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O Enredo de Deus para a Humanidade

 O Enredo de Deus para a Humanidade

Por Bispo Ildo Mello


Muitas pessoas se perguntam: “Se Deus é bom, por que há tanto mal no mundo?” Essa é uma questão profunda e desafiadora. Para respondê-la, precisamos mergulhar na grande narrativa da Bíblia, uma história de amor e redenção, que começa na criação, passa pela queda, atravessa a redenção e culmina na restauração. Esta história não é apenas sobre o mundo, mas também sobre você.


O Começo: A Criação e a Liberdade


Imagine um artista perfeito criando uma obra-prima, cada detalhe desenhado com beleza e propósito. No início, Deus criou o mundo assim: perfeito e cheio de vida (Gn 1.31). No ápice de Sua criação, Ele fez a humanidade à Sua imagem e semelhança (Gn 1.27), colocando-a em um jardim chamado Éden, um lugar de harmonia onde não havia dor, sofrimento ou morte (Gn 2.8-9).


Mas o que torna essa história única é que Deus deu aos seres humanos algo extraordinário: liberdade. Ele não nos criou como robôs programados para obedecê-Lo, mas como seres livres para escolher. Isso porque o verdadeiro amor só pode existir onde há liberdade. O relacionamento entre Deus e a humanidade foi pensado para ser baseado em amor genuíno, não em coerção.


Essa liberdade, porém, trouxe um risco. Quando Adão e Eva escolheram desobedecer a Deus (Gn 3.6), o pecado entrou no mundo como uma rachadura em um vaso perfeito, espalhando-se por toda a criação. Essa escolha não apenas afetou os seres humanos, mas também trouxe desordem à natureza (Rm 8.22). Desde então, o mundo está marcado por sofrimento, injustiça e dor. Mas, mesmo diante disso, Deus não abandonou Sua obra.


O Meio: O Mal e o Propósito de Deus


Quando enfrentamos o mal, muitas vezes nos perguntamos: “Por que Deus permite isso?” A resposta está em Seu plano maior de redenção. Deus permite o mal não porque seja impotente ou indiferente, mas porque, em Sua sabedoria infinita, Ele transforma até mesmo o mal em algo que coopera para o bem daqueles que O amam (Rm 8.28). Aqui estão alguns aspectos desse propósito:

1. Livre-Arbítrio e Amor Verdadeiro:

O amor genuíno exige liberdade, e a liberdade implica escolha. Deus permite o mal porque Ele valoriza o amor verdadeiro, que não pode ser forçado (Jo 4.23-24). Sem liberdade, seríamos meros autômatos, incapazes de expressar verdadeira adoração ou amor.

2. Crescimento e Transformação:

O sofrimento pode nos ensinar lições valiosas. Ele desenvolve virtudes como compaixão, empatia e perseverança (Rm 5.3-5). Pense em Jó: mesmo em meio à dor, ele viu Deus de uma maneira nova e mais profunda (Jó 42.5).

3. Teste e Purificação:

Deus permite que enfrentemos desafios como forma de fortalecer nosso caráter e nossa fé (Tg 1.2-4). Como o ouro é refinado no fogo, nós também somos moldados pelas provações.

4. Mistério Divino:

Nem tudo pode ser completamente compreendido. Deus nos chama a confiar em Seu plano, mesmo quando não vemos o quadro completo. Como C. S. Lewis observou, o mal pode ser parte de um plano maior que ainda não entendemos totalmente.


Embora o mal exista, ele não é o fim da história. Deus está constantemente trabalhando para restaurar todas as coisas.


O Clímax: O Plano de Redenção em Cristo


No momento mais sombrio da história, Deus deu a maior prova de Seu amor. Ele não ficou distante do sofrimento humano; Ele se envolveu profundamente. Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo, assumiu nossa humanidade e sofreu por nós (Jo 1.14). Na cruz, Ele carregou nossos pecados e nossas dores (1Pe 2.24).


A cruz foi o momento em que o céu tocou a terra. Ali, Jesus não apenas enfrentou o mal; Ele o venceu. Sua ressurreição foi a vitória definitiva sobre o pecado e a morte (1Co 15.54-57). Por meio de Cristo, Deus abriu um caminho para a humanidade ser restaurada e reconciliada com Ele.


O Fim: A Restauração de Todas as Coisas


A história da Bíblia aponta para um final glorioso. João, em Apocalipse, descreve uma visão de um novo céu e uma nova terra, onde Deus habitará com Seu povo (Ap 21.1-3). Ele escreve: “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor” (Ap 21.4).


Esse final é um eco do Éden, mas ainda melhor. Deus está restaurando não apenas o que foi perdido, mas criando algo ainda mais belo. A história termina com a plena reconciliação entre Deus e a humanidade.


O Convite: Sua Participação na História


Essa história não é apenas sobre o mundo; ela é sobre você. Deus deseja que você experimente a plenitude da vida para a qual foi criado (Jo 10.10). Mas como no início, Ele deixa a escolha em suas mãos. “Quem tiver sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.” (Ap 21.17) Você deseja fazer parte dessa nova criação?


Se sim, você pode orar assim:


“Senhor Jesus, reconheço que preciso de Ti. Perdoa-me por seguir meus próprios caminhos. Obrigado por morrer e ressuscitar para me dar nova vida. Eu entrego minha vida a Ti e escolho Te seguir. Amém.”








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