quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Minhas experiências com Deus em tempos sombrios de saúde

Ao longo da vida, nunca tive problemas de saúde graves, e meus pais também são relativamente saudáveis. No meio de 2022, tive suspeitas de pedra nos rins, infecção urinária ou prostatite. Após vários exames inconclusivos, uma tomografia revelou algo ainda mais preocupante: um tumor de 1,9 cm no meu rim esquerdo. Embora a doença anterior tenha regredido sem diagnóstico definitivo, continuei a orar em relação ao nódulo e fiz mais duas tomografias. Por fim, o médico recomendou cirurgia.

Em 2 de dezembro de 2022, fui submetido a uma cirurgia em um hospital renomado, realizada por um médico conceituado. No entanto, ele não examinou previamente e de forma detalhada a anatomia específica do meu rim, que possui três artérias em vez de apenas uma. Essa particularidade tornou difícil controlar o sangramento durante o procedimento, impedindo-o de localizar e remover o tumor. A cirurgia durou quatro horas, durante as quais o médico tentou, sem sucesso, encontrar o nódulo devido ao fluxo constante de sangue. Minha vida esteve em risco. Fiquei internado por três dias, com uma recuperação lenta, marcada por dores que persistiram por quatro semanas, além de dificuldades para dormir e encontrar uma posição confortável. Na consulta de retorno, recebi a notícia devastadora de que o tumor permanecia. Foi um choque! Muitas perguntas surgiram em minha mente, mas lembrei-me de que, se Jesus, sendo justo e bom, sofreu, quem sou eu para reclamar?

Abalado por alguns dias, busquei o Senhor em oração. Tentei viver Filipenses 4:8, mantendo o foco em tudo que é edificante e saudável para o meu bem-estar mental e espiritual. Também me ajudou muito ouvir o testemunho de irmãos e irmãs em Cristo que passaram por situações semelhantes. Dediquei-me ainda mais à obra do Senhor, com gratidão por tudo o que Ele me concedeu, disposto a enfrentar qualquer desafio, inclusive a morte. Experimentei uma paz profunda, desfrutando de um período de férias agradável com minha esposa, livre de preocupações. Como diz uma antiga canção: “A minha vida está nas mãos de Deus, o meu futuro Deus decidirá, nenhuma provação me desanimará.”

Após as férias, encarei com alegria a abençoada temporada de concílios regionais. A comunhão com os amados pastores e líderes me fez muito bem!

No final de abril, consultei outro médico no Hospital do Rim, que recomendou a ablação — técnica minimamente invasiva na qual se usa agulha ou cateter para queimar os nódulos por radiofrequência. Contudo, meu convênio não cobria esse procedimento. Com a ajuda de Márcia Durand, elaboramos um breve relatório e uma recomendação especial, mas o convênio negou o pedido. Persistimos, enviamos novo pedido e aguardamos quase um mês sem resposta. Mesmo assim, mantive-me em paz e seguro nas mãos de Deus. Finalmente, a aprovação chegou! O procedimento de ablação foi marcado para 14 de junho e ocorreu ainda melhor do que o esperado. Apesar de a alta estar prevista para o dia seguinte, eu estava tão bem, sem dor alguma, que recebi alta no mesmo dia! Sentia-me tão disposto que minha esposa precisou lembrar-me de que eu havia passado por cirurgia, pois voltei a fazer minhas atividades normalmente sem perceber.

Durante o procedimento, também foi realizada uma biópsia, cujo resultado apontou carcinoma de células claras de grau 2. Desde então, tenho feito exames periódicos de ressonância e tomografia, e não há vestígios do tumor.

Louvo a Deus pelo Seu cuidado e pelas lições aprendidas ao longo de todo esse processo. A vida é frágil e passageira, e vale a pena entregar nossos cuidados a Deus, confiando plenamente nEle. Romanos 14:8 diz: “Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Portanto, quer vivamos ou morramos, pertencemos ao Senhor.” Essa passagem reforça a verdade de que nossa vida pertence a Cristo, independentemente das circunstâncias.

Aprendi a valorizar cada momento e a buscar viver de acordo com o propósito divino. Mesmo diante de desafios ou incertezas, podemos confiar em Deus, sabendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28). Deus nos faz crescer e nos fortalece em meio às adversidades, por isso podemos nos gloriar nas tribulações, conforme Romanos 5:3-4: “a tribulação produz perseverança, a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança.”

À medida que aprendemos a ser pacientes, adquirimos mais experiência com Deus, o que fortalece ainda mais nossa fé e esperança. Tais vivências também nos tornam mais sensíveis à dor e ao sofrimento alheios, fazendo-nos capazes de consolar e animar quem está em angústia. Como diz 2 Coríntios 1:4: “É ele que nos consola em toda a nossa tribulação, para que, pela consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que estiverem em qualquer espécie de tribulação.”

Lembro-me do saudoso cantor e compositor Sérgio Pimenta, que escreveu uma bela canção baseada em seu próprio drama:

“Só quem sofreu pode avaliar quem sofreu.
Pode se identificar, pode ter o mesmo sentir.
Só quem sofreu tem palavras de puro mel
Que transmitem todo o calor para quem precisa de amor.”
Que meu testemunho encoraje a todos, mostrando a importância de confiar em Deus e entregar nossa vida em Suas mãos, mesmo em meio às adversidades.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Caminhando com Integridade em Épocas de Escândalos

Infelizmente, temos observado um aumento alarmante de escândalos envolvendo pastores e líderes cristãos. Essa realidade deve nos levar a uma profunda reflexão e renovado compromisso com a santidade, pois Jesus já havia advertido: "É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor seria que uma pedra de moinho fosse pendurada no pescoço dele, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos" (Lc 17.1–2).

Esses acontecimentos não nos surpreendem, pois são sinais dos últimos dias. Jesus afirmou: "Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros. Muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a maldade, o amor de muitos esfriará" (Mt 24.10–12).

O apóstolo Paulo também nos alertou sobre o caráter dos homens nestes tempos difíceis: "Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, profanos, sem amor, implacáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes"(2Tm 3.1–5).

Pedro também nos adverte sobre falsos mestres que difamam o caminho da verdade: "Assim como surgiram falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. Eles introduzirão, às escondidas, heresias destruidoras, negando o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as práticas libertinas desses, e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade" (2Pe 2.1–2).

No dia do juízo, muitos tentarão justificar-se diante de Cristo, dizendo: "Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? Em teu nome não fizemos muitos milagres?" Mas ele lhes dirá: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal’"(Mt 7.22–23).

Por isso, somos chamados a uma vida exemplar, podendo dizer como Paulo: "Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito" (2Co 6.3). Aquele que professa o nome do Senhor, aparte-se da iniquidade (2Tm 2.19). A santidade não é uma opção; é uma ordem divina para todo cristão, principalmente para aqueles que lideram o rebanho de Cristo. Que sejamos fiéis no viver e no ensinar, para que o Evangelho seja honrado e o nome de Jesus exaltado.


Com temor e zelo,

Bispo Ildo Mello

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

"You Needed Me" me fez pensar no amor de Deus!


Algumas canções têm o poder de tocar profundamente a alma, e "You Needed Me", escrita por Randy Goodrum e imortalizada por Anne Murray em 1978, é uma dessas. Desde então, essa canção tem embalado os corações de muitos casais e se tornado uma das mais belas declarações de amor romântico. Sua mensagem de resgate, gratidão e valorização do outro transcende o tempo, tocando pessoas de diferentes gerações.


Embora escrita como uma declaração de amor humano, é maravilhoso perceber como ela também pode ser uma metáfora poderosa do amor de Deus. Quando ouço versos como "Você me colocou tão alto que eu quase pude ver a eternidade", não consigo deixar de pensar no amor divino que nos eleva, nos restaura e nos dá um propósito eterno.

Deus é aquele que seca nossas lágrimas, clareia nossas mentes confusas, compra de volta nossa alma e resgata nossa dignidade. Ele nos encontra em nossos momentos mais baixos e nos ergue até lugares que jamais imaginamos alcançar.


Essa música me lembra das palavras do Salmo 40.2: "Tirou-me de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou os meus passos." Assim como na canção, Deus é aquele que nunca desiste de nós. Ele nos dá força para nos levantarmos, nos ensina a caminhar novamente e nos coloca em um lugar de honra.


O que torna este amor tão extraordinário é o fato de que, mesmo sendo o Todo-Poderoso Criador do universo, totalmente pleno e autossuficiente, Deus decidiu “precisar” de nós. Ele nos chama amigos, nos valoriza e nos convida a participar de Sua história de redenção.

Que esta canção inspire não apenas gratidão pelo amor humano, mas também uma profunda reverência pelo amor de Deus, que é maravilhoso, eterno e restaurador. Afinal, o maior amor é aquele que nos faz ver a eternidade!

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