A Grande Lição de um Engenheiro
Havia um engenheiro evangélico que já havia construído muitas pontes, viadutos e edifícios. Obras grandiosas, das quais se orgulhava, porque duravam muito tempo. Ele previa que muitas delas permaneceriam firmes mesmo depois de sua morte. Essa durabilidade lhe dava grande satisfação.Certo dia, lendo as Escrituras, chegou a um texto que lhe chamou muito a atenção. Ele percebeu que, por mais sólidas e duradouras que fossem suas construções, todas as coisas materiais haveriam de passar. A Bíblia afirma que chegará o dia em que o fogo consumirá tudo, pois haverá novos céus e nova terra, e o primeiro céu e a primeira terra deixarão de existir (2Pe 3.10-13; Ap 21.1).
Isso o fez refletir: apesar de ser crente e temente a Deus, estava investindo demais da sua vida em coisas que seriam consumidas pelo fogo. Ele não pensava em abandonar a profissão de engenheiro, mas compreendeu que precisava dar prioridade a valores eternos — coisas que nem a traça, nem a ferrugem podem destruir (Mt 6.19-20).
Assim, passou a viver de outra forma: continuou engenheiro, mas agora um engenheiro que entendia que sua vocação maior não era apenas construir obras materiais, mas dedicar-se a algo que ultrapassa esta vida. Percebeu que todos os cristãos têm um chamado — não apenas os que são ministros de tempo integral — e que a paixão que deveria conduzir a nossa vida é o evangelho, a vontade de Deus. Afinal, Jesus disse: “Busquem, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Podemos ser engenheiros, advogados, pedreiros, costureiras, cozinheiros, eletricistas — não importa a profissão. O essencial é nunca esquecer que, em qualquer lugar, somos testemunhas de Cristo, com uma missão maior do que qualquer cargo ou carreira. As obras humanas serão destruídas, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (1Jo 2.17).
Esse engenheiro aprendeu a dedicar-se mais à salvação de almas e ao cumprimento do propósito de Deus para sua vida. Continuou sua profissão, mas colocando cada coisa em seu devido lugar. E nós também precisamos viver assim, perguntando: Para que nasci?. A Bíblia lembra: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu, o Senhor o tomou” (Jó 1.21). “Nada trouxemos para este mundo, nem coisa alguma podemos levar dele” (1Tm 6.7).
Muitos pensam que podem viver para curtir tudo o que o mundo oferece e ainda herdar o céu. Mas a Palavra adverte: “Não amem o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua cobiça; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2.15-17).
O livro de Eclesiastes reforça essa verdade. Trinta vezes ele repete a expressão “debaixo do sol”, para mostrar a vida vista apenas na perspectiva terrena, materialista e existencialista. Nesse prisma, tudo se torna vaidade e correr atrás do vento (Ec 1.2,14). Essa visão leva ao desespero e ao hedonismo: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (1Co 15.32).
Mas a Escritura também mostra que existe outro caminho. Jesus nos chama a acumular tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem (Mt 6.20). Paulo ensina que nossas obras serão provadas pelo fogo do juízo: “A obra de cada um se tornará manifesta, pois aquele Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e o fogo provará qual é a obra de cada um” (1Co 3.13). As obras fúteis se consumirão, mas o que foi feito para Deus permanecerá.
Assim, compreendemos que não basta viver como religiosos ocasionais, sem paixão, sem zelo, sem compaixão pelos perdidos. O nosso cotidiano revela onde está o nosso coração (Mt 6.21). Por isso, precisamos refletir: onde está a nossa paixão? onde está o nosso amor?.
Que não vivamos como quem corre atrás do vento, mas como quem permanece para sempre, fazendo a vontade de Deus.
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