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Apocalipse 13 - A Besta



Apocalipse 13 - A Besta do Apocalipse


"Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia".

Para os cristãos daquela época, não foi difícil concluir que tal descrição apontava para o imperador romano,  pelas seguintes razões: 

1) A península da Itália emerge do mar mediterrâneo. Para as 7 Igrejas, como Éfeso, Roma vem pelo mar.

2) Roma era conhecida como a cidade das sete colinas.

3) o Império Romano possuía 10 províncias: Acaia, Gália, África, Germânia, Ásia, Itália, Bretanha, Espanha, Egito e Síria. 


O "homem da iniquidade" de 2Ts 2 

  1. tal indivíduo estava por perto na época em que Paulo escreveu a carta: 1) "o que o detém", 2) "já opera" e 3) "aquele que agora o detém". 
  2. "sabeis o que o detém", demonstra que eles tinham conhecimento de quem se tratava.  Paulo foi condenado a morte por volta do ano 68 dC.
  3. João Crisóstomo e Agostinho afirmaram categoricamente que o homem da iniquidade havia sido Nero.
  4. não se tem notícia de nenhum governante tão iníquo quanto Nero

Nero possui todas as características da Besta
  1. era um maníaco sexual e um sádico estuprador
  2. amarrou nobres e os agrediu sexualmente, vestindo-se de animal e mordendo suas genitalias. 
  3. casou-se oficialmente com um menino, que, posteriormente, mandou castrar.  
  4. matou sua mãe; 
  5. matou sua esposa grávida com vários chutes, 
  6. matou seus mentores, Sêneca e Burrus - 
  7. preferiu outro mentor: seu namorado mais velho, Tigellinus.
  8. incendiou Roma e culpou os cristãos. 
  9. queimou centenas de cristãos vivos para iluminar seus jardins imperiais à noite, além de massacrar outros de outras maneiras. (Anais de Tácito 15.44). 
  10. A cruel perseguição de Nero aos cristãos durou realmente 42 meses, de meados de novembro do ano 64 ao início de junho do ano 68, quando ele, depois de matar tanta gente cristã, finalmente se matou quando tinha 31 anos de idade. (Ap 13.6–7).
  11. deleitava-se em ver os cristãos sendo torturados e mortos nas arenas.
  12. obrigava que as pessoas o adorassem como se fora Deus. O culto ao imperador é blasfêmia e afronta ao único Deus verdadeiro.  “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias” (Ap 13.5). 
  13. ordenou que fosse construída em Roma uma imagem sua de quarenta metros de altura. “Adoraram a besta” (Ap 13.4)
  14. inscrições antigas  encontradas em Éfeso exaltando Nero como “Salvador” e “Deus Todo-Poderoso”.


Ap 13:18 - O número da Besta também apont para Nero

666 pode simbolizar a deficiência e o fracasso da presunção diabólica de querer ser como Deus (simbolizado pelo número 7), chegando apenas ao número de homem que é 6, pois o homem foi criado no sexto dia. 

No entanto, o convite para os cristãos das sete igrejas da Ásia Menor calcularem o número sugere o uso de gematria, um código antigo que utiliza os valores numéricos das letras. O título "Nero César" em hebraico corresponde a 666. 

João pede aos cristãos daquela mesma época que calculem e decifrem o número da Besta, o que é mais uma evidência de que se tratava de um tirano contemporâneo a eles. 

Por exemplo, quem se recusava a adorar à estátua de Nabucodonosor (Daniel 3) ou a queimar incenso ao imperador romano, era morto. Tal atitude era como um sinal da Besta que servia para discriminar e perseguir os infratores. A confissão de Nero como Senhor também pode ser classificado nesta categoria.

Ap 13:16–17 marcado na mão direita ou na testa. Os israelitas levavam a lei de Deus em suas mãos e testas para significar sua autoridade sobre suas ações e pensamentos (Dt 6: 8). Nem a marca da besta nem o selo de Deus na testa dos crentes (cf. Ap 7: 3; 14: 1; cf. também Ex. 28: 36–38; Ezequ. 9: 4) devem ser entendidos como características físicas , embora possam ser isso. Ambos simbolizam o controle espiritual da lealdade e comportamento do coração, seja pela besta ou pelo Cordeiro; mas o selo de Deus garante segurança.

Nero Redivivus
Ap 13:3 -  "Uma das cabeças da besta parecia ter sido golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada. E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;"

Nero morreu em 9 de junho do ano 68, mas no final do primeiro século, muitas pessoas ainda acreditavam que ele estava vivo. Judeus e cristãos estavam esperando um novo Nero. Pensavam que Nero retornaria como um grande animal. 
Tal mito deu origem ao surgimento de falsos neros durante os reinados de Titus e Domiciano. 

Seria o regresso literal de Nero ou se levantaria um outro tirano como o Nero? 
Os romanos costumavam usar uma linguagem como essa - Cláudio era outro germânico; Tibério era outro Augusto; 
Neste sentido, tivemos João Batista se levantando como um outro Elias e, emm Ap 11:5–6, vimos a igreja sendo retratada como um novo Moisés e Elias - isto é, vindo no espírito e no poder dessas figuras.

Tal ferida mortal pode também ser uma referência ao incendio de Roma em 64 d.C. e três guerras civis que ocorreram no final dos anos 60, com o assassinato de 4 imperadores em um curto espaço de tempo. Josefo escreveu que Roma estava próxima da ruína e Tácito disse que aquele foi quase o fim do império. Somente com a subida de Vespasiano ao trono que Roma voltou a experimentar uma certa paz. 


Apocalipse 13.2 oferece mais detalhes: “A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão.” Isto nos leva a visão de Daniel capítulo 7 sobre “Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar”(Dn 7.3). A visão de Daniel não deixa dúvidas a respeito do significado de cada um daqueles animais. “O primeiro era como leão” representando o Império Babilônico, o segundo animal era “semelhante ao urso”, figura do Império Medo Persa, o terceiro “semelhante a um leopardo e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças” (Dn 7.6), uma clara representação do Império Macedônico que foi dividido pelos 4 generais de Alexandre o Grande, e “o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres” (Dn 7.7), que certamente se refere ao Império Romano, por ser aquele que sucede ao Império Macedônico e seus 10 chifres representam as suas dez províncias e também por ter se tornado maior e mais poderoso que todos os anteriores. Tudo isto condiz com a descrição da Besta de Apocalipse 13 que é uma composição de forças de todos os impérios anteriores, “semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão”, sendo mais forte e terrível que todos e ainda possui igualmente “dez chifres”!

Se juntarmos a isto a descrição de Apocalipse 17.9-10, não restará dúvida a respeito da identidade da Besta, pois é dito que “as sete cabeças... são sete reis; dos quais caíram cinco, um existe e o outro ainda não chegou; e quando chegar, tem de durar pouco” (Ap 17:9-10). Os sete primeiros imperadores romanos, pela ordem, foram:  1) Julio Cesar, 2) Augusto, 3) Tibério, 4) Calígula, 5) Cláudio, 6) Nero e 7) Galba. Portanto, os cinco primeiros imperadores já haviam caído ou morrido, e este um que existia naquele momento era Nero, o sexto imperador Romano. O sétimo, que viria depois de Nero e que duraria pouco foi o imperador Galba, que reinou por apenas sete meses. 


Temos também a seguinte descrição da Besta: “Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta” (Ap 13.3). 

Agora, identificar a Besta e o Homem da Iniquidade com Nero que infringiu terrível perseguição aos cristãos por 42 meses não esgota o seu significado para a Igreja que, no decorrer da história, tem sido perseguida por outras Bestas. Assim também o significado de Babilônia transcende a Roma. Nero e Roma estão tipificados pela Besta e Babilônia mas não esgotam o seu significado e cumprimento profético. 

Os 42 meses de perseguição nos fazem lembrar dos 42 acampamentos de Israel no período em que peregrinou no deserto antes de entrar na Terra Prometida (Números 33). Isto é também símbolo de nossa própria peregrinação nesta terra até chegarmos a Nova Jerusalém. “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.“ (Rm 8.36–39). 

Outras observações:
Ap 13.6  difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu. 
tabernáculo celeste e não do templo terreno construído em Jerusalém. 

“os que habitam no céu” (6.9-11 e 7.14-15)

 “Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.” (Ap 6.9–11). 

“São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.” (Ap 7.14–15). 


A trindade do mal
  • O Dragão, a Besta e o Falso Profeta (Ap 16.13)  - 
  • tentativa de ser como Deus, mas só alcança o 666.


Vi ainda outra besta emergir da terra. Tinha dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Ap 13.11.

levantou-se da terra para atrair fiéis para o primeiro animal através de palavras mentirosas e milagres. 

A besta da terra é chamada de "falso profeta" (Ap 16:13; 19:20), 

culto ao Imperador na Asia

Ap 13:11 O segundo animal se assemelha ao Cordeiro, mas suas palavras mentirosas expõem sua natureza real; é como um dragão (Ap 12:15; 16: 13-14; 19:20).

Ap 13:13 fazendo descer fogo do céu. 
falsifica os julgamentos de Deus para reforçar a alegação ilusória de que a primeira besta é divina (1Reis 18:38; 2Reis 1:10; Ap 8:7; 11: 5).

Ap 13:14–15 Visto que os ídolos “têm bocas, mas não podem falar” (Sal. 115: 5), a impressão de que a imagem da primeira besta tem fôlego e pode até falar pode ser simplesmente outra farsa, com a qual engana aqueles que habitam a Terra. 

Mas é mais provável que isso descreva algum tipo de milagre operado pelo poder demoníaco, mas ainda sujeito ao controle soberano de Deus (é permitido, Ap 13:14; 19:20; Dt 13: 1–4; 2Tes. 2: 9). 




Não confundir a Besta com o Anticristo
Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. (1Jo 2.18)

 Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. (1Jo 2.22)

e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (1Jo 4.3).

Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo(2Jo 7).

Comentários

  1. Paz do Senhor Bispo Ildo Mello,na sua opinião quem foi ou É o chifre Pequeno de Daniel cap 7

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