filhos de Deus, devemos ser seus imitadores.


    1.2.1. REDENÇÃO

    O pecado separou o homem de Deus e o escravizou. Como afirma Stott: "O pecado não é meramente um ato ou hábito exterior; é uma corrupção profundamente arraigada no íntimo"6. Muitas vezes no Novo Testamento os homens são descritos como escravos (Jo 8.31-34; Rm 6.17, Tt 3.3).

    Sempre que os homens por sua própria culpa ou através de algum poder superior ficam submetidos ao controle de outra pessoa, e perdem sua liberdade para implementar a sua vontade e as suas decisões, e quando seus próprios recursos são inadequados para enfrentar aquele outro poder, podem obter de novo a sua liberdade somente mediante a intervenção de um terceiro. No NT, conforme o aspécto encarado, o grupo de palavras gr. associado com lyo, sozo, rhyomai, é é empregado para expressar semelhante intervenção. lyo, "soltar" (42 vezes no NT), é usado para expressar a libertação das cadeias ou mediante o pagamento de um resgate (lytron), mas tem outras matizes de sentido que também se discutem aqui. sozo (106 vezes no NT) é o termo mais comum e tem a gama mais larga de sentidos. De modo predominante significa "salvar", "preservar" e "libertar". Aquele que menos vezes se emprega é Irhyomai (16 vezes), tem a gama mais estreita de significados, i.é, "salvar", "libertar", e assim, "livrar de um perigo ameaçador ou agudo"... No NT, esses termos se empregam de modo preeminente para a obra redentora de Cristo. 7
    Stott define salvação como libertação do pecado.8 E em outra parte ele diz:

    O que necessita o homem é de uma transformação radical da natureza, o que o Professor H. M. Gwatkin denominou "uma transformação do ego para o não-ego". O homem não pode operar tal coisa dentro de si mesmo. Novamente dizemos, ele precisa de um salvador... Ele morreu por nossos pecados a fim de terminar com nossa alienação e levar-nos de volta a Deus. Ele ressurgiu e enviou o Espírito Santo a fim de que os homens possam nascer de novo, recebendo uma nova natureza e sendo libertos da escravidão de seus pecados.(9)

    Embora a redenção também tenha uma dimensão futura, pois a sua plenitude só virá quando da Segunda Vinda de Cristo: "...mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo" (Rm 8.23), não podemos nos esquecer dos seus poderosos efeitos no presente, que são registrados no início deste mesmo capítulo: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte" (8.1-2). E as implicações desta redenção são santidade e inclinação para as coisas do Espírito Santo (v.4-8). Não fomos redimidos para vivermos "segundo a carne": "Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis."

    Paulo afirma que a nossa justificação é mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.24). Não há como separar estes aspéctos da Salvação. Paulo é enfático ao declarar que nossa redenção é libertação do pecado: "Mas graças a Deus porque, outrora escravos do pecado, contudo viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça". O apóstolo nos exorta a vida de santidade, no tempo presente, como resultado de nossa redenção, visando a vida eterna: "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna" (6.22). "Como viveremos no pecado, nós os que para ele morremos?" (6.1). Para Paulo, quem "morreu" para o pecado é que está justificado dele (6.7). "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça" (6.14).

    Concluo este ponto afirmando que Hodges falha em não atentar para esta "tão grande salvação" e suas implicações éticas. Falha em não perceber a interrelação e interdependência dos diversos aspectos da nossa salvação, nesse caso, em particular, da justificação e redenção. Começamos a perceber a necessidade de abandono do pecado, ou seja, necessidade de arrependimento. Isto não significa salvação pelas obras. Pois é a
    bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (2 Pe 3:9) e é "Ele quem opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fl 2.14). Arrependimento e fé são a resposta do homem em relação ao dom gratuito da salvação de Deus. Se o fato do homem necessitar se arrepender, for considerado uma "obra", então a necessidade do homem de exercer fé, teria que ser considerada, igualmente, como tal.

    1.2.2. JUSTIFICAÇÃO

    Podemos definir a justificação como o ato sermos perdoados e recebidos pelo favor de Deus. "Ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada para justiça" (Rm 4.5). John Wesley define a justificação da seguinte forma:
    A clara noção bíblica de justificação é o perdão de pecados. É o ato de deus Pai, pelo qual, em atenção à propiciação feita pelo sangue de seu Filho, "mostra sua justiça (ou misericórdia), pela remissão dos pecados passados"... "Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas e cujos pecados são cobertos: bem-aventurado é o homem a quem o Senhor não imputará pecado". Ao que é justificado ou perdoado, "Deus não imputará pecado" que acarrete sua condenação. Deus não o condenará por aquela razão, nem neste mundo, nem no mundo vindouro. Seus pecados, todos os seus pecados anteriores, - por pensamentos, palavras e obras, - são cobertos, são cancelados, não serão lembrados nem arguidos contra ele... (10)

    Não somos justificados através das obras da lei (Rm 3.20). A Justificação é por meio da fé (Rm 3.25; 5.1; Ef. 2.8-9). Isto não coloca de fora a necessidade de arrependimento e obediência, pois existe uma íntima relação entre os termos os verbos peitho (obedecer) e pistheo (crer). Além da estreita relação etimológica, são usados por Paulo, de tal maneira, que fica evidente que obediência é a consequência natural da fé: "... para a obediência por fé..." (Rm 1.5; 16.26). Muitas vezes obediência é usada como sinônimo de fé (Rm 6.17; Jo 3.36; At 6.7; Hb 5.9; 11.8). Paulo não concebe que alguém possa ter fé sem obediência: "No tocante a Deus professam conhecê-lo, entretanto o negam por suas obras, por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra." (Tt 1.16).(11)

    Paulo deixa claro em outra passagem a necessidade de arrependimento para a salvação: "Portanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente" (Tt 2:11-12). O que tem valor para Cristo é "a fé que atua pelo amor" (Gl 5.6) e não uma fé estéril. Repare que Paulo está falando a respeito da "justiça que provém fé" (Gl 5.5). A fé que justifica é a fé que opera pelo amor.

    Hodges defende que arrependimento é importante para a comunhão do homem com Deus, mas que não é necessário para a justificação. No capítulo 5 da Epístola de Paulo aos Romanos, Paulo relaciona intimamente os termos justificados e reconciliados (v.9,10). Não vejo como possa haver reconciliação sem arrependimento!

    Hodges diz ser possível alguém ser justificado sem demonstrar nenhuma evidência de sua experiência com Deus, ou seja sem frutificar. Isto não parece concordar com o ensino paulino de que "... o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rm 5.8). Paulo está tão certo disto que exorta aos Coríntios que façam um auto-exame para verificarem se realmente estão na fé (2 Co 13.5). Jesus disse: "Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mt 7.16). Fico pensando... "qual seria a resposta de Hodges à esta pergunta?" Em Jo 15, Jesus ensina que quem não der fruto será cortado da Videira, lançado fora e queimado.

    Alguns estão pregando Cristo sem a cruz, o evangelho sem nenhum conseqüente requerimento, o perdão sem ao menos mencionar o arrependimento. Wesley alertou para o perigo do antinomianismo que induz as pessoas à um relaxamento moral.(12) Para ele, "fé penitente" continua sendo a única condição para que uma pessoa seja justificada, lembrando as palavras do Apóstolo Tiago: "Fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tg 2.17). Para Wesley, não há nenhum conflito entre Paulo e Tiago, pois enquanto Paulo fala daquela justificação que se deu com Abraão, quando ele tinha setenta e cinco anos, mais de vinte anos antes do nascimento de Isac (Rm 4.3), já Tiago se refere a justificação de Abraão no incidente da oferta de Isac (Tg 2.21). Enquanto Paulo trata da questão das obras que precedem a fé, Tiago discute a questão das obras em consequência da fé. Para Wesley nenhuma boa obra pode salvar independente da fé, mas toda genuína fé frutificará em boas obras (Ef. 2.8-10).(13)

    1.2.3. REGENERAÇÃO

    A regeneração, ou novo nascimento, é aquele aspecto da salvação onde o ser humano, através da poderosa ação do Espírito Santo de Deus, experimenta um renascimento interior. Jesus disse: "... se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3.3,5). A Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã traz a seguinte definição:

    A Bíblia concebe a salvação como a renovação redentora do homem, com base em um relacionamento restaurado com Deus em Cristo, e apresenta-a como algo que envolve "uma transformação radical e completa operada na alma (Rm 12.2; Ef 4.23) por Deus, o Espírito Santo (Tt 3.5; Ef 4.24), em virtude da qual nos tornamos 'novos homens' (Ef 4.24; Cl 3.10), já não conformamos com este mundo (Rm 12.2; Ef 4.22; Cl 3.9), mas no conhecimento e na santidade da verdade, criados segundo a imagem de Deus (Ef 4.24; Cl 3.10; Rm 12.2)" (B.B. Warfield: Biblical and Theological Studies - "Estudos Bíblicos e Teológicos", p. 351). A regeneração é o "nascimento" mediante o qual essa obra da nova criação é iniciada, assim como a santificação é o "crescimento" por meio do qual ela continua ( 1Pe 2.2; 2 Pe 3.18).(14)

    Com a conhecidíssima passagem de 2 Co 5.17: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas", Paulo demonstra as implicações do "estar em Cristo", ou seja, os desdobramentos da "reconciliação" (2 Co 5.17-21). Em outras palavras, todo aquele que foi justificado, foi também reconciliado, quem foi reconciliado "está em Cristo, é nova criatura", ou seja, foi também regenerado. Portanto, "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1), pois foram justificados; "Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte", foram redimidos; "e uma vez libertos do pecado, foram feitos servos da justiça" (Rm 6.18), "Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós porém não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele." "Estar no Espírito" é o mesmo que "estar em Cristo". E aquele que "está em Cristo" é nascido do Espírito Santo de Deus, é uma nova criatura. Porque são novas criaturas "não andam segundo a carne" (Rm 8.4, 12), "as coisas velhas já passaram" (2 Co 5.17), "mas segundo o Espírito" (Rm 8.4, 5, 9, 13), "eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Todos estes aspéctos de nossa redenção estão interligados e são interdependentes. Um outro aspécto da salvação, que também está presente no capítulo oito de Romanos15 é o da "adoção": "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o Espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."

    Todos estes cinco aspectos da nossa "Tão Grande Salvação", Reconciliação, Redenção, Justificação, Regeneração e Adoção, são inseparáveis, ninguém pode ter um sem os outros, e se dão todos no instante da conversão, pela graça de Deus. Portanto "se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte, mas se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis" (8.13). Quem foi justificado também foi redimido e regenerado para andar em novidade de vida, foi reconciliado como Deus e precisa saber que "o pendor da carne é inimizade contra Deus" (8.7) e que "o pendor da carne dá para a morte", por fim, precisa saber que fomos "predestinados para sermos conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (8.29). Por esta razão é possível o cristão fazer uma auto-análise para verificar se está na fé (2 Co 13.5), pois existem claras evidências, como por exemplo: "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte." (1 Jo 3.14). Paulo ensinou que quando somos justificados (Rm 5.1), o amor de Deus é derramado no nosso coração pelo Espírito Santo que nos é outorgado no momento da justificação (5.8), e é por isto que João pode afirmar categoricamente: "Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor." O amor é o que nós poderíamos chamar de fruto digno do arrependimento (Mt 3.8). "Não há árvore boa que dê mau fruto" (Lc 6.43). O apóstolo Paulo adverte com veemência: "... Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus" (1 Co 6.9; cf. Ef. 5.5; Ap 22.15). É preciso estar arrependido do pecado e renegar a impiedade e as paixões mundanas (Tt 2.12), pois o nosso Salvador deu-se a Si mesmo por nós para "remir-nos de toda iniqüidade e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (Tt 2.14; cf. Ef 1.4; 5.25-27). John Stott fala sobre a necessidade de Arrependimento:

    É necessário, portanto, que verdadeiramente nos arrependamos, voltando as nossas costas com toda a resolução para toda e qualquer coisa que sabermos ser desagradável a ele. Não quero dizer com isso que devemos procurar melhorar em todos os sentidos antes que O convidemos a entrar. Pelo contrário, é justamente porque não podemos nos perdoar a nós mesmos ou melhorarmos nossa própria vida, que precisamos que Ele venha a nós. Entretanto, é necessário que estejamos desejosos que ele faça todo e qualquer arranjo que desejar quando Ele houver entrado. Não pode haver resistência alguma. É mister que nos entreguemos de modo absoluto e incondicional à soberania de Jesus Cristo. Não podemos estabelecer os nossos próprios termos. Que é que isso envolverá? Não posso dizer-lhe em detalhe o que seria. Em princípio, significa uma determinação para renunciar ao pecado e seguir a Cristo.(16)

    Aproveitei neste bloco para falar sobre os demais aspéctos da salvação, não achando necessário tratar de cada tópico isoladamente. Passo agora ao estudo do significado e propósito do batismo.

    1.2.4. BATISMO

    O batismo não era uma novidade nos tempos do Novo Testamento. Vários povos tinham suas purificações religiosas. Berkhof diz que estes rituais pagãos tinham muito pouco em comum com o nosso batismo cristão, mesmo em sua forma externa.(17) Entre os judeus, o chamado batismo dos prosélitos tinha maior semelhança com o batismo cristão. Os gentios para serem aceitos na religião judaica precisavam ser circuncidados e, na época de Jesus, necessitavam também serem batizados. Berkhof comenta:

    Contudo, parece que esse batismo também era uma espécie de lavamento cerimonial, um tanto semelhante a outras purificações. Às vezes se diz que o batismo de João foi derivado deste batismo de prosélitos, mas é mais que evidente que não foi este o caso. Seja qual for a relação histórica que possa ter existido entre os dois, é evidente que o batismo de João estava prenhe de significações novas e mais espirituais... acima de tudo, a diferença esta nisso -- que o batismo de João nunca poderia ser considerado uma simples cerimônia; todo ele fremia sempre de significação ética. Uma purificação do coração, do pecado, era não somente uma condição preliminar, mas seu constante objetivo e propósito. (18)

    Qual seria a relação entre o batismo de João e o de Jesus? O Próprio João chamou à atenção para algumas diferenças: "Eu vos batizo com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3.11). Isto nos faz lembrar de uma das frases que Jesus disse a Nicodemus: "... Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3.5). O elemento distintivo do batismo cristão é a "Promessa do Pai" (At 2.39), é o dom do Espírito Santo que regenera o homem (Tt 3.5), capacitando-o a viver a vida cristã e a ser testemunha de Cristo (At 1.8). A vida cristã é uma vida gerada pelo Espírito para ser vivida no poder deste mesmo Espírito: "Se vivemos pelo Espírito, andemos também no Espírito". É pelo Espírito Santo que somos habilitados a reconhecer e confessar que Jesus é Senhor (1 Co 12.1), e é também nele que os cristão são batizados no corpo de Cristo (1 Co 12.13). "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dEle" (Rm 8.9). É o Espírito Santo que testifica como o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16; Gl 4.5-6). Para o Apóstolo Paulo, as expressões "estar em Cristo" e "estar no Espírito" são sinônimas (Rm 8.1,9,10), e também não vê nenhum problema em denominar o Espírito Santo de "Espírito de Deus" e de "Espírito de Cristo", isto no mesmo versículo (Rm 8.9). Sua concepção da trindade é bem desenvolvida. Não se pode separar Cristo do Espírito Santo. Quem recebe a Jesus, recebe o Espírito Santo, bem como o Pai. O batismo cristão é feito "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). A Bíblia ensina que os cristão são templos do Espírito Santo (6.19). Jesus disse que os cristãos não ficariam órfãos (Jo 14.18), Ele disse que estaria sempre conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Jesus afirmou que o Pai e Ele viriam e fariam morada nos cristãos (Jo 14.23). Jesus cumpre a Sua promessa enviando o Consolador: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre conosco" (Jo 14.16).

    O batismo de Cristo é um batismo com o Espírito Santo e com fogo, o que o distinguia do batismo de João. Mas havia muitas similaridades como observa Berkhof:
    O batismo de João, como o batismo cristão (a) foi instituído pelo próprio Deus, Mt 21.25; Jo 1.33; (b) estava relacionado com uma radical mudança de vida, Lc 1.1-17; Jo 1.20-30; (c) estava numa relação sacramental com o perdão dos pecados, Mt 3.7, 8; Mc 1.4; Lc 3.3 (comp. At. At 2.28) e (d) empregava o mesmo elemento material, qual seja, água. (19)

    Qual seria o significado básico do Batismo? Bromiley diz que um indício do significado do batismo é oferecido por três figuras no AT:

    O dilúvio (1 Pe 3.19-20), o Mar Vermelho (1Co 10.1-2) e a circuncisão (Cl 2.11-12). Todas estas figuras referem-se de modos diferentes à aliança divina, ao seu cumprimento provisório num ato divino de julgamento e de graça, e ao cumprimento vindouro e definitivo no batismo da cruz. A ligação entre água e a morte e a redenção é especialmente apropriada no caso das duas primeiras figuras; o aspécto de aliança é mais especificamente enfatizado na terceira. 20

    Paulo diz que o batismo significa identificação com a morte e ressurreição de Cristo: "Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Rm 6.4). Paulo não deixa dúvidas a respeito das implicações éticas deste significado: "Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu, justificado está do pecado... considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões" (Rm 6.6,7,11,12).

    Desta forma, não é de se estranhar que um dos pré-requesitos ao batismo seja o arrependimento: "... Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vosso pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo". O Batismo de João envolvia arrependimento e a diferença dele em relação ao de Cristo residia no dom do Espírito Santo. Pregar que para ingressar na vida cristã basta ter fé, não importando o arrependimento é corromper o ensino das Escrituras e deturpar o próprio significado do ritual de iniciação cristã. Não podemos esquecer que Jesus iniciou seu ministério conclamando as pessoas ao arrependimento (Mt 4.17). O próprio termo conversão implica em arrependimento (Mt 13.15; 18.3; Lc 1.16). Pedro relaciona arrependimento com conversão e os coloca como condição para a justificação: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados".


    Algumas passagens não mencionam o arrependimento, mas somente a fé como condição para salvação, outras mencionam apenas a necessidade do arrependimento. Hodges considera como normativas apenas as passagens onde a fé aparece como única condição desprezando as passagens que envolvem o arrependimento. Mas na verdade a Bíblia está ensinando que ambos são necessários para a obtenção da salvação. Quando um dos termos da salvação está omitido explicitamente, está embutido implicitamente.

    2. PODE ALGUÉM SER CRISTÃO SEM SER DISCÍPULO?

    Hodges afirma haver uma nítida distinção entre ser salvo e ser discípulo, concluindo que para ser salvo não é necessário ser discípulo. Carson percebe e comenta sobre o engano de Hodges:

    "Mais difícil de ser isolada - e por esta razão mais perigosa - é a disjunção pressuposta e não expressa. Considere por exemplo a seguinte passagem de Zane C. Hodges:

    É um erro interpretativo de primeira grandeza confundir os termos do discipulado com a oferta de vida eterna como um dom gratuito." ...e quem quiser receba de graça a água da vida"(Ap 22.17) é claramente um benefício incondicional. A passagem: "Se alguém vem a mim, e não... não pode ser meu discípulo" sem dúvida expressa uma relação totalmente condicional. Deixar de reconhecer esta simples distinção é provocar confusão e erros no nível mais fundamental.

    De fato, não só neste parágrafo, mas também ao longo de todo o livro, Hodges pressupõe que há uma disjunção entre graça e exigência. ele nunca debate a possibilidade (a meu ver, a certeza absoluta) de que, em questões espirituais, graça e exigência não apresentam necessariamente incompatibilidade mútua: tudo depende de sua relações, propósitos, funções. O resultado dessa disjunção implícita no argumento de Hodges não é só o que em minha opinião é uma tese falsa - que a Bíblia ensina que uma pessoa pode ser eternamente salva mesmo sem qualquer vestígio de evidência disso em sua vida - mas também uma série de avaliações exegéticas e históricas extremamente problemáticas.(21)

    Na Grande Comissão, registrada em Mt 28.18-20, Jesus nos dá a missão de fazermos discípulos de todas as nações. A pregação do Evangelho é um convite para ser discípulo de Jesus. O jovem rico queria saber o que precisava fazer para herdar a vida eterna (Mc 10.17), Jesus respondeu: "Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me" (Mc 10.21). Repare que a questão não é o que preciso fazer para ser discípulo, mas o que o rapaz precisaria fazer para herdar a vida eterna. Mesmo sendo esta a questão, a resposta de Jesus é uma apresentação do preço do discipulado, exige renúncia e também é um chamado para seguir. Jesus não parece fazer diferença alguma entre salvação e discipulado. Se as exigências do discipulado não se aplicassem a salvação, por que é que Jesus diria ser tão difícil para os ricos a entrada no Reino dos Céus? (Mc 10.23). Se fosse apenas uma questão de crer, que não implicasse arrependimento e renúncia, aquele jovem não teria se retirado triste. O Novo Testamento não parece fazer distinção entre crentes e discípulos (At 5.14 comp. 6.1, 7; ver também: 9.1, 10, 25-26, 38: 11.26, 19; 13.52; 14.20,22, 28; 15.10; 16.1, 18.23. "Nestas passagens, mathetes tem o sentido geral de 'cristão', alguém que crê em Jesus"22).

    Em Mt 7.13-14, Jesus estabelece um nítido contraste entre a dificuldade do caminho da salvação e a facilidade do caminho da perdição. E, alguns versículos mais a frente, Ele adverte: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (v.21). Aos praticadores da iniqüidade Jesus dirá: "Apartai-vos de mim". Jesus compara aquele que ouve suas palavras mas não as pratica com um homem que construiu sua casa sobre a areia, tendo o seguinte resultado: "e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína" (v.27). Mais no início do Sermão do Monte, Jesus faz outra advertência: "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (5.20). Não podemos ignorar tais palavras que dizem respeito a nossa entrada no reino dos céus. Fé que não produz obras é infrutífera. D. Muller diz que para se entender o discipulado de Jesus é importante reconhecer que a chamada para ser discípulo sempre inclui a chamada ao serviço. 23

    3. SUBMISSÃO AO SENHORIO DE CRISTO É INDISPENSÁVEL PARA A SALVAÇÃO?

    Paulo é bem claro em afirmar a necessidade de confessar a Jesus como Senhor para ser salvo: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Confessar a Jesus como Senhor não é apenas mencionar um título, mas é, acima de tudo, o reconhecimento e a conseqüente submissão ao Seu senhorio.

    Jesus disse: "Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus". D. Muller comenta:

    Estas palavras expressam toda promessa, e também os grandes perigos, do discipulado genuíno. É crucial a fidelidade do discípulo ao seu Senhor. (24)

    Emílio Castro, falando sobre o tema "conversão", menciona uma afirmação do documento "Missão e Evangelização: Uma Afirmação Ecumênica":
    A proclamação de (sic) Evangelho inclui um convite para que se reconheça e aceite, por meio de uma decisão pessoal, o senhorio de Cristo.25
    Castro, no final do seu artigo, diz algo simples, mas repleto de verdade: "A conversão sempre envolve a pergunta do apóstolo Paulo: 'Senhor, que devo fazer?'"26 E ainda cita outra importante e elucidativa afirmação do documento já mencionado:

    A conversão como um processo dinâmico e contínuo "implica um dar meia-volta de e um dar meia volta para. Sempre requer reconciliação, uma nova relação, tanto com Deus como com os demais. Implica um abandono de nossa antiga segurança (Mt 16.24) e um arriscar-se em uma vida de fé." É "conversão" de uma vida caracterizada pelo pecado, pela separação de Deus, pela submissão ao pecado e pelo potencial não realizado da imagem de Deus, para uma nova vida caracterizada pelo perdão dos pecados, pela obediência aos mandamentos de Deus, pela renovada comunhão com Deus na Trindade, o crescimento na restauração da imagem divina e a realização do amor de Cristo...(27)

    Não podemos aceitar Jesus como Salvador e olvidá-lo como Senhor. Stott argumenta:

    O valor da fé se acha integralmente representado em seu objeto (Jesus Cristo), não nela mesma. Contudo, a fé é um compromisso total de arrependimento e submissão a Cristo. Teria parecido inconcebível aos apóstolos alguém crer em Jesus como Salvador sem submeter-se a ele como Senhor. Não podemos partir Jesus Cristo em pedaços e depois responder somente a um dos pedaços. (28)

    MacArthur é enfático quando afirma: "Ele é Senhor, e aqueles que o recusam como Senhor não podem usá-lo como Salvador"(29)

    Paulo escrevendo ao cristãos romanos declarou: "nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu; para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos" (14.7-9). Repare que Paulo inicia dizendo "nenhum de nós", indicando sua concepção de que todos os cristãos devem estar submissos ao senhorio de Cristo.

    CONCLUSÃO.
    .Jesus veio para que nós tivéssemos "vida abundante" (Jo 10.10) e não apenas absolvição dos pecados. A salvação que Ele nos proporciona é muito rica em todos os seus aspectos, incluindo justificação, reconciliação, remissão, redenção e adoção, não podemos reduzi-la a um único aspecto. Compreendendo melhor a natureza de nossa salvação, fica mais fácil perceber suas implicações éticas, pois que envolve perdão, libertação do domínio do pecado, recebimento do dom do Espírito Santo que opera uma transformação radical no coração do homem, denominada de novo nascimento, visando conceder a capacidade para experimentar e viver a vida cristã abundante; e somos também feitos filhos de Deus. E a resposta necessária ao Evangelho é a conversão, que implica em arrependimento e fé, que são tanto um dever do homem (At 2.38; 17.30) como também um dom divino (At 11.18; Ef 2.8).
    O batismo é a expressão exterior de nossa regeneração interior. Não basta ser nascido da água, é necessário nascer do Espírito de Deus. O batismo fala de nossa identificação com a morte e ressurreição de Cristo, onde morremos para o pecado e ressurgimos para uma nova vida.
    O Evangelho é um chamado ao discipulado. Ser e fazer discípulos não é uma opção para o cristão. A porta e o caminho da salvação são estreitos e poucos são os que seguem por eles. Jesus nunca ocultou o preço do discipulado. Para ganhar a vida eterna é preciso renúncia.
    Para ser salvo é necessário estar debaixo do senhorio de Cristo, pois não é possível ser insubmisso à Cristo e salvo ao mesmo tempo. A fé genuína redunda em obediência. Se o chamamos de Senhor precisamos fazer o que Ele nos ordena.
    ______
    1 Hodges, Zane C. Absolutely Free. Dallas, Texas, Redención Viva. 1989, pp. 25-27.
    2 Ibid., (trad.: José Ildo Swartele de Mello), p. 145.
    3 ibid., (trad.: José Ildo Swartele de Mello), p. 158.
    4 ibid., p. 144.
    5 ibid., p. 151.
    6 Stott, J. R. W. Cristianismo Básico - O que Significa Ser um Verdadeiro Cristão. São Paulo - Vida Nova. 1991, p.86.
    7 Brown, Colin & Coenen, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Trad.": Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova. 1983. Volume IV, p. 80.
    8 Stott, J. R. W. Cristianismo Básico - O que Significa Ser um Verdadeiro Cristão. São Paulo - Vida Nova. 1991, p. 94.
    9 Ibid., p. 93.
    10 Harrison, Wiliam P. (Notas Introdutórias, Esboços e Perguntas). Sermões - John Wesley". Trad.: Nicodemuos Nunes. S.Bernardo do Campo/SP. Imprensa Metodista. 1985, p. 113.
    11 Erickson, Millard J. Evangelical Mind and Heart (extraído dos argumentos de McArthur) Grand Radpids: Baker Book House, 1993, p. 116.
    12 Oden, Thomas C. John Wesley's Scriptural Christianity - A Plain Exposition of His Teaching on Christian Doctrine. Michigan. Zondervan Publishing House. 1994, p. 10
    13 Ibid., p. 206.
    14 Elwell, Walter A. (Editor). Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã. Trad.: Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova, 1990, Vol. III, p. 256.
    15 Fiquei admirado ao descobrir que, em um único capítulo, Paulo aglutinou todos os aspéctos da salvação: Justificação (8.1, 30, 33 e 34); Reconciliação (8.1, 7-11, 31, 35-39); Redenção (8.2, 21-23); Regeneração (8.3-13) e Adoção (8.14-17). O Capítulo ainda fala sobre a Santificação (8.13, 29), Glorificação (8.17, 19-25, 30) e Propiciação (8.32,34). Não conheço nenhum capítulo tão rico em matéria de conteúdo teológico quanto este!
    16 Stott, J. R. W. Cristianismo Básico - O que Significa Ser um Verdadeiro Cristão. São Paulo - Vida Nova. 1991, p. 151.
    17 Berkhof, Louis. Teologia Sistemática. Trad.: Odayr Olivetti. Campinas: Luz Para o Caminho Publicações, 1990, p. 627.
    18 Ibid., p. 628.
    19 Ibid., pp. 628-629.
    20 Elwell, Walter A. (Editor). Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã. Trad.: Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova, 1990, Vol. I, p. 149.
    21 Carson, D. A. A Exegese e Sua Falácias - Perigos na Interpretação da Bíblia. Trad.: Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova. 1992, pp. 89, 90.
    22 Brown, Colin & Coenen, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Trad.": Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova. 1983, Vol. I, p. 667
    25 Steuernagel, Valdir (Editor). A Serviço do Reino - Um Compêndio sobre a Missão Integral da Igreja. Belo Horizonte: Missão Editor, 1992, p. 273.
    26 Ibid., p. 283.
    27 Ibid., pp. 282-283.
    28 Ibid., pp. 67-68.
    29 MacArthur, Gospel According to Jesus, apud Erickson, Millard J. "Evangelical Mind and Heart" (extraído dos argumentos de McArthur) Grand Radpids: Baker Book House, 1993, p.117.
    Bispo José Ildo Swartele de Mello
    Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.

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