Em 1962, aquela que seria minha irmã mais velha acabou falecendo durante o parto. Imagine o que não foi para minha mãe regressar para casa e ainda ter que contemplar o berço que com tanto carinho havia sido montado para acolher a sua tão esperada filha. Foi aí que sua vizinha, Vicência, que também era a sua melhor amiga, pegou sua filhinha, que tinha poucos meses de vida e que era carinhosamente chamada de Naninha, e a colocou no colo de minha mãe e disse: “Frieda, não fica assim tão triste, pois a Naninha, a partir de agora, é sua filha também”.
Minha mãe voltou a engravidar. Meses depois do meu nascimento, a Naninha ficou gravemente enferma e veio a falecer. E, para piorar ainda mais a situação, Vicência não podia mais engravidar. Então, foi a vez de minha mãe visitá-la e me colocar em seus braços, e dizer a ela: “Querida amiga, não fica assim tão triste, pois, a partir de agora, esse também será seu filho”
Assim foi que passei a ter duas preciosas e amadas mães, uma natural e outra do coração, uma branca e outra negra, uma protestante e outra católica. Como éramos vizinhos de cerca, convivi diariamente com as duas! Ambas mulheres de fibra e de caráter irrepreensível. Elas me ensinaram a ter fé em Cristo e a amar a Deus e ao próximo.
Vicência era a melhor catequista de Cidade Ademar, tanto que, certa vez, o próprio Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns foi visitá-la em reconhecimento de seu significativo trabalho. Devido à influência dela, cheguei a fazer o catecismo e a primeira comunhão, e, por outro lado, devido à poderosa influência da minha mãe Frieda, frequentei também a Escola Dominical e os cultos da Igreja Metodista Livre. Na juventude, acabei optando por me tornar metodista livre, por concluir que as doutrinas protestantes estavam mais de acordo com os ensinos bíblicos.
Hoje, quero prestar esta singela homenagem a estas duas queridas mães, agradecendo a Deus por suas vidas, pelo seu amor, por sua honestidade e por todo bem que sempre me fizeram e ainda me fazem. Que privilégio ter mães abençoadas e abençoadoras!
Feliz dia das mães!
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Linda lição dessas mães! Não apenas falaram de amor, mas manisfestaram-no colocando-se no lugar da outra.
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