Viajante da órbita terrestre, Satanás, o astronauta marginal, se apresenta entre os filhos de Deus, destilando seu veneno mortal. “Vistes meu servo Jó?” Pergunta Deus. Homem humilde e paciente, crente leal e poderoso, o mais rico do oriente? Com sórdida astúcia e maldade, responde o pai da mentira: “Não há paciência e lealdade quando falta o dinheiro, quando a doença bate à porta, quando está vazio o celeiro. Vou provar da fé a utopia, ante às cinzas do altar; Vou olhá-lo frente a frente e fazê-lo blasfemar!” Do inferno as portas se abrem com espíritos imundos em legiões para travar a luta ingente, falanges do mal se alinham contra Jó, o homem crente. Vendo os filhos dizimados ante os bens saqueados, raspa a cabeça, rasga o manto, adora a Deus o homem santo. Satanás não suporta o encomiástico gesto de quem na dor mais profunda, não se desespera, não maldiz a sorte, disposto a ser fiel até a morte. Vociferando coisas do inferno, com um plano mais...